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quarta-feira, 23 de março de 2022

A mensagem de Ageu sobre prioridades

Reflexão em Ageu 2.12-19. Apos Judá voltar do exílio babilônico, a prioridade era reconstruir o templo, situado em Jerusalém, no monte Moriá, também identificado como monte Sião, lugar no qual a fé de Abraão foi provada por Deus, onde Isaque foi oferecido em sacrifício e trocado no último instante por cordeiro (Gênesis 22.2). Eles haviam saído da Babilônia, mas a Babilônia permanecia no coração deles. Após voltarem, muitos judeus conservaram hábitos desagradáveis aos olhos de Deus, que se espalharam e corromperam toda a comunidade. E consequentemente a construção do templo foi esquecida. Ageu profetizou sobre isso em 520 a.C.

Quando o primeiro grupo de exilados voltou à terra natal sob a liderança de Zorobabel em 538 a.C, tudo estava em ruínas, inclusive o templo, que representava a habitação de Deus no meio deles  [1 Crônicas 22:19; 2 Crônicas 5:7; 6:1-11] e era lugar de adoração a Deus  [2 Reis 25.8-9]. O povo de Judá estava entusiasmado, começou a reconstruir o templo, posto abaixo pelos babilônicos em 587. Mas quando adversidades surgiram não demorou muito para a apatia tomar conta de seus corações e os trabalhos serem interrompidos [Esdras 1.1-11; 3.8; 4.24]. Então, Ageu profetizou: "Assim fala o Senhor dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada [...] Acaso é tempo de vocês morarem em casas luxuosas, enquanto este templo permanece em ruínas?" [Ageu 1.2,4].

Judá deveria concluir a reconstrução do templo, para glorificar ao Senhor (Ageu 1.8), porém as prioridades deles ficaram confusas, passaram a dar atenção apenas à construção de suas casas. Se passaram dezesseis anos desde que o imperador Ciro havia permitido que retornassem do exílio e o templo não havia sido preparado para os cultos [Esdras 4.4-5]. Não há nada de errado em querer ter um abrigo confortável e bonito, mas é um grande equívoco buscar por isso desprezando a devoção ao Senhor, que não abençoa lares no qual o seu reino e sua justiça não são prioridades.

Por que era tão importante a restauração do templo? A reconstrução era uma ato de dedicação e de fé, símbolo da continuidade entre o passado e o presente, anúncio mostrando que as promessas do Senhor não se apagaram com os anos de exílio. As nações estrangeiras tinham que perceber que o Deus de Israel existia através da religião praticada pelos judeus, apesar do sofrimento que experimentaram. 

Quando os judeus foram disciplinados, o profeta Ageu os admoestou sobre a necessidade em reaver o relacionamento íntimo com o Senhor. Talvez alguns acreditassem que o Senhor os havia abandonado no exílio babilônico. A mensagem profética trazia à memória do povo a presença do Espírito Santo no meio deles desde a saída do Egito. Foi quando perceberam que estavam perdendo bênçãos por desprezarem o amor divino, e se encheram de coragem para voltar a servir da Deus. Então, o templo foi reerguido até 516.

Deus não habita em templos feito por mãos humanas [Atos 7.47,48]. Nós somos o templo de Deus. O apóstolo Paulo descreveu o Espírito Santo habitando em nós: "Se em vocês habita o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou Cristo dentre os mortos vivificará também o corpo mortal de vocês, por meio do seu Espírito, que habita em vocês" [Romanos 8.11].

A aliança com o Senhor está interligada ao modo como cuidamos do templo do templo do Espírito, que somos nós mesmos. Passamos pelo tempo distraídos, construímos, decoramos, reformamos nossas casas particulares, satisfazemos desejos da nossa alma, e nos esquecemos que o mais importante é valorizar o nosso relacionamento íntimo com o Pai celeste. Quando Jesus visitou Marta e Maria em Betânia, Maria assentou-se diante do Mestre para aprender sobre as prioridades celestes, enquanto Marta manteve seu coração distraído com afazeres domésticos. Jesus lhe disse: "Marta! Marta! Você anda inquieta e se preocupa com muitas coisas, mas apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada" [Lucas 10.41-42].

Ressurgido dos mortos, Jesus Cristo é a pedra fundamental de um templo feito de pedras vivas, que são todos os crentes realmente convertidos à toda vontade do Senhor. "E, quando veio, Cristo evangelizou paz a vocês que estavam longe e paz também aos que estavam perto; porque, por meio dele, ambos temos acesso ao Pai em um só Espírito. Assim, vocês não são mais estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular. Nele, todo o edifício, bem-ajustado, cresce para ser um santuário dedicado ao Senhor. Nele também vocês estão sendo edificados, junto com os outros, para serem morada de Deus no Espírito" [Efésios 2:17-22]. 

O cristão genuíno é morada de Deus no Espírito: "Chegando-se a ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vocês, como pedras que vivem, são edificados casa espiritual para serem sacerdócio santo, a fim de oferecerem sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo. 1 Pedro 2.4,5.

As lutas e aflições que passamos podem nos levar a pensar que o Espírito Santo se afastou de nós. Mas a promessa que Jesus fez para nós não foi para que o Espírito permanecer alguns dias conosco, mas, ao contrário disso, ficar conosco para sempre [João 14.16,17].

De nada vale experimentar os prazeres desse mundo, usufruir de bens materiais prazerosos se a vida espiritual não estiver fundamentada no Evangelho. Se a fé em Cristo não for mantida pela prática de obediência à vontade de Deus, a nossa vida estará mal posta sobre vaidades, perigosamente equilibrando-se em coisas perecíveis que não garantirão a nos a boa recepção de Deus às Mansões Celestiais.

E.A.G.

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