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sexta-feira, 5 de abril de 2019

Bill Gates agora é centibilionário

Segundo matéria veiculada no portal Yahoo, o magnata Bill Gates, cofundador da Microsoft, é o segundo centibilionário do planeta.

Fiz uma pesquisa, nas versões online dos dicionários Aurélio e Michaellis, os dicionaristas ainda não escreveram um verbete para a palavra centibilhão, mas a própria palavra auto explica o significado: bilhão multiplicado por cem.

terça-feira, 2 de abril de 2019

A história do chocolate e a Páscoa


Por Eliseu Antonio Gomes

A maioria de nós ao ouvir a palavra chocolate, imagina uma caixa de bombons ou um coelho. O verbo que vem à mente provavelmente é "coma", não "beba", e o adjetivo mais adequado parece ser "doce". Entretanto, cerca de 90% da longa história do chocolate está estritamente associada a uma estranha forma de licor sem açúcar.

A maioria dos especialistas usa o termo "cacau" para se referir à planta ou seus grãos antes do processamento, enquanto o termo "chocolate" se refere a qualquer coisa feita a partir do grão. Os etimologistas descrevem a origem da palavra "chocolate" ao termo asteca "xocoatl", que se referia a uma bebida amarga produzida a partir de grãos de cacau. O nome latino para o cacaueiro, "Theobroma cacao", significaria "alimento dos deuses". Tanto os maias quanto os astecas acreditavam que as sementes de cacau tinham propriedades mágicas, ou mesmo divinas, adequadas para uso nos rituais mais sagrados de nascimento, casamento e morte.

O chocolate é fonte de alimentação nutritivamente limitada, embora esta substância seja apreciada por pessoas do mundo inteiro há séculos. Apesar de alguns inconvenientes, não há mal em adicionar a pasta alimentícia a uma dieta saudável e balanceada.

Chocolate

A tripulação das embarcações de Cristóvão Colombo que retornaram da quarta viagem ao chamado Mundo Novo, em 1502, levou as primeiras sementes de cacau para a Europa.

O chocolate adoçado só apareceu depois que os europeus descobriram as Américas e provaram a culinária nativa. Diz a lenda que o rei asteca Montezuma acolheu o explorador espanhol Hernando Cortes com um banquete que incluía beber chocolate. O chocolate não combinava com o paladar dos estrangeiros - em seus escritos Cortes descreveu-o como "uma bebida amarga para porcos" - mas, uma vez misturado com mel ou cana-de-açúcar, rapidamente se tornou popular em toda a Espanha. Com o passar do tempo, os espanhóis misturaram as sementes de cacau com baunilha e outros aromatizantes, açúcar e leite para chegar ao composto que, segundo um registro da época, faria as pessoas "morrerem por ela".

Nos primeiros dois séculos, o chocolate era uma bebida da moda em toda a Europa. Permaneceu em grande parte um privilégio dos ricos até que a invenção da máquina a vapor tornou possível a produção em massa no final do século 18. Apenas no século 18 foi introduzida na França uma forma sólida - provavelmente com uma consistência mais pastosa do que a conhecida por nós.

Os efeitos estimulantes do chocolate eram considerados particularmente úteis para soldados que ficavam de vigia à noite. No século 17, o, acredita-se ter propriedades nutritivas, medicinais e até mesmo afrodisíacas (há rumores de que Casanova gostava especialmente do material).

A barra de chocolate começou a ser vendida em 1910, ficou especialmente popular quando foi usada pelo exército americano como "alimento de combate" durante a Segunda Guerra Mundial.


Benefícios

• Fonte saborosa de energia rápida.
• Comer chocolate melhora o humor de algumas pessoas.

A fonte do chocolate

O chocolate é produto alimentar proveniente da semente do cacau, fruto do cacoeiro, originário da América do Sul e produzido em larga escala no Brasil, mais especificamente no estado da Bahia. De coloração marrom, processado industrialmente em forma de pasta, pó ou barras solidificadas, e a que se adicionam açúcar e aromatizantes para, a seguir, destinar-se ao consumo. Povos originários da América do Sul e Central davam tanto valor ao cacau que usavam suas sementes como moeda, o cacau era chamado pelos astecas de dinheiro que se come.  Hoje cerca de três quartos do cacau fornecido à indústria do chocolate é cultivado na África Ocidental e a maior parte do restante no Brasil.

Depois que as sementes do cacau são colhidas, a fase de fermentação e secagem é seguida de torrefação em baixa temperatura para realçar o sabor. Vários processos complicados de manuseio se seguem, dependendo de como se queira o produto final, sólido ou em pó.

Em 1928, um químico holandês encontrou uma maneira de fazer chocolate em pó. Tentando produzir uma bebida achocolatada melhor, menos oleosa, criou uma prensa que removia cerca da metade da gordura natural (manteiga de cacau) das sementes. Assim, descobriu que, ao misturar a manteiga extraída com as sementes de cacau moídas, era possível fazer uma pasta sólida lisa e gordurosa que absorvia açúcar e consequentemente esta pasta se transformava no chocolate "comestível". Ao pulverizar o que restava, tratar a mistura com sais alcalinos para reduzir o sabor amargo, o produto ficou conhecido como "cacau holandês" e logo esta criação tornou-se bastante popular.

A criação da primeira barra de chocolate moderna é creditada a Joseph Fry, que em 1847 descobriu que podia fazer uma pasta de chocolate moldável adicionando manteiga de cacau derretida como cobertura ao cacau holandês.


Derrete na boca

A utilização de manteiga de cacau pura é o que confere a textura inconfundível dos chocolates finos. Seu calor característico vem da alta proporção de sólidos de cacau.

O bem-estar

O chocolate, em forma de barra, de diferentes tamanhos e peso, em formato de tablete ou bombom, acrescentados leite, nozes, castanhas, licor etc, é de causar água na boca de muita gente.

Contém dois estimulantes alcaloides relacionados: a teobromina e a cafeína, em uma proporção de 10 para 1.

A teobromina, corresponde entre 1-2% da amêndoa de cacau. Tem sido usado pela medicina em casos de alta pressão sanguínea e em casos em que um ataque do coração resulta em acumulação de fluidos no corpo. Ao contrário da cafeína, não estimula o sistema nervoso central. Além de seu efeito diurético moderado, estimula o sistema cardiovascular, relaxa os músculos, dilata os vasos sanguíneos.

O chocolate comercial contém menos de 0,1% de cafeína e são muito menos estimulantes, em termos de volume, que um copo de café descafeinado. O chocolate em pó contém mais cafeína. O chocolate também é rico em fenilatilamina, um composto com efeitos semelhantes aos da anfetamina. Em alguns casos, pode causar dores de cabeça e enxaqueca em pessoas sensíveis.

O cacau contém cerca de 20 vezes menos cafeína que o café, ao contrário da percepção geral. O chocolate comercial contém menos de 0,1% de cafeína e são muito menos estimulantes, em termos de volume, que um copo de café descafeinado. O chocolate em pó contém mais cafeína. O chocolate também é rico em fenilatilamina, um composto com efeitos semelhantes aos da anfetamina. Em alguns casos, pode causar dores de cabeça e enxaqueca em pessoas sensíveis.

Algumas pessoas, na maioria mulheres, têm uma tendência a comer muito chocolate depois de abalos emocionais. Não existem explicações científicas para este comportamento. No entanto, psiquiátras supõem que os "chocólatras" são pessoas com problemas no mecanismo de regulagem de fenilatilamina do corpo. Outros estudiosos atribuem os desejos por chocolate a mudanças hormonais, como as que ocorrem na puberdade ou período pré-menstrual.

Depois de séculos de investigação, as alardeadas propriedades afrodisíacas do chocolate podem ser, agora, desprezadas. Mas em suas inúmeras formas modernas, o chocolate é uma tentação sem fim e, para os que conseguem suportar o aumento de calorias, trata-se de uma fonte de prazer.


Componentes

Trinta gramas de chocolate sólido contém cerca de 150 calorias e de 2 a 3 gramas de proteína. A semente original apresenta quantidades significativas das vitaminas B e E. No entanto, são tão diluídos no chocolate moderno que são insignificantes. O chocolate ao leite ou meio-amargo contém entre 40 e 53 % de gordura, manteiga de cacau.

O chocolate e o cacau em pó fornecem cromo, ferro, magnésio, fósforo e potássio, mas a gordura e as calorias não fazem do chocolate destes minérios, exceto em situações de emergência.

O cacau contém cerca de 550 miligramas de magnésio para cada 100 gramas, é a melhor fonte para o mineral.  Dá suporte ao funcionamento do coração e propicia o balanço do cérebro. O magnésio possui uma concentração 18 vezes maior no músculo do coração que no fluxo sanguíneo. Fortalece o músculo cardíaco e reduz a coagulação do sangue. Ao reduzir a coagulação, diminui a pressão sanguínea e contribui para que o coração bombeie mais efetivamente. Dá flexibilidade aos ossos e protege contra a osteoporose.

A manteiga de cacau tem uma composição química privilegiada por seu valor "conservante", seja em alimentos ou em óleo cosmético. A composição dos triglicerídeos simples do chocolate significa que ele tanto pode ser líquido como sólido; costuma-se dissolver seu pó misturado com água ou leite e servir a bebida quente. O chocolate natural não tem a consistência da manteiga à temperatura ambiente. O ponto de ebulição do chocolate é logo abaixo da temperatura do corpo humano. Ao contrário do escuro, o chocolate branco (uma mistura de manteiga de cacau, sólidos do leite e açúcar) não contém nenhum sólido do cacau, que previne que os sólidos do leite estraguem com o tempo.

O cacau contém cerca de 550 miligramas de magnésio para cada 100 gramas, é a melhor fonte para o mineral.  Dá suporte ao funcionamento do coração e propicia o balanço do cérebro. O magnésio possui uma concentração 18 vezes maior no músculo do coração que no fluxo sanguíneo. Fortalece o músculo cardíaco e reduz a coagulação do sangue. Ao reduzir a coagulação, diminui a pressão sanguínea e contribui para que o coração bombeie mais efetivamente. Dá flexibilidade aos ossos e protege contra a osteoporose.

Como o bombom chegou até nós

Em 1868, uma pequena empresa chamada Cadbury fabricava  artesanalmente e comercializava caixas de bombons de chocolate de alta qualidade na Inglaterra,

No século 20, fabricantes de chocolate independentes ofereciam o produto com mais açúcar e aditivos do que o cacau natural.  A palavra "chocolate" expandia-se no nicho da culinária, atrelada a uma variedade de guloseimas a preços acessíveis, A fabricação de chocolate ao leite continua  a ser uma indústria que movimenta mais de 4 bilhões de dólares nos Estados Unidos, e o americano de classe média consome pelo menos meio quilo do material por mês.

O chocolate de leite em forma de bombom chegou ao mercado e está consolidado, as indústrias Nestlé e Hershey's têm papel importante nisso tudo.


Como o ovo de páscoa chegou até nós

Em muitas culturas ao redor do mundo, o ovo de Páscoa ou de chocolate é um símbolo de nova vida, fertilidade e renascimento. No passado, costumava-se pintar um ovo oco de galinha de cores bem alegres, pois a Páscoa é uma data festiva que comemora a ressurreição de Jesus Cristo, sendo o ovo um símbolo de nascimento. Os primeiros cristãos da Mesopotâmia pintaram ovos vermelhos para lembrar o sangue de Jesus, isto é, o ovo da Páscoa era considerado uma lembrança da ressurreição de Cristo. Ovos eram pintados em cores diferentes. Devido ao mandamento de jejum da Igreja Católica, desde a quarta-feira de cinzas até a Páscoa, além da carne, nenhum ovo era permitido ser comido. Uma vez que o jejum dura mais de seis semanas, a preservação dos ovos era feita por cozimento, para que ficassem duros e fosse possível diferenciar os  ovos mais velhos dos mais novos, eles, e apenas no domingo de Páscoa os ovos coloridos eram ficavam disponíveis para consumo.

Ovos pintados são conhecidos da antiguidade européia. A decoração de cascas de ovos é muito mais antiga que a tradição cristã, como mostram os achados de ovos de avestruz decorados da África Austral, com 60 mil anos de idade. Além disso, ovos ornamentados de avestruz com 5 mil anos de idade foram encontrados em antigos túmulos dos sumérios e egípcios. Por milhares de anos, os iranianos e outros têm decorado ovos. É uma tradição milenar no Irã durante o equinócio da primavera pintar ovos em comemoração ao Ano Novo.

O consumo dos ovos de chocolate surgiu dos Pâtissiers franceses. Eles esvaziavam os ovos de galinha e depois recheavam com chocolate e o cobriam com pintura colorida por fora. Pais escondiam os ovos no jardim para que seus filhos encontrassem na manhã de Páscoa. O costume evoluiu até chegar à fase da indústria do chocolate, tal como conhecemos.

E.A.G.

Compilação:
Alimentos Saudáveis, Alimentos Perigosos, 110 e 111, 1ª impressão 1998, Rio de Janeiro/RJ (Readers Digest Brasil).
Brief History of Chocolate, Amanda Fiegl, 1º de março de 2008, https://www.smithsonianmag.com/arts-culture/a-brief-history-of-chocolate-21860917/

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Conserte o altar, esqueça o vento e viva a bonança


Aristeu da Silva

Escolher a vida com Deus é a melhor decisão que se pode tomar. Quem busca ao Senhor recebe dEle a informação certa para qual direção seguir. Que possamos compreender e saber aproveitar toda a alegria e ter os objetivos alcançados de acordo com a vontade do Senhor.

Conserte o altar. 

Quando Elias se defrontou com os profetas de Baal, sua primeira e primordial preocupação foi com o altar. Essa preocupação o levou de imediato a proceder um conserto no altar. A preocupação o levou de imediato a proceder um conserto completo no altar. Seus algozes não haviam conseguido êxito e Elias tinha a certeza que Deus haveria de se manifestar naquela ocasião.

É necessário consertar o altar imediatamente. Enquanto o altar estiver fendido, não poderá haver na tua vida a manifestação do poder de Deus. Deus quer operar através do teu intermédio e somente pdoerá fazê-lo quando  o altar estiver perfeito. Conserte, portanto, o altar.

"Portanto, se você estiver trazendo a sua oferta ao altar e lá se lembrar que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe diante do altar a sua oferta e vá primeiro reconciliar-se com o seu irmão; e então volte e faça a sua oferta" - Mateus 5.23-24.

Esqueça o vento.

Quando Jesus caminhava sobre as águas em direção ao barco onde os discípulos estavam, Pedro pediu ao Senhor que permitisse a ele caminhar sobre as águas também, e o Senhor atendeu ao seu pedido. Entretanto, quando andava sobre as águas, Pedro assustou-se com o vento e ao desviar o olhar de Jesus começou a afundar.Será que estamos assim?

Tens se preocupado tanto com o vento de dificuldades, de traições, de angústias, de enfermidades, de crises, de falsos irmãos que está igual Pedro, ou seja, afundando? Você está afundando no mar da vida? Esqueça o vento e permita que Jesus segure sua mão, escapando de assim de afundar.

"Se cair, não ficará prostrado, porque o SENHOR o segura pela mão" - Salmos 37.24.

"No entanto, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita" - Salmos 73.23.

Bonança

Esta é uma ordem especial de Deus. Que se faça bonança em sua vida. O Senhor ordena agora a tua vitória, todas as tuas lágrimas serão enxugadas e o anjo desce trazendo a bandeja onde está o cálice da alegria. Receba este cálice e beba-o. Então você passará a ver, sentir, e a desfrutar as maravilhosas bênçãos de Deus. Todas as promessas ainda não cumpridas, começarão a se cumprir. Alegre-se. Basta de lágrimas, de angústia, de ansiedade, de humilhações. Agora é o tempo de bonança, da bonança de Deus em sua vida.

"Então Jesus perguntou: Por que vocês são tão medrosos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e tudo ficou bem calmo" - Mateus 8.26.

Conclusão

Que cada um de nós tenha muita alegria e felicidade, persistência para superar todas as dificuldades de cada dia, e assim possa louvar ao Senhor com palavras, ações e o bom testemunho de vida.

E.A.G.
_______

O autor do artigo é pastor vinculado ao Ministério Belém - SP, das Assembleias de Deus no Brasil filiado à CGADB.

Artigo exposto neste blog com adaptação.

Fonte: Revista Vencedor, ano 7, edição 71, abril de 2013,  - Convenção Fraternal das Assembleias de Deus no Estado de São Paulo - Ministério do Belém (CONFRADESP). 

domingo, 31 de março de 2019

Bolsonaro e Netanyahu - artigo de importante portal de notícias israelense diz que transferência de embaixada para Jerusalém é questão de tempo

Itamar Eichner
Publicado: 29 de maio de 2019

Netanyahu e Jair Bolsonaro

A palavra "Jerusalém" não foi proferida nas declarações conjuntas do primeiro-ministro de Israel e do Presidente do Brasil. A estimativa israelense é que Bolsonaro cumprirá a sua promessa de transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, mas não se sabe quando isto acontecerá - escreveu o articulista do jornal local.

sexta-feira, 29 de março de 2019

A Paixão de Cristo - comentários contrários e favoráveis ao filme do ator Mel Gibson

Blog Belverede. A Paixão de Cristo, o filme de Mel Gibson. https://belverede.blogspot.com.br

Por Eliseu Antonio Gomes

A Paixão de Cristo (o título em inglês é Passion) é uma produção cinematográfica americana de 2004. Drama épico. O ator Mel Gibson co-escreveu, dirigiu e produziu; teve Jim Caviezel interpretando Jesus Cristo. A maior parte foi filmado no estúdio italiano Cinecittà.

O filme foca as últimas doze horas de Jesus. Em algumas partes do filme aparecem cenas de momentos anteriores às doze horas, surgem como se fossem lembranças o tempo da infância e da juventude, durante o Sermão do Monte, em preleção particular ao seleto grupo de discípulos e o episódio da partilha do pão na Ceia.

A equipe de divulgação do filme alardeou que as falas dos atores aconteceram nos idiomas em que as pessoas da geração de Jesus se comunicavam, mas eruditos no aramaico e hebraico dos tempos bíblicos criticam a informação, alegando que os diálogos eram sofríveis.

Premiações e bilheterias

O ator Jim Caviezel recebeu três indicações de Melhor Ator. Sendo duas do MTV Movie Awards, nos Estados Unidos e México, mas só ganhou a do Movie Guide Awards - cerimônia anual de premiação para o entretenimento cristão e familiar, realizada todos os anos em Hollywood e transmitida no Hallmark Channel na mesma época em que é realizada a festividade de distribuição do Oscar.

Quanto ao Oscar, o mais popular entre os prêmios para a indústria de cinema em todo o mundo, o filme de Gibson concorreu nas categorias de Melhor Maquiagem (venceu Desventuras em Séries), Melhor Fotografia (o vencedor foi O Aviador) e Melhor Trilha Sonora (Em Busca da Terra do Nunca foi o premiado).

Segundo uma teoria publicada às vésperas da premiação pela revista Newsweek, os olhos de soslaio e a torcida de nariz, - feita pelos membros da Academia premiadora da estatueta do Oscar - contra A Paixão de Cristo, ocorreu porque entre os jurados haviam muitas pessoas de origem judaica, que consideraram o filme como veiculador de mensagem fundamentalista e de discórdia, desrespeitoso, preconceituoso, violento e o acusaram de anti-semita.

Em óbvia estratégia mercadológica, A Paixão de Cristo estreou nos Estados Unidos em 25 de fevereiro de 2004, na quarta-feira de cinzas e começo da Quaresma. Na primeira semana de exibição, alcançou $83,848,082, ficando em quarto lugar no ranking de lançamentos de filmes durante o período de sete dias. No total, lucrou $370,782,930 naquele país e continua a ser o filme restrito de maior bilheteria na história do cinema americano. No mundo, é o filme com fala não inglesa de maior arrecadação de todos os tempos.

De acordo com uma declaração de Rubens Ewald Filho, em 23 semanas em cartaz, o filme obteve a cifra de R$ 45 milhões.

Gibson versus comunidade judaica

A opinião negativa da comunidade judaica ocorre porque o roteiro original do filme trouxe a passagem de Mateus 27.24-25, referente ao episódio em que Pôncio Pilatos lava suas mãos e lança a maldição do sangue contra os judeus que incriminavam Jesus e queriam vê-lo morto. Pilatos diz que o sangue inocente de Cristo recairá sobre os judeus e os judeus respondem "o sangue dEle caia sobre nós e os nossos filhos".

Este texto bíblico é interpretado ao pé-da-letra por muita gente, que acredita que a Diáspora de 2 mil anos e o Holocausto aconteceram por causa do pedido de morte ao Messias. Se sim ou não, o fato é que ao lançar o filme em VHS e mídias mais modernas, Gibson extraiu as cenas mais violentas e a trecho bíblico sobre a maldição do sangue.

O Gêtsemani

O cenário de abertura é o Jardim do Getsêmani. As primeiras cenas de A Paixão de Cristo é composta por Jesus sendo tentado por Satanás, que aparece em forma humana, circunstância que não está registrada nas páginas da Bíblia Sagrada. Jesus está angustiado e os discípulos sonolentos ou a dormir sob o relento. Seu suor cai em gotas de sangue.

Mel Gibson, em nome da arte contemporânea, mostra Jesus pisando na cabeça de uma serpente ali naquele momento. Embora a situação tenha o seu sentido teológico, os Evangelhos não apresentam isso naquele lugar.

Na sequência, a deslealdade de Judas Iscariotes. De posse das trinta moedas, ele perpetua a traição com um beijo. Tentando evitar a prisão de seu Mestre, Pedro usa sua espada e corta a orelha de um dos guardas do templo. Então, milagrosamente, Jesus coloca o órgão cartilaginoso em seu devido lugar. A tropa prende-o e o conduz ao Sinédrio. Pedro segue-os de longe. E João avisa sobre a ocorrência para a mãe de Jesus e para Maria Madalena.

Jesus no interrogatório, perante Pilatos e Herodes

O Sumo Sacerdote Caifás toma para si o julgamento de Jesus e expulsa sacerdotes contrários ao tribunal religioso. Pergunta a Jesus se Ele é o filho de Deus e Ele responde "Eu sou". Em sinal de repúdio a resposta proferida por Cristo, Caifás rasga suas vestes, condena-o como judeu blasfemo e sentencia-o à morte.

Distante, Pedro assiste o desenrolar do drama sem se identificar, por três vezes perguntam a ele se seria um dos doze discípulos e ele mente sobre isso. Os olhares dele e do Mestre se encontram, e Pedro foge daquele ambiente em lágrimas. 

Em outro lugar, amargurado com o que fez, Judas quer devolver o dinheiro recebido em troca da sua traição, os sacerdotes que o pagaram se recusam a ter as trinta moedas de volta. Ele é afligido de maneira deplorável por espíritos malignos, encontra uma corda amarrada em um animal morto e afastado do centro populacional de Jerusalém usa-a para dar cabo de sua vida por meio do enforcamento. A ação demoníaca não está relatada na Bíblia Sagrada.

Caifás envia Jesus para Pôncio Pilatos, para que ele endosse a pena capital contra Jesus, porém, ao interrogá-lo o governador da Judeia não reconhece nenhuma conduta errada nEle e manda à presença de Herodes com o objetivo de Herodes proferir a decisão definitiva, então Jesus é tido como inocente por Herodes e devolvido para Pilatos.

Então, Pilatos, pergunta ao povo se preferem a soltura de Barrabás, um criminoso, ou de Jesus, considerado um inocente. Em polvorosa, a multidão escolhe a soltura do malfeitor. Desolado, ordena que Jesus seja chicoteado mas não morto. Com as mãos presas em um pilastra e a pele das costas à mostra, um soldado lança as correias do chicote em Jesus, enquanto sua mãe assiste a tudo sem nada poder fazer. Soldados zombam dEle, colocando em sua cabeça a coroa de espinhos. Caifás não aceita apenas a tortura, quer vê-lo morto; apoiado pela multidão grita palavras de ordem: crucifica-o. Pilatos, com receio da reação da multidão não faz caso da liberdade de Cristo, não se importa em restabelecer a ordem e fazer justiça, lava as mãos diante dos olhos de todos os presentes, solta Barrabás e ordena a crucificação do Cordeiro de Deus.

A constituição da cena das chibatadas é realista e forte. e passam sensação de realismo; as tiras do instrumento torturante possuem peça cortante e realmente parecem machucar. Nesta altura do filme, eu vi pessoas na plateia da sala de cinema chorando.

O trajeto da Via Dolorosa

Ao carregar a cruz em direção ao Calvário, Jesus encontra-se com sua mãe, diz uma frase que não está registrada nos Evangelhos, apenas no Livro do Apocalipse: "Veja mãe, eu farei tudo novo", que alude à "Eis que faço novas todas as coisas". Dentro deste cenário, a sentença messiânica não parece ter o mesmo brilho escatológico em que está posta nos escritos de João.

Simão de Cirene é forçado a ajudar carregar a cruz.

Ainda na caminhada ao Calvário, uma mulher desconhecida enxuga o rosto de Jesus com seu véu. Tal situação não consta em nenhuma das quatro narrativas dos Evangelhos. Gibson faz uso do capítulo 7 do livro apócrifo Atos de Pilatos, escrito no quarto século e também do livro medieval Meditações Sobre a Vida de Cristo, escrito por volta de 1.380, atribuído a Pseudo Boaventura (sic). Segundo a lenda, a toalha utilizada teria ficado marcada com as feições do rosto do nosso Senhor, coisa parecida com a tradição católica, que defende o mesmo suposto em relação ao Santo Sudário. É dito que esta mulher seria a mesma pessoa a quem Jesus curou de um problema hemorrágico, embora os evangelistas não tenham citado seu nome (Mateus 9.20-22; Lucas 8.43-48). A tradição diz que depois ela teria usado a toalha para curar o imperador Tiberius; muitos católicos acreditam que este mesmo pano está preservado na Basílica de São Pedro. Católicos referem-se a ela como Santa Verônica.

No Calvário

Os pés e mão de Jesus são pregados ao madeiro. O madeiro é fincado ao chão e Ele agoniza entre dois bandidos, sendo que um deles é Barrabás. Cristo ora em favor de todos que lhe fazem tamanho mal, pedindo que os perdoe por aquela ignorância. Ele redime o criminoso que arrependido de seus pecados, anunciando que naquele mesmo dia estaria junto a Ele no Paraíso.

Em agonia, Jesus brada "nas tuas mãos entrego o meu espírito" e falece. Para este momento, Mel Gibson se dá ao direito de apresentar novamente uma licença artística: uma única gota de água cai do céu, talvez, como um simbolismo remetido ao choro de Deus. Quando o pingo encontra o solo, a natureza se agita: a luz do sol desaparece e a escuridão domina o entorno da crucificação, abalos sísmicos atingem o templo e rasga em duas partes, de cima abaixo, o pano que cobre o Santo dos santos.

Soldados quebram as pernas dos criminosos, um dos lados do corpo de Jesus é perfurado. O Novo Testamento não relata Satanás gritando, nada fala sobre a mãe e os amigos de Cristo abraçarem o corpo sem vida do Salvador, porém, o filme tem estas cenas.

A produção termina com Jesus ressuscitando e levantando-se do túmulo.

Conclusão

A licença artística em contagem de histórias bíblicas não é aceitável. Então, para muitos cristãos, A Paixão de Cristo é um filme controverso, pois não teve como base apenas os relatos de Mateus, Marcos, João e Lucas. Além dos Evangelhos, bebeu nas fontes A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, em Sexta-Feira das Dores, escritos da freira Anna Catarina Emmerich, entre outras, que já foram citados neste artigo.

E.A.G. 

A Paixão de Cristo (2004), Rubens Ewald Filho - https://cinema.uol.com.br/resenha/a-paixao-de-cristo-2004.jhtm/