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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Ética Cristã e Suicídio


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Na obra clássica "O Peregrino, João Bunyan narra a caminhada do "cristão" que buscava o fim de um estado opressor provocado pela sua atividade de pecados. Ele peregrinava com o fardo de pecados, cujo peso era esmagador, procurando alívio em diversas fontes. Foi quando o "interprete" lhe apontou o Calvário. Então, o Peregrino reconheceu que Jesus Cristo morreu por ele. Nesse momento, ele recebeu Jesus Cristo como seu Salvador pessoal, e transferiu o fardo para as mãos de Jesus. É o que o ser humano deve fazer também para aliviar-se dos seus fardos.

Muitas pessoas estão à beira da total exaustão, vivem oprimidas em decorrência da sobrecarga diária. O esforço é custoso, impõe a elas esforço difícil de suportar. Vivendo neste processo desgastante, não são todas que reconhecem a solução que Jesus Cristo oferece. Não suportam o sofrimento e dão cabo da própria vida.

A expressão "suicídio" é derivada de dois vocábulos latinos: sui (“de si mesmo”) e caedĕre (“matar”), isto é, matar-se a si mesmo. Atitude também conhecida como "morte autoinfligida".

Sobre a decisão de colocar um ponto final a própria existência, o crente não deve basear-se em raciocínio, filosofias e justificativas puramente humanas. Precisa considerar as Escrituras, as vastas abordagens que a Palavra de Deus possui sobre este tema.


l - O SUICÍDIO NAS ESCRITURAS E NO MUNDO

Nas Escrituras, encontramos o registro de alguns casos de suicídio. Em todos eles, vemos que seus protagonistas foram pessoas que deixaram de lado a voz do Senhor, e desobedeceram à sua Palavra

A vida só tem sentido quando está sob o controle irrestrito de seu Criador (Isaías 41.13). O aumento do suicídio é resultado da ideologia que enaltece a criatura em lugar do Criador. Quando o homem evoca autonomia sobre o próprio corpo e a vida, desprezando e afrontando a soberania divina, graves e funestas consequências ocorrem.

1.1 No Antigo Testamento.

Na passagem bíblica de 1 Samuel, capítulo 31 e versículos 3 ao 5, encontramos o caso de suicídio de Saul, monarca  fracassado, que deixou o Senhor, e foi em busca de uma médium espírita (1 Samuel 28.1-19; 1 Crônicas 10.13,14). O texto registra que o rei cometeu suicídio precipitando-se sobre sua espada e o seu escudeiro viu que ele estava morto e suicidou-se também.

Aitofel,  cujo nome em hebraico significa "irmão de conversa tola", foi conselheiro importante de Davi e conspirou contra ele juntando-se com Absalão Ao se ver desacreditado por Absalão, sentiu profunda angústia e se enforcou (2 Samuel 17.23).

Zinri, um rei sem nenhum temor de Deus, usurpou o trono por traição e matança, reinou em Tizri por apenas sete dias. Após matar Elá, seu mestre, o povo se revoltou contra ele e declarou Onri rei em seu lugar. Então, apavorado, considerando não morrer pelas mãos de Onri, ateou fogo no palácio e propositalmente morreu no incêndio (l Reis 16.18,19).

Moisés pediu a Deus que tirasse a sua vida; o profeta Elias também fez o mesmo pedido; e da mesma forma o profeta Jonas. Eles temeram tirar a própria vida e pediram a morte. E Deus não atendeu a nenhum desses pedidos (Êxodo 1.17; Números 11.15; 1 Reis 19.4; Jonas 4.3). 

Sansão morreu como suicida?

Sansão viveu no período teocrático de Israel. Agiu em sua função de juiz sobre os israelitas (Juizes 3.6 a 16.31). O termo "juiz" pode trazer uma impressão errada aos que não possuem conhecimento bíblico. Qual era o papel de um juiz? Deus chamava indivíduos de diferentes posições sociais e dava-lhes poder para servir como juiz, liderando uma ou mais tribos de Israel. Assim, exerciam todos os poderes governamentais durante seu tempo no ofício executivo, legislativo e judiciário. Eles, na sua maioria, também eram líderes militares.

Há quem acredite que o caso de Sansão, o décimo terceiro e último juiz de Israel, é um exemplo de suicídio aprovado por Deus. Sansão não se suicidou, ele não tirou a vida como um suicida; mas sacrificou-se por seu povo quando esteve em seu último lance de combate contra os inimigos mortais dos israelitas.

Os filisteus haviam arrancado seus olhos e zombavam dele durante a realização de uma festa dedicada ao deus Dagon. Neste momento de escárnio, Sansão orou ao Deus verdadeiro pedindo-lhe força para contra-atacar. Ao receber esta força, abraçou duas colunas do templo pagão e provocou o seu desmoronamento sobre todos os inimigos de Israel (Juízes 16.28-31). Através de Sansão o ciclo de derrotas nas mãos dos filisteus foi quebrado. Não fosse esta iniciativa corajosa um ato de guerra, Sansão não seria mencionado entre os heróis da fé (Hebreus 11.32-34).

1.2 No Novo Testamento

Encontramos nas páginas neotestamentárias o triste exemplo de Judas Iscariotes, um dos doze discípulos de Jesus, tesoureiro e ladrão de ofertas (Lucas 6.16; João 12.6; e 13.29) Tomado por uma ambição egoísta, traiu o Mestre por trinta moedas de prata (Marcos 14.10-11). Após trair Jesus, ele foi dominado por um profundo remorso, e, ao invés de pedir perdão ao Senhor, preferiu dar cabo de sua vida enforcando-se, tendo suas entranhas derramadas no chão (Mateus 27.3-5; Atos 1.18). Antes desse fim horrível, Cristo o havia exortado, para que não o traísse e evitasse o sofrimento (Marcos 14.21).

Em nossos dias, infelizmente, há quem siga o caminho de Judas e banalize a vida e a fé cristã. Por amor ao dinheiro, muitas pessoas são atraídas aos mais diversos tipos de pecado. Gente crente em Cristo, abandonam a fé e são traspassadas por muitas dores. No entanto, as pessoas podem ter dinheiro, amar a Deus acima de todos e tudo e não amar as riquezas (Jó 42, capítulo completo; 2 Timóteo 6.10).

Jesus se recusou a cometer suicídio ao ser tentado por Satanás (Mateus 4.5-6; Lucas 4.9-11).

O carcereiro de Filipos se propôs a cometer suicídio, quando ocorreu um terremoto na região da prisão na qual  ele era o responsável pelo aprisionamento dos presos, entre os quais Paulo e Silas. O abalo sísmico abriu as grades dos cárceres e ele apavorou-se pensando que os detentos haviam fugido. Quando o apostolo o viu tirando a espada com o intento de matar-se, gritou para impedi-lo "não faça este mal contra si mesmo, estamos todos aqui". E o carcereiro perguntou a Paulo e Silas o que deveria fazer para ser salvo. Então, ouviu: "Creia no Senhor Jesus, e será salvo tu e tua casa" (Atos 16.23-32).

Durante a Grande Tribulação muitos tentarão cometer suicídio, mas serão incapazes de encontrar a morte (Apocalipse 9.6).

1.3 O suicídio no mundo

O suicídio aparece nas Escrituras Sagradas e reflete-se no mundo de hoje. Pesquisas mostram que no Brasil o número de suicídios entre jovens cresce de modo lento, mas constante. Dados mostram que, em 12 anos, a taxa de suicídios na população de 15 a 29 anos subiu de 5.1 por 100 habitantes em 2002 para 5,6 em 2014 - um aumento de quase 10%.

Esses números, obtidos pela rede de televisão britânica, BBC Brasil, são do Mapa da Violência 2017, publicado anualmente a partir de dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Em números absolutos, foram 2.898 suicídios de jovens de 15 a 29 anos em 2014, um dado que costuma desaparecer diante da estatística dos homicídios na mesma faixa etária, cerca de 30 mil.

Um olhar atento permite ver que este melancólico fenômeno  não é recente  nem isolado sobre o que acontece com a população brasileira. Segundo Blaize Conzati, colunista e pesquisador do Instituto Familiar, em um artigo publicado em maio de 2017, de 2000 a 2015, a taxa de suicídio aumentou 27% entre as pessoas de 20 a 35 anos de idade nos Estados Unidos. Entre todos os grupos etários, a taxa média saltou quase 21% durante o mesmo período de tempo.

De acordo com Instituto de Pesquisa familiar, a perda de fé em Deus e o declínio da religião estão  entre as principais razões  pelas quais  jovens estão cometendo cada vez mais suicídio nos Estados Unidos. Os jovens americanos têm se distanciado das instituições religiosas ao longo das últimas décadas, escolhem viver de acordo com "sua própria espiritualidade" ou desprezam inteiramente a fé em Deus.

Os suicídios merecem atenção porque indicam um sofrimento imenso, que faz a pessoa tirar a própria vida. Muitos indivíduos se submetem a um desejo desenfreado de chegar ao "topo do sucesso" e, independentemente dos sacrifícios pessoais, fazem de quase tudo para "manter-se por lá" o máximo de tempo possível. Isso torna a existência um enorme fardo pesado, considerando que sucesso nem sempre é sinônimo de felicidade e estar em evidência não garante a autorrealização. Esse comportamento decorre de uma vida sem a presença de Deus, gera o aumento das tensões da pessoa com ela mesma e com muitos indivíduos em sua volta. Produz doenças psicossomáticas, das quais a mais conhecida é a depressão, e é a causa do índice de suicídios.

Pesquisa empírica sobre as causas do suicídio revelou que a maioria das pessoas não comete suicídio após a devida consideração e em desafio deliberado aos mandamentos de Deus, mas é levada a isso por doença mental grave ou experiências extremamente traumáticas.

Não é cabível ao cristão encorajar o suicídio. Fazer isso significa não possuir amor ao próximo e não ter resposta para o desespero e nenhuma condição de levar o conforto aos aflitos. O Evangelho de Cristo é o oposto de tudo isso.

Encorajar, incitar, dar apoio ao ato de suicídio de outra pessoa, é um crime em vários países ocidentais, visto como uma maneira de homicídio doloso (intenção de matar). Aliás, até quando realizado através  da Internet. Em território brasileiro, o artigo 122 do Código Penal prevê reclusão de dois a seis anos para quem leva alguém a cometer suicídio, ou reclusão, de um a três anos, se a tentativa de suicídio provocar lesão corporal de natureza grave.


II - TIPOS DE SUICÍDIOS

O que faz uma pessoa famosa cometer suicídio? Por que indivíduos que aparentemente não têm falta de nada tiram a própria vida? As aparências de alegria no cotidiano muitas vezes mascara o que realmente as pessoas estão sentindo e vivendo.

São muitas as pessoas que não conhecem a Jesus que são induzidas a matar a si mesma. Existem três tipos de suicídios: convencional, pessoal e sacrificial.

2.1 Suicídio convencional.

Após Constantino introduzir o cristianismo em 312 como a religião oficial do Império Romano, os cristãos participaram do governo, Agostinho, em A Cidade de Deus (I, 17-27) formulou a primeira rejeição ética cristã abrangente do suicídio argumentando que o sexto mandamento implica uma proibição contra a morte de todas as pessoas inocentes e, portanto, implicação também contra tirar a própria vida. Um argumento adicional foi que o suicídio está absolutamente errado, já que rouba da pessoa responsável qualquer oportunidade de confessar o pecado mortal cometido contra si mesma.

É descrito pelo  nome de “convencional” o suicídio provocado pela tradição cultural ou coerção do grupo social. Exemplos:
• Os esquimós  toleram e esperam o suicídio de idosos e incapacitados.
• Era comum entre os japoneses a prática dohara-kiri como expressão de orgulho, a morte autoinfligida em nome da honra. O suicida era visto como gente nobre ao tirar sua vida para não experimentar alguma situação intolerável. 
Ainda há nos dias atuais a propensão ao suicídio naquela cultura. Em maio de 2007, ao ser investigado por corrupção, o Ministro da Agricultura do Japão sentiu-se extremamente envergonhado e cometeu o suicídio por enforcamento. Em 2014, a taxa média de suicídios no Japão era de 70 pessoas por dia. 
2.2 Suicídio pessoal.

Há hoje entre os cristãos uma atitude não bíblica com relação às dificuldades e aos sofrimentos. Quando as adversidades surgem, muitos creem que estão em pecado e abandonados por Deus. Contudo, foi o próprio Jesus quem nos alertou que não devemos nos surpreender com o fato de encontrar tribulações (João 16.33). A fé não nos isenta das dificuldades, mas nos capacita a enfrentá-las. É necessário aceitar o fato de que a vida presente não é constituída apenas de alegrias e conquistas terrenas. Os crentes são chamados a ter alegria e esperança em meio às provações atuais, com os olhos fitos na era vindoura.

O suicídio de ordem pessoal, obviamente, é realizado por  iniciativa individual, sem a influência de tradição cultural. As motivações para este tipo de morte são variadas e muitas vezes não é possível conhecer a causa direta. No entanto, a atitude é compreendida como um escapismo de problemas.

Quase sempre o suicídio ocorre em resposta ao sofrimento ou em decorrência da ansiedade exagerada, causadora do sofrimento antecipado. O sofrimento pode ser de natureza física, mental, emocional ou espiritual. As principais razões que transformam um individuo em suicida, são: depressão, problemas financeiros, dissolução de um relacionamento, uma forma de protesto, confusão sexual entre gêneros, ritual religioso, fuga da punição e fuga da dor.

Há cristãos que definem o uso do cigarro de nicotina, álcool e drogas ilícitas como maneiras de suicidar-se, lenta e gradativamente.

De maneira equivocada, alguns podem pensar que o suicídio deveria ser aceito como um direito, argumentar que o seu corpo é propriedade pessoal. A Bíblia Sagrada declara que o nosso corpo pertence ao Espírito Santo (1 Coríntios 6.19-20). Somos portadores de uma imagem irradiada na sociedade, seres humanos vivendo em comunidade e nesta condição o ato de suicídio aflige os que testemunham ou recebem a informação do ato suicida, além de gerar culpa e outras circunstâncias tensas.

2.3 "Suicídio" sacrificial.

No Antigo Testamento, a morte de Sansão é um exemplo de auto-sacrifício. Ele agiu de maneira altruísta, com o propósito de livrar Israel da opressão causada pelos filisteus. E por este motivo é mencionado entre os Heróis da Fé (Juízes 16. 23-31; Hebreus. 11:32).

No Novo Testamento, encontramos a questão de alguém salvar a vida alheia em detrimento da sua própria. O ensino de Jesus aborda este tema. Ele disse que a “morte em prol dos outros” é a prova de um amor maior. E como o Bom Pastor que tem um carinho muito especial com suas ovelhas, o próprio Senhor entregou a vida dEle por nós, através de um sacrifício amoroso. A cruz é o ponto central do cristianismo, foi na crucificação que Ele garantiu a vida eterna a todos nós. (João 10.15, 16).


III - O POSICIONAMENTO CRISTÃO PARA O SUICÍDIO

3.1 O posicionamento teológico.

A fundamentação bíblica do cristão contra o suicídio encontra-se no sexto mandamento do Decálogo: "não matarás". O preceito que nega ao ser humano tirar a vida de outro ser humano, também o proíbe de “assassinar” a si mesmo. (Êxodo 20.13; Deuteronômio 5.17).

A razão pela qual o suicídio é considerado uma violação da vontade de Deus, é que Ele é o Criador e Sustentador da vida. O suicida rejeita a soberania de Deus e usurpa sua prerrogativa em relação à vida e à morte (Jó 12:10). Somos produtos das mãos do Criador, portanto, a vida humana pertence a Deus (Salmo 100.3). Cabe ao Criador determinar o tempo de nascer e o tempo de morrer. Somente a Ele é cabível decidir quando e como a vida deve cessar, seja por doença, velhice ou acidente. (Eclesiastes 3.2).

Ao longo da História da Igreja, o suicídio sempre foi visto como um pecado grave. Houve a diferenciação do suicido com outros pecados, destacando-o como o pecado que não permite ao pecador arrepender-se por tê-lo cometido. Assim, no passado era costume da igreja negar o cerimonial de enterro aos cadáveres indicados como alguém suicida.

3.2 O posicionamento ético.

A posição da Ética Cristã é contrária ao suicídio pelos seguintes e principais motivos:
Suicidar-se denota inversão dos valores da vida e falta de confiança em Deus, o suicídio é um gesto de ingratidão que interrompe o ciclo e a missão da vida outorgada por Deus.
Falha por não reconhecer a natureza antinatural da morte (Romanos. 5.12; 1 Coríntios 15.26; 1 Tessalonicenses 4.13-18).
O suicida desconsidera ser criado à imagem e semelhança de Deus, não considera a santidade da vida humana O suicídio implica banalizar a vida que Deus criou (Gênesis 1.26–27; 9.5–6).
O suicídio é uma má administração do corpo. Suicidar-se demonstra amor mal direcionado e é prejudicial para os outros. O ato suicida viola o mandamento de amar “o próximo como a si mesmo” (Mateus 22.36-39; 1 Coríntios 6.19-20,  Efésios 5.29).
O suicídio é um ato egoísta de quem pensa em aliviar seu sofrimento sem se importar com os outros; a pessoa que comete suicídio ignora o sofrimento humano do próximo, de seus pais, irmãos e amigos (Romanos 5.3-5; 8.28; 2 Coríntios 4.17-18; 12.10).
Em face dessa situação lamentável na existência de alguns, a Igreja deve estar disposta a ajudar. Aos cristãos é necessário discernir a condição da pessoa que tem a predisposição ao suicídio.

Alguns sinais da iminente tragédia, são: falar em suicídio de maneira romântica; declarar não ter esperança, dizer ou realmente estar desamparado, descrever-se como pessoa inútil; perda de interesse em coisas materiais; abandono de bens materiais; felicidade súbita seguida pela demonstração de apatia ao visitar entes queridos. Atenção: tais características podem ocorrer em pessoas que não estão propensas ao suicídio.


CONCLUSÃO

Como Igreja de Deus, o cristão é convocado a militar pela vida, levar esperança às pessoas angustiadas. Perante um potencial suicida, é importante persuadi-lo a buscar ajuda e a companhia de parentes e amigos. Assim que houver suspeita, é necessário conduzir o mesmo ao envolvimento com grupos de apoio, sendo que os principais são os familiares que, comprovadamente, o amam e a coletividade da estrutura eclesiástica, voltada ao ministério de socorro aos aflitos.

Os problemas éticos são desafios gigantescos à igreja do Senhor. Por este motivo é necessário sempre buscar maior conhecimento bíblico a respeito do tema. Estar disposto a orar no sentido de estar capacitado a contribuir com ações consistentes. E assim, tornar-se apto a vencer este problema social, tão inquietante até aos servos de Deus.

E.A.G.

Compilações:
Geração JC, ano 27, número 118, páginas 13 e 14
Guia Fácil para Entender a Bíblial. Larry Richards, página 74 e 75, edição 2013, Rio de Janeiro (Thomas Nelson Brasil).
Lições Bíblicas Adulto. Valores Cristãos - Enfrentando as Questões Morais de Nosso Tempo, Douglas Baptista, lição 6 - Ética Cristã, Pena de Morte e Eutanásia, 2º trimestre de 2018. 
Lições Bíblicas Adulto. Ética Cristã - Confrontando as questões morais. Lição 9: O cristão e eutanásia e o suicídio, Elinaldo Renovato de Lima, 3º trimestre de 2002. 
Quem é Quem na Bíblia Sagradaeditado por Paul Gardner, 19ª reimpressão 2015, páginas 580 e 581, São Paulo (Editora Vida). 

SciELO - May Christians request medically assisted suicide and euthanasia?, D. Etienne de Villiers, www. scielo. org. za/ scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0259-94222016000400090
The Ethics & Religious Liberty Commission, Suicide from a Christian perspective, 14 de Outubro de 2014, https:// erlc.com/ resource-library/articles/ suicide-from-a-christian-perspective  

Deus cuida de você


No livro de Isaías, capítulo 40 e versículo 31, a Palavra de Deus nos diz que todos que esperam no Senhor renovam as suas forças e voam com as águias. E então questionamos: Quantos cristãos estão vivendo hoje a sua fé ao estilo dessas aves de grande porte, bico e garras?

Durante as tempestades, as águias não se amedrontam. Elas abrem suas asas e voam acima de todas as agitações atmosféricas, enquanto as outras aves têm medo das densas nuvens, raios, trovões, chuvas ventos, granizo, temporal, procela.

É preciso confiar no Senhor em momentos ruins. Se Ele não muda a tempestade, dá asas de águias aos que o servem com fidelidade.

Será que durante as circunstâncias adversas nos esquecemos das promessas e instruções do apóstolo Paulo, ao escrever aos crentes da cidade de Filipos? O texto bíblico contido na Carta aos Filipenses, capítulo 4 e versículo 6, nos ensina que não é necessário que o coração permaneça ansioso durante as tempestades. Mas somos falhos e sentimos a ansiedade quando as coisas não estão bem. Neste momento de fraqueza, devemos abrir as asas e voar alto, é necessário empreender esforços para trocar a motivação criada pela ansiedade por orações, súplicas ações de graças, conforme recomendou o apóstolo.

Deus quer tocar em seu coração, em seu espírito e alma, para que você seja forte em todo tempo. Não importa qual e de qual tamanho é a luta que, inevitavelmente, é travada. O fato de confiar em Deus nos envolve na proteção divina, e dar lugar ao Espírito Santo durante a circunstância adversa, faz com que o desfecho contribua para o nosso bem. 

Estejamos disponíveis ao toque do Espírito Santo. Ao toque do Senhor, podemos todas as coisas em Cristo, que renova as novas forças.

E.A.G.

sábado, 28 de abril de 2018

Lições de superação: Nick Vujicic e Kanae-Miyahara


Nicholas James Vujicic, conhecido como Nick Vuijicic, é o filho mais velho de um casal de imigrantes sérvios, da Iugoslávia, que se estabeleceram na Austrália. Nasceu em Melbourne, em 4 de dezembro de 1982.

Nick Vuijicic veio a este mundo vitimado por uma doença congênita rara, caracterizada por uma falha embrionária que causa deformação física e  leva a maioria dos portadores à morte pouco depois do nascimento. A síndrome chama-se Tetra-amelia, conhecida também como focomelia. Os bebês afetados por este mal, durante todo o desenvolvimento na fase da produção intra-uterina, têm seus membros superiores e inferiores formados de maneira inadequada. Esta condição fez com que faltassem a Nick pernas e braços normais. Ele possui dois pés pequenos, um dos quais com dois dedos. Exceto pela deficiência física, Vujicic é uma pessoa que goza de saúde.

Nick é apontado como um dos sete indivíduos sobreviventes do planeta que vivem com a síndrome. Originalmente, os dedos de Nick eram fundidos, uma operação foi realizada para separá-los, para que pudesse usá-los para agarrar objetos, virar uma página e executar outras funções. Após a intervenção cirúrgica, é possível a ele manusear o copo de água e bebê-la, barbear-se, pentear o cabelo e escovar os dentes, operar uma cadeira de rodas elétrica, escrever, usar um computador, atender ao telefone celular. 

De acordo com sua autobiografia, após sua mãe dar-lhe à luz, recusou-se a vê-lo ou abraçá-lo enquanto a enfermeira o segurava na frente dela. Declarou em palestra que sua mãe, por estar em choque emocional, não conseguia tê-lo nos braços e nem amamenta-lo. Mas ela e o marido acabaram aceitando a condição do filho e consideraram que seu estado físico era o plano de Deus para sua vida.

Depois que sua mãe lhe mostrou um artigo de jornal sobre um homem que sofria de uma deficiência grave aos dezessete anos, ele começou a dar palestras em seu grupo de oração.

Devido ao problema de saúde, Vujicic cresceu afligido por dificuldades e privações. Ainda menino, foi proibido de frequentar uma escola regular por causa de sua deficiência física. Durante a sua escolaridade, as leis foram mudadas e Vujicic foi um dos primeiros estudantes deficientes físicos a ser integrado numa escola regular.

Apesar de se ver intimidado por sua realidade, sofrer bullying e depressão e ter pensado em suicidar-se aos oito anos de idade, pedir a Deus que fizesse seus braços e pernas crescerem, afirma que o período da sua infância foi surpreendentemente normal, e prosperou em sua juventude e adolescência. Aos dez tentou se afogar e desistiu por causa do amor de seus pais, não quis provocar neles o sofrimento causado pela atitude de dar cabo da própria vida.


Aos nove anos de idade, residia em Malbourne, com seus pais, um irmão e uma irmã. Era depressivo, achava que nada de bom poderia acontecer a sua vida, via pessoas com braços e pernas e perguntava a razão de não ter esses membros. Pensava que nunca seria feliz e que sua vida jamais teria um propósito além da dor e da humilhação. Acreditava que nunca teria um emprego e que seria um peso financeiro para seus pais. Tinha a certeza que jamais iria se casar e que nunca estaria pronto para segurar os filhos quando eles chorassem.

Os pais de Nick também oravam pedindo a Deus braços e pernas para ele, porém, conscientes que se não fossem atendidos acreditavam que havia um bom propósito de Deus para aquela situação. E lhe disseram: "confie em Deus, faça o seu melhor; aceite o que não pode mudar e tente mudar aquilo que você pode". Então, Nick se deu conta que suas realizações poderiam ser inspiradoras para muitas pessoas e começou a agradecer por estar vivo.

A grande mudança ocorreu quando sua mãe lhe mostrou um artigo de jornal sobre um homem lidando com uma grave deficiência.  Isso o levou a perceber que ele não era o único que lidava com grandes problemas, que mesmo que não recebesse um milagre poderia ser um milagre para a vida de outras pessoas.

Aos 15 anos de idade, começou a sua jornada de fé, acreditando em Deus e numa vida de orações, sem ter nenhuma ideia de qual plano Deus tinha para sua vida, cujo objetivo principal era que ajudasse outras pessoas. Quando leu o Salmo 139 entendeu que foi feito pelo Criador de maneira maravilhosamente assombrosa. Entendeu que havia uma Força Maior, que na verdade não precisava de braços e pernas, e sim, de Deus! Compreendeu que não precisava de dinheiro, o que realmente precisava era da paz de Deus. Entendeu que todo o dinheiro, todo o sexo, todas as coisas desse mundo se comparadas com a paz de Deus são apenas lixo.

Aos dezessete anos, demonstrou haver superado sua deficiência ao realizar palestras em seu grupo de oração. Depois do período de ensino regular, Vujicic frequentou a faculdade. Graduou-se na Griffith University aos 21 anos, obteve o grau de bacharel em Comércio, com dupla especialização em contabilidade e planejamento financeiro.

No colégio, uma funcionária o fez entender que poderia ser um bom palestrante, e o colocou diante de colegas estudantes. Assim que começou a falar, se apaixonou pela ideia de transmitir esperança e dizer que todos podem ter sonhos, “sonhar grande”. Ao ouvi-lo, algumas pessoas começaram a chorar, e uma adolescente desabafou dizendo-lhe: “nunca alguém havia me dito que eu era bonita como eu sou e que me amava do jeito que eu sou”. 

Em 2005, fundou a Life Without Limbs (Vida sem Membros), uma organização sem fins lucrativos. Em 2007, a empresa Attitude is Altitude, pela qual passou a viajar como palestrante motivacional, recebendo a cobertura da mídia de massa devido a essa atividade. Concedeu sua primeira entrevista de televisão, com potencial alcance mundial, a Bob Cummings, em 28 de março de 2008, apresentada pela ABC. Esteve como entrevistado no programa The Oprah Winfrey Show.



Dirige-se às congregações cristãs, escolas e reuniões empresariais. Ele dá palestras regularmente, mostra sua experiência de vida como exemplo aos que buscam a felicidade. apresenta a superação de sua dificuldade, como vive plenamente apesar da dificuldade. Fala sobre esperança e o sentido da vida. Enfoca temas que os adolescentes de hoje enfrentam.

Até o momento, o número de sua audiência ultrapassa três milhões de pessoas, esteve em 24 países e  e participou de conferências nos cinco continentes. Reflita sobre duas frases motivacionais de Nick:
"Nós temos feridas abertas, nós todos temos medos. O medo de falhar, o medo do escuro ou de o que quer que seja. Mas o bonito disso é que podemos transformar as nossas fraquezas em grandes oportunidades."
"O seu valor não é determinado por quem te reconhece, ou que tipo de instrução secular você teve ou quanto dinheiro você tem. Dinheiro, drogas, álcool, sexo, pornografia.. Se você colocar a expectativa da sua felicidade em coisas temporárias, sua felicidade será temporária também. Precisamos descobrir a verdade sobre nosso objetivo e o nosso valor." 
Vujicic estrelou o curta-metragem"Butterfly Circus" (O Circo da Borboleta) e em 2010 no Method Fest Independent Film Festival  foi premiado como Melhor Ator por sua atuação como Will. 

Vujicic escreveu o livro intitulado Life Without Limits: Inspiration for a Ridiculously Good Life (Vida Sem Limites: Inspiração para uma Vida Ridiculamente Boa), publicado em 2010 pela editora Random House. 


Em 2006, ele se mudou para a Califórnia, e dois anos depois conheceu nas proximidades de Dallas a jovem Kanae Miyahara, filha de um engenheiro agrícola japonês e uma mãe mexicana, nascida no México e residente no Texas. Ela compareceu em uma de suas palestras e se casaram em 2012. Atualmente Nick tem quatro filhos com ela e todos moram no sul californiano.

Na fase adolescente, pensava que jamais poderia se casar, e se casasse jamais pegaria na mão de sua esposa e filhos. Ao entrar na fase adulta e já casado, disse em entrevistas e palestras que compreendeu que mesmo não tocando na palma da mão de sua mulher é possível segurar o coração dela. Na questão da paternidade, lamentava não haver a possibilidade de abraçar os filhos quando chorarem, e ao ser pai de duas crianças entendeu que precisa ser o melhor pai do mundo, se não pode abraçá-los, eles têm que sentir o desejo de lhe abraçar.

Nick trabalha com órgãos governamentais em seis países da Europa. Governantes europeus implementam o seu método nas escolas, cuja didática aborda o valor do caráter, a responsabilidade, a identidade, a boa auto-estima, o empreendedorismo, o bullyng e como refutá-lo, como criar bons líderes para a sociedade.

É evangelista cristão. Em suas páginas virtuais, Vujicic declara ter renascido espiritualmente e sua adesão ao Cristianismo. Expõe abertamente aos internautas sua crença na inerrância da Bíblia Sagrada. Fala sobre as doutrinas do pecado, da redenção e da Segunda Vinda de Cristo. Porém, não compartilha qual é a denominação evangélica na qual congrega.

E.A.G.

Com informações de:
Arquivos Gerais, Nick Vujicic no Encontro com Fátima Bernardes - 13/12/2016 - completo, https://www.youtube.com/watch?v=z_ns6-Lehds&t=180s
Arquivos Gerais, Lindo e Emocionante! Nick Vujicic no Caldeirão do Huck - 31/12/2016 - completo, https://www.youtube.com/watch?v=ALcjrF1h_hw&t=482s
Wikipedia Estados Unidos - https://en.wikipedia.org/wiki/Nick_Vujicic
Wikipedia Brasil - https://pt.wikipedia.org/wiki/Nick_Vujicic