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Arquivo | 14 anos de postagens

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O sofrimento, a culpa e os culpados


Muitos cristãos evangélicos costumam acusar o diabo por tudo de ruim que acontece, mas existe a parcela de culpa do ser humano também, inclusive de quem sofre o dano.

 A Lei da Semeadura faz com que todos recebam a colheita daquilo que plantaram. Se o plantio foi de péssima qualidade, a sega não será melhor (Gálatas 6.7  ).

Os apóstolos Pedro e Tiago escreveram com clareza sobre os fatores que levam o crente à derrota e sofrimento. Sim, somos nós mesmos os culpados. O diabo anda em derredor e nos tenta, sim. Mas Deus não permite que a tentação lançada sobre nós seja maior do que a nossa capacidade de suportá-la. Por quê? Porque Deus não é cruel e nem injusto conosco! Quando o crente cede à tentação, faz isso por absoluta vontade própria para atender aos desejos pecaminosos da carne, e nunca porque recebeu uma “carga” de tentação maior do que suas forças para recusá-la.

“De que se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados” – Lamentações de Jeremias 3.39.

E.A.G.

Casamento e divórcio - ovelhas e pastores


Depois que recebi a visita de uma pessoa em prantos, falando que estava se separando por causa de traição e pedia uma explicação sobre a sua situação, segundo a Bíblia, e naquele momento eu só poder dizer-lhe que não tinha opinião formada, passei a me interessar pelo tema divórcio e estudá-lo com afinco. 

Fiz o estudo por longo tempo, talvez mais de um ano, dispensando livros com a opinião pronta do escritor. Li a Bíblia sem pressa, sem a intenção de reforçar opinião pré-estabelecida antes da leitura.

O assunto é complexo. Penso que não há uma fórmula para solução geral. Sempre envolve muita dor e algumas vezes faz sofrer muitos corações de filhos que ainda estão em fase infantil. Nestes casos, os olhos e a experiência de um pastor dedicado ao rebanho de Cristo é que irá auxiliar mais apropriadamente o procedimento a ser tomado sobre o matrimônio em crise.

É preciso lembrar que a posição divina é contrária ao divórcio. Contudo, a visão de Deus sobre o divórcio e novo casamento nos casos de traição é justa. A Bíblia aponta caminhos, que o cristão tem a liberdade de trilhar ou não.

Corações insensíveis e irreconciliáveis

A Bíblia afirma em Gênesis 2.24 e Mateus 19.6 que depois que duas pessoas se casam, elas se tornam uma só carne. Pense na hipótese da separação de seu corpo, literalmente. Ficar sem os braços, sem um olho, sem as mãos... É algo parecido com esta situação que acontece no campo espiritual quando marido e mulher optam à vida separados um do outro.

Jesus Cristo declarou que uma das causas do divórcio é a dureza de coração de pessoas casadas (Mateus 19.8). Não é o ideal para Deus que haja a separação, mas Ele permite o divórcio quando há entre o casal uma pessoa que seja de coração duro - e em grande parte o coração duro é do cônjuge traidor e não o coração de quem é vítima da traição. 

Penso que se possível, a melhor decisão é perdoar o pecado do cônjuge, quando este mostrar-se arrependido por seu ato falho. Mas, nem sempre quem peca se arrepende, então, não há nada mais a fazer do que separar-se e seguir adiante.

Motivos para separação e novo casamento

Eu acredito que Deus jamais castigaria alguém vítima de traição a viver em situações continuadas dessa mesma traição. Minha base é Mateus 19 e as cartas de Paulo aos coríntios.

Há quem entenda que após uma traição o cônjuge traído pode se separar, mas precisa permanecer só o resto de sua vida. Eu penso que em caso de infidelidade, quando o parceiro infiel não tem disposição para honrar o leito conjugal, a pessoa traída tem a permissão de Deus para a separação e novo casamento. O cônjuge traído não é obrigado a estar ao lado de quem não o ama e lhe faz mal e nem a padecer em solidão depois do rompimento do laço conjugal. 

A declaração bíblica, para o consentimento de uma pessoa traída casar-se outra vez após divorciar-se do cônjuge traidor encontra-se em Mateus 19.9. Jesus Cristo esclareceu: “Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.”

Explicando meu modo de entender esta passagem bíblica: Jesus considerou pecado de adultério quando o divorciado se casa pela segunda vez sem que o motivo da separação seja a infidelidade conjugal. Então, é compreensível pensar que se uma pessoa se divorcia por ser a vítima de traição e depois casar-se com outra pessoa ela não estará cometendo adultério.

Pessoas ultrarradicais não enxergam nenhuma possibilidade de novo casamento, nem mesmo para os traídos, mas não possuem argumentação bíblica para seus posicionamentos.

Motivos banais

É preciso pensar bem. O divórcio é uma decisão a ser protelada, a última medida a ser adotada por quem se diz servo de Cristo, jamais deveria ser considerado o remédio para todas as crises conjugais, não deveria ocorrer com a frequência que estamos contemplando em acontecer entre crentes evangélicos.

Para alguns, são expostos como motivos de validação de divórcio o descumprimento, consciente, de compromissos assumidos no altar no momento da cerimônia do matrimônio, o não-cumprimento voluntário de diversos compromissos ou deveres na vida de casal, além da mácula do leito sexual. Muitos admitem a ideia de que em casos de verificada a reincidência obstinada de outras traições. Eles enumeram os seguintes problemas, descrevendo-os como a porta aberta de saída do casamento:
a. Manutenção alimentícia do lar;
b. Cuidados pessoais e com a residência;
c. Respeito à hierarquia doméstica;
d. Espirito participativo nas contas do lar.

Embora sejam problemas graves tais situações, de acordo com a orientação bíblica, é preciso discordar desses pontos apresentados como motivos para divórcio, pois não encontramos base bíblica para usá-los como motivos de fim da relação matrimonial. A Bíblia é contundente: a separação só é permitida em casos de morte e relação extraconjugal.

Injustiças no gabinete pastoral

Quando é a mulher a parte infiel, a tendência da orientação é que haja o divórcio, porém, se quem traiu é o homem o costume é aconselhar a esposa a perdoá-lo.

Casais que se casaram antes da conversão a Cristo, ou apenas o marido ou a mulher se converteu, e após a conversão surge a crise conjugal, são casos especiais que o pastor deve analisar com maior cuidado (1 Coríntios 7.12-15).

O segundo casamento

O segundo casamento pode ser aceito em casos de divórcio em que a traição é devidamente comprovada. A Bíblia não é autoriza o novo casamento, exceto nos casos de infidelidade conjugal.

Escrevendo aos Coríntios, Paulo fala que se o cônjuge não crente não aceita conviver com um cônjuge crente, pode haver a separação, mas não diz nada sobre o novo casamento. Mas, ponderemos sobre isso lembrando que a pessoa divorciada torna-se solteira. Paulo recomenda aos solteiros que possuem hormônios em brasa que se casem para que não pequem (1 Coríntios 7.2, 9).

Equívocos a dois

A Bíblia declara que marido e esposa não têm o controle de seus próprios corpos e sim o tem a pessoa com quem se casou, e que é dever que os casados sejam benevolentes entre si quanto a necessidade um do outro no leito conjugal (1 Coríntios 7.3,4).

É uma queixa comum da esposa o desprezo que recebeu de seu ex-marido antes de traí-lo. Ele chegava do trabalho, jantava, assistia ao programa predileto de TV e depois ia dormir,  Mas, também, ele tinha "olhos grandes" nas mulheres que passavam por dele, folheava revistas masculinas para apreciar modelos e navegava em sites de pornografia. Tal comportamento causou a frieza sexual dentro do casamento e induziu a esposa à traição conjugal. Por sua vez, o marido traído depositou a culpa pelo fracasso matrimonial na companheira e se sentiu desempedido para casar-se com uma mulher mais jovem. Nestas situações, é preciso considerar que ambos cometeram erros terríveis, não lutaram pela manutenção do amor conjugal.

Embora existam as excessões, não é possível aceitar que situações assim acontecem por causa de incompatibilidade de gênios quando um homem e uma mulher, ambos cristãos evangélicos, se casam no Senhor. 

Pastores divorciados

Devemos enfatizar que o pastor precisa ser uma pessoa com capacidade de liderar exemplarmente a sua casa, se não o faz, segundo as palavras de Paulo, não é competente para governar quaisquer igreja. As pessoas do mundo e os membros das igrejas podem questionar que autoridade tem um pastor para dizer que Jesus é a solução para os problemas em família, e outros setores da vida, se em sua casa ele não prova possuir capacidade para resolver suas próprias crises familiares ((1 Timóteo 3.2-5; Tito 1.6).

É extremamente difícil definir o que significa "liderar exemplarmente a sua casa", pois existem muitos que conduzem o lar usando autoritarismo e não autoridade, no entanto a comunidade cristã os considera bons exemplos de pais e maridos. Porém, a Bíblia recomenda que o esposo ame sua mulher como Cristo amou a Igreja e se sacrificou na cruz por ela, que ame-a como ama a si mesmo, que honre-a como o vaso mais fraco, não se irrite contra a esposa e nem provoquem a irritação de seus filhos para que eles não desanimem (Efésios 5.25, 28;  1 Pedro 3.7; Colossenses 3.19, 21).

Tanto o pastor viúvo como o pastor que não teve felicidade de casar-se com uma esposa fiel, tem a permissão de Deus para divorciar-se e casar pela segunda vez. Entretanto, as Escrituras nos dizem que esta situação não é a mais conveniente aos que desejam exercer o ministério pastoral (1 Timóteo 3.2). 

Quanto aos pastores serem maridos de uma só mulher, creio que devemos observar o contexto. Paulo falava sobre os matrimônios em poligamia. Na época, muita gente tinha mais de uma mulher, então Paulo orienta que sejam ordenados apenas pastores que tenham só uma.

Conclusão

Além deste assunto ser doloroso para divorciados, polêmico para a igreja, exigir tempo de quem se dispõe a se aprofundar sobre o parecer das Escrituras, também é constrangedor para muita gente porque muitos têm em seu círculo familiar e de amizades parentes e amigos divorciados. Ao mesmo tempo, a abordagem deste tema, segundo o parecer da Bíblia, é por demais necessário porque o crente deve se guiar somente pela Palavra de Deus.

Não devemos ser mais duro com divorciados do que a Palavra de Deus é, não convém expor e apedrejar com preconceitos e discriminações quem divorciou-se e nem jogá-los no inferno ou incentivar quem vive em crise conjugal a separar-se. A missão do cristão ajudar e orar por todos, sem se esquecer que o Justo Juiz observa cada um de nós.

E.A.G.

Texto criado a partir de troca de postagens entre os contatos na rede social Facebook. 
Álbum Família Projeto de Deus - https://www.facebook.com/eliseu.gomes/media_set?set=a.4168401579176.169017.1558298942&type=1 
Genivaldo Tavares de Melo, Linha do Tempo em 12 de janeiro de 2015 - https://www.facebook.com/genivaldo.melo?fref=nf&pnref=story 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

As três filosofias na parábola do bom samaritano. Qual é a sua filosofia?

Por Amantino Adorno Vassão

Lá estava o corpo caído na estrada. Estaria morto? Era mais uma vítima dos assaltantes. Fazia tempo que estava ali.

Dois religiosos, um sacerdote e um levita, já haviam passado. De largo, para não se contaminarem. Ou, quem sabe, com receio que os assaltantes ainda estivessem por perto.

Aproximou-se um estrangeiro. Auscultou e sentiu que o homem estava vivo. Ministrou-lhe a medicação de urgência e o levou a um lugar onde pudesse receber tratamento mais adequado. Ali, pagou antecipadamente as despesas, deixando um crédito aberto para aquele desconhecido. E foi embora, sem procurar saber de quem se tratava ou se viria a ser reembolsado.

Três filosofias são patentes na lição da parábola do bom samaritano:

1ª. Tese do comunismo: A filosofia egoísta do assaltante está resumida nestas palavras: "O que é meu, é meu, o que é seu será meu se eu puder tomar de você."

2ª. Tese do capitalismo: A filosofia usada pelos religiosos, se resume nesta frase de indiferença: "O que é eu, é meu; o que é seu, é seu; se você puder defendê-lo."

3º. Tese do cristianismo: A filosofia do samaritano  - que é a de Cristo e dos cristãos autênticos - se resume no amor. É a seguinte: "O que é seu, é seu; e o que é meu, será seu se você precisar dele."

Na estrada da vida os assaltos continuam ocorrendo. Em sempre crescente proporção. O que não parece crescer em proporção igual é o número de bons samaritanos. Pense nisso, peça a Deus para que seja um instrumento nas mãos dEle com vista a propagar o amor ao próximo, pois Jesus endossou  atitude do samaritano ao dizer: "Vai e faze da mesma maneira" (Lucas 10.37).

Compiulação de:
Mensagem da Cruz, nº 117, março-abril de 1998, Amantino Adorno Vassão, página 19.
Igreja Metodista em Mafra - Parábola do Bom Samaritano, Silvana Silveira - http://www.igrejametodistaemmafra.com.br/parabola-do-bom.html
Sepoangol - Parábolas de Jesus - O Bom Samaritno, Eroldines da Silva - http://www.sepoangol.org/parabola-samaritano.html