Por Eliseu Antonio Gomes
Introdução
O termo "fruto" é frequentemente usado de maneira simbólica na Bíblia Sagrada. As crianças são mencionadas como fruto (Êxodo 21.22; Salmos 21.10) em frases como "o fruto do ventre" (Deuteronômio 7.13; Salmos 127.3; Lucas 1.42) e o "fruto do corpo (Salmos 132.11; Miqueias 6.7). O louvor é poeticamente descrito como fruto dos lábios (Isaías 57.19; Hebreus 13.15), e as palavras de um homem são chamadas de "fruto da boca" (Provérbios 12.14; 18.20). O termo "fruto" é aplicado às consequências das nossas ações e motivações (Provérbios 1.31; Isaías 3.10).
A salvação pela graça
O nome de Deus
O perigo das obras da carne
O propósito dos dons espirituais
Salvação e Livre-Arbítrio
O fruto, em Gálatas 5.22, 23, é a manifestação das virtudes de Deus na vida do crente, conforme o grau de entrega desse crente como servo ao Senhor. É uma obra do Espírito Santo, transmitindo ao homem toda a plenitude de Deus (Efésios 3.16-19). Nada mais é que a expressão do amor de Deus na vida do crente produzida pelo Espírito Santo. Tem a ver com o crescimento e o caráter; o modo de vida é o teste fundamental da autenticidade de cada crente. O estilo de comportamento das pessoas revestidas pelo poder do Espírito são baseadas nas nove características que perfazem o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
I. A vida controlada pelo Espírito.
1. O que significa ser controlado pelo Espírito?
Ao lermos Gálatas, capítulo 5, abordando o tema fruto do Espirito, percebemos que a essência de todas as virtudes têm origem no Espírito Santo. Não existe por causa da religiosidade do próprio crente, não é produzido pelos meros esforços do ser humano. Acontece em circunstância da nova natureza que está implantada no seu ser.
Se desejarmos viver de modo a agradar a Deus e produzir frutos para a sua glória, devemos nos encarregar do imperativo bíblico registrado em Efésios 5.18; "enchei-vos do Espírito". No contexto deste versículo (4.17 - 5.20) o apóstolo Paulo esclarece o contraste entre e o "antes" e o "depois" dos crentes. O verbo encher remete também a ser controlado, dominado. Ser controlado pelo Espírito Santo significa ser cheio do Espírito diariamente, não somente no interior do recinto do templo em momento de culto. E quando somos controlados pelo Espírito, os nossos pensamentos, ações e vontades passam a ser conduzidos por Ele.
Os cristãos devem estar continuamente cheios do Espírito e viverem nEle. Nós não precisamos de álcool, que faz com que uma pessoa desfrute de êxtase temporário; podemos e devemos nos encher do Espírito, que produz uma alegria constante.
Quando Paulo escreveu aos efésios, embriagar-se com vinho era uma situação associada com o antigo vício dos crentes, destinatários da carta; o ensejo da lembrança apontava aos seus desejos egoístas, que induziam o bêbado, por fim, em contenda. Este cenário não tem vez na vida dos crentes convertidos a Cristo.
Todo mundo reconhece o estado de uma pessoa embriagada. São vários os sinais e sintomas da intoxicação pelo álcool, os mais perceptíveis são olhos vermelhos, bochechas rosadas, coordenação motora prejudicada e fala enrolada. Com um pouco de prática e pesquisa, é muito fácil reconhecê-los; suas ações tornam o reconhecimento da embriaguez óbvia. De maneira semelhante, a vida do crente deve estar completamente sob o controle do Espírito, com as nossas palavra e ações mostrando que estamos cheios da presença do Espírito.
2. Um viver santo.
O homem natural tem bondade no seu ser e pode produzir coisas boas e úteis, as quais podemos denominar de obras. As obras estão no nível da carne, algumas podem ser boas e outras más. Paulo usa a expressão "obras da carne" para denotar os esforços dos homens na realização de algo dependente da aplicação de sua energia física ou intelectual. A qualidade de vida exposta por aqueles que seguem o princípio natural é transitória, isso porque nasce do próprio homem. Ao contrário do cristão, existe algo transcendental em sua vida, de modo que o que o crente realiza é devido àquilo que o Espírito Santo implantou no seu ser.
Como cristão, é necessário ter uma vida espiritualmente fértil. Apenas por meio de uma vida espiritual frutificativa o crente será capaz de glorificar a Deus, pois o Espírito modela o nosso caráter para sermos parecidos com Cristo. Assim sendo, a vida dirigida pelo Espírito exige de nós dedicação à santidade e comunhão com Deus.
À medida que permitimos que e o Espírito Santo controle nossa vida, passamos a produzir progressivamente o fruto do Espírito. São virtudes que o crente precisa manifestar através de sua vida (Filipenses 4.8). A palavra virtude, no grego, é "areté", este termo expressa uma vida de excelência moral, é a manifestação do poder divino, quer dizer também a capacidade por meio da qual alguém se sobressai, quer seja pelo caráter, inteligência, poder, bondade ou valor.
A vida controlada pelo Espírito requer de nós um comportamento santo e uma autêntica harmonia com Deus. O cristão é conhecido por meio das virtudes. Assim como uma árvore é conhecida pelos seus frutos, o crente verdadeiro é reconhecido por suas ações. O fruto representa nossas atitudes: fruto bom, árvore boa; crente fiel ao Senhor; fruto amargo, árvore ruim, crente rebelado contra a vontade de Deus (Lucas 6.43-45).
O fruto do Espírito também revela o quanto temos aprendido do Senhor.
3. A verdadeira comunhão.
O Espírito Santo nos ajuda a ter uma compreensão melhor de Deus e do seu Reino. Ele deseja nos ensinar a viver em novidade de vida, em santidade, apesar de habitando em um mundo corrompido pelo pecado e dominado pelo Inimigo (1 Coríntios 2.10-15).
Em comunhão com o Espírito Santo o cristão não produz um estilo de vida legalista, nem tenta impor princípios morais à força, nem vive falando de ética, antes produzirá uma qualidade de vida que está acima de qualquer lei moral ou ética.
A manifestação do fruto do Espírito na vida do crente indica como está o relacionamento com o Pai. Se você o tem gerado, isso demonstra que tem andado no Espírito, em contrário, indica que está vivendo de acordo com seus desejos carnais.
II. O fruto do Espírito evidencia o caráter de Deus em nós.
1. O que é caráter?
O caráter do ser humano é formado por diversas influências que ele recebe ao longo da vida. A cultura em que a pessoa está introduzida demandará sugestões ao longo da vida dela. Neste sentido, sua personalidade será constituída ao longo do contato que ela tem com diversas informações culturais e educacionais. Por isso, as fases da infância e da adolescência são cruciais na estruturação de uma pessoa. Essas fases são de desenvolvimento e de determinações de escolhas. Naturalmente, embora o ambiente em que o ser humano esteja inserido sugestione muitos comportamentos, ele não determina o caráter dele, pois há outros componentes próprios à natureza do indivíduo. Por isso, a ideia de que o ser humano "nasce puro, mas a sociedade o corrompe" não é uma verdade absoluta, pois a perspectiva bíblica a relativiza, mostrando o contrário. (Ler Mateus 15.19).
2. Caráter gerado pelo Espírito Santo.
Quando somos cheios do Espírito e permitimos que Ele trabalhe em nosso caráter, passamos a produzir o fruto do Espírito. Diferentemente de um caráter gerado sob a influência do estado do pecado. Aquele que não vive segundo o Espírito e se deixa levar pela velha natureza, produz frutos deformados, intragáveis e que exalam cheiro desagradável.
3. Um novo estilo de vida.
O Salmo 1 nos ensina como o Espírito faz para que nossa vida produza o fruto. Este Salmo compara o homem de Deus com uma árvore plantada às margens de um rio. Está escrito no versículo 2: "Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite". Entendemos que a condição para alcançar a capacidade de frutificar está relacionada diretamente à importância que a Palavra de Deus tem para nós. À medida que lemos e meditamos na Bíblia, o Espírito vai nos convencendo de pecados que precisam ser erradicados e nos dirige ao padrão elevado de vida que Deus quer para nós. Sem a Palavra de Deus não há maturação espiritual, sem a meditação na Bíblia não há a produção do fruto do Espírito em nossa vida.
A vida frutífera é para os "maduros". Quando os anos passam e o crente não alcança a maturidade espiritual, ele se torna vulnerável ao pecado e a todo vento de doutrina, sendo enganado pela astúcia dos que alegam falar em nome de Deus (Efésios 4.14).
É apropriado dizer que todo cristão, em qualquer época, em qualquer lugar, se não apresentar a frutificação é incompleto. Todos os cristãos precisam apresentar o fruto, mas, infelizmente, muitos crentes não parecem desejosos em viver segundo a conduta do Espírito Santo. É triste constatar que a vida de muitos crentes reflete os hábitos e padrões deste mundo. Consciente ou inconscientemente, eles estão mais interessados em imitar o sistema deste mundo dominado pelo Inimigo que imitar Cristo. A prática do pecado perdeu para eles a sensação de pecaminosidade. Preferem mais outras atividades do que meditar na Palavra de Deus. O momento de oração é para eles instantes cansativos. Eles não têm vontade de evangelizar os espiritualmente necessitados de seu círculo de conhecidos porque eles próprios também são necessitados de um reavivamento espiritual.
III. Testemunhando as virtudes do Reino de Deus.
1. O propósito do fruto
Fomos chamados para termos uma vida frutífera. O propósito do fruto do Espírito em nossas vidas é produzir frutos, não obras, nem apenas qualidades morais. O Espírito trabalha na vida do cristão com o objetivo de o identificar como servo de Cristo, ao produzir a santificação.
Observemos o fruto em paralelo com as concupiscências da carne, com o objetivo de verificar se estamos no Espírito ou não. Para Paulo, não existe terreno neutro nesse assunto. As obras da carne não se manifestam se somos dirigidos pelo Espírito. Se aparecem tais manifestações, significa que deixamos de viver pelo Espírito, e nos afastamos de sua orientação, isso significa que estamos dando oportunidade à carne. Aqueles que continuam fazendo tais coisas não herdarão o reino de Deus (Gálatas 5.21).
2. Uma vida produtiva.
Para que uma planta produza frutos ela precisa alcançar um determinado nível de maturação; isso também acontece com o crente. Esse nível de crescimento e maturação só pode ser alcançado com a presença do Espírito Santo em nossa caminhada cristã, quando permitimos ser guiado pelo Espírito. Viver assim significa estar em estágio de amadurecimento, estar em condições de vencer os desejos e impulsos carnais. Significa cultivar o melhor antídoto às concupiscências carnais.
A Palavra de Deus diz que o Espírito Santo "convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo". Ele iniciará no indivíduo um processo de mudança essencial do pensamento e do caráter. Isso significa nascer de novo, nascer da água e do Espírito. É quando se começa manifestar na vida da pessoa "frutos dignos de arrependimento".
Devemos observar que o texto de Gálatas diz "andai no Espírito". A manifestação do fruto do Espírito na vida cristã é um imperativo porque é o que nos diferencia do mundo, onde as pessoas são controladas por sua natureza pecaminosa.
A ordenança indica a andar continuamente; determina uma ação que se repete sempre. Produzir o fruto do Espírito não é, portanto, uma experiencia momentânea, mas algo que precisa ser ação contínua, que deve ter regularidade e estabilidade.
3. O que fazer para manter a produtividade?
Manter-se produtivo espiritualmente é a característica normal da vida do cristão autêntico. Apresentar produtividade é o mesmo que estar cheio do Espírito. Mas, o que fazer para se manter em produtividade, ou manter-se cheio do Espírito?
Para que esta realidade seja experimentada, é necessário observar as orientações ontidas no Novo Testamento. O estado de um crente cheio do Espírito Santo se resume em três expressões: compreensão, submissão e andar pela fé.
Uma coisa interessante no texto em relação à palavra fruto, Paulo fez questão de usá-la apenas para contrastá-la com a palavra carne, antes, ele queria expor uma aspecto pedagógico, pois obras não geram obras, mas fruto gera frutos. Vemos, assim, a dinâmica do Espírito Santo na vida do crente, seu trabalho é levá-lo a produzir o que Deus implantou em seu ser, que é corresponder ao que é divino, ao próprio Jesus Cristo.
Conclusão.
Se você deseja ter uma vida de verdadeira comunhão com o Senhor, invista tempo consagrando-se. Cuide para que seus frutos sejam condizentes com o ensino de Jesus. Busque ter um relacionamento pessoal com Cristo. Adore-o. Leia a Bíblia Sagrada de maneira devocional e sistemática. Ore, jejue. Produza as nove características do fruto do Espírito para a glória de Deus.
E.A.G.
Compilação:
As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente, Osiel Gomes, 1ª edição 2016, páginas 20-25, 30, Bangu, Rio de Janeiro/RJ.
Ensinador Cristão, ano 18, nº 69, janeiro a março de 2017, páginas 31 e 37, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD)
Lições Bíblicas - A Pessoa e a Obra do Espírito Santo. Comentarista: Eurico Berstén. 1º trimestre de 2004, lição nº 9: O Fruto do Espírito, páginas 59-63, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Comentarista: Osiel Gomes. 1º trimestre de 2017, páginas 14-16, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
O Poder do Espírito Santo, Billy Graham; 2ª edição revisada ; 2009; páginas 112, 127-129; 132, 133, 211, São Paulo (Vida Nova).
Introdução
O termo "fruto" é frequentemente usado de maneira simbólica na Bíblia Sagrada. As crianças são mencionadas como fruto (Êxodo 21.22; Salmos 21.10) em frases como "o fruto do ventre" (Deuteronômio 7.13; Salmos 127.3; Lucas 1.42) e o "fruto do corpo (Salmos 132.11; Miqueias 6.7). O louvor é poeticamente descrito como fruto dos lábios (Isaías 57.19; Hebreus 13.15), e as palavras de um homem são chamadas de "fruto da boca" (Provérbios 12.14; 18.20). O termo "fruto" é aplicado às consequências das nossas ações e motivações (Provérbios 1.31; Isaías 3.10).
A salvação pela graça
O nome de Deus
O perigo das obras da carne
O propósito dos dons espirituais
Salvação e Livre-Arbítrio
O fruto, em Gálatas 5.22, 23, é a manifestação das virtudes de Deus na vida do crente, conforme o grau de entrega desse crente como servo ao Senhor. É uma obra do Espírito Santo, transmitindo ao homem toda a plenitude de Deus (Efésios 3.16-19). Nada mais é que a expressão do amor de Deus na vida do crente produzida pelo Espírito Santo. Tem a ver com o crescimento e o caráter; o modo de vida é o teste fundamental da autenticidade de cada crente. O estilo de comportamento das pessoas revestidas pelo poder do Espírito são baseadas nas nove características que perfazem o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
1. O que significa ser controlado pelo Espírito?
Ao lermos Gálatas, capítulo 5, abordando o tema fruto do Espirito, percebemos que a essência de todas as virtudes têm origem no Espírito Santo. Não existe por causa da religiosidade do próprio crente, não é produzido pelos meros esforços do ser humano. Acontece em circunstância da nova natureza que está implantada no seu ser.
Se desejarmos viver de modo a agradar a Deus e produzir frutos para a sua glória, devemos nos encarregar do imperativo bíblico registrado em Efésios 5.18; "enchei-vos do Espírito". No contexto deste versículo (4.17 - 5.20) o apóstolo Paulo esclarece o contraste entre e o "antes" e o "depois" dos crentes. O verbo encher remete também a ser controlado, dominado. Ser controlado pelo Espírito Santo significa ser cheio do Espírito diariamente, não somente no interior do recinto do templo em momento de culto. E quando somos controlados pelo Espírito, os nossos pensamentos, ações e vontades passam a ser conduzidos por Ele.
Os cristãos devem estar continuamente cheios do Espírito e viverem nEle. Nós não precisamos de álcool, que faz com que uma pessoa desfrute de êxtase temporário; podemos e devemos nos encher do Espírito, que produz uma alegria constante.
Quando Paulo escreveu aos efésios, embriagar-se com vinho era uma situação associada com o antigo vício dos crentes, destinatários da carta; o ensejo da lembrança apontava aos seus desejos egoístas, que induziam o bêbado, por fim, em contenda. Este cenário não tem vez na vida dos crentes convertidos a Cristo.
Todo mundo reconhece o estado de uma pessoa embriagada. São vários os sinais e sintomas da intoxicação pelo álcool, os mais perceptíveis são olhos vermelhos, bochechas rosadas, coordenação motora prejudicada e fala enrolada. Com um pouco de prática e pesquisa, é muito fácil reconhecê-los; suas ações tornam o reconhecimento da embriaguez óbvia. De maneira semelhante, a vida do crente deve estar completamente sob o controle do Espírito, com as nossas palavra e ações mostrando que estamos cheios da presença do Espírito.
2. Um viver santo.
O homem natural tem bondade no seu ser e pode produzir coisas boas e úteis, as quais podemos denominar de obras. As obras estão no nível da carne, algumas podem ser boas e outras más. Paulo usa a expressão "obras da carne" para denotar os esforços dos homens na realização de algo dependente da aplicação de sua energia física ou intelectual. A qualidade de vida exposta por aqueles que seguem o princípio natural é transitória, isso porque nasce do próprio homem. Ao contrário do cristão, existe algo transcendental em sua vida, de modo que o que o crente realiza é devido àquilo que o Espírito Santo implantou no seu ser.
Como cristão, é necessário ter uma vida espiritualmente fértil. Apenas por meio de uma vida espiritual frutificativa o crente será capaz de glorificar a Deus, pois o Espírito modela o nosso caráter para sermos parecidos com Cristo. Assim sendo, a vida dirigida pelo Espírito exige de nós dedicação à santidade e comunhão com Deus.
À medida que permitimos que e o Espírito Santo controle nossa vida, passamos a produzir progressivamente o fruto do Espírito. São virtudes que o crente precisa manifestar através de sua vida (Filipenses 4.8). A palavra virtude, no grego, é "areté", este termo expressa uma vida de excelência moral, é a manifestação do poder divino, quer dizer também a capacidade por meio da qual alguém se sobressai, quer seja pelo caráter, inteligência, poder, bondade ou valor.
A vida controlada pelo Espírito requer de nós um comportamento santo e uma autêntica harmonia com Deus. O cristão é conhecido por meio das virtudes. Assim como uma árvore é conhecida pelos seus frutos, o crente verdadeiro é reconhecido por suas ações. O fruto representa nossas atitudes: fruto bom, árvore boa; crente fiel ao Senhor; fruto amargo, árvore ruim, crente rebelado contra a vontade de Deus (Lucas 6.43-45).
O fruto do Espírito também revela o quanto temos aprendido do Senhor.
3. A verdadeira comunhão.
O Espírito Santo nos ajuda a ter uma compreensão melhor de Deus e do seu Reino. Ele deseja nos ensinar a viver em novidade de vida, em santidade, apesar de habitando em um mundo corrompido pelo pecado e dominado pelo Inimigo (1 Coríntios 2.10-15).
Em comunhão com o Espírito Santo o cristão não produz um estilo de vida legalista, nem tenta impor princípios morais à força, nem vive falando de ética, antes produzirá uma qualidade de vida que está acima de qualquer lei moral ou ética.
A manifestação do fruto do Espírito na vida do crente indica como está o relacionamento com o Pai. Se você o tem gerado, isso demonstra que tem andado no Espírito, em contrário, indica que está vivendo de acordo com seus desejos carnais.
II. O fruto do Espírito evidencia o caráter de Deus em nós.
1. O que é caráter?
O caráter do ser humano é formado por diversas influências que ele recebe ao longo da vida. A cultura em que a pessoa está introduzida demandará sugestões ao longo da vida dela. Neste sentido, sua personalidade será constituída ao longo do contato que ela tem com diversas informações culturais e educacionais. Por isso, as fases da infância e da adolescência são cruciais na estruturação de uma pessoa. Essas fases são de desenvolvimento e de determinações de escolhas. Naturalmente, embora o ambiente em que o ser humano esteja inserido sugestione muitos comportamentos, ele não determina o caráter dele, pois há outros componentes próprios à natureza do indivíduo. Por isso, a ideia de que o ser humano "nasce puro, mas a sociedade o corrompe" não é uma verdade absoluta, pois a perspectiva bíblica a relativiza, mostrando o contrário. (Ler Mateus 15.19).
2. Caráter gerado pelo Espírito Santo.
Quando somos cheios do Espírito e permitimos que Ele trabalhe em nosso caráter, passamos a produzir o fruto do Espírito. Diferentemente de um caráter gerado sob a influência do estado do pecado. Aquele que não vive segundo o Espírito e se deixa levar pela velha natureza, produz frutos deformados, intragáveis e que exalam cheiro desagradável.
3. Um novo estilo de vida.
O Salmo 1 nos ensina como o Espírito faz para que nossa vida produza o fruto. Este Salmo compara o homem de Deus com uma árvore plantada às margens de um rio. Está escrito no versículo 2: "Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite". Entendemos que a condição para alcançar a capacidade de frutificar está relacionada diretamente à importância que a Palavra de Deus tem para nós. À medida que lemos e meditamos na Bíblia, o Espírito vai nos convencendo de pecados que precisam ser erradicados e nos dirige ao padrão elevado de vida que Deus quer para nós. Sem a Palavra de Deus não há maturação espiritual, sem a meditação na Bíblia não há a produção do fruto do Espírito em nossa vida.
A vida frutífera é para os "maduros". Quando os anos passam e o crente não alcança a maturidade espiritual, ele se torna vulnerável ao pecado e a todo vento de doutrina, sendo enganado pela astúcia dos que alegam falar em nome de Deus (Efésios 4.14).
É apropriado dizer que todo cristão, em qualquer época, em qualquer lugar, se não apresentar a frutificação é incompleto. Todos os cristãos precisam apresentar o fruto, mas, infelizmente, muitos crentes não parecem desejosos em viver segundo a conduta do Espírito Santo. É triste constatar que a vida de muitos crentes reflete os hábitos e padrões deste mundo. Consciente ou inconscientemente, eles estão mais interessados em imitar o sistema deste mundo dominado pelo Inimigo que imitar Cristo. A prática do pecado perdeu para eles a sensação de pecaminosidade. Preferem mais outras atividades do que meditar na Palavra de Deus. O momento de oração é para eles instantes cansativos. Eles não têm vontade de evangelizar os espiritualmente necessitados de seu círculo de conhecidos porque eles próprios também são necessitados de um reavivamento espiritual.
III. Testemunhando as virtudes do Reino de Deus.
1. O propósito do fruto
Fomos chamados para termos uma vida frutífera. O propósito do fruto do Espírito em nossas vidas é produzir frutos, não obras, nem apenas qualidades morais. O Espírito trabalha na vida do cristão com o objetivo de o identificar como servo de Cristo, ao produzir a santificação.
Observemos o fruto em paralelo com as concupiscências da carne, com o objetivo de verificar se estamos no Espírito ou não. Para Paulo, não existe terreno neutro nesse assunto. As obras da carne não se manifestam se somos dirigidos pelo Espírito. Se aparecem tais manifestações, significa que deixamos de viver pelo Espírito, e nos afastamos de sua orientação, isso significa que estamos dando oportunidade à carne. Aqueles que continuam fazendo tais coisas não herdarão o reino de Deus (Gálatas 5.21).
2. Uma vida produtiva.
Para que uma planta produza frutos ela precisa alcançar um determinado nível de maturação; isso também acontece com o crente. Esse nível de crescimento e maturação só pode ser alcançado com a presença do Espírito Santo em nossa caminhada cristã, quando permitimos ser guiado pelo Espírito. Viver assim significa estar em estágio de amadurecimento, estar em condições de vencer os desejos e impulsos carnais. Significa cultivar o melhor antídoto às concupiscências carnais.
A Palavra de Deus diz que o Espírito Santo "convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo". Ele iniciará no indivíduo um processo de mudança essencial do pensamento e do caráter. Isso significa nascer de novo, nascer da água e do Espírito. É quando se começa manifestar na vida da pessoa "frutos dignos de arrependimento".
Devemos observar que o texto de Gálatas diz "andai no Espírito". A manifestação do fruto do Espírito na vida cristã é um imperativo porque é o que nos diferencia do mundo, onde as pessoas são controladas por sua natureza pecaminosa.
A ordenança indica a andar continuamente; determina uma ação que se repete sempre. Produzir o fruto do Espírito não é, portanto, uma experiencia momentânea, mas algo que precisa ser ação contínua, que deve ter regularidade e estabilidade.
3. O que fazer para manter a produtividade?
Manter-se produtivo espiritualmente é a característica normal da vida do cristão autêntico. Apresentar produtividade é o mesmo que estar cheio do Espírito. Mas, o que fazer para se manter em produtividade, ou manter-se cheio do Espírito?
Para que esta realidade seja experimentada, é necessário observar as orientações ontidas no Novo Testamento. O estado de um crente cheio do Espírito Santo se resume em três expressões: compreensão, submissão e andar pela fé.
a. Compreensão.
Precisamos compreender que Deus nos deu o Espírito Santo, e que Ele mora em nós. Não precisamos sentir sua presença, o fato de não sentir não significa que Ele esteja ausente. A sua presença é um fato.
Temos que entender, também, que a atividade do pecado executada por nós bloqueia a atuação do Espírito Santo em nossas vidas. Para que haja a produtividade do fruto do Espírito, é preciso resolver honesta e completamente todos os pecados conhecidos. É necessário confessar os pecados e abandoná-los. A essência do pecado é a vontade própria, o egocentrismo ao invés do cristocentrismo, devemos ter Cristo no centro de nossa vida, e tirar de lá o "eu", permitir que Cristo seja o Senhor de nossa vida.
b. Submissão.
Para ser produtivo é necessário renunciar aos nossos métodos, procurando acima de tudo submeter-nos a Cristo como Senhor, aceitar ser governado por Ele em todas as áreas de nossa vida. Isto só é possível quando existe arrependimento e confissão de pecados.
Apenas compreender que é preciso confessar o pecado não é o suficiente, pois há diferença entre confessar e arrepender-se. Confessar é reconhecer o pecado; arrepender-se é renunciar às práticas e deleites do pecado, implica em uma mudança completa e radical de atitudes.
c. Caminhada pela fé.
Para manter-se produzindo o fruto do Espírito, é necessário entregar-se a Deus de maneira consciente e voluntária. Quando estamos totalmente entregues à sua vontade estamos caminhando no Espírito, então, Ele nos controla e domina. Nesta etapa, temos que possuir certeza plena de que Deus nos encheu e estamos no controle dEle, considerando-nos mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus (Romanos 6.11).
Uma coisa interessante no texto em relação à palavra fruto, Paulo fez questão de usá-la apenas para contrastá-la com a palavra carne, antes, ele queria expor uma aspecto pedagógico, pois obras não geram obras, mas fruto gera frutos. Vemos, assim, a dinâmica do Espírito Santo na vida do crente, seu trabalho é levá-lo a produzir o que Deus implantou em seu ser, que é corresponder ao que é divino, ao próprio Jesus Cristo.
Conclusão.
Se você deseja ter uma vida de verdadeira comunhão com o Senhor, invista tempo consagrando-se. Cuide para que seus frutos sejam condizentes com o ensino de Jesus. Busque ter um relacionamento pessoal com Cristo. Adore-o. Leia a Bíblia Sagrada de maneira devocional e sistemática. Ore, jejue. Produza as nove características do fruto do Espírito para a glória de Deus.
E.A.G.
Compilação:
As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente, Osiel Gomes, 1ª edição 2016, páginas 20-25, 30, Bangu, Rio de Janeiro/RJ.
Ensinador Cristão, ano 18, nº 69, janeiro a março de 2017, páginas 31 e 37, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD)
Lições Bíblicas - A Pessoa e a Obra do Espírito Santo. Comentarista: Eurico Berstén. 1º trimestre de 2004, lição nº 9: O Fruto do Espírito, páginas 59-63, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Comentarista: Osiel Gomes. 1º trimestre de 2017, páginas 14-16, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
O Poder do Espírito Santo, Billy Graham; 2ª edição revisada ; 2009; páginas 112, 127-129; 132, 133, 211, São Paulo (Vida Nova).
Um comentário:
Que alegria irmãos! Mais uma vez estamos caminhando para alcançar o objetivo do Blog Fogo para Missões (BlogFpM), de inspirar nossos leitores à conhecer mais o Evangelho e se envolverem ainda mais com a proclamação das Boas Novas de Jesus Cristo!!!
Não visitou ainda? Corre lá, e boa leitura!!!
#157 - AS PROFECIAS E O MESSIAS
A publicação nº 157, em um dia, alcançou dezenas de visitas. Sim, glória a Deus por isso! Nosso desejo é que tal leitura tenha despertado um desejo por mais de Deus e pelo compartilhar desta loucura para os que se perdem, mas poder para os que creem!!!
#JesusMessias #SérieSalvação #BlogFpM
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