Antes de tudo, é preciso deixar claro que todo tipo de agressão é digna de repreensão, seja ela fruto de homofobia ou não.
Eu vejo parte da Imprensa tomar partido em casos de agressões contra homossexuais, parecendo ter a autoridade de bater o martelo do tribunal e sentenciar acusados como culpados de agressividade movida por homofobia. É preciso paciência, deixar os promotores e advogados trabalharem e o juiz dar a sentença. Dizer antes da hora certa que suspeitos são culpados, e a Justiça apontar depois que não são, gera o descrédito do jornalista que assim procede, além de dar brecha para processos legais por calúnia e difamação.
Quando e onde aconteceu o caso?
André Cardoso Gomes Baliera, universitário de 27 anos, estudante na Faculdade do Largo São Francisco, por volta de 19 horas de segunda-feira de 3 de Dezembro, voltava a pé para sua residência pela rua Henrique Schaumann, perto da rua Teodoro Sampaio, na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, quando encontrou dois homens em um automóvel e houve o desentendimento entre eles. Os agressores foram detidos pela Polícia Militar e indiciados por tentativa de homicídio qualificado.
A apuração da PM no momento de atendimento à ocorrência
Segundo as informações da PM, Baliera andava, quando passou a ser xingando por Portieri e Mosca, que estavam em um carro parado no cruzamento das ruas Teodoro Sampaio e Henrique Schaumann. O estudante revidou os insultos e os dois desceram do carro e agrediram Baliera com chutes e socos. Policiais em ronda pela região detiveram os agressores e os levaram para o 91º DP. [1]
A versão de Baliera
A vítima afirmou para a polícia que foi xingado de “v*****” e, ao questionar o motivo da ofensa, recebeu diversos golpes na cabeça. [2]
A versão dos dois acusados de agressão por homofobia
Segundo Joel Cordaro, advogado dos suspeitos, não houve motivação homofóbica à agressão. E Bruno Portieri (25 anos) e Diego Mosca (26), estão arrependidos pela violência cometida.
“O agredido apanhou, apanhou de besta. Se ele tivesse seguido o caminho dele não teria apanhado”, disse Portieri a TV Record, ao deixar a delegacia. [1]
“A briga começou depois que o carro em que eles estavam parou em cima da faixa de pedestres diante de um sinal vermelho. Baliera atravessou a rua e fez um gesto ofensivo com a mão. ‘Bruno desceu do carro, discutiu, e depois entrou no carro de novo. Então, André pegou uma pedra e atirou contra o carro, mas não atingiu nada’ ”, contou Cordaro ao portal G1.
“Depois, os suspeitos teriam encostado o carro em um posto de combustível. Mosca desceu do veículo e foi pedir satisfações para Baliera, que pegou os óculos que o suspeito usava e o quebrou. Segundo Cordaro, a agressão física teria começado logo depois.”
“Quanto à homofobia, o advogado afirma que não existiu. “A opção sexual [de Baliera] é problema dele. Todos se agrediram. Um mostrou o dedo, o outro xingou, mas não com intenção homofóbica. Se me chamam de ‘v****’, estão apenas me xingando, mas se é um homossexual, já se sente ofendido”, disse o advogado.
Provável consequência
Os rapazes, acusados de agressão motivada por homofobia, serão processados pela Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania de São Paulo. Em caso de condenação, cada um deles será obrigado a pagar multa que varia de mais de R$ 18 mil a 55 mil.
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Consultas:
1 – Portal em Pauta - Escrito por Daniela Novais às 21:06:00 de 04/12/2012 http://brasiliaempauta.com.br/artigo/ver/id/1195/nome/Apanhou_de_besta__diz_acusado_de_agredir_estudante_por_homofobia
2 - G1 - 07/12/2012 às 13h40 de 07/12/12 e atualizado na mesma data às 13h50
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/12/suspeitos-de-agredir-gay-em-sp-negam-homofobia-diz-advogado.html