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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Antonio Fagundes decepciona admiradores da sua carreira artística

Quem é Antonio Fagundes?

Antonio Fagundes é um carioca que fez sua vida na cidade de São Paulo. Nasceu em 18 de abril de 1949, casou-se duas vezes e é pai de quatro filhos. Começou a atuar no teatro em 1964 e na televisão e cinema em 1968. Desde então, se mantém em atividade nos três meios artísticos. Recebeu prêmios por seu trabalho.

Como cidadão que pensa em política, Antonio Fagundes faz parte da ideologia de esquerda, que os brasileiros rejeitaram nas últimas eleições. As ideias dele estão fundamentadas em sua cabeça de agnóstico. Aliás, se vemos ateus e quem não afirme ou negue a existência do Criador, não apoiando Jair Bolsonaro, esta é mais uma razão para saber que o Brasil segue no rumo certo.

Ao dizer que jamais apoiaria Bolsonaro, seu posicionamento não representa a grande maioria dos eleitores - inclusive entristece pessoas que seguem seu trabalho. Quantos brasileiros escolheram o atual presidente? A contagem de votos apontou o número 57,7 milhões. Neste número de pessoas, estão muitos que observam o que o ator faz e fala.

A imagem de Fagundes é atrelada ao Partido dos Trabalhadores. A grande massa da população brasileira o associa ao canal de televisão Rede Globo, por ser participante em muitas das suas produções.

Embora o global não levante bandeiras, espalhafatosamente, ele também faz parte da turma que ao invés de escolher a argumentação e o respeito aos que, ideologicamente, pensam diferente, prefere insultar, cuspir, confundir. Mesmo que não aja igual alguns colegas da sua profissão e gente do partido  de Lula, tem a sua parcela de culpa por se omitir quando os amigos cometem essas atitudes atrozes.

Fagundes aparenta ser alguém do círculo social que aceita uma criança junto de uma pessoa adulta nua em museu, como se tal aberração fosse arte; talvez consinta com manifestações LGBT que desrespeitam as imagens usadas pelos católicos; e aplauda as manifestações de mulheres seminuas em áreas públicas; pode ser que seja tolerante com anarquistas que queimam pneus para bloquear estradas e vandalizam vidraças e caixas eletrônicos de instituições bancárias.

Como ator, na minha opinião, Fagundes tem um estilo que não me agrada. Quase sempre, aparece fazendo personagens como se todos os personagens fossem um só, usa os mesmos trejeitos em suas atuações, tem os mesmos palavreados, faz uso dos mesmos tons na voz. Deixa a impressão de que quem assistiu uma apresentação dele, já viu todas. 

Eu tenho a Palavra de Deus como regra de fé e conduta. Então, apesar de não considerar a atuação do Fagundes expressiva, e discordar de sua posição política,  eu o respeito como gente. Eu o vejo como uma alma por quem Jesus Cristo morreu, uma pessoa que é amada por Deus e que Deus quer salvar da condenação eterna.

Por que Fagundes disse que jamais apoiaria Jair Bolsonaro?

Atualmente, a imagem da TV Globo sofre com um índice considerável de rejeição. Assim sendo,  Antonio Fagundes não se dispor a apoiar Jair Bolsonaro em nada muda a condição da figura política do presidente da república, em uma eventual reeleição. Fagundes, e o quadro de atores e atrizes mantidos como funcionários pela emissora, não possui força suficiente para formação de opinião política. A aversão é tanta que, o pedido de posicionamento ao telespectador, resulta em reação contrária ao que foi solicitado.

É quase uma certeza absoluta: Fagundes sente falta do dinheiro saído dos incentivos fiscais do governo federal. Verbas milionárias da Lei Rouanet para custear suas peças teatrais não chegam mais em suas mãos como era antes. Quantos estão dispostos a ir ao teatro? O patrocínio de empresas privadas deve ser algo difícil de se conseguir. Para ele, o dinheiro que entra pela bilheteria deve ser abaixo do satisfatório. A razão da lamúria de Fagundes, e de muitos outros artistas da arte cênica e da música, acontece porque o atual presidente do Brasil não é favorável à farra com o erário público.

Por que eu votei em Bolsonaro?

É preciso analisar todo o contexto da situação que existiu no segundo turno da última eleição presidencial. Naquela ocasião, sobraram duas escolhas. Ou votar em Fernando Haddad, favorecendo o PT (na semana passada Haddad sofreu mais uma condenação) ou em Bolsonaro (homem católico e casado com uma mulher evangélica). 

O PT apoia o aborto e a Bíblia condena; o PT apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a Bíblia apresenta o quadro um homem e uma mulher; o PT é a favor da ditadura comunista no Brasil, que é a força mais destrutiva contra o cristianismo. Por ser assim, eu optei voltar em Bolsonaro, inclusive fazendo campanha em seu favor. 

Além disso, resolvi votar em Bolsonaro por causa daquele ataque com faca que ele sofreu, que quase o matou. Pense, se tentaram matá-lo, é porque existe uma força poderosa e muito mal que desejou estar no lugar dele, custasse o que custasse, inclusive a morte de um ser humano. Imagine como estaria o Brasil, se estes que tentaram matá-lo estivessem agora na presidência da nossa nação!

Meu voto e apoio a Bolsonaro leva em conta que ele não é o salvador da pátria. Minha posição em favor da sua candidatura foi feita sabendo que ele é um ser humano falível. É preciso orar para que ele possa mais acertar do que errar, porque só as boas intenções não bastam.

Conclusão.

Eu não entendo os cristãos que votam no PT. A pessoa diz crer em Jesus como seu único e suficiente Salvador, fala que segue a Jesus como seu Senhor, e congrega em uma igreja, regularmente. Não tem base bíblica para apoiar o Lula e o PT. Então, a vida cristã dessa pessoa é uma grande incoerência, porque as ideias marxistas são todas contrárias ao Evangelho de Jesus Cristo.

Proponho aos petistas, que dizem crer em Cristo como Salvador e Senhor, que façam a sua escolha. Não é possível servir a dois senhores, sirvam a Jesus Cristo, de corpo, alma e espírito.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Myer Pearlman: O poder do Espírito Santo


Por Myer Pearlman

"Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra" - Atos 1.8.

O versículo da Escritura, que acabamos de ler, juntamente com o seu contexto, marcam o ponto de transição entre os Evangelhos (os Atos de Jesus) e os Atos dos Apóstolos. Nos Evangelhos, está descrito como a segunda pessoa da Trindade veio; neste texto, se acha declarada a vinda da terceira pessoa da Trindade. Os Evangelhos mostram como Jesus veio morrer pelo seu povo; os Atos, como o Espírito estava por vir, afim de morar com o seu povo. Jesus dera testemunho do Espírito; agora o Espírito daria testemunho de Jesus.

Nos Evangelhos, lemos acerca do princípio do ministério de Jesus; nos Atos, iniciamos a leitura sobre a continuação do seu ministério, nas pessoas dos seus discípulos e apóstolos. Como o Pai enviou Jesus, assim Jesus enviou os seus servos - no poder do Espírito.

No primeiro concílio cristão, que se realizou sobre a presidência pessoal do Senhor Jesus, foram discutidos os planos de evangelização do mundo. Foi então, que o Mestre expos aos discípulos, algo concernente o reino de Deus - um reino, não de poder natural, mas espiritual - caracterizado, não por glória militar, mas por "justiça, paz e gozo no Espírito Santo", um reino difundido, não pelas forças das armas, mas, pelo testemunho da voz humana, pelo poder do Espírito Santo.

O intento de levantar a questão do tempo da restauração de Israel, desvaneceu com a resposta de Jesus: A vós não compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai fixou pela sua própria autoridade."

O concílio foi prorrogado, depois de receberem a última comissão do Senhor: "Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura" - prorrogado até que se unam de novo; em concílio pela chamada do grande Moderador, cuja voz forte ajuntará, tanto os fiéis vivos, como os mortos em Cristo (Atos 1.11).

Depois, Jesus subiu ao Pai. Se estivéssemos ensinando estas verdades a meninos, diríamos: "meninos, Jesus disse aos seus discípulos que esperassem, em baixo, enquanto Ele subia ao telhado para fazer a ligação de poder."

A MANIFESTAÇÃO DO PODER

Jesus se declarou a fonte de poder, quando disse: Todo o poder me é dado".

Certo cientista conta-nos que todo o poder que é distribuído no mundo, tem a sua origem numa só fonte - o sol, que irradia ondas de energia para serem transformadas em luz, calor e eletricidade. Do mesmo modo é o nosso Senhor, a fonte de todo o poder espiritual.

Malaquias se referiu a Ele como sendo o Sol da Justiça, que traria saúde debaixo de suas asas. Ainda, a seu respeito, é dito que Ele é o resplendor da glória de Deus (Hebreus 1.3); Jesus tem relação com o Pai, igualmente como os raios para com o sol. Ele disse: "Eu sou a luz - o sol - do mundo". É uma bem-aventurança ser unido a Jesus, o poder salutar de Deus, que irradia luz celestial.

Note a natureza do poder. Algumas substâncias podem conter mais eletricidade que outras. É o que se chama diferença em potência. A tendência da eletricidade é correr de um corpo de alta potência para outro com potência inferior, afim de uniformizar-se. Quando há contato entre dois corpos, o corpo que contém mais eletricidade, passa a sua força para o outro. 

Existe uma imensa diferença de potência entre Deus e nós! Mas que boa vontade de Sua parte, para se dar a Si mesmo por nós, até ficarmos "cheios de toda a plenitude de Deus"!

Tanto o poder divino quanto o poder natural, precisam de um condutor. A energia do sol é irradiada pelo espaço, por meio de vibrações, em mais de centenas de trilhões por segundo. Mas, enquanto essa energia não entra em contato com o ar e a matéria, não pode ser transformada em luz, calor e eletricidade. Assim, também, só quando o Espírito entra em contato com os vasos submisso, - condutores espirituais - é que o seu poder pode ser manifesto ao mundo.

A eletricidade pode ser manifesta em calor, luz, movimento e som. 

1. A eletricidade é manisfesta em calor.

Apliquemos esta verdade à experiência espiritual. O Espírito pode ser manifesto na vida dos crentes, em forma de zelo ardente, sem o qual não pode haver verdadeira conquista. Os vencedores espirituais, de todas as idades, foram homens de oração, atividade, serviço e amor intenso. 

Diz um escritor: "Nada é possível nesta vida, sem aquele calor intenso de entusiasmo, que faz o mundo pensar que os santos estão loucos." Um outro diz: "Nenhum coração é puro, que não esteja apaixonado; nenhuma virtude é sã, que não seja entusiástica." Henry Martin, o missionário devoto, disse uma vez: "Agora, deixe-me arder até me consumir para Deus." Em outros termos: zelo cristão.

2. A eletricidade pode ser manifesta em forma de luz.

No Novo Testamento, a manifestação de poder espiritual e moral, é considerada como luz: Vós sois a luz do mundo." "Brilhe a vossa luz diante dos homens". A necessidade suprema desta hora é haver cristãos que brilhem. Tais crentes não precisam usar de pesados argumentos abstratos, para dar provas da verdade do Cristianismo. Quanta lógica é necessária para  provar que uma lâmpada pode luzir? Nenhuma. Basta ligar o contato.

Estas palavras - "Brilhe a vossa luz" - podem, também, ter uma significação literal. A face de Moisés não brilhou, voltando ele da presença de Deus? O rosto de Estevão não teve a aparência de um anjo? Faremos isto: todos nós separaremos um dia, para visitar o lugar de Deus, onde o nosso rosto ficará brilhante; e depois brilhemos, brilhemos, brilhemos!

3. A eletricidade pode ser manifesta em forma de movimento.

Os pés que levam as Boas Novas, não só devem ser belos, como também ativos. João Wesley, durante quarenta anos, viajou 4 a 5 milhas por ano, e pregou cerca de quinze vezes por semana. Whitefeld pregou, regularmente, cerca de quarenta vezes, por semana. O efeito natural do recebimento de poder espiritual é o movimento para a evangelização do mundo.

O livro do Atos pode ser resumido em três palavras: ascensão, descensão e extensão. 

A ascensão de Cristo, a descensão do Espírito Santo e a extensão do Evangelho. Cristo subiu, o Espírito desceu, e o nosso dever é propagar o Evangelho.

A eletricidade pode ser manifestada em som: rádio, telefone etc. Que mais doce experiência pode haver, tanto para o pregador, como para qualquer crente, do que a elocução, pela unção do Espírito - o tinido suave das campainhas do Espírito! Tal união é a marca distinta da verdadeira pregação do Evangelho, do qual Pedro disse: foi pregado pelo Espírito Santo, enviado do céu."

A elocução em outras línguas - a voz audível do Espírito que edifica o crente, agindo sobre ele, como um estimulante - é comparável à elocução ungida. Assim, convence o inquiridor sincero e livre de prevenções, do poder sobrenatural do Evangelho. Lembrem-se que estou falando das línguas genuínas, porque, neste mundo imperfeito, as verdadeiras e preciosas línguas são, muitas vezes, imitadas por outras sem valor.

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A matéria tem seguimento: Myer Pearlman - O poder do Espírito Santo (parte 2).
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E.A.G.

Fonte: Matéria publicada no Mensageiro da Paz, ano 2, nº 14/15, quinzenas de julho e de agosto de 1932, páginas 6 a 9. Rio de Janeiro.

Apelo ao uso de bom senso ao tratar do caso Flordelis e seu marido assassinado Anderson do Carmo

Thomas Nelson Brasil
Há pessoas que se tornam pais e mães, e, infelizmente, falham na estruturação da família e consequentemente na criação de suas crianças. Os bebês crescem e deixam a desejar como cidadãos de bem. E o que dizer sobre quem se propõe a educar filhos não biológicos? Existem casais cometendo falhas também, e chegará o dia em que as consequências surgirão de um jeito muito difícil de enfrentar, infelizmente.

Entretanto, na vida existe mais gente casando e acertando no casamento e na educação das crianças do que errando. Porém, para alguns, aparentemente, as situações de casais e pais com finais felizes só são bem aceitas nos finais de roteiros dos filmes produzidos em Hollywood.

Eu não consigo entender essa gente que usa redes sociais para atacar a cantora e deputada federal evangélica Flordelis. Qual a motivação? As piadas usando memes contra ela são mórbidas, não consigo rir com esse tipo de humor. Não há sentido em se divertir com a dor alheia. 

Eu me dirijo aos cristãos evangélicos. Não devemos imputar inocência e nem culpa, nossa opinião não mudará o destino de ninguém, os papéis de polícia e juiz cabe às autoridades competentes. Cabe a nós aguardar. Ore. Permaneça orando não apenas por Flordelis, mas por todos os filhos adotivos e biológico (s ?), e pela família de Anderson do Carmo, o marido assassinado.

domingo, 25 de agosto de 2019

A Mordomia do Trabalho


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O trabalho é uma vocação que aparece em Gênesis, perpassa por Jesus e se confirma nos apóstolos.

É um ponto de vista muito comum considerar trabalho o emprego assalariado. A grande maioria dos indivíduos aceitam a função de empregados porque receberão salário. Mas nem todo trabalhador tem remuneração por aquilo que aceita fazer. Haja vista a valorosa figura desprendida de interesses financeiros da dona de casa e a honradez de cidadãos que se destacam em  funções extremamente importantes em caráter voluntário; essas pessoas doam tempo, talento e suor em favor do próximo sem nenhum anseio de retorno financeiro.

I - O TRABALHO DE DEUS NA BÍBLIA

1. O trabalho de Deus na criação do Universo.

Bilhões de pessoas já leram ou ouviram o que a Bíblia Sagrada diz sobre o começo do Universo. O relato, contido no Livro de Gênesis tem uma frase bem conhecida: No princípio, Deus criou os céus e a terra". Muitos especialistas de vários campos científicos fecharam questão de que há um trabalho inteligente na natureza. Eles ponderam que não tem lógica alguma aceitar a ideia que a complexidão grandiosa da estrutura do Cosmo e da vida na Terra tenha surgido aleatoriamente. Então, vários cientistas e pesquisadores acreditam na existência de um Criador, e se convenceram que o Deus da Bíblia projetou e construiu o Universo.

O cristão evangélico crê na existência do Criador que não foi criado, acredita no relato bíblico da linha do tempo da criação, observa que "em seis dias o SENHOR fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou" (Êxodo 20.11 b); tem convicção e declara que o SENHOR fez o céu o céu dos céus, a terra e tudo que nela há, os mares e tudo o que há neles; e conserva a todos com vida. O crente, aquele verdadeiramente ama a Deus, entende que há a necessidade de separar um dia na semana para descansar com sua família, e junto com a família ir à igreja para celebrar a grandeza de Deus como Criador e adorá-lo como nos céus o exército de anjos o adoram (Neemias 9.6).

Porém, enquanto o ser humano não compreende o propósito do trabalho do Criador na crianção, permanece universalmente mau. Sua ignorância espiritual não resulta em falta de oportunidade, mas é expressão de sua rebeldia (Romanos 1.19-20; Efésios 4.18). A sociedade secular, cada vez mais ignora o Criador, despreza-o. A não religiosidade e as falsas religiões do mundo são consequências da falta de disposição para socorrer os necessitados, tal estilo de vida reflete o caráter daqueles que não amam a Deus de verdade e são tentativas de fugir da vontade do Criador, pois a tendência natural do homem é a de buscar seus próprios interesses  (Isaías 32.6; Filipenses 2.21). Assim, a adoração a Deus tem ficado em segundo plano em muitos corações, o comércio fica aberto todos os dias, o ano escolar é cada vez mais longo, as pessoas não têm disposição de parar para passar um dia com a família e adorar a Deus (Salmo 10.4; 14.1; 53.1).

2. O trabalho de Deus na criação do homem.

No ato da criação do ser humano, Deus o formou do pó da terra. (Gênesis 2.7). As palavras que descrevem este trabalho retratam a atividade de um artesão mestre, formando uma obra de arte que ele dá vida. Esta situação acrescenta detalhes às afirmações de Gênesis 1.27; Salmos 139.14; 1 Coríntios 15.45 e 1 Timóteo 2.13.

O ser humano tornou-se alma vivente através do Espírito do Altíssimo, mas não deve se esquecer que também foi feito por Ele a partir do lodo; deve lembrar-se que os atos de justiça de Deus são perfeitos, que Ele governa o Universo e está sempre atento  ao clamor do pobre e do aflito (Jó 33.4; 34.12-13, 28).

Na excelência da pessoa e da obra de Cristo foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis (Colossenses 1.16). Aquele que está em Cristo é pessoa liberta da escravidão do pecado e vive debaixo da graça de Deus. A obediência que cabe ao cristão é a de seguir a Jesus, estudar a sua Palavra, orar, praticar boas obras e, especialmente, anunciar a mensagem da salvação a todos os povos enquanto há ocasião oportuna ou não. "É necessário que façamos as obras daquele que me enviou enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (João 9.4).

3. Deus continua a trabalhar.

As Escrituras Sagradas revelam que Deus trabalhou e trabalha até hoje, Ele não abandonou a terra e nem suas criaturas. Com base nesta informação está estabelecida a mordomia do trabalho do cristão. O trabalho de Deus está registrado nas páginas da Escrituras, mostram o seu labor ao originar o Universo, na criação do homem e revela que continua trabalhando em prol das coisas criadas, especialmente do ser humano.

O salmista escreveu: "Tu visitas a terra e a regas;tu a enriqueces grandemente. Os ribeiros de Deus são bundantes de água; provês o cereal, porque para isso preparas a terra, regando-lhe os sulcos e desmanchando os torrões. Tu a amoleces com chuviscos e lhe abençoas a produção." Salmos 65.9-10. Nosso Deus é vivo e ativo. É importante reconhecer que entre seus atos está a função de abençoar os seus servos fiéis, tanto na esfera espiritual quanto na física. Ao viver como um cristão autêntico e trabalhador honesto a pessoa tem sobre si a oportunidade de receber dEle a bênção por suas atividades laborais. Em consequência disso, o crente vence as situações impostas pelas más administrações públicas, políticas sociais nefastas, economia instável  e corrupção generalizada.


II - A BÍBLIA E A MORDOMIA DO TRABALHO

1. O homem foi criado para o trabalho.

Entre outros definições, o Dicionário Michaellis apresenta as seguintes explicações para o significado do termo trabalho:
• conjunto de atividades produtivas ou intelectuais exercidas pelo homem para gerar uma utilidade e alcançar determinado fim;
• atividade profissional, regular, remunerada ou assalariada, objeto de um contrato trabalhista;
• qualquer obra (manual, artística, intelectual) realizada;
• ação ou maneira de executar uma tarefa, de utilizar um instrumento;
• esmero ou cuidado empregado na feitura de uma obra ou de um serviço:
• qualquer tarefa que é ou se tornou uma obrigação ou responsabilidade de alguém; dever, encargo:
• atividade humana caracterizada como fator principal da produção de bens ou serviços. 
O ser humano foi criado segundo à imagem do seu Criador, portanto, criado para o trabalho. Deus trabalhou no princípio de todas as coisas e ainda hoje continua a trabalhar após estarem criadas. Pelo fato de o homem ser semelhante a Deus, que o fez, entre suas atividades está presente a laboriosidade, que antes do homem cometer o pecado era tarefa fácil.

O cânon bíblico fala do trabalho humano desde o princípio. Antes de criar Adão, já havia o plano divino de que ele seria lavrador (Gênesis 2.5, 8, 15). Sendo que depois seus filhos seguiram trabalhando, Abel ocupava-se como pastor de ovelhas e Caim lidava com a agricultura (Gênesis 4.2).

2. O trabalho antes da Queda.

Ao colocar Adão e Eva no jardim do Éden, o Criador deu ao casal a liberdade para desfrutar de tudo o quanto havia criado. Antes do pecado, a busca pela sobrevivência no Éden era constantemente prazerosa e tranquila para Adão; o solo era lavrado sem nenhum trabalho desconfortável; as plantas produziam frutas, verduras e legumes de boa qualidade nas estações certas à manutenção do metabolismo mínimo do corpo; não havia desgaste físico e nem a necessidade de repor energia comendo carne, as necessidades orgânicas eram supridas pelo alimento vegetal (Gênesis 1.29).

Antes da desobediência ao Criador, o casal tinha no Éden um lugar agradável para morar e a provisão do alimento diário sem nenhum sacrifício. Mas, o Criador fez uma advertência para a mulher e ao homem, eles não deveriam comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, pôs sobre ambos a responsabilidade da obediência (Gênesis 2.5-10, 17). Eles teriam que obedecer à Palavra do Senhor, pois apenas por meio da obediência estariam seguros. Até os dias atuais ainda há esta condição, apenas quem é fiel tem a bênção sobre sua vida: "Quem despreza a palavra terá de pagar por isso, mas o que teme o mandamento será recompensado" - Provérbios 13.13.

3. O trabalho depois da Queda.

Após a queda, o trabalho deixou de ser tarefa fácil, veio o medo e a maldição, a condição ambiental foi transformada para pior, houve a alteração ecológica. Antes, o solo só produzia para benefício do ser humano, depois surgiu cardos e espinhos. O desgaste físico passou a ser parte do trabalho, a dor, o sofrimento e em alguns caso inclusive a doença. Apesar disso, trabalhar ainda é uma vocação do Criador para o ser humano. O homem não pode viver sem tarefa laborativa. Quando isso ocorre, ele violenta a sua própria natureza e viola a diretriz que o Criador lhe deu.

A Boa Notícia de Deus se manifesta em seu Filho único, que se fez maldição para abençoar o ser humano, que se arrepende da vida no pecado e entrega seu espírito, alma e corpo para adorar ao Criador na beleza de sua santidade. "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" - 2 Coríntios 5.17.

"Doce é o sono do trabalhador... Eis o que eu vi: boa e bela coisa é comer e beber e desfrutar o que conseguiu de todo o seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias da vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção. Quanto àquele a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder para deles comer, receber a sua porção e desfrutar do seu trabalho, isto é dom de Deus. Porque não ficará pensando muito nos dias da sua vida, pois Deus lhe enche o coração de alegria." - Eclesiastes 5.12 a, 18-20.

Salomão conscientiza o trabalhador sobre o conceito do dom de Deus, referente a oportunidade de desfrutar da satisfação que é consequência do trabalho honesto. Ele aconselha o trabalhador, que é servo de Deus, a desfrutar das abundâncias terrenas da vida que Deus dá. Aqueles que consideram a Deus a fonte de sua bênção, recebem prazeres, estabilidade financeira e a capacidade de desfrutar dessas coisas, e devem aproveitar isso.


III - PRINCÍPIOS CRISTÃOS PARA O TRABALHO

1. O homem deve trabalhar "com o suor do seu rosto".

"No suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, pois dela você foi formado; porque você é pó, e ao pó voltará" (Gênesis 3.19).

As tarefas para a sobrevivência do homem se tornaram amargas após a Queda de Adão, quando o solo passou a ser estéril, e a produzir espinhos e cardos. Após o pecado entrar no mundo, o trabalho passou a desgastar o corpo, ser cansativo, afetar a tranquilidade, exigir esforço e derramar suor.

"Lembrem-se do SENHOR, seu Deus, porque é ele quem lhes dá força para conseguir riquezas" - Deuteronômio 8.18 (NAA). Isto é, Deus não interage com o ser humano como se fosse o gênio da lâmpada de Aladim. Ele concede a capacidade humana ao eficiente trabalhador, para que através do próprio suor a pessoa obtenha seu meio de sobrevivência.

Para Salomão, a vida bem-sucedida não era apenas resultado do sucesso financeiro, mas da escolha em viver em santidade, a bênção do Senhor gera prosperidade através da generosidade, do conhecimento  e dedicado ao trabalho honesto (Provérbios 3.3.4). O trabalhador que se esforça para especializar-se em sua profissão, se dedica às tarefas com afinco, é uma pessoa com grande propensão a  encontrar oportunidades para se satisfazer com o sucesso profissional e as consequências dessa condição (Provérbios 3.10, 15; 13.11; 28.19).

2. O trabalho deve ser diuturno.

O trabalho de Deus sobre a Terra é descrito com sendo permanente (Salmos 104.19-23). Ele trabalha sustentando os astros celestes desde o primeiro dia da criação do Universo. O Sol e a Lua fixam mais do que a claridade e a escuridão na Terra, além de girarem em redor do nosso planeta, são matizes dos desígnios do Criador em relação ao equilíbrio entre o tempo de trabalho e de descanso do ser humano.

A Bíblia ensina que é necessário haver boa disposição ao trabalhar. Como fazer isso?
• Levantando-se cedo (Gênesis 28.18; Êxodo 24.4);
• Buscando ao Senhor (Provérbios 8.17);
• Cuidando em todo tempo do trabalho (Eclesiastes 11.6);
• Lembrando-nos de Deus em momentos bons (Eclesiastes 12.1)
• Concluindo a tarefa (Daniel 12.13);
• Começando e terminando (2 Coríntios 8.6).
3. Não ser pesado a ninguém.

As pessoas que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer a Cristo, e portanto não possuem o privilegio de pensar de acordo com raciocínio espiritual, não são capazes de mensurar corretamente a importância do trabalho de pastores, que são tarefas espirituais. Não conseguem entender que o profissional secular trabalha com vista para as coisas dessa vida, que é passageira, enquanto que o pastor lida com o destino final das almas, objetivando a felicidade dessas almas no porvir, na eternidade.

Há gente preconceituosa que olha para a figura pastoral sem lembrar que o próprio Jesus Cristo estabeleceu tal função nas igrejas, visando o bem coletivo (Efésios 4.11-13). Tais pessoas não consideram que os pastores são pessoas vocacionadas, que necessitam se consagrar para estar sempre prontos ao aconselhamento bíblico, orar por enfermos, prepararem o sermão a ser exposto nos cultos.

Críticos do recebimento de dinheiro como salário pastoral, usam a descontextualização bíblica e histórica para atacar pastores. Afirmam que o ganho não tem aprovação de Paulo, que o apóstolo nos deixou doutrina contrária à coleta de dinheiro com objetivo de que uma parte dela servisse como salário aos pastores. Os tais não ponderam que tanto no Antigo quanto no Novo Testamento encontramos textos normativos e textos narrativos. Encontramos a narração bíblica informando que Paulo trabalhou construindo tendas, mas não recebemos orientação na parte normativa solicitando que as lideranças seculares tenham ocupação em atividade secular. Pelo contrário, a norma bíblica apresentada por Paulo recomenda aos cristãos liderados que sustentem financeiramente o seu pastor.

Jesus executou o trabalho de carpinteiro, no entanto, é preciso lembrar também que Ele ao completar trinta anos, a idade de maioridade civil naquela sociedade judaica de então, tomou rédeas de sua vida, afastou-se do lar e abandonou a profissão secular para ser pregador das Boas Novas do céu. Além disso, convidou doze pessoas trabalhadoras para andar com Ele, doze homens o seguiram por três anos e meio em sua jornada de fé e amor. Eles abandonaram suas profissões seculares, deixaram a profissão de pescador, coletor de imposto, e se ocuparam com o trabalho espiritual do Mestre. E sobreviveram ás custas do dinheiro de ofertantes (Lucas 8.3).

Em Atos 20, observamos um texto narrativo. A narração de Lucas apresenta Paulo, em uma reunião de obreiros em Mileto, dizendo ser construtor de tendas. Devemos ter cuidado ao analisar contextos histórico e bíblico. Quanto a questão histórica, lembremos que Paulo agia como missionário. Não é possível fazer um paralelo com o cargo de um pastor, que vive dentro de estrutura eclesiástica já estabelecida, na função de líder em uma comunidade de gente convertida a Cristo. Paulo chegava em localidades onde não havia estrutura eclesiástica, lidava com gente não cristã e cristãos recém-convertidos. Assim sendo, como sobreviver de ofertas cuja origem é o coração cheio de fé, compromisso com a expansão do Evangelho, se não estava entre crentes espiritualmente maduros? Ele sobrevivia com seu labor pessoal em tarefas seculares e quando necessário aceitava o apoio de cristãos de igrejas distantes, gente cristã disposta a patrocinar sua missão evangelística (Filipenses 4.15-16). Quando a nova comunidade cristã estava estabelecida, o apóstolo ensinava os membros sobre o dever da contribuição financeira e partia para outras localidades para criar outros núcleos de pessoas novas convertidas (2 Corintios 9.4-12; Tito 1.5-9).

Nas cartas de Paulo, encontramos o ensino, com a clareza ideal, que mostra haver dignidade em o pastor aceitar salário cuja origem seja a arrecadação de dinheiro da igreja. O texto normativo de Paulo sobre esta questão, é: "Devem ser considerados merecedores de pagamento em dobro os presbíteros que presidem bem, especialmente os que se esforçam na pregação da palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: “Não amordace o boi quando ele pisa o trigo.” E, ainda: “O trabalhador é digno do seu salário." - 1 Timóteo 5.17-18 (NAA).

4. O preguiçoso não deveria comer (2 Tessalonicenses 3.10).

"Você comerá do fruto do seu trabalho, será feliz, e tudo irá bem com você" (Salmos 128.2). Para conquistar tal bem-aventurança, o salmista ensina que não basta evitar fazer o que Deus proíbe, é necessário praticar tudo o que Ele manda. Temer ao Senhor significa respeitar o que a Palavra determina.

O Salmo 128 destaca algumas características da pessoa que a Palavra de Deus descreve como bem-sucedida e feliz:
• essa pessoa conquista seu sustento através de atividade honesta;
• casa-se com alguém fértil (há condições para ter descendência numerosa);
• tem uma família abençoada (a companhia com quem se casou e os seus filhos lhe dão alegria);
• recebe provisão;
• há felicidade e prosperidade em seu lar.
5. A relação de empregados e empregadores (Efésios 6.5-9; 1 Pedro 2.18-20).

Os escravos, tanto na cultura helênica como na romana, não tinham direitos legais e eram tratados como mercadorias. Paulo e Pedro abordaram a relação entre servos e senhores cristãos, pois a escravidão era uma prática comum naquela época. No entanto, suas recomendações quanto à conduta do cristão não se aplicam somente àquele contexto, tendo em vista que os princípios espirituais por traz de todas as situações são eternos. Os escravos convertidos deveriam ser obedientes e honestos em todo tempo e não apenas quando supervisionados, eles precisavam trabalhar como se estivessem trabalhando para o próprio Deus, pois o Senhor recompensa a cada um conforme as suas ações, sem se preocupar com a posição que ocupa na sociedade.

A admoestação de Paulo é aplicável a todos os empregados. O termo "obedecei" (Efésios 6.5) diz respeito à submissão desde que a ordem do patrão não envolva uma clara desobediência à Palavra de Deus, como ilustrada em Atos 4.19-20. Através do serviço exemplar do empregado ao patrão, a doutrina de Cristo é bem representada neste mundo: 1 Timóteo 6.1-2; Tito 2.9-10).

Em Colossenses 3.22-24, o apóstolo escreve que é preciso trabalhar temendo ao Senhor, dando mostra que o nosso Deus dá valor ao trabalho do crente prestado diretamente ao ser humano. Assim, trabalhando, haverá recompensa justa por seus esforços, mesmo que se o seu patrão terreno não valorizar a boa qualidade do serviço realizado (Filemon 18; Apocalipse 20.12-13).

A admoestação de Paulo se estende aos senhores e aos empregadores. O patrão deve viver debaixo do temor do Senhor assim como é dever do funcionário, deve glorificar a Deus honrando as pessoas que emprega. Ao quebrar o compromisso evangélico e desrespeitar seus subordinados, instala em sua atividade a desonra a Deus (Efésios 6.9).

► Efésios 4.10-11: Os cinco dons de Cristo para qualificar você a trabalhar na Igreja 

CONCLUSÃO


Para que a vida atinja seu potencial pleno, o trabalhador deve dividi-la de maneira rítmica entre o trabalho, descanso e lazer. O descanso e o trabalho devem ter espaços de tempo proporcionais, para que o corpo se exercite em mão de obra produtiva e a alma possa contemplar o divertimento e tenha oportunidade de adorar a Deus. Neste período de pausa, que na quietação e descontração aproveitemos o tempo para usufruir das bênçãos da criação, do mesmo modo que o Criador descansou no dia sétimo. Não importa o dia que dedicamos ao Senhor, o importante é separar o dia da dedicação em com a finalidade de cultuá-lo e manter nossa comunhão com Ele (Salmos 84.2, 10; Romanos 14.5-8). Nesta interação o indivíduo, as famílias, toda a sociedade encontram condição para viver bem.

E.A.G.
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Subsídios:
Belverede. O apóstolo Paulo e a administração da coleta de dinheiro na igreja. Eliseu Antonio Gomes. 29 de abril de 2019. URL: https://bit.ly/2ZdY4eU
Belverede. Dízimo: ato de amor e fé. Eliseu Antonio Gomes. 21 de junho de 2011. URL: https://bit.ly/2KS3rHE
Bíblia de Estudo de Avivamento e Renovação Espiritual, página 80
Comentário Bíblico Mattew Henry - Antigo e Novo Testamento - Gênesis a Deuteronômio, 1ª edição 2010, página 29; Rio de Janeiro - RJ; Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).
Introdução e Comentário. Salmos 73-150. Série Cultura Bíblica. Derek Kidner. Edição 1981, reimpressão 2011. Página 319. São Paulo - SP. (Edições Vida Nova).
Tempo, Bens e Talentos - Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus tem nos dado. Elinaldo Renovato. 1ª edição 2019. Páginas 116-117. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Os motivos que levam pessoas a agirem como William Algusto da Silva, sequestrador que ameaçou passageiros do ônibus 2520 viação Galo


William Augusto da Silva, nasceu em 1999, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, havia completado 20 anos de idade e trabalhava como vigilante. 

Sobre ele, uma irmã disse que era o caçula da família. Trabalhava com o pai, gostava de trabalhar. Pensou em ser bombeiro, dizia que o Brasil estava precário e precisava de ajuda. Era uma pessoa alegre, tranquila e caseira. Mas, aos dezoito anos saiu de casa e foi morar com a avó. E às 5 horas da manhã da última terça-feira, 20 de agosto, quando o sol ainda não havia iluminado a cidade carioca, entrou em um ônibus da linha 2520, da viação Galo Branco, e fez 38 pessoas reféns na ponte Rio-Niterói, inclusive uma mulher grávida. Naquele momento, ele portava uma arma de brinquedo, simulacro de arma de fogo, uma arma de choque, spray de tinta com cor preta, garrafas contendo combustível e um isqueiro. Amarrou os sequestrados e ameaçou queimá-los. 

Cogita-se que William sofria de depressão. Ele revelou que sentia dor de cabeça, estava triste e cansado, e por conta disso sua mãe procurou assistência médica e assim passou a tomar remédios para controlar seu mal estar. Uma irmã do rapaz acredita que William decidiu sequestrar o ônibus e ameaçar pessoas porque não suportava mais a pressão na cabeça, não aguentava mais o sofrimento com ele mesmo; não pensava em se matar mas desejava que alguém o matasse. 

O comandante do Batalhão de Operação Especiais (Bope), que administrou a ocorrência, descreveu William como uma pessoa portadora de perfil psicótico. Seu estado emocional oscilava entre altos e baixos. Não foi capaz de explicar com clareza para a polícia qual era sua motivação para sequestrar os passageiros do ônibus, no entanto, pediu 30 mil reais. Os reféns disseram para jornalistas que William havia dito estar vivendo problemas pessoais, sem detalhar quais seriam, não queria machucá-los e manteve a calma durante todo o período de negociação com a polícia.

William usou uma máscara igual à utilizada pelo atirador que matou oito pessoas no dia 13 de março na escola de Suzano. O sequestro durou quatro horas e terminou quando atiradores de elite o alvejaram de modo fatal, aproveitando um momento em que desceu do veículo. No momento dos disparos, diversas pessoas no local comemoraram ao ver seu desabar inerte no asfalto; os pais do sequestrador se dirigiam ao local para tentar ajudar na solução do problema, ficaram muitos abalados com a morte e a atitude do filho, e receberam proposta de tratamento de psicólogo. 

Segundo Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, que conversou com a família do sequestrador, a mãe de William demonstrou sentir uma imensa dor na alma, um dos parentes do criminoso pediu perdão a ele e para a sociedade. “Conversei com familiares dele, um deles me pediu desculpa. Mas ele queria pedir desculpas e pediu à toda sociedade, pediu desculpas aos reféns, disse que alguma coisa falhou na criação. Vamos também cuidar da família dele, tentar entender o problema para que outros não ocorram", destacou o governador.

Os atiradores serão promovidos por Witzel. 


Por que William quis fazer isso?

É preciso analisar com muito cuidado assuntos assim. Famílias sofrem em agonia. Vidas foram separadas. A devastação produzida pela atitude inconsequente do jovem William é indescritível no coração da sua família. Porém, é por essa razão que não podemos ficar calados. Para erradicar o fruto de baixa qualidade, o agricultor cuida da raiz ruim. É preciso entender a razão de acontecimentos dessa natureza e nos concentrar e achar respostas.

Famílias desestruturadas. 

Aparentemente, o caso de William tem a ver com saúde. debilitada. O relato da mídia sobre como os pais se comportaram diante do fato estarrecedor, demonstra que eram genitores de bom coração.

Quais são os denominadores comuns nessas tragédias? Logicamente, quando alguém decide pegar em armas e ameaçar tirar vidas alheias, tal indivíduo é o responsável por seus atos de assassino. Entretanto, outros fatores podem contribuir para que tenha um estado mental perturbador.

Na fase de crescimento, a presença de pais bons e de presença estável cria reflexos positivos para que a pessoa se transforme um cidadão de bem, adulto sociável. Não podemos ignorar as consequências ruins de famílias desfeitas. Não podemos desprezar os dados de que nos Estados Unidos, a grande maioria dos atirados em massa moravam em lares sem pai.

Está comprovado que haver a presença do pai biológico ao longo da criação e desenvolvimento da criança é algo extremamente benéfico para ela. Quando o homem separa o sexo da paternidade, quando o divórcio desfaz a união de pai e mãe, é quase uma certeza absoluta que haverá estragos na cabeça do filho.

Os assassinos vêm em grande parte de lares sem pai?

O divórcio cria abalos psicológicos marcantes na vida de crianças, jovens e adolescentes. Não negamos a existência das exceções nestes casos. 

O contraponto importantíssimo, que salva muitas pessoas na idade infantil, é a adoção. A relação de amor é mais forte do que o aspecto consanguíneo; o laço de afeto verdadeiro de bons pais adotivos é capaz de remediar as consequências da ação nociva de famílias desestruturadas.

É importante enfatizar: crianças precisam de pais, e os pais precisam ter Jesus como seu Salvador e Senhor, todos precisamos considerar a Bíblia Sagrada a nossa regra de fé e conduta.

A ideologia marxista versus família cristã. 

Como cristãos devemos estar atentos para as forças espirituais e sociológicas que estão unidas para destruir o padrão bíblico estabelecido por Deus para a instituição familiar. Nesta ação simultânea de ataque às bases da sociedade cristã, existe:
• a perda da noção exata da santidade, que há no matrimônio;
• a pornografia, que transforma homens viciados em sexo e mulheres em objetos da luxúria masculina;
• o feminismo, que desdenha da responsabilidade masculina no casamento e na família; 
• a defesa do direito ao aborto em qualquer circunstância, que incentiva a cópula irresponsável e egoísta.
Todos esses elementos de ataque visam acabar com casamentos, desestabilizar a vida de crianças tirando delas a figura paterna, e assim desfazer o núcleo social aos moldes bíblicos, que é a família estável, composta da união de um marido ao lado de sua esposa criando seus filhos juntos.


Pecadores e ímpios 

A alegria de alguns com a morte de William, mostra falta de compaixão. Será que não existe mais aquele amor, proposto por Jesus? "Amai os vossos inimigos." Se estes que comemoraram são pessoas que se dizem crentes em Cristo, precisam crescer na fé e no conhecimento da Palavra de Deus. A posição correta dos autênticos cristãos, é desejar que o bandido se entregue, se converta e abandone a criminalidade. Mas, se ele resiste à prisão e ameaça as vítimas e a polícia, entre a vida de inocentes e a de um criminoso, será sempre preferível que os inocentes vivam. Quem é realmente de Cristo, prefere dizer "bandido bom é bandido convertido; ex-bandido; morto apenas para as atividades desse mundo cheio de pecados." Melhor seria se aquele sujeito tivesse conhecido a Cristo antes de sequestrar e tentar incinerar mais de 40 pessoas amarradas.

Deus não tem prazer na morte de ninguém, nem do ímpio e nem do pecador. Existe diferença entre o ímpio e o pecador. O ímpio é aquele que faz oposição consciente contra Deus e a sua obra. é quem comete impiedade, é aquele que se posiciona, conscientemente, contra a piedade (religião). Deus não tem prazer na morte de ninguém, nem dessa gente inimiga declarada de religiosos. E o seguidor de Jesus também não sente alegria. Apesar de Deus não ter esse prazer, todos os ímpios e pecadores que não se converterem, receberão a sentença da segunda morte.

A autoridade divina que Deus dá às autoridades

O que a Bíblia diz sobre pessoas à margem da lei? "Que todos estejam sujeitos às autoridades superiores. Porque não há autoridade que não proceda de Deus, e as autoridades que existem foram por ele instituídas. Assim, aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus, e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Você quer viver sem medo da autoridade? Faça o bem e você terá louvor dela, pois a autoridade é ministro de Deus para o seu bem. Mas, se você fizer o mal, então tenha medo, porque não é sem motivo que a autoridade traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar quem pratica o mal" - Romanos 13.1-4.

Note, está escrito que as autoridades policiais, e de outras esferas, são ministros de Deus para castigar aqueles que praticam o mal. (Rm 13). As Escrituras incentivam a respeitar as autoridades, que são instituídas por Deus, e avisa que as autoridades não carregam a "espada" em vão, isto é, estão preparadas e dispostas a usar a arma quando necessário.

William agiu como se fosse um bandido que quis chamar a atenção de todos para si. E conseguiu, da pior maneira que alguém poderia imaginar. Se por acaso for verdade que pensava em não viver mais, mas não queria terminar com sua vida através do suicídio, morto por alguém, que coisa horrenda ele fez para alcançar seu objetivo; não ter amor a própria vida e colocar em risco a integridade física alheia, ser infeliz e querer provocar a infelicidade nos outros e atitude deplorável.

Conclusão. 

Nos principais polos urbanos da sociedade brasileira, a violência está presente em número alarmante. Neste caos, causado pela filosofia da pós-modernidade. Observamos que o maior número de gente predisposta a cometer as mais variadas modalidades de crimes vêm de lares com pais ausentes. Não podemos negligenciar o fato do sistema de justiça criminal ser falho, emitir sentenças desiguais para casos similares, e que ao causar a sensação de impunidade merece receber sua parcela de culpabilidade neste caos. Também É preciso voltar a sinalizar a existência de cidadãos de bem, pessoas que conseguiram superar muita dificuldade em seus lares e se tornaram as raras e nobres exceções neste assunto tão grave, que é a criminalidade.

Havia dentro do ônibus tomado pelo William pessoas em aparente risco de se transformarem em vítimas de assassinato. Garrafas com gasolina poderiam servir para atear fogo no veículo com todos dentro. Assim como o governador do Rio, nós lamentamos a morte do bandido e festejamos a continuidade da vida dos reféns. Seria muito chocante se o desfecho fosse o ônibus em chamas, com os sequestrados amarrados.

O trabalho do BOPE é inquestionável, merece parabéns.

E.A.G

Com informações de:
Charisma News - The Spirit of Jezebel, Fatherless America, and Mass Shootings - Michael Brown - 10 horas. 19/08/2019 - https://bit.ly/2NwWgGR 
G1 - Sequestro na Ponte: criminoso exigiu R$ 30 mil e avisou que não queria machucar ninguém, diz refém. 11h24 - 20/08/2019 com atualização em 22/08/2019. https://glo.bo/2TR6qmz
R7 - Balanço Geral - Irmã revela perfil do jovem que sequestrou e fez reféns em ônibus no Rio 14h54 - 21/08/2019 - - https://bit.ly/2L6FSts