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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Vídeo dramatiza o evento 'A Segunda Vinda de Cristo'

"Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o Senhor de vocês. Porém, considerem isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso, estejam também vocês preparados, porque o Filho do Homem virá à hora em que vocês menos esperam" - Mateus 24.42-44 (NAA).

A Segunda Vinda de Cristo
A Bendita Esperança do Crente e a Grande Tribulação
► Morte e Ressurreição
► O Tribunal de Cristo e os Galardões
O Céu Físico e o Céu Trono de Deus Morada dos Salvos



quarta-feira, 27 de novembro de 2019

O Escorpião em citações na Bíblia Sagrada e na Biologia moderna

Por Eliseu Antonio Gomes

Dados da Biologia

Os escorpiões são animais invertebrados. A biologia classifica-os como sendo da ordem dos aracnídeos. São descritos como artrópodes. Então, poderíamos dizer que são da classe das aranhas, carrapatos, ácaros e opiliões.

Existem muitos tipos de escorpiões. Aproximadamente, 1600 espécies são conhecidas em todo o mundo. No Brasil, há cerca de 160 variações distribuídas nas seguintes famílias: Bothriuridae, Chactidae, Liochelidae e Buthidae.

Algumas espécies de escorpiões possuem até seis olhos, porém, cientistas afirmam que eles enxergam o mundo apenas pelos tons azul e vermelho, e distinguem apenas o claro do escuro. Sua visão é fraca, sendo que um dos pares de olhos fica na região central da superfície dorsal. Mas, compensando a visão reduzida, há espalhados em seu corpo apêndices sensoriais, parecidos com bigodes, que captam muitas vibrações da pressão do ar no ambiente. Assim, conseguem perceber a aproximação da presa, mesmo que ela seja discreta. Esta característica ajuda-os bastante, principalmente durante os períodos de luz, quando enxergam menos. E para que tenham vantagem ainda maior sobre sua presa, o hábito de caçar é noturno.

Sua cauda possui uma estrutura com seis articulações, denominada de telson. Na cauda, existe um par de glândulas produtoras de veneno e um ferrão, também chamado de esporão, que é em formato de curva. As glândulas desembocam em dois orifícios situados no final da cauda. O ferrão é usado para perfurar e injetar a peçonha em suas presas com um picada aguda.

O tamanho do escorpião varia entre 7,5 a 15 centímetros de comprimento. Apresenta o corpo dividido em cefalotórax e abdômen, onde estão o tronco e a cauda. É um inseto revestido de carapaça, tem seis extremidades articuladas. duas espécies de pinças (usadas para agarrar-se e alimentar-se), orifícios no tronco (que servem para respirar), e oito pernas ágeis. 

A característica mais marcante do escorpião é o seu ferrão. Move-se com aparência ameaçadora, mantendo a cauda erguida. Parece estar sempre pronto para atacar. É carnívoro, alimenta-se apenas de insetos. Mata e devora sua própria espécie quando não há facilidade para encontrar bichos de outras espécies. Caso a presa seja grande ou ofereça resistência, elas são paralisadas pela ação do veneno, após entorpecida, é triturada ainda agonizante e engolida sem dificuldade alguma.

Habitat

O escorpião é comum em países de clima quente e de baixa umidade, sobrevive em regiões tropicais e subtropicais. Abriga-se em lugares escuros e secos, oculta-se embaixo de rochas, buracos, camufla-se em vegetação rasteira, encobre-se nos solos arenosos dos desertos. Nos centros urbanos, é encontrado em paredes de ruínas antigas, fendas de muros, dentro de calçados. É mais ativo em meses de temperaturas mais elevadas, quando afasta-se com mais frequências dos esconderijos para capturar presas distraídas.

A espécie Buthidae, encontrada no Brasil, é abundante e perigosa, como as espécies do gênero Tityus. Entre as espécies Tityus, prolifera no território brasileiro a Tityus serrulatus (escorpião amarelo), causadora de graves acidentes, sua ferroada é capaz de levar a óbito se não houver socorro rápido.

Reprodução

Os escorpiões são insetos solitários. O macho e a fêmea encontram-se apenas para a reprodução da espécie. Antes da fecundação, há um prelúdio que pode durar mais de sessenta minutos. O macho faz movimentos que lembram uma dança. O cortejamento termina com o abraço dos ferrões e o deslizamento do sêmen no abdome da fêmea, posicionada de uma maneira que o líquido entre em seu aparelho reprodutor. Ela é capaz de incubar entre cem a duzentos ovos. Os pequenos escorpiões permanecem durante alguns dias no abdome da mãe, ficam com ela até a primeira troca de pele; os filhotes esfolam o próprio corpo quando começam a crescer e partem para sua jornada desacompanhados, depois de grandes trocam a pele mais vezes.

Não é raro acontecer de as fêmeas comerem seus próprios filhotes. Algumas vezes o macho também age praticando o canibalismo contra sua prole e pode ser canibalizado pela fêmea após fecundá-la.

O ataque peçonhento

Os acidentes com humanos são excepcionais, os casos não são motivados pela questão da busca por alimentação, mas porque o escorpião se vê ameaçado. O veneno é  bastante tóxico, todas as vítimas precisam buscar o tratamento médico. Alguns casos de envenenamento a consequência é a morte da vítima. Portanto, todos devem ser socorridos com urgência, principalmente crianças, pois o organismo infantil é mais frágil que os adultos.

Geralmente, as picadas ocorrem nos membros superiores, sendo mais da metade delas nas mãos ou antebraços. A picada irradia dor intensa no membro afetado. A intensidade dos sinais e sintomas depende da dose do fluído venenoso. A gravidade do envenenamento deriva não só da quantidade de veneno como a espécie de escorpião, sendo que o veneno do escorpião amarelo (Tityus serrulatus) é o mais potente na América do Sul e no Brasil.

Após a ferroada dolorida, no intervalo de duas a três horas surge a sensação de queimação no local picado. A lesão assemelha-se ao de uma vespa ou abelha. Causa inchaço e avermelhamento; inflamação, náusea, diarreia, dor abdominal, elevação da temperatura corporal, grande fluxo de suor, salivação, vômito. Os quadros mais graves acontecem pela demora no socorro. Na condição mais crítica, as vítimas apresentam acúmulo de fluídos no pulmão, arritmia, sonolência, confusão mental, e o óbito. O maior número de vítimas fatais são as crianças menores de 14 anos.

Na Bíblia

Em muito relatos bíblicos, o escorpião, cujo vocábulo é tradução do termo hebraico " 'aqrãbh" e em grego de "skorpius", é usado para simbolizar castigos, os ímpios, os inimigos do povo de Deus e os inimigos do próprio Deus

Há um dezena de variedade deles na Palestina e territórios adjacentes. Em Deuteronômio 8.15, em sua jornada rumo à terra prometida, o povo judeu, recém liberto da escravidão no Egito, encontrou uma grande quantidade de escorpiões no deserto. Assim como foi no tempo do êxodo bíblico, nos dias atuais ainda é comum encontrá-los nas proximidades do mar Morto e península do Sinai - e também o clima extremamente seco e a presença de serpentes.

Roboão manifestou ser um rei de índole cruel contra o povo que governava. Em discurso, lançou uma ameaça dizendo que o castigaria com escorpiões. É aceitável pensar que a citação do inseto peçonhento era apenas uma alusão ao sentimento de dor causado por sua picada. Provavelmente, referia-se ao azorrague, chicote com muitas tiras e pontas de ferro em forma de gancho, instrumento de flagelo capaz de provocar feridas tão ou mais doloridas que a perfuração e injeção de substâncias venenosas (1 Reis 12.11,14, 2 Crônicas 10.14). 

Em Ezequiel 2.6, encontramos a narrativa que nos faz saber que o Espírito descreve o povo de Judá, que demonstrava obstinada rejeição às mensagens que Ezequiel entregava, como casa rebelde. O Senhor o instrui a não temê-los e a continuar profetizando, mesmo que fosse arrastado para sarças e espinhos e desafiado a estar entre escorpiões. 

Em Lucas 10.19, Jesus fala usando o recurso da metáfora. Anuncia que deu aos cristãos poder para pisar serpentes e escorpiões e pisotear todo o poder do inimigo, sem que isto cause qualquer dano. Existe revelação parecida em Salmos 91.13, afirmando que o servo de Deus pisará o leão e o áspide, calcará serpentes e leõezinhos. A linguagem figurada representa atuações demoníacas, o apóstolo Paulo interpretou o uso deste recurso linguístico ao escrever, de maneira literal, que o Deus da paz esmagará Satanás debaixo de nossos pés (ver em Romanos 16.20).

Jesus lembra que por natureza o homem nasce em pecado e tem tendência a ser mal, mas quando os filhos lhe pedem ovo, não lhe dá um escorpião (Lucas 11.12-13). Talvez, aqui, haja alusão à aparência de ovo que o escorpião tem quando enroscado um ao outro, ou o ovo de escorpião com um filhote dentro. Parecido com a lagosta, o escorpião é inadequado como alimento.

Há, simbolicamente, citações sobre o escorpião em Apocalipse 9. O texto escatológico fornece ao leitor a noção de como será terrivelmente agonizante o período da Grande Tribulação. Assim como a vítima da picada do escorpião rola pelo chão, espumeja pela boca e range de dor, as pessoas que não estiverem preparadas para a Segunda Vinda de Cristo sofrerão à beira do limite do insuportável, quando forem afligidas por Satanás e suas hostes malignas.

No versículo 3 deste capítulo, os escorpiões estão citados juntos com enxames de gafanhotos. No versículo 5, os gafanhotos estão descritos como portadores de poder igual a de escorpiões; com potencial para atormentar os homens por um período de cinco meses. E no versículo 10, o ferrão de escorpiões está mencionado como método causador de grandes sofrimentos aos seres humanos.

Conclusão

Além de tipificar Satanás e suas legiões de anjos caídos, o escorpião é comparável aos indivíduos que usam engano e falsidade em suas relações interpessoais, este hediondo inseto simboliza gente incapaz de retribuir atos de bondade que lhe sejam feitos. Quando praticam o bem, fazem isso em troca de algum interesse.

O escorpião é um inseto asqueroso cujo formato de rosto é incomum. Não há nenhuma expressão facial nele. Tal criatura representa pessoas que escondem suas intenções ruins, é traiçoeiro e indigno de confiança. Infelizmente, pessoas assim são encontradas até no círculo cristão, ambiente de convivência que deveria sempre haver lealdade e amor recíprocos.

Os falsos amigos e falsos irmãos em Cristo destilam o veneno conhecido como traição. Agem assim porque ainda não tiveram um encontro verdadeiro com Jesus; não abriram o coração para mensurar o valor da lealdade a Deus e ao próximo.

É possível ajudar a pessoa que vive sob a índole do escorpião. Temos que orar, pedindo a Deus que tenha misericórdia e lhe dê oportunidade de arrepender-se de seus pecados e possa renascer em Cristo, ter a mentalidade das ovelhas do rebanho do Senhor.

Que Deus nos guarde das picadas de escorpiões. Que todas as pessoas vítimas de gente traiçoeira tenha a capacidade de usar o antídoto contra a traição, que é a oração em favor dos traidores e a liberação de perdão a eles. 

E.A.G.

Com informações de:
Bible History Online - www.bible-history.com/links.php?cat=41&sub=853&cat_name=Bible+Animals&subcat_name=Scorpion
Easton's Bible Dictionary - www.bible-history.com/eastons/s/scorpions/
Fausset's Bible Dictonary - www.bible-history.com/faussets/S/Scorpion/
Klexikon. Skorpion - https://klexikon.zum.de/wiki/Skorpion
Wikipedia / Estados Unidos - https://en.wikipedia.org/wiki/Scorpion
Smith's Bible Dictonary - www.bible-history.com/smiths/s/scorpion/

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O Reinado de Davi

Jerusalém - Cidade velha
Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Na Bíblia, Jerusalém é mais citada do que qualquer outra cidade. A primeira citação está em Gênesis 14.18, onde é chamada de Salém, e a última referência está em Apocalipse 21.10.

Na época em que os israelitas cruzaram o Jordão para entrarem na terra prometida, a cidade é descrita como "Jebus" e "da banda dos jebuseus" (Josué 11.4; 15.8). Deixou de ser conquistada durante a posse de Canaã por Josué e permaneceu nas mãos dos cananeus até o tempo em que Davi tornou-se rei.

I - DAVI É CONSTITUÍDO REI

1. Três motivos para sua escolha

Os anciãos de Israel, que representavam as tribos do norte, isto é, de cada tribo de Israel, foram a Davi em Hebrom com o firme propósito de se submeterem ao seu governo. As razões alegadas pelos israelitas para quererem fazer de Davi o rei:

• ele era um irmão israelita (Deuteronômio 17.15);
• ele era o melhor guerreiro e comandante (1 Samuel 18.5,13-16,30);
• ele havia sido escolhido pelo Senhor para ser o rei de Israel (1 Samuel 13.13-14; 16.1,13,14; 16.1,13; 23.17; 25.26-31).

Davi foi o único rei na história de Israel que foi ungido três vezes. Primeiro, ele foi ungido rei na casa de seu pai (1 Samuel 16.13); depois, foi ungido rei na sua tribo, Judá (2 Samuel 2.4); e, por último, foi ungido rei perante toda a nação. A terceira unção (2 Samuel 5.3-4) resultou na unificação das doze tribos sob seu reinado, quando a unidade nacional estava destruída na guerra civil entre apoiadores de Saul e apoiadores de Davi (2 Samuel 2.8 - 3.1).

Diante da unção triplicada, não havia dúvida de que Davi era realmente um ungido de Deus. O reino estabelecido sob a governança de Davi foi de fato uma monarquia unificada, pois o Senhor era com ele, e o fazia cada vez mais forte (2 Samuel 5.1-2, 10).

2. Davi como pastor e chefe.

Assim como Moisés foi pastor de ovelhas e se tornou um grande líder dos judeus, Davi também foi pastor e comandou o povo de Deus (Êxodo 3.1-2; 2 Samuel 7.8).

Havia doze tribos descendentes de Jacó. Davi pertencia a tribo de Judá, que ele governou por sete anos. Houve uma grande guerra entre Judá, governada por Davi, e o restante de Israel, encabeçado pela tribo de Benjamin, que apoiavam Isbosete. Por fim, essas tribos enviaram seus líderes e pediram a Davi que as governasse também, ungindo-o rei (2 Samuel 5.3). Assim, ele teve sua liderança reconhecida, se tornou rei das doze tribos e governou por quarenta ano. Conquistou esse reconhecimento por seu caráter e valores. Ao longo dos anos, foi  visto pela nação israelita como comandante e governante legítimo (1 Samuel 13.13-14; 25.30; 2 Samuel 3.9-10,18).

O líder da nação era simbolicamente chamado de pastor, e a nação era o rebando das ovelhas (Isaías 44.28; 66.11). Mas a maior parte dos reis de Israel e Judá fracassaram como pastores; então Deus colocou-se como pastor do seu povo (Ezequiel 34.1-19) e anunciou que levantará Davi para isso (Ezequiel 34.23-24; João 10; 1 Pedro 2.25). Davi, como rei é um tipo de Cristo: Isaías 9.7: 2 Samuel 7.1-17; Marcos 11.10; Lucas 19.38; Apocalipse 5.5. A profecia se cumpriu parcialmente, quando Jesus nasceu como ser humano, viveu sem pecado e entregou a sua vida em favor dos pecadores e ressuscitou ao terceiro dia; será cumprida integralmente, quando arrebatar o povo santo e levá-lo ao Céu.

3. Entrando em aliança com o povo.

Houve uma aliança  de Davi, como rei, e o povo, para ele e o povo fossem abençoados pelo Senhor. Trata-se da renovação da aliança mosaica, a qual Israel  tinha sido constituído como o povo de Deus (Êxodo 19.5,6; Deuteronômio 4.20). Nesta ocasião, Davi se comprometeu com os israelitas, diante do Senhor, a pôr em pratica certas obrigações, a fazer cumprir seus direitos e responsabilidades, tanto de uns para com os outros como para com o Senhor (2 Reis 11.17).

Em seu esforço para unificar as tribos do norte e do sul, Davi procurou estabelecer uma capital que não desagradasse a nenhum dos lados. Escolheu Jerusalém, porque estava situada na fronteira entre o norte e o sul e também porque não pertencia a nenhuma tribo. Mesmo assim, tempos depois, a unificação dos reinos foi abalada, com a rebelião liderada pelo benjamita Seba (2 Samuel 20.1) e a dissolução do reino unido, quando Jeroboão rebelou-se contra Salomão e provocou a divisão de Israel em dois reinos (1 Reis 12.16).

II - A CONSOLIDAÇÃO DO REINO DE DAVI

1. A edificação de Jerusalém.

Jerusalém ficava no território de Benjamin, perto da fronteira norte de Judá, localizada em grande altitude e cercada por profundos vales, o que a tornava naturalmente defensável por três lados.

• Davi conquistou o território de Jerusalém em uma batalha difícil (2 Samuel 5.6-10);
• Jerusalém ficou conhecida como a Cidade de Davi (2 Samuel 5.7);
• Metaforicamente, Jerusalém é o lugar de a Igreja receber revestimento de poder (Lucas 24.47-49);
• Em Jerusalém, o Espírito foi derramado, no Dia de Pentecostes (Atos 2.3-4);
• Jerusalém é o ponto de partida de onde os crentes da Igreja Primitiva começaram a obre missionária (Atos 1.8);
• Segundo estudiosos das Escrituras, o nome Jerusalém aparece 813 vezes na Bíblia Sagrada.

2. As reformas religiosas.

É importante comentar que quando a Arca do Senhor era trazida à Jerusalém, por três meses ela ficou na casa de Obede-Edom, o geteu, natural de Gate, a cidade de Golias (1 Samuel 5.8; 17.4). Durante sua permanência naquele lugar, o Senhor o abençoou Obede-Edom e toda a sua casa. Esta situação mostra que a presença de Deus não estava restrita ao governo de Davi, a Jerusalém e aos israelitas, esclarece que Deus é soberano e abençoa a quem quiser.

Com isso, entendemos que nenhuma iniciativa humana, por mais sincera que seja e por mais eficaz que pretenda ser, não produz os resultados esperados se Deus não permitir que isso aconteça. O Senhor não está restrito às instituições religiosas, o Espírito sopra em quem me onde quer.

Sob o governo de Davi, Jerusalém passou a ser o centro do culto, da bênção e da promessa de Deus (2 Samuel 6.12-19; Salmos 133 - 134). 

3. A suprema aliança davídica.

A aliança que Deus estabeleceu com Davi deu continuidade à alianças feitas com Abraão e Moisés e apontaram para a nova aliança em Cristo (Jeremias 31.31-34; Mateus 26.27-28). Deus prometeu a Davi fazer seu nome habitar para sempre em Sião, uma promessa que alude à eternidade com Cristo, o Rei dos reis.

A promessa feita por Deus de sustentar os descendentes de Davi sugeria que Israel sempre teria a liderança de que necessitasse (2 Samuel 7.3-17). Deus nunca anulou essa promessa. Mesmo depois de Israel ser conquistado e perder a independência política, os israelitas continuaram esperando um rei da família de Davi - o Messias.

III - A GRANDEZA POLÍTICA DO REINADO DE DAVI

1. As realizações militares.

Quando Davi orientou seus soldados a tomarem Jerusalém, em posse dos jebuseus, povo de ascendência cananeia (Gênesis 10.16-18), a cidade já era uma fortificação. A estratégia de ataque foi entrar usando a canalização secreta de túneis. O canal subterrâneo canalizava a reserva de água que abastecia a população, a partir da fonte de Giom fora dos muros da cidade no lado leste até dentro da fortaleza. Ao tomar Jerusalém, Davi conseguiu superar todo o aparato de proteção criado pelos jebuseus, passou a morar na fortaleza e estabelecer ali a sua capital (2 Samuel 5.8-9; 1 Crônicas 11.4-7).

Antes da conquista de Davi, Jerusalém havia sido conquistada por Judá; mas nem Judá e nem Benjamin lograram êxito em desalojar permanentemente seus habitantes  (Josué 15.33; Juízes 1.8, 21).

2. As administrações de Davi.

O líder eficiente tem o hábito de prestar contas. Prestar contas significa viver em honestidade total e integral. O líder capacitado recebe constantemente comentários dos que estão acima dele, dos que estão ao lado dele e dos que trabalham para ele. O líder precisa exigir que seus liderados prestem contas de seus atos. Mas quem irá cobrar a prestação de contas do líder? Se ele for uma pessoa inteligente, Os seus iguais, os colegas, os amigos. O apóstolo Pedro era líder na Igreja Primitiva, ensinava que a liderança da comunidade cristã deveria agir com humildade (1 Pedro 5.1-4).

Em 2 Samuel 11.1-5,17 temos o relato da tragédia ocorrida com o Davi. Todo líder corre o risco de sofrer com alguma especie de tragédia, que poderia ser evitada, se não estiver envolvido em uma estrutura que o faça justificar a forma como usa seu tempo pessoal e profissional.

Davi era um rei que desfrutava uma caminhada íntima com Deus, tinha em seu currículo uma série de conquistas militares, possuía família, e posição política estável. Mas ele não possuía tudo. Não havia quem o questionasse por suas atitudes. Ele não tinha a bela esposa de Urias. Então, enquanto seu exército estava em guerra ele passava por um momento de folga em seu palácio, resolveu tomar para si aquela mulher, quis cometer e cometeu adultério; depois cometeu um assassinato porque não pretendia explicar nada a ninguém.

Antes disso, cria sistemas de transparências que impedem o pecado. Nossa capacidade de enganarmos a nós mesmos é infinita, por isso é tão necessário nos submetermos ao conselho de alguém. Ao não fazer isso, acabamos justificando qualquer coisa, especialmente se o erro que envolve pequenas concessões. Um dos benefícios do hábito de prestar contas é que isso nos protege de outros e nos protege de nós mesmos.

O cristão que afirma prestar contas somente a Deus, e ignora o conselho pastoral, não sabe que Deus estabeleceu uma hierarquia eclesiástica para o nosso bem (Hebreus 13.7). Nos lares, Deus deu ao marido a esposa, aos filhos os seus pais (Efésios 5.22-23, 25, 28; 6.1-2.). É importante haver um parceiro a quem pedir opinião, alguém que podemos ser totalmente honestos e que seja capaz de fazer comentários pertinentes e incisivos sobre as diversas áreas da nossa vida.

Provérbios, no capítulo 9 e versículo.9, ensina que instruir a pessoa sábia faz com que ela fique mais sábia e no capítulo 11 e versículo 14 nos diz que havendo falta de conselhos o fracasso é quase uma certeza e que na multidão de conselheiros encontramos segurança. Portanto, o líder sábio não espera a crise surgir para formar relacionamentos de responsabilidade e estabelecer a prestação de contas.

Apenas Deus não precisa prestar contas a ninguém, pois não existe princípio ou pessoa acima dEle e nEle não há nenhuma possibilidade de cometer erros.

3. O culto público.

A Arca do Concerto simbolizava a presença do Senhor e por este motivo deveria estar em posição central em Israel, para que os judeus cultuassem a Deus, mas durante o reinado de Saul estava em Quiriate-Jearim. Davi reconhecia a enorme significância da Arca como o trono terrestre de Deus e  consultou a congregação e os oficiais de seu exército sobre a intenção de trazê-la de volta a Jerusalém.

Os assuntos espirituais devem ser tratados da maneira reverente, conforme Deus estabeleceu. Como devemos cultuar ao Senhor?

• Devemos cultuá-lo com sinceridade, verdade e obediência (Josué 24.14,24);
• Devemos cultuá-lo com um coração perfeito e com uma alma voluntária (1 Crônicas 28.9);
• Devemos cultuar ao Senhor com temor e tremor (Salmos 100.2);
• Devemos cultuar ao Senhor com exclusividade (Mateus 6.24);
• Devemos cultuar ao Senhor de boa vontade (Efésios 6.7);
• Devemos cultuar ao Senhor com consciência pura (2 Timóteo 1.3);
• Devemos cultuar ao Senhor de modo agradável e reverente (Hebreus 12.28).

Os filisteus usaram um carro para transportar a Arca (1 Samuel 6.7). Porém, as leis do Antigo Testamento exigiam que a Arca fosse carregada pelos filhos de Coate, usando os vários prescritos (Números 3.30-31; 4.15; 7.9; Êxodo 25.12-15). Ao invés de consultar as Escrituras e seguir as orientações quanto ao modo de transporte exigido pelo Senhor, os israelitas imitaram o procedimento irreverente como os filisteus haviam transportado a Arca. Uzá, juntamente com seu irmão Aiô, guiou o carro que carregava a Arca quando foi levada da casa de Abinadabe a Jerusalém. Na eira de Nacom, os bois que puxavam o carro tropeçaram e Uzá segurou a Arca com a mão. O Senhor o feriu por irreverência e ele morreu. (2 Samuel 6.3-8; 1 Crônicas 13.7). Embora, talvez, sua intenção fosse boa, violou as instruções claras  que o Senhor havia dado sobre o manuseio da Arca (1 Crônicas 15.13-15; Números 1.50; 4.15; 7.9).

Com este imprevisto, a procissão foi interrompida e a Arca foi levada para a casa de Obde-Edom, por orientação de Davi e lá permaneceu por três meses ( 2 Samuel 6.11). Depois disso, Davi soube que Deus abençoava a casa de Obede-Edom e entendeu que a ira do Senhor havia terminado. Então, Davi, providenciou para que os levitas transportassem a Arca do Concerto da casa de Obede-Edom até Jerusalém da maneira que o Senhor havia estabelecido por intermédio de Moisés. Ele pediu que os sacerdotes se santificassem para a ocasião.

Davi, juntamente com os sacerdotes cantores, oficiais e anciãos de Israel, acompanhou a Arca até Jerusalém em meio à grande celebração, aos cânticos de adoração e instrumentos de louvor.

CONCLUSÃO

O Antigo Testamento traz a história das relações de Deus com a nação judaica, ao apresentar o propósito de um dia Ele abençoar a todas as nações através da linhagem real de Davi, com o nascimento do grande Rei que vive para sempre. Em 2 Samuel, descobrimos que Deus escolheu Davi para unificar Israel e trazer paz política aos israelitas e expandir suas fronteiras. A aliança de Deus com Davi desenvolveu o plano da vinda do Messias. Embora Davi tenha realizado feitos importantes e Deus o tenha escolhido para ser ascendente do Messias, foi homem falho. Entretanto, esses pontos falhos de Davi não impediram o plano divino. A bênção futura para Israel e todos os povos, estabelecimento do reino que não terá fim é uma realidade, assim como o Messias, capaz de unir e trazer a paz duradoura ao povo de Deus e estabelecer o reino de Deus a toda a terra.

E.A.G.

Bíblia de Estudo Pentecostal, segunda impressão 1996. Página 635. Impressa nos Estados Unidos com editoração e fotolitos da Casa Publicadora das Assembleias de Deus.