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terça-feira, 5 de março de 2013

Há um milagre em sua casa

Por Eliseu Antonio Gomes

Deus é bom. Ele realiza milagres em nossas vidas mesmo sem merecermos. Mediante sua graça nos alcança em momentos difíceis e supre nossas necessidades. É capaz de agir de forma sobrenatural usando as coisas mais simples e insignificantes para manifestar o seu poder e expressar seu cuidado. 

"Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor." -  Filipenses 4.5.

Equidade é a prática de justiça de maneira voluntária, ter disposição para agir com imparcialidade e retidão, repudiar tenazmente as injustiças.

"Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito."
-  Salmos 34.18.

Para o Senhor não há causa impossível. Ele tem compaixão, vê as carências, enxerga a fé obediente, estende o braço divino e aplaca o sofrimento humano de todos aqueles que agem com equidade, isto é, socorre aos que seguem suas orientações (Salmos 40.17; 69.33; Isaías 25.4; Jeremias 20.13).

Em 2 Reis 4.1-7, encontramos a narrativa do episódio em que Deus usou Eliseu para trazer abundância para uma família pobre. A esposa de um profeta falecido, uma mulher que deve ter dedicado sua vida a Deus ao lado de seu companheiro conjugal, foi consultá-lo para resolver um gravíssimo problema de crise financeira. Ao perder o marido, contraiu a dívida dele. Não sabemos o motivo e nem qual era o tamanho da dívida. O credor batia em sua porta e a constrangia ameaçando levar seus dois filhos para trabalharem como escravos e assim pagarem a dívida do pai. Não bastasse a dor da perda do marido, corria o risco da perda dos filhos.

Naquela sociedade era comum o credor obrigar o devedor a quitar a dívida com mão de obra servil ou escrava na falta do pagamento, pois a Lei de Moisés permitia fazer isso, colocando um período de seis anos de escravidão (Êxodo 21.1-6; Levítico 25.39-55). Pessoas em pobreza podiam vender-se ou vender os filhos. Os filhos eram considerados bens transferíveis para resgatar dívidas trabalhando como escravos. Nesta situação, Deus ordenou que ricos e credores em geral não se aproveitassem de pessoas durante os tempos de extrema necessidade delas, como era o caso da viúva sem arrimo familiar (Deuteronômio 15.1-18). 

Diante do clamor da mulher desesperada, sensibilizado, Eliseu tomou atitude compassiva e perguntou o que ela possuía em casa. "Tua serva não tem nada em casa, senão um botija de azeite" (2 Reis 4.2). Apesar de ser um produto essencial na casa dos israelitas, o azeite possuía baixo valor agregado. A porção que a mulher possuía era minguada, uma botija, mas foi por meio desse líquido que Deus resolveu o extremo problema dela. Eliseu instruiu-a: "Vai, pede para ti vasos emprestados a todos os seus vizinhos, não poucos, vasos vazios, não poucos. Então, entra, e feche a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio" (2 Reis 4.3-4). Crendo na providência divina, ela o obedeceu, pediu as vasilhas emprestadas, trouxe-as para dentro de seu lar, trancou-se e de portas fechadas ao lado dos dois filhos viu o milagre da multiplicação acontecer, o azeite fluiu enchendo uma quantidade enorme de recipientes. Assim, a viúva vendeu o azeite, pagou a dívida e ainda houve sobra para viver dignamente ao lado de seus filhos.

O poder de Deus não acaba. A multiplicação só parou quando as vasos acabaram. A limitação foi humana e não de Deus. A provisão divina foi proporcional à fé e à disposição da viúva pobre em pedir receptáculos emprestados.

O azeite de oliveira era largamente empregado na preparação de alimentos, substituindo a manteiga na cozinha (1 Reis 17. 12-16). Um uso igualmente popular na esfera doméstica era o uso como combustível para as pequenas lâmpadas encontradas com abundância desde o período mais antigo da Palestina.

Deus não age como o ser humano age. Ele usa aquilo que menos se espera. Com isso percebemos que o pouco com Deus é sempre muito, e que quando existe fé no coração do servo fiel, a escassez pode converter-se em abundância, a dificuldade pode ser superada através da providência divina.
 
A narrativa bíblica do milagre da multiplicação de azeite na casa da viúva, por meio do ministério do profeta Eliseu, apresenta a soberania do Senhor para suprir as necessidades de servos fiéis (1 Reis 4.1-7). Com certeza, a fé da viúva e de seus filhos foi fortalecida com a intervenção das mãos do Senhor apresentando o devido provimento.

Os cristãos não estão isentos de passar adversidades, deve lembrar-se que têm a quem recorrer em todos os momentos, um Deus poderoso capaz de suprir suas necessidades. Períodos de escassez servem para que o coração humano se depare com suas limitações e reconheça sua dependência do Senhor e humilhe-se perante Ele.

Se estamos em posição financeira de privilégio, somos credores e não a pessoa endividada, a atitude bondosa de Eliseu demonstra que o Senhor deseja que o cristão ultrapasse o simples ato de religiosidade e pratique o amor fraternal (Lucas 6.35). 

Em necessidade e desespero, é na casa de Deus, entre os cristãos que o crente necessitado encontra o socorro adequado. 

Conclusão

A viúva tinha uma virtude importante: cultivava amigos, que lhes emprestaram seus vasos. Imagine se ela não fosse amigável, só um vaso haveria para encher, e não solucionaria seu problema financeiro.

O que possuímos pode ser bem pouco, mas é o suficiente para Deus realizar seus propósitos. O Pai Celeste é imutável, ainda está disposto a realizar milagres nos dias de hoje (Êxodo 34.6; 2 Crônicas 30.9; Salmo 116.5). "Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém." -  Efésios 3.20-21.

E.A.G.
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Consulta:
Bíblia de Estudo de Avivamento e Renovação Espiritual, Enéas Tognini, 2009, São Paulo (SBB)
Ensinador Cristão, ano 14, nº 53, página 40, 2013, Rio de Janeiro (CPAD)
Lições Bíblicas - Mestre, José Gonçalves, 1 ª Trimestre de 2013, , Rio de Janeiro CPAD. 
O Novo Dicionário da Bíblia, volume 1, 1983, São Paulo (Edições Vida Nova)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O legado de Elias

Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br
Por Eliseu Antonio Gomes

A chamada ministerial é uma situação de especificidade, é uma característica única na vida das pessoas, algo impossível de ser copiado, repetido por outros. É uma relação entre o Senhor e a personalidade do servo.
Deus prepara o ser humano para a missão a ser desempenhada, coloca nas entranhas de sua alma talentos próprios, para cumprir sua função ministerial, dá-lhe situações na vida para aprimorar sua vocação.

Características distintas entre a vida de Elias e Eliseu

Qual a profissão do profeta Elias? Talvez não tivesse nenhuma ocupação especializada, pois a Bíblia Sagrada relata apenas seu local de origem e não sua atividade de trabalho secular. Por sua vez, Eliseu era boiadeiro e trocou o ofício terreno pelo sagrado.

A Bíblia não relata a morte de Elias, informa que ele foi arrebatado numa carruagem de fogo. Mas, informa a morte de Eliseu, e que seu cadáver continha virtude e foi capaz de ressuscitar um homem morto.

Imitadores de Eliseu?

Quando o profeta Elias encontrou o jovem Eliseu, ele arava a terra usando doze juntas de bois. Elias passou sobre ele o seu manto. Após o ato simbólico, Eliseu fez uma mesa de confraternização usando como alimento as carnes dos animais que usava para trabalhar na terra, para isso usou o jugo dos bois como madeira  de combustão para preparar o fogo. Isto é, deixou a sua profissão para exercer o ministério de profeta em tempo integral.

Alguns cristãos tomam a atitude como um exemplo para a carreira de obreiro. É preciso situar e contextualizar. Não é possível comparar sem fazer as devidas proporções. Eliseu era um profeta no Antigo Testamento, viveu na Dispensação da Lei, não conheceu Cristo e não pregou as Boas Novas do Calvário. Nós somos almas que estamos na Dispensação da Graça, conhecemos a Jesus e seu sacrifício vicário, temos a missão de anunciar ao Senhor como Salvador.

O legado cultural tem a ver com o idioma, costumes e tradições, que passam de uma a outra geração. Mas, para o cristão, a herança que é uma obrigação ser transmitida é apenas a fé em Cristo, como Senhor e Salvador. A missão do cristão é ensinar seu semelhante a imitar a Cristo (1 Coríntios 11.1).

E.A.G.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

EBD 2013 - 1º Trimestre: Elias, a depressão do homem de Deus

Artigo relativo à lição nº 5, Um Homem de Deus em depressão, com comentários de José Gonçalves. Este conteúdo visa servir de subsídios aos alunos que usam a revista Lições Bíblicas, publicada pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus, cujo material é dirigido à Escola Bíblica Dominical (EBD) no período do  1º Trimestre de 2013: Elias e os profetas de Baal. Contudo, o texto é abrangente, serve a todo aquele que deseja meditar sobre o assunto.

O que é a depressão? Depressão é parte de um processo psicológico. é um transtorno psiquíatrico ligado ao desequilíbro das substâncias químicas no cérebro. É mais do que uma simples tristeza, é uma doença que precisa ser tratada. Ela pode ser de origem genética, como também aparecer devido estresse, estilo de vida, alimentação e problemas de ordem pessoal. Causa desânimo, delírio, comportamento autodestrutivo, suicídio.

"Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança" - Romanos 15.4.

Como homem de Deus, Elias era espiritual, tinha a capacidade de fazer o extraordinário de Deus acontecer, apesar de todos os pesares da limitação humana. As Escrituras Sagradas relatam a fragilidade do profeta tisbita e de outros grandes personagens bíblicos. E através disso vislumbramos que o Senhor está interessado em ajudar os depressivos a superarem a depressão.

Observe como Deus trata o deprimido Elias em 1 Reis 19.5-7: Ele o faz dormir duas vezes e lhe dá dois pratos de comida. Isso o profeta deveria ter feito por si mesmo. Muitos cristãos desabam deprimidos por negligenciar os devidos cuidados necessários quanto às coisas mais essenciais da vida, que são comer e dormir.

É surpreendente a diferença de comportamento de Elias em 1 Reis 18 e 1 Reis 19. Primeiro, um Elias entusiasmado e ousadíssimo demonstra o poder e a grandeza de Deus ao confrontar o rei e 850 sacerdotes pagãos, depois, diante da ameaça de Jezabel, corre assustado e se esconde. O que houve? Talvez o profeta esperasse que diante do fato de orar e descer fogo do céu, tudo mudaria em Israel, a idolatria acabasse e Acabe se convertesse ao Deus verdadeiro. Talvez, a mudança drástica de ânimo aconteceu porque ao invés de ocorrer um grande avivamento, a perseguição passou a ser mais intensa, havia o iminente risco de morrer.

Elias, como ser humano era sentimental, se decepcionou e experimentou a dor da alma,, todas as intempéries da vida. Durante os momentos de conflitos internos, períodos de enorme tristeza, sentiu medo e empreendeu fuga, isolou-se e sentiu comiseração. Em sua solidão e sentimento de autopiedade quis morrer, e descobriu que estava debaixo dos cuidados de Deus (1 Reis 19.3-7; Tiago 5.17-18).

Aprendemos com a expectativa de Elias que apesar de Deus trabalhar em nossas vidas de maneira espetacular, nem sempre a reviravolta que desejamos que aconteça, acontecerá de imediato. Se nos concentramos em determinado resultado rápido, poderemos cair na mema depressão do profeta: sentimento de fracasso, medo e frustração. É preciso ter paciência, ignorar as aparentes dificuldades e enxergar além dos problemas. Não há nenhum erro em querer ver o melhor, mas é necessário tomar cuidado com a espécie de nossas expectativas, pois elas podem levar às grandes decepções.

Nenhum cristão está imune ao desconforto psicossocial. Então, precisa manter o foco na direção certa. Não andamos por vista mas pela fé. Usando a fé  jamais nos esqueceremos que Deus está no controle de tudo (2 Coríntios 5.7; Salmos 103.19; 115.3). Ao manter a confiança que o Senhor é fiel, e descartamos os anseios equivocados, descansamos nas promessas e princípios revelados nas Escrituras Sagradas (Números 13.1-2; Salmo 19.7-9; 93.5; Romanos 4.16-21).

E.A.G.

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Consulta:
Bible Org - http://bible.org/seriespage/crisis-elijah-1-kings-194-14
Easy English Bible - http://www.easyenglish.info/problems/tpaou07-pbw.htm
Lições Bíblicas, José Gonçalves, Rio de Janeiro, 2013 (CPAD.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

EBD 1º Trimestre de 2013: Elias e a longa seca sobre Israel

Por Eliseu Antonio Gomes

Nomenclaturas

Existe uma diferença entre os fenômenos climáticos seca e estiagem. Ambas provocam a insuficiência de chuvas. Porém, há um conceito metereológico que define a seca como um fenômeno permanente, enquanto a estiagem acontece por determinado intervalo de tempo.

Baal e Aserá

Baal era a principal divindade masculina dos fenícios e dos cananeus, era considerado o deus do trovão, do raio e da fertilidade, simbolizava as forças da natureza e supostamente possuía poder sobre os fenômenos naturais.

A deusa Aserá era a esposa de Baal, adorada entre os sidônios e  na mitologia cananéia.

Fidelidade, infidelidade, escassez e fome

A Escritura revela que a fome era extrema em Samaria. O grande período sem chover provava que Baal era um deus falso. A passagem bíblica de 1 Reis 18.5 revela que inclusive os cavalos de montaria do rei sofriam com sede e fome.

Até mesmo em uma grande escassez Deus nunca se esquece dos seus servos fiéis. Enquanto os idólatras padeciam durante o tempo que não chovia, o Senhor revelava-se de maneira maravilhosa ao enviar provisão aos que não dobraram seus joelhos a Baal. Não faltou água e comida para Elias durante a estiagem, como também não falou provisão aos muitos outros profetas do Senhor (1 Reis 17.1-7; 18.4; 19.18).  

O apóstolo Paulo nos deu um depoimento sobre sua fé em Deus independente das condições em que se encontrava, que todo cristão precisa estar disposto a imitar: "Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece" -  Filipenses 4.12-13.

O monte Carmelo

O monte Carmelo era o pico de uma cordilheira, as cadeias de montanhas que ele fazia parte se estendiam do sudeste de Israel até o Mediterrâneo. O local era o mais famoso centro religioso de adoração a Baal, onde havia santuários pagãos nos quais prestava-se culto ao falso deus pedindo o retorno das chuvas e boas colheitas.

O longo período em que não chovia sobre o reino do norte criou as condições para que Elias desafiasse os profetas de Baal e de Aserá, provasse que tais divindades não passavam de deuses falsos.

O teste da verdade

No monte Carmelo, Elias resolveu realizar o teste da verdade e mostrar a superioridade de Jeová contra Baal. Era o ambiente mais que propício ao desafio, pois haviam novecentos sacerdotes pagãos e grande aglomeração de corações israelitas idólatras. Conferir: 1 Reis 17.1, 2; 18.1, 2, 19. 21, 39.

Com firmeza de fé, Elias convidou o rei Acabe e os sacerdotes de Baal ao cume do monte para realizarem uma prova de fogo, com a finalidade de determinar quem adorava ao Deus verdadeiro. O teste que o profeta estabeleceu colocava a sua vida em risco: o Deus verdadeiro responderia à oração do seu adorador com fogo para queimar a oferta de sacrifício. Se Baal enviasse fogo, Elias seria morto. Mas Elias se sentiu tranquilo porque tinha convicção que Baal sequer existia e que era servo do Deus vivo. Em reação à ação de Elias, Deus enviou uma das respostas de oração mais espetaculares registradas na Bíblia Sagrada, capitulada em 1 Reis 18.22-40.

Fé e coragem

Elias era um homem  perseguido por causa de sua religião, era ilegal ser um profeta do Senhor durante o reinado de Acabe e rainha Jezabel. Com coragem ele se opunha a religião idólatra financiada pelo Estado, requerida por lei.

Elias era uma mero cidadão entre o povo simples que seguia com o coração dividido, idolatrando Baal, Aserá, e ao mesmo tempo a Jeová. A clássica pergunta (até quando coxeareis entre dois pensamento?) revela o coração infiel dos judeus, que deveriam adorar apenas ao Senhor, mas sob pressão curvavam os joelhos a Baal. José Gonçalves, comentarista da revista Lições Bíblicas, ao abordar essa interrogação, escreveu: "A palavra hebraica "as'iph", traduzida como pensamentos, mantém  o sentido de ambivalência ou opinião dividida. A idolatria havia dividido o coração do povo."

Pela perspectiva humana, a proporção desigual de pessoas, quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e quatrocentos e cinquenta profetas de Aserá contra um profeta do Senhor, revela a fé e coragem de Elias. Ele sabia que estava na condição de alguém desprotegido apenas aparentemente. Deus estava presente naquele momento e em todos os outros (1 Reis 17.1; 18.19).

Elias fez uso do ato profético para revelar aos israelitas a soberania de Deus, não somente sobre a história, mas sobre os fenômenos naturais. Ao final da prova de fogo, ordenou que matassem os profetas de Baal e Aserá seguindo a ordenança que constava na Lei de Moisés: 1 Reis 18.40; Deuteronômio 18.20.

Ao corajosamente usar a fé, não ceder à pressão estatal, o profeta serviu de instrumento de Deus para que os propósitos divinos fossem alcançados. Embora o coração de Acabe não tenha se convertido ao ver o resultado do confronto realizado no monte Carmelo, o povo se arrependeu diante da evidência que Jeová é o único Deus verdadeiro, a fonte de vida e bênção, e o perigo da apostasia total foi afastado.

A lição contida na persistente oração de Elias

Apesar de Deus avisar a Elias que iria chover, o profeta prostrou com rosto em terra e orou por sete vezes pedindo ao Senhor que abrisse as janelas do céu, acreditou que haveria resposta positiva da sua oração mesmo antes de qualquer evidência (1 Reis 18.1; 42-45). O apóstolo Tiago esclarece que a oração de um cristão pode ser tão eficaz quanto a de Elias (Tiago 5.17-18).

O escárnio de Elias e o clamor dos profetas de Baal

Eias era um homem sujeito às mesmas paixões carnais que qualquer um de nós. A situação de animosidade entre ele, Acabe, Jezabel e os sacerdotes de Baal, era intensa, algo grande e capaz de abalar seu lado emocional (1 Reis 18.17-18; Tiago 5.17).

No cume do Carmelo, enquanto os sacerdotes de Baal prepararam o altar e clamaram por mais de seis horas, e ao mesmo tempo se retaliaram, sem obter nenhum tipo de resposta, Elias caçoava de todos eles. Com certeza os sacerdotes pagãos ridicularizaram Elias e sua fé. Vivendo na Dispensação da Lei, que imperava o revide "olho por olho e dente por dente", o profeta deve ter replicado às zombarias que ouviu (Êxodo 21.24; 1 Reis 18.26-29).

A reação zombeteira de Elias é apresentada apenas como um relato, não há nas Escrituras uma posição afirmando que a atitude de escárnio era da vontade divina. Entretanto, encontramos entre os cristãos quem admire a postura irônica de Elias, e até o imite fazendo ironias também.

Zombar é escarnecer, aborrecer, comportar-se dando vazão aos sentimentos de ira e inimizade e ao mesmo tempo provocá-los no próximo. O Salmo 1 recomenda ao servo de Deus não assentar-se na roda de escarnecedores, quanto mais proceder igual a eles. Nenhum cristão deve comportar-se como um escarnecedor.

Conclusão

Estamos na Dispensação da Graça, o tempo das zombarias de Elias passou, é tempo de amar os semelhantes.

O cristão precisa dominar o ambiente em que está com atitude de mansidão. Ser manso não é ser fraco, é ser forte espiritualmente, é saber reagir com a firmeza de uma rocha, a pedra imóvel e inabalável diante de todas as intempéries."Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar." - Tiago 1.19.

Ame a todos. É preciso amar, porque a prática do amor se consiste no cumprimento do mandamento de Cristo.

Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes"
- Mateus 5.38-42.

“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos”
-  Mateus 5.43-45.

Ore em favor de quem não merece ser amado por você, peça a Deus que crie situações em que poderá praticar o bem para quem se comporta como seu inimigo. O amor é o vínculo da perfeição, quem pratica o amor vive em santidade, está distante do pecado como Deus orienta que esteja (Colossenses 3.14).

 E.A.G.

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Consultas:

A Rocha - A Bíblia que conduz às escolhas certas; Josh McDowell; 2002, São Paulo (Editora Candeia);
Bíblia de Estudo Plenitude; Barueri, 2001 (Sociedade Bíblica do Brasil);
Lições Bíblicas, José Gonçalves, 1º trimestre de 2013, Rio de Janeiro (CPAD).

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

EBD 2013 - 1º trimestre: Elias e Eliseu e a apostasia no reino Israel

Por Eliseu Antonio Gomes

O nome Elias significa "o Senhor é Deus". E Eliseu, "Deus é salvação".

A fé que nos leva à salvação possui exatamente a sequência dos significados dos nomes desses profetas: é preciso crer e confessar que Jesus Cristo é o Senhor pois só no Senhor é possível ser salvo (Mateus 10.32; Atos 16.31; Filipenses 2.11).

Tanto Elias quanto Eliseu viveram após o reinado de Salomão, quando a nação de Israel estava dividida em dois reinos independentes. Judá ao sul e Israel ao norte. Ambas tiveram entre seus cidadãos homens levantados pelo Senhor para tratar de assuntos como justiça social, a necessidade do afastamento do pecado e da aproximação a Deus.

Naquela época, Deus havia instituído nos dois reinos as figuras dos profetas, dos sacerdotes e permitido a existência da monarquia como forma de governo administrativo. Quando os líderes e os governos desviavam-se dos propósitos divinos os profetas entravam em ação.

Os dias de Elias em Israel se passaram num período em que seu país ganhou fama devido a grande impiedade do rei Acabe e sua esposa Jezabel e desvios dos caminhos do Senhor por parte da maioria dos judeus.

A apostasia de Onri e Acabe

Onri (em hebraico, impetuoso) foi rei de Israel e pai de Acabe. Na esfera de poder neste mundo, foi um grande administrador, fundou Samaria e fez dela a capital de seu reino. No que tange à fé, exerceu um mau reinado e aplicou uma péssima instrução ao filho, que o precedeu no trono (1 Reis 16. 23-28).

Acabe (hebraico: irmão do pai, isto é, muito semelhante ao pai), governou no período de 874 e 853 a.C.. Ele é descrito como o monarca que mais irritou ao Senhor, e esta declaração é apresentada revelando que ele construiu um bosque (1 Reis 16.33). Não se trata da construção de um simples arvoredo, era a tentativa de misturar elementos de culto judaico com elementos de culto cananeu,  a criação de um ambiente de culto pagão preparado pelo rei, onde se encontrava troncos de árvores com imagens de esculturas, lugar em que o povo era incentivado a reunir-se para adorar a Baal e Asera (sugestão de leitura no rodapé), ou seja, Acabe institucionalizava a apostasia dos judeus, o governo de Acabe patrocinava a idolatria em Israel, induzia o povo de Deus a afastar-se dEle.

A apostasia na Igreja

O coração do crente cheio de dúvidas é lançado para todos os lados e nada receberá do Senhor. Nada! A consequência de ser um crente inconstante leva ao mesmo resultado que as ondas recebem do oceano. Grandes movimentos ondulatórios de águas são lançados às praias e quebram-se nos rochedos ou na areia. Ao ler a Bíblia Sagrada, é preciso ater-se aos detalhes. Tiago redigiu carta aos crentes, não foi aos incrédulos. Em sua missiva mencionou cristãos com ânimo inconstante: num momento seguem a Cristo e em outro seguem os instintos da carne. Vamos ao que está escrito pelo apóstolo: "Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma. E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos" - Tiago 1.2-8.

O apóstolo Paulo tratou do mesmo assunto, porém, focando crentes que estão em outro nível deplorável. Existem pessoas que em alguma parte do passado delas tiveram a condição de salvas e depois perderam a salvação que Deus lhes deu. A fé e a salvação não foram tirada delas. Ao desprezar por conta própria a fé e o dom da salvação, perderam a posição de salvas. Após a inconstância à fé elas decidiram por abandoná-la em definitivo. Paulo escreveu o seguinte: "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios" - 1 Timóteo 4.1.

Apostatar é o mesmo que renunciar. Não é possível abandonar aquilo que nunca foi nosso. Paulo não afirmaria que alguns largariam a fé se em alguma fase da vida não a possuíram.

A fé genuína e a fé pagã

É uma pena ver cristãos entrando em seminários teológicos e ao concluírem seus cursos saírem de lá piores do que entraram - há casos de apostasia. Isto ocorre em algumas instituições de ensino que não prezam pela vida espiritual dos alunos. Que se multipliquem os teólogos entre nós, porém, que o conhecimento mais  importante seja enfatizado, que é o temor a Deus.

A palavra religião, tem raiz no termo latim religare (ligar outra vez). Tiago explicou como ocorre a religação com Deus - faça o bem aos necessitados e evite se sujar com o pecado: "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo" - Tiago 1.2. Muita gente falha nesta lição. Pratica o bem e ao mesmo tempo não se importa em pecar, ou contaminado com o pecado faz o bem pensando que por meio da caridade se tornará limpo.

Na sociedade moderna, os religiosos que seguem as determinações bíblicas rigidamente são considerados fundamentalistas, fanáticos, retrógradas. E para esquivar-se dessa hostilidade, muitos que se apresentam como cristãos  praticam a religião proposta por Acabe - uma fé misturada. A filosofia da atualidade é: adore a Deus, mas não precisa seguir à risca os princípios bíblicos, relativize as propostas das Escrituras Sagradas. Adapte a Palavra de Deus a você, não permita que ela molde você.

Ao contrário de Jezabel, Acabe não teve iniciativa clara de matar profetas e nem de erradicar a religião judaica de Israel. Ele tentou misturar religiões. São muitos que hoje em dia desejam viver uma religião cristã cheia de misturas com diversos movimentos religiosos.

E isso nos leva a perguntar: como vai a sua fé? Quais são as bases de suas decisões diárias? Só a Bíblia Sagrada deve ser a nossa regra de fé e conduta (Salmo 119.109).

Conclusão

O objetivo de Deus não é fazer com que as almas se convertam em cristãos assembleianos, cristãos batistas, cristãos presbiterianos, arminianos ou calvinistas. Apenas deseja que as almas sejam seguidoras de Jesus Cristo. Você quer praticar seu cristianismo frequentando a Assembleia de Deus? Ótima opção! Batista? Muito bem... Mas, se fazendo presente nelas ou em outras denominações evangélicas, cuide-se para que a placa denominacional do ministério cristão que mais aprecia esteja sempre abaixo da sua adoração a Deus e a Jesus Cristo.

Equiparar  em importância o Evangelho de Jesus Cristo, sintetizado por Tiago como "a religião pura e imaculada", aos credos religiosos é o mesmo que viver uma situação similar à religiosidade proposta por Acabe. Que cada um de nós tenhamos o devido cuidado para não tratar dogmas e ortodoxias como deuses em nossa jornada de fé.

E.A.G.

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Artigo paralelo: O que é e o que não é pecado

Sobre a idolatria enfrentada por Elias, veja mais detalhes acessando o artigo Jeremias e o falso deus Baal

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Consultas:
Belverede - http://belverede.blogspot.com.br/2010/03/como-os-calvinistas-confrontam.html
Ensinador Cristão, nº 53, ano 14, 1º trimestre de 2013, Rio de Janeiro, CPAD
Lições Bíblicas - Mestre, José Gonçalves, 1º trimestre de 2013, Rio de Janeiro, CPAD
Pequena Enciclopedia Bíblica O.S. Boyer, 19ª edição, 1992, Minas Gerais, Editora Vida

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

CPAD - EDB 2012 - 4º trimestre: Malaquias e a sacralidade da família


O profeta

Malaquias é o profeta que fecha o grupo Doze Profetas Menores e também quem Deus usou para fechar a mensagem divina na forma escrita no Antigo Testamento.

O nome Malaquias aparece na introdução da obra, significa "meu mensageiro, meu anjo". Pode ser entendido como nome próprio e também como um título a quem o Senhor usa como porta-voz.

O casamento

Deus criou a instituição família e odeia o divórcio. É digno de nota que o primeiro livro do Antigo Testamento Gênesis, é o livro que apresenta o Criador formando a família, e que Malaquias, o último, apresenta o Senhor repreendendo o divórcio (Gênesis 2.21-22, Malaquias 2.16).

Alexandre Coelho escreveu o seguinte: "Deus condena os filhos de Israel pela prática dolosa do divórcio com suas esposas judias, a fim de se casarem com mulheres estrangeiras. Pelo teor do texto, entendemos que se tratava de homens com certa idade, que desprezavam a esposa com quem tinham se casado na juventude para contraírem núpcias com mulheres estrangeiras mais novas".


O livro

O livro foi escrito a partir de 516 a.C, depois que foram retomados as cerimônias de culto no templo de Jerusalém, depois da reconstrução empreendida por Zorobabel.

Em sua mensagem, Malaquias anuncia que Deus virá julgar e purificar o seu povo, para o que enviará primeiro um profeta como Elias para lhe preparar o caminho. Nos Evangelhos de Mateus e de Lucas, esta promessa está relacionada com João Batista, escolhido para preparar a vinda de Jesus Cristo (Mateus 17.11-13; Lucas 1.17).  

Gostei do comentário de Esequias Soares na revista para mestres, no tópico Interação: Comumente isolamos um assunto de determinado contexto literário ignorando o tema central daquela obra. O livro de Malaquias é o exemplo perfeito disso. Quando falamos nele, pensamos logo em "dízimo". É como se "Malaquias' e "dízimo" fossem temas amalgamados. No entanto, veremos que o assunto predominante do profeta Malaquias não é o dízimo (este apenas é tratado num contexto de corrupção sacerdotal e da nação), mas contrariamente, é o ralacionamento familiar e civil entre o povo judeu que constituem o seu tema principal.

O ministério

Malaquias começou a profetizar quando o povo e os sacerdores desrespeitavam o mandamentodo Senhor. A situação religiosa tinha se degradado, a moral tinha descido ao nível do insuportável, o culto era menosprezado pelos judeus. 

Afirma-se que o profeta tenha agido no período intermediário entre os ministério de Ageu e Zacarias, por volta dos séculos VI e início do  V a.C. Também levanta-se a hipótese que Malaquias tenha profetizado e sua profecia tenha dado abertura para as reformas realizadas por Neemias, visto que seus escritos refletem as condições existentes da época em que os muros foram reerguidos.

Conclusão

A mensagem enérgica de Malaquias contra a degradação moral e religiosa de seu tempo, prepara a comunidade para o reencontro com Deus. O convite também é válido para todas as pessoas da Era Cristã, que hoje não realizam momentos de adoração pautados pelo que têm de melhor. 

Consulta:

Bíblia de Estudo Almeida, edição 2006, Barueri (Sociedade Bíblica do Brasil).
Os Doze Profetas Menores, Alexandre Coelho e Silas Daniel, página 106, Rio de Janeiro (CPAD).

terça-feira, 23 de outubro de 2012

CPAD - EDB 2012 - 4º trimestre - Amós e a justiça social como parte da adoração a Deus

Quem foi Amós?

O nome Amós significa carga ou carregador.

Amós era um simples camponês de Judá, homem rústico originário de Tecoa, região situada, aproximadamente, a 17 quilômetros ao sul de Jerusalém. Era boiadeiro e cultivava sicômoros, isto é, figos silvestres (7.14). Deixou o campo para profetizar ao norte de Betel, no centro religioso, focando as dez tribos do norte.

Num cenário religioso e social de total descaso com as coisas de Deus, Amós exerceu seu ministério durante os reinados de Uzias, rei de Judá e de Jeroboão II, filho de Joás, rei de Israel. De acordo com a tradição judaico-cristã, esse rei obteve muitas vitórias contra seus vizinhos hostis, e com isso obteve o controle das rotas comerciais que levavam à Samaria. O profeta viveu dias de grande prosperidade no Reino do Norte. Majestosos prédios estavam erguidos, os ricos moravam em residências espaçosas e próximas aos centros litúrgicos populares.

Pela perspectiva humana, Amós não era a pessoa melhor indicava para falar a classe dominante e sofisticada de Israel. Não estudou na escola de profetas; era um "leigo na igreja"; não era acostumado com os trabalhos da liderança e nem de administração dos sacrifícios e leis cerimoniais descritos no Pentateuco.

Amós foi contemporâneo dos profetas Oseias, Jonas e Miqueias. Suas profecias anunciaram a queda do Reino do Norte, por este motivo os sacerdotes o acusaram de traidor e o expulsaram de Israel.

A missão de Amós

O discurso de Amós não era sofisticado, porém era um ataque consistente às instituições de Israel, um confronto aos descasos que assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação.

Em sua linguagem pouco ortodoxa chamou as mulheres da cidade de "vacas de Basã" (4.1). Elas viviam em luxo extremo, pensavam apenas em seu prazer e não nos oprimidos dos quais seu bem-estar dependiam. De maneira muito clara Amós anunciou o castigo divino que receberiam. O cruel exército assírio, que mais tarde capturou Israel e o levou para o exílio, construiu monumentos que mostravam seus prisioneiros sendo arrastados com ganchos em suas bocas.

Na geração de Amós, havia baixa condição moral e espiritual, o povo oferecia o seu culto a Jeová e ao mesmo tempo sujava as mãos praticando injustiças e participando de cultos a deuses estranhos. Todo o sistema político, religioso, social e jurídico estava corrompido. A iniquidade era praticada através do uso do luxo extravagante, prostituição cultual e idolatria. O profeta combateu esse quadro deteriorado, sua mensagem era contra a idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a violência, profetizou o castigo para os pecadores contumazes, a cobrança indevida de taxas e a malversação dos impostos no culto aos falsos deuses.

Amós alertou sobre o esquecimento da prática da lei do penhor (Êxodo 22.26-27; Deuteronômio 24.6-17). Sofreu enorme oposição do sacerdote Amazias, que era alinhado politicamente ao rei Jeroboão II (7.10-16). Foi contra as injustiças sociais e contra toda sorte de desonestidade que pervertia o direito das viúvas, dos órfãos e dos necessitados. Também falou sobre o futuro glorioso de Israel. (2.6-8; 5.10-12; 8.4-6).

O livro de Amós

O estilo literário de Amós é simples e pitoresco, possui muitas metáforas chocantes:
a - A fadiga da misericórdia de Deus para com os pecadores contumazes é comparada a um carro sobrecarregado (2.13);
b - A pressão do dever do profeta é comparado ao rugir do leão (3.8);
c - O escape difícil do remanescente de Israel é comparado ao pastor que tira uma ovelha mutilada da boca do leão (3.12);
d - A escassez da Palavra de Deus é comparada a um homem no mundo natural (8.11-12).

O livro de Amós pode ser dividido em duas partes: os oráculos provenientes pela palavra (1-6) e pelas visões (7-9). Aborda a relação das nações com Israel e seu Deus. Esclarece que a soberania do Senhor não está limitada aos judeus, mas se estende aos gentios. Diz que o Criador controla a história e o destino das nações (Amós 9.7).

A mensagem profética do ministério de Amós nos ensina que praticar a justiça social faz parte da adoração a Deus. Sua mensagem é atual e abrangente, aborda a vida social, política e religiosa do povo de Deus. É conhecido como o livro da justiça de Deus e mostra aos religiosos a necessidade de se incluir na adoração dois elementos importantes e há muito esquecidos: justiça e retidão.

O livro de Amós é citado no Novo Testamento. Compare Amós 5.25-26 com Atos 7.42-42; e, Amós 9.11-12 com Atos 15.16-18.

A verdadeira adoração

Os israelitas fizeram pouco caso daquilo que a própria Lei de Moisés ordenava. Em lugar de ser um exemplo para as nações, os pecados de Israel excedeu aos dos gentios. Amós deixou claro que o Reino do Norte, ainda que orgulhoso de sua história e recentes sucessos, era ofensivo ao Senhor. Por isso Deus ficou irado com o seu povo. O descaso com as coisas de Deus produz consequências sérias

A prostituição era parte integrante de cultos pagãos, os israelitas afastavam-se de Deus entregando seus corpos à devassidão religiosa. "Um homem e seu pai coabitavam com a mesma jovem e, assim, profanam o meu santo nome" - Amós 2.7 (ARA).

Amós denuncia a adoração sem conversão, o arrependimento sem sinceridade. Aborda a questão de estar envolvido em liturgias bonitas, rituais externos e cerimônias formais sem comprometimento com a vontade de Deus.

Os israelitas ofereciam sacrifícios de manjares e ofertas pacíficas, entoavam cânticos, mas não eram verdadeiramente convertidos ao Senhor. A genuína adoração a Deus é interna, é possuir devoção reverente, honrar ao Senhor de maneira individual e pública, ter o espírito quebrantado e o coração contrito (Salmo 51.17).

Vivemos num tempo de corrupção na política e grandes injustiças sociais. Pessoas sem temor de Deus e amor ao próximo buscam intensamente os seus próprios interesses. É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa. Tal senso de justiça expressa o pensamento da lei e dos profetas e é parte do grande mandamento da fé cristã (Mateus 22.35-40).

Conclusão

O livro de Amós nos mostra que Deus usa quem Ele quer, que às vezes faz uso de pessoas que estão fora dos padrões convencionados como aceitáveis, gente sem nenhum compromisso com as regras cerimoniais que regem a religião formal.

Um dos pilares da verdadeira religião é a preocupação e ação de auxílio para com os "orfãos e as viúvas" (Tiago 1.27).

E.A.G.

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Compilações:

Bíblia de Referência Thompson, edição 2007 (Editora Vida);
Lições Bíblicas, 4º trimestre 2012, Os Doze Profetas Menores - Mestre, Esequias Soares (CPAD);
Conciso Dicionário Bíblico Ilustrado - S. L. Wathson e D. Ana, apêndide da Bíblia Sagrada, edição 1982 (JUERP/ Imprensa Bíblica Brasileira);
Ensinador Cristão, ano 13, nº 52 (CPAD);
Os Doze Profetas Menores, 1ª edição, 2012, Alexandre Coelho e Silas Daniel (CPAD).

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A sábia oração do profeta Elias e o jugo desigual do rei Acabe

http://www.tapuz.co.il/blog/net/viewentry.aspx?entryId=1870968
Fêmea de falcão, nas proximidades do Monte Carmelo, no kibbutz de Ramot Menashe - Israel

Houve em Israel um rei perverso cujo nome era Acabe. Ele era o sétimo filho de Onri, o segundo de sua família a sentar-se no trono real. A história do seu reinado está registrada em 1  Reis, entre os capítulos. 16 ao 22. 

Acabe casou-se com uma mulher estrangeira. Antes, Deus havia orientado seu povo dizendo que os israelitas não deveriam se casar com estrangeiros, porque os outros povos não o adoravam como único e verdadeiro Deus. 

A mulher que Acabe casou-se era sidônia e se chamada Jezabel. Ela cresceu sem aprender em sua casa a adorar ao Senhor Deus, mas ao falso deus Baal. Adorar a Baal era o mesmo que adorar ao próprio Satanás. 

Acabe jamais deveria ter escolhido Jezabel para ser sua esposa, pois ela não amava a Deus. O rei falhou como líder de sua família e como líder de Israel. Suas atitudes tiveram como consequência o fluxo de influências erradas em sua família e também entre os súditos judeus. A má influência de sua esposa Jezabel ultrapassou as muralhas do palácio. Ela introduziu na nação de Israel cultos pagãos. O povo começou a seguir o exemplo do monarca e sua esposa e muitas pessoas em Israel começaram a adorar os falsos deuses Baal e Astarote (1 Reis 21.25-26).

Após o casamento de Acabe, Deus colocou em seu caminho um profeta, que chamava-se Elias, que significa "meu Deus é o Senhor" (1 Reis 17.1). O profeta entregou uma mensagem dura ao monarca, fez veemente oposição a Jezabel por causa de suas tendências religiosas pagãs. Encontrou-se com o rei e disse-lhe: "Em nome do Senhor, o Deus vivo de Israel, de quem sou servo, digo ao senhor que não vai cair chuva durante os próximos anos, até que eu diga que anuncie que cairá". E foi exatamente o que aconteceu, o povo foi punido por causa da idolatria, as chuvas cessaram em Israel.

Tente imaginar essa cena. Tente imaginar o que deve ter passado na cabeça do poderoso rei Acabe e da rainha Jezabel. 

Elias observou as consequências daquele casamento equivocado, e deve ter ficado muito entristecido. Por que será que ele disse que não ia chover até o dia que ele orasse e pedisse que chovesse? Porque queria que o povo só adorasse a Deus e deixasse de adorar deuses falsos. Porque era conhecedor do conteúdo das Escrituras Sagradas, sabia que nos Dez Mandamentos constava a determinação que os judeus não deveriam ser idólatras, só adorassem ao Criador dos céus e da terra; sabia que as bênçãos divinas não são dadas aos pecadores; era conhecedor do texto do livro de Deuteronômio. 

"Guardai-vos, que o vosso coração não se engane, e vos desvieis, e sirvais a outros deuses, e vos inclineis perante eles; e a ira do SENHOR se acenda contra vós, e feche ele os céus, e não haja água, e a terra não dê o seu fruto, e cedo pereçais da boa terra que o SENHOR vos dá" - Deuteronômio 11:16-17. 

A carta de Tiago (5.17) cita a oração de Elias mas não diz qual pedido ele fez ao Senhor. Não temos essa informação bíblica, porém podemos compreender que foi uma oração bastante consciente. Elias sabia que Deus odeia o pecado e vela sobre sua Palavra para que ela se cumpra. 

Em momentos de privações Deus não abandona aqueles que são servos fiéis. Elias foi instruído a após transmitir a mensagem a Acabe a ir à beira de um riacho de Querite, além do Jordão, ali não faltou a ele água para beber. E toda noite Deus enviou corvos com pão e carne para que se alimentasse. Quando o ribeiro secou, Deus ordenou que ele se dirigisse à casa da viúva de Sarepta, uma cidade de Sidom, com as escassas provisões de quem ele foi alimentado durante grande período de fome. 

Ao passar três anos depois que o profeta Elias enfrentou os falsos profetas de Baal.,ele foi até o rei e disse-lhe. segundo a Palavra do Senhor "Agora, vá comer, pois eu já estou ouvindo o barulho de muita chuva." (1 Reis 18.1, 41-42). Enquanto Acabe foi comer, Elias foi subir ao alto do monte Carmelo. Ali ele se inclinou até o chão, pôs a cabeça entre os joelhos, e disse ao seu ajudante: "Vá e olhe para o lado do mar." O ajudante foi e voltou dizendo: "Não vi nada." Sete vezes Elias mandou que ele fosse olhar. Na sétima vez, ele voltou e disse: "Eu vi subindo do mar uma nuvem pequena, do tamanho da mão do homem. Então Elias mandou: "Vá onde está o rei Acabe e lhe diga que apronte o carro e volte para casa." Em pouco tempo o céu se encheu de nuvens escuras, o vento começou a soprar, e uma chuva pesada começou a cair. Acabe entrou em seu carro e partiu para um lugar chamado Jezereel. O poder e a alegria do Senhor Deus estava sobre Elias, ele apertou seu cinto e correu na frente de Acabe todo o caminho até a cidade. Transtornados, Acabe e Jezabel passaram a perseguir e tentar matar o profeta, sem sucesso em todas as tentativas.

A vida de Acabe é um exemplo aos cristãos solteiros, de como ele não deve fazer ao buscar uma companheira e instituir sua família. É necessário valorizar a Deus e obedecer seus mandamentos, tê-lo como Senhor, não casar-se com incrédulos, porque o cônjuge trará para dentro do lar influências que desagradarão profundamente ao Senhor, que reterá suas bênçãos.

Como cristãos, devemos orar como orou Elias, segundo a vontade de Deus, vontade esta que está patente na Bíblia Sagrada. Nenhum cristão tem necessidade de realizar núpcias com anticristãos, é um erro desnecessário esse tipo de aliança. Muitas pessoas passam por consequências dolorosas demais porque desprezam a vontade de Deus para suas vidas por causa de casamentos assim.

Todo aquele que segue a vontade própria e despreza a Palavra de Deus perece (Provérbios 13.13). 

 E.A.G.

sábado, 12 de maio de 2012

O erro de Moisés


Charton Heston interpreta Moisés em Os Dez Mandamentos, superprodução cinematográfica dirigida por Cecil B. DeMille em 1956.

A vida de Moisés tem muitas lições importantes para nosso viver cristão. Mas, como todos os personagens bíblicos - exceto Jesus - a vida dele tem seus altos e baixos.

Quando ainda bebê, Moisés foi encontrado e considerado filho de uma mulher que não era a sua mãe. A filha de faraó quis ser sua mãe adotiva. Ele não teve contato direto com cultura hebraica durante a juventude, absorveu a cultura egípcia através da educação recebida na rotina do palácio no Egito.

O que eu acho impressionante na vida dele é a repetição da situação que sua família havia vivido durante sua infância, com a presença inexpressiva do pai biológico. Quem foi o pai de Moisés? Anrão (Êxodo 6.20). Não sabemos quase nada sobre ele, não consta a informação sobre suas atitudes. As páginas bíblicas não dizem haver criado seus irmãos Araão e Miriam, se foi bom companheiro de sua mãe, Joquebede. Talvez, a ausência possa ter sido involuntária, causada pela morte.

Em Êxodo 18 o sogro de Moisés, Jetro surge enviando-lhe a filha Zípora (esposa de Moisés) e seus dois filhos (filhos de Moisés). Neste capítulo, está claro que Moisés era marido e pai ausente. Assim como parece ter sido ausente o seu próprio pai.

Jetro traz a filha, que estava longe da presença do marido. E com ela os dois filhos dela. Imagine o sofrimento das crianças longe dos pai... Não temos a narrativa de um afeto de Moisés à sua família no momento do reencontro. Temos a informação que no outro dia Moisés passa a julgar o povo, quando recebe uma repreensão de Jetro, que o vê ignorando a filha e os netos, pedindo que ele delegue autoridade para outros e assim consiga encontrar tempo disponível para estar com a sua família. Com certeza, o instrui dessa forma objetivando que retome às funções de marido e pai.

E.A.G.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Efésios 4.10-11: os cinco dons de Cristo para qualificar você a trabalhar na Igreja

Por Eliseu Antonio Gomes

"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo" - Efésios 4.10-11.

Ao ler Efésios 4.10-11, esqueçamos os títulos que a liderança eclesiástica concede aos homens, pois nem sempre tais honrarias humanas se equivalem aos dons ministeriais dados pelo Senhor ao honrado. Por exemplo: quando o obreiro é separado ao cargo de pastor, espera-se que, antes, o mesmo já tenha recebido o dom pastoral da parte de Cristo. Percebemos que nem sempre o dom de Cristo e o cargo denominacional estão em paralelo na vida ministerial  de alguns obreiros. Infelizmente, existem homens com título de pastor mas sem ter recebido o dom de Cristo para pastorear.

Lemos no Novo Testamento que, querendo o aperfeiçoamento dos santos, Cristo deu cinco dons distintos aos cristãos. São: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, e mestres. Cada qual têm a sua função no reinado de Deus, para que com estas capacitações o exercício do trabalho do Senhor tenha como consequência a edificação espiritual dos crentes.

Diante dessa informação ficamos cientes que nem todos são apóstolos (missionários), nem todos têm o dom para profetizar, ou a capacidade de evangelizar ou está em condições para pastorear ou ensinar.

E assim, dentro do Corpo de Cristo - que é a Igreja - é necessário haver unidade entre as repartições ministeriais:

1º - o apóstolo funda novos endereços de templos e implanta a ordem de cultos ao receber as almas evangelizadas;

2º - o profeta adverte aos crentes que vivem em desacordo com o reinado de Deus e traz mensagens de consolo aos cansados e desanimados;

3º - o evangelista vai ao mundão anunciar Cristo aos pecadores;

4º - o pastor acompanha a rotina das almas, que são  os crentes novos convertidos, cuida delas e prega a Palavra para alimentá-las e fazê-las fortes.

5º - o mestre ensina as Escrituras.

Dessa maneira, entendemos que é um erro cobrar evengelização de quem recebeu o dom para ser pastor, não é correto cobrar a prática pastoral de quem é evangelista, não devemos esperar haver a rotina de evangelização de quem é profeta, ouvir profecias de quem é apóstolo. Por quê? Porque nem todos têm a capacidade espiritual para trabalhar evangelizando, nem todos têm condições espirituais para ser útil pastoreando, nem todos estão aptos por Cristo para ir às missões, ou estão qualificados para ensinar a Palavra aos neófitos. 

Os cinco dons são capacitações de lideranças, é preciso haver humildade da parte de todos   os cristãos para que a Obra do Senhor cresça ordenadamente, segundo a vontade de Deus. O apóstolo precisa ser humilde quando ouve a profecia, ouve o pastor pregar e o mestre ensinar; e na mesma condição de humildade o mestre deve reconhecer a liderança do evangelista, do apóstolo, do pastor e do profeta. E de igual forma de uns para com os outros.

Oremos: se houver união e humildade por parte dos cristãos, principalmente entre quem seja líder eclesiástico, a Obra do Senhor caminhará sendo feita com perfeição, seguindo a vontade do Senhor.

E.A.G.

Postagens paralelas:

Profetas - reflexão em Efésios 4.9-13 

CPAD - EBD: 2º trimestre 2014 - Dons Espirituais e Ministeriais - servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

sábado, 18 de setembro de 2010

O TRÍPLICE PROPÓSITO DA PROFECIA - UMA REFLEXÃO SOBRE 1 CORINTIOS 14.3

O apóstolo Paulo escreveu suas cartas com vista a promover a edificação da Igreja. O capítulo 14 da epístola 1ª Corintios tem seu contexto nos capítulos 12 e 13.1-13.

Nos capítulos anteriores, Paulo escreveu sobre a importância de se priorizar a prática do amor cristão. Escreveu isso porque os crentes da congregação situada na cidade de Corinto estavam equívocados, eles priorizavam mais os dons espirituais.

Dom significa presente.

No capítulo 14, Paulo ensina que os dons espirituais devem ser usados praticando o amor de uns para com os outros. Comenta sobre a razão da existência de diversos dons para uma diversidade de pessoas, faz referência sobre a soberânia do Senhor ao distribuir os dons segundo a vontade dEle, ensina que nenhum dom deve ser desprezado pelos crentes, mas afirma que os melhores presentes são sempre os mais importante e devem ser preferidos e mais valorizados por todos. Então, revela o desejo que todos fossem presenteados com línguas estranhas, mas que preferia que todos tivessem
a capacidade de profetizar.

Por quê? Porque havendo mais profecias do que as línguas estranhas durante os cultos será caracterizado que o dom mais importante é o mais valorizado, dessa forma Deus é mais glorificado.

Apesar de que falar em línguas estranhas seja inútil para a igreja, tanto quem fala assim, quanto o crente que profetiza, ambos agem sob a atmosfera divina dentro da comunidade em que estão inseridos.
Falar em línguas estranhas e profetizar são duas ações que possuem o aval do apóstolo Paulo, os cristãos devem exercitar as duas atividades. Nenhuma dessas duas ações são proibidas pelo apóstolo. Na verdade elas devem caminhar juntas no cotidiano cristão, usando-se os devidos critérios bíblicos.
O propósito das línguas estranhas.
Dentro da comunidade cristã, quando o crente fala de maneira incompreensível, não comunica nada a seus irmãos em Cristo. Nenhuma vantagem é colhida dessa audição, afinal, nenhum ouvinte pode entender o que é dito, então, ninguém é edificado. Quem fala sem que o ouvinte entenda recebe apenas experiência espiritual para si, ocupa-se apenas em edificar a si mesmo.
É importante falar em línguas estranhas. Apesar da locução incompreensível não emitir nenhum conteúdo da parte do Espírito aos membros da Igreja, essa fala produz importantíssima edificação pessoal ao locutor. Essa experiência cria ânimo e incentiva a viver segundo a vontade de Deus. O crente acostumado a falar em línguas estranhas é edificado pelo Espírito ao falar, e neste processo ele recebe estrutura construída pelo Espírito e torna-se preparado para enfrentar com mais tenacidade os opositores do cristianismo, é capaz de usar as armas espirituais com desenvoltura.
O propósito do dom de profetizar.
Paulo escreve aos Coríntios afirmando que é preciso haver preferência pelo dom de profetizar mais do que pelo falar em línguas estranhas. Ele deixa claro o motivo dessa orientação. Quando o crente usa o dom de profetizar ele está fazendo o bem ao próximo e não apenas a si.
É importante pensar no próximo e profetizar, esta atitude cumpre o mandamento do amor e transforma o portador do dom em agente da graça do Senhor (1ª Corintios 14.3). Quem profetiza fala de modo a esclarecer e fortalecer a igreja; se aplica e faz cumprir os deveres práticos da religião, e insta os motivos para uma vida santa; apresenta as promessas e as esperanças do Evangelho, faz considerações realmente relevantes visando administrar o conforto em momentos difíceis.

O Pr. Esequias Soares, em seu comentário na revista O Ministério Profético na Bíblia - A Voz de Deus, nas páginas 86 e 87 da edição Mestre, compartilha com todos nós o seguinte, que adapto e  transcrevo em resumo:

"1. Edificação: Todas as profecias devem ser devidamente julgadas à luz da Bíblia, a fim de que não venham causar confusão e nem abalar a fé dos mais fracos. Não podemos nos esquecer que um dos principais objeticos da profecia é a edificação dos fiéis.

2. Exortação. No grego a palavra 'exortação' é 'paraklesis', de onde procede o substantivo 'parákletos' - defensor, advogado, intercessor, auxiliador, consolador, conselheiro - que Jesus empregou referindo ao Espírito Santo (João 14.16,26; 15.26; 16.7). Jesus é mencionado como Advogado em 1ª João 2.1. Assim sendo, o ato de exortar é imitar a Cristo e falar segundo o Espírito, animando, despertando, alertando, encorajando a todos, em público e de maneira particular.

3. Consolação. A consolação pelo Espírito fortalece a fé, produz nova experiência, renova a esperança e dissipa o medo".
Mais importante é dar do que receber.
Deus não faz acepção de pessoas. Mas ao ler a Bíblia percebemos que para Ele é sempre mais importante quem se preocupa e se ocupa em dar do que quem espera apenas receber.
Assim sendo, na esfera espiritual, quem profetiza, quem dirige seu ministério objetivando abençoar o próximo, sempre será considerado maior do que quem fala línguas estranhas. É considerado assim porque possue caráter benevolente.  
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Artigo liberado para cópias, desde que sejam citados o link (HTML) do blog Belverede e o nome do autor.
O presente artigo é publicado com o objetivo de servir de subsídio à revista Lição bíblica - O Ministério Profético na Bíblia; lição 12 - O tríplice propósito da profecia – A voz de Deus na Terra; comentários do Pr. Esequias Soares (CPAD).

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O DOM DA PROFECIA E O CHAMADO VOCACIONAL DOS PROFETAS NO NOVO TESTAMENTO E EM NOSSA GERAÇÃO

Existe diferença entre o dom da profecia e o ofício de profeta. O primeiro é um dom do Espírito e o segundo é uma função ministerial a ser utilizada na Igreja do Senhor, que é o Corpo de Cristo.

Determinado pregador certa vez afirmou o seguinte: O profeta poderá ser encontrado com o dom de profecia, mas nem toda pessoa que tem o dom de profecia poderá ser considerada profeta. No mesmo sentido acontece em Medicina: o médico presta atendimento médico, mas nem toda pessoa que oferece cuidados médicos é um médico.

Com isso, podemos dizer que nem todos que profetizam são profetas, nem todos os que têm o dom da profecia são chamados para o cargo de profeta.

O dom da profecia

O Espírito Santo distribui nove espécies de dons à Igreja de Cristo, entre eles a capacidade de comunicar mensagens visando exortar, consolar e edificar, de forma individual ou coletiva (Romanos 12:6 ; 1ª Corintios 14.3-4).

“A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas” - 1ª Corintios 12.7-10.

“Porque todos podereis profetizar, cada um por sua vez; para que todos aprendam e todos sejam consolados” - 1ª Corintios 14.31.

Um cristão portador de dom da profecia não é aquele que é usado para trazer correção para o corpo de Cristo de maneira específica. Este dom traz três resultados de acordo com 1ª Coríntios 14.3:

• Ela produz a edificação da vida cristã e caráter;

• Encoraja os crentes desanimados;

• Fortalece os crentes ao dar espaço à esperança.

Os profetas

Jesus Cristo fundou a Igreja. Nas páginas do Novo Testamento vemos que Ele organiza a liderança dela criando cinco ofícios ministeriais, cada qual com sua especificidade.

Os profetas são porta-vozes de Deus e porta-vozes que falam para a humanidade em nome de Deus.

"Ora, havia na igreja em Antioquia alguns profetas e mestres" - Atos 13.1.

“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? são todos profetas?” - 1ª Corintios 12.28-29 a.

“E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” - Efésios 4.11-12.

Em virtude da construção gramatical no grego, fica claro que as cinco funções possuem estreita proximidade de ações entre si, porém, são distintas em suas funcionalidades.

Os profetas são as pessoas as quais Deus revela uma mensagem para o povo que atende às suas necessidades ou situações específicas na Igreja. Ele não age separado dos outros quatro ministérios.

As pessoas vocacionadas ao cargo de profetas proclamam a mensagem de arrependimento e esperança, denunciam o pecado e predizem o juízo futuro, inclusive em questões nacionais, ao receber revelações da parte de Deus. Eles têm consigo autoridade divina, embora não poucas vezes sejam reconhecidos assim no ambiente em que vivem. O próprio Jesus disse isso sobre os profetas, avisou que eles não encontram honra em sua pátria (João 4.44).

A mescla de proclamação e predição são encontradas no Novo Testamento. Como cristãos somos ordenados a viver como Cristo e proclamá-Lo a todos da nossa geração, anunciando o arrebatamento da Igreja e o Juízo Final.

A vocação profética tem origem em Deus

Em Atos 21.10-14, lemos o profeta em ação. Ágabo entrega ao apóstolo Paulo um recado do Espírito Santo, avisando-lhe que seria preso por judeus em Jerusalém e em seguida entregue aos gentios. A maneira que a mensagem é ministrada é totalmente diferente da forma ministrada por pastores, mestres, evangelistas ou apóstolos.

A função de profeta é uma função designada por Jesus Cristo e não pelos homens. Ninguém tem capacidade por si mesmo para se promover ao cargo e nenhuma denominação evangélica tem aval do Senhor para designar seu membro ao posto de profeta.

Infelizmente, muitas pessoas têm se autoproclamado como profetas por iniciativa pessoal, objetivando glória e vantagens para si mesmo e seu círculo social. Após se apresentar com este título, se acham no direito de criticar, repreender e prejudicar desafetos, criando “recados divinos” em mensagens que com muita clareza entendemos serem missões em causas próprias ou das intituições eclesiásticas que representam.

O profeta verdadeiro trabalha para converter almas para Cristo e jamais para si mesmos ou suas denominações evangélicas.

Leia mais: Efésios 4.11, Atos 11.27-30, 13.1; 15.32, 19.6.

E.A.G.
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O presente texto é publicado com o objetivo de servir de subsídio à revista Lição bíblica - O Ministério Profético na Bíblia; lição 11 - O dom ministerial de profeta e o dom de profecias – O ministério profético no Novo Testamento; comentários do Pr. Esequias Soares (CPAD).

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

JESUS E O CUMPRIMENTO PROFÉTICO DO ANTIGO PACTO - A CONFERÊNCIA DE 63 PROFECIAS CUMPRIDAS INTEGRALMENTE



Nascido em Belém: Miquéias 5.2; Mateus 2.5-6

Sua pré-existência: Miquéias 5.2; João 1.1, 14

Nasceu da descendência de uma mulher: Gênesis 3.15; Mateus 1.18

Deus daria mesmo um cordeiro como oferenda: Gênesis 22.8; João 1.29

Da tribo de Judá: Gênesis 49.10; Mateus 1.1-3

Herdeiro do trono de Davi: Isaías 9.6-7; Mateus 1.1

Chamado "Deus Forte, Pai da Eternidade": Isaías 9.6; Mateus 1.23

Nascido em Belém: Miquéias 5.2; Mateus 2.1

Nascido de uma virgem: Isaías 7.14; Mateus 1.18

Chamou o seu nome Emanuel, "Deus conosco": Isaías 7.14; Mateus 1.23

Declarado ser o Filho de Deus: Salmo 2.7; Mateus 3.17

Seu mensageiro diante dele no espírito de Elias: Malaquias 4.5-6; Lucas 1.17

Precedido por um mensageiro para preparar o seu caminho: Malaquias 3.1; Mateus 11.7-11

Mensageiro gritando "Preparai o caminho do Senhor": Isaías 40.3; Mateus 3.3

Seria um profeta dos filhos de Israel: Deuteronômio 18.15; Mateus 2.15

Chamado do Egito: Oséias 11.1; Mateus 2.15

O abate das crianças: Jeremias 31.15; Mateus 2.18

Trazido à luz Zebulom e Naftalí, Galiléia dos gentios: Isaías 9.1-2; Mateus 4.15

Apresentado com os presentes: Salmo 72.10; Mateus 2.1, 11

Rejeitado: Isaías 53.3; Mateus 21:42; Marcos 12.10, Lucas 9.22, 17.25

Ele é a pedra que os construtores rejeitaram, que se tornou a pedra angular: Salmo 118.22-23; Isaías 28.16; Mateus 21.42; 1ª Pedro 2.7

Uma pedra de tropeço para Israel: Isaías 8.14-15; 1ª Pedro 2.8

Ele entrou em Jerusalém como um rei montado num jumento: Zacarias 9.9; Mateus 21.5

Traído por um amigo: Salmos 41.9; João 13.21

Vendido por trinta moedas de prata: Zacarias 11.12; Mateus 26.15, Lucas 22.5

As trinta peças de prata dado para o campo do oleiro: Zacarias 11.12; Mateus 27.9-10

As trinta peças de prata jogadas no templo: Zacarias 11.13; Mateus 27.5


As trinta peças de prata jogadas no templo: Zacarias 11.13; Mateus 27.5


Abandonado pelos seus discípulos: Zacarias 13.7; Mateus 26.56

Acusado por falsas testemunhas: Salmo 35.11; Mateus 26.60

Provocações não respondidas: Isaías 53.7; Mateus 27.14

Pregou para os pobree e cativos. Curou cegos, surdos, coxos, mudos e leprosos: Isaías 29.18; 35.5-6; 61.1; Mateus 11.5

Veio trazer uma espada, não a paz: Miquéias 7.6; Mateus 10.34-35

Ele levou nossas enfermidades: Isaías 53.4; Mateus 8.16-17

Cuspido, açoitado e ferido: Isaías 50.6; 53.5; Mateus 27.26, 30

Golpeado no rosto: Miquéias 5.1; Mateus 27.30

Odiado sem causa: Salmo 35.19; Mateus 27.23

O cordeiro sacrificial: Isaías 53.5; João 1.29

Ministrado por um pacto: Isaías 42.6, Jeremias 31.31-34; Romanos 11.27; Gálatas 3:17, 4:24; Hebreus 8.6, 8, 10; 10:16, 29; 12.24, 13.20

O ministério voltado para exaltar a Deus: Isaías 42.2-3; Marcos 07.36

O encontro com pessoas surdas e cegas espirituais: Isaías 6.9-10; Mateus 13.14-15

O encontro com pessoas confiantes em tradições dos homens: Isaías 29.13; Mateus 15.9

O encontro com pessoas que honram ao Senhor apenas com palavras: Isaías 29.13; Mateus 15:8

Deus se deleita em Cristo: Isaías 42:1; Mateus 3.17, 17:5

Ferido por nossos pecados: Isaías 53.5; João 6.51

Ele levou os pecados de muitos: Isaías 53.10-12; Marcos 10.45

O ministério da salvação ao alcance dos gentios: 2º Samuel 22.44-45; Salmos 2.7-8; Isaías 55.5, 60.3, 65.1; Malaquias 1.11; Mateus 8:10

Crucificado com criminosos: Isaías 53.12; Mateus 27.35

Seu corpo foi perfurado: Zacarias 12.10; Salmo 22.16; João 20.25, 27

Sedento durante a execução: Salmo 22.16; João 19.28

A oferta de vinagre e fel: Salmo 69.21; Mateus 27.34

Os soldados lançaram sorte para ficar com sua roupa: Salmo 22.18; Mateus 27.35

Alvo de escarnecedores: "Ele confiou em Deus, livre-o!": Salmo 22.7-8; Mateus 27.43

Agonizanto na cruz, exposto como espetáculo perante muitos: Salmo 22.17; Mateus 27:36 


Gritou: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?": Salmo 22.1; Mateus 27.46

As trevas sobre a terra no momento da morte: Amós 8.9; Mateus 27.45

Nenhum osso quebrado: Salmo 34.20; Números 9.12; João 19.33-36

Lado trespassado: Zacarias 12.10; João 19.34

Sepultado com os ricos: Isaías 53.9; Mateus 27.57, 60

Ressuscitou dos mortos: Salmo 16.10-11; 49.15; Marcos 16:6

Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque: Salmo 110.4; Hebreus 5.5-6, 6.20, 7.15-17

Ascendeu à mão direita de Deus: Salmo 68.18; Lucas 24.51

Senhor lhe disse: "Senta à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos escabelo de teus pés: Salmo 110.1; Mateus 22.44, 12.36 Marcos 16.19, Lucas 20.42-43, Atos 2.34-35, Hebreus 1.13

Sua glória se aproxima: Malaquias 3.2-3; Lucas 3.17.

E.A.G.
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Artigo liberado para cópias, desde que sejam citados o link (HTML) do blog Belverede e o nome do responsável pela tradução deste postagem.

Conteúdo original: http://www.jesus-is-lord.com/messiah.htm

O presente artigo é publicado com o objetivo de servir de subsídio à revista Lição Bíblica - O Ministério Profético na Bíblia; lição 9 – Jesus - O cumprimento profético do Antigo Pacto ; comentários do Pr. Esequias Soares (CPAD).