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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Pedro Bial: estupro e o Falsehood Show


Determinadas atrações de final de noite na televisão brasileira, com a exposição de cantores, atrizes e modelos desconhecidos em ambientes fechados, cujas ações são registradas por câmeras supostamente indiscretas, deveria ser chamado de Falsehood Show. Nestes programas, não existe um roteiro a ser seguido à risca, mas há uma orientação, estabelecida antecipadamente, para direcionar o desenrolar do jogo.

Evito assistir programas que alegam mostrar a realidade de gente ociosa, enclausarada em casas luxuosamente decoradas. Tenho aversão por este estilo de programa, a repulsa é tamanha que não gosto nem de ler notas sobre eles em portais, UOL, Terra, e outros. Se estou sintonado em uma emissora e a pauta é comentar o tal programinha, mudo o canal ou desligo o televisor.

É presumível que todos os participantes desse tipo de atração têm contrato que vai além da televisão. O contrato dos envolvidos obriga-os a criar factoides e manter sigilo sobre esse acordo. Eles são peças marcadas para o espetáculo de horrores. Ganham quantias consideráveis de dinheiro e aceitam ser usados antes, durante, e depois de eliminados da exibição do programa. Tudo o que acontece não é por acaso. Tudo já estava projetado para acontecer, com a intenção de criar grande atenção do público para a produção. O imprevisto não tem espaço em produções milionárias.

Eu, morando na cidade de São Paulo, em tempos remotos tive a oportunidade de viver alguma aproximação com pessoas do meio artístico, sem muita intimidade. Nunca fui do meio e nem tive vontade de ser. Mas, indiretamente ao show business, tive relação profissional com uma pessoa conhecidíssima que se apresenta semanalmente na televisão, ovacionado por quase todos do círculo artístico e da imprensa. Portas se abriram para mim e familiares. Por algum tempo andei pelos bastidores de alguns programas, estúdios em São Paulo. Assim, tive a oportunidade de gozar certa proximidade com pessoas vistas nas telas de televisores espalhados pelas casas brasileiras. Um de meus rebentos tem  muitos autógrafos, inclusive da Shakira na fase da carreira dos Estados Unidos, e fotos posando ao lado de artistas (interesse adolescente, a febre passou). E, nesta condição pude analisar comportamentos.

Em nome do espetáculo e da projeção da carreira, a desfaçatez na prática da dissimulação é quase total. Dizem “sim” quando querem dizer “não”, elogiam quando a vontade é “puxar o tapete”, destruir. São, literalmente, atores. Lembrando que o termo" ator" é o mesmo que "hipócrita". Não generalizo nesta questão de artistas usarem a hipocrisia. Mas, fui testemunha por onde passei, e o resultado é um sentimento de desprezo enorme pelos ambientes que produzem a televisão. Sinto asco e me afastei e quero manter  essa distância física.

Graças a Deus, tenho o privilégio de possuir o sistema de televisão fechada. A transmissão via cabo aumenta enormemente o poder de escolha dos telespectadores. Assisto pouquíssimas coisas na grade de Rede Globo e outros canais com sinal aberto - sim, apesar dos pesares assisto-os, porque não convém alienar-se da sociedade.

Leio muita gente criticando o programinha do Pedro Bial. A argumentação dos críticos segue a linha "Reality Show não é cultura". Mas, sem levar em consideração que os telespectadores que resolvem assistir esse lixo não possuem o desejo de aprimorar-se culturalmente ao assistí-los. Eles querem apenas descansar o corpo e os neurônios, depois da luta dura de escola e trabalho, para em seguida dormir e voltar à rotina de estudos e trabalho. Para essa classe de telespectadores, só resta dizer que eles precisam selecionar melhor o tempo de lazer.

E.A.G.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Jesus Cristo e o monte Gerizim

O poço de Jacó, ponto turístico no monte Gerizim
Nablus, Cisjordânia. 
"E será que, quando o SENHOR teu Deus te introduzir na terra, a que vais para possuí-la, então pronunciarás a bênção sobre o monte Gerizim, e a maldição sobre o monte Ebal." - Deuteronômio 11:29.

Os montes Gerizim e Ebal, situados na serra de Efraim, Palestina, são considerados gêmeos, são muito semelhantes em altura e formas. Na topografia de Israel, ocupam posições estratégicas de defesa. Estão próximos um do outro, separados por um profundo vale onde foi edificada a cidade de Siquém, a moderna Nablus (Juízes 9.7).

Ambos foram usados como símbolos da escolha entre o bem e o mal, entre ser obediente e desobediente ao Senhor. Antes de apresentar as leis e mandamentos a que os israelitas deveriam obedecer, Moisés ordenou que assim que o povo tivesse atravessado o rio Jordão, se dirigisse a Siquem e naquele local se dividisse em dois grupos, cada um composto de seis tribos, e fossem um grupo para o Gerizim e outro para o Ebal. Aqueles que estivessem no Gerizim deveriam proclamar as bênçãos de Deus aos israelitas que observassem com fidelidade as leis do Senhor, enquanto que aqueles que estivessem sobre o Ebal deveriam proferir maldições aos infiéis (Deuteronômio 11.29; 27.11-13; Josué 8.30-31).

O monte Ebal

Ebal, no idioma hebraico é "descoberto", "pedra". Considerado célebre, tem 900 metros de altura, fica a mais de mil metros acima do Mediterrâneo, está ao norte do vale de Siquém. É desprovido de vegetação tem solo aridificado e com muitas escarpas.

O primeiro grande altar foi construído nele (Deuteronômio 27.2-8). Ali foi erigido um memorial em pedras para recordar a chegada dos israelitas na terra prometida depois da vitória sobre as cidades de Jericó e Ai. Os samaritados sustaram a versão que este memorial foi feito no monte Gerizim.

O monte Gerizim

Gerizim, em hebraico significa "terra estéril", embora se encontre paisagem verde. Um monte de 869 metros acima do nível do mar. mais ao sul do vale de Siquém, defronte do monte Ebal, que faz sombra para a moderna aldeia Nablus, na Cisjordânia.

Por ter sido o local onde ocorreu os pronunciamentos de bênçãos, é conhecido como o Monte da Bênção. Neste monte foram abertas muitas cisternas para captação de águas das chuvas. Segundo tradição samaritana, diz-se que Abraão teria entregue o dízimo para Mequisedeque neste lugar, e que foi ali que Abraão sacrificaria Isaque, apesar de Gênesis 22.2 apontar como certo o monte Moriá..

Jotão pronunciou seu apólogo do cume deste monte. E dessa engenhosa maneira incitou Israel a lutar contra o usurpador Alimeleque. Uma saliência, a meio caminho do topo, ganhou o nome de Púlpito de João por conta dessa ocorrência.

Os samaritanos, povo miscigenado através da migração de babilônicos, descendentes das tribos de Manassés e Efraim, circularam bastante por esta região. A mistura de povos provocou sincretismo religioso e causou guerras contra Israel. Moedas encontradas em Nablus apresentam a figura de uma escadaria que conduzia adoradores a um templo dedicado a Júpiter no topo do Gerizim.

Ali contou-se a parábola de Jotão aos homens de Siquém (Juízes 9.7).

O monte foi venerado pelos samaritanos - que aceitavam apenas Moisés como profeta. O templo samaritano localizava-se neste mesmo monte. Após o exílio babilônico, por volta do ano 400 a.C, foi construído no monte Gerizim o templo de Sambalate, com objetivo de centralizar o culto judaico no local, depois que o genro foi expulso pelo governo persa. O objetivo da construção era tirar a glória do templo reconstruído por Neemias e Esdras em Jerusalém. Segundo o historiador Flávio Josefo, era uma réplica do templo de Israel. E por este motivo os judeus entraram em guerra contra eles e quase os eliminaram.

O templo dos samaritanos foi destruído por João Hircano. aproximadamente em 129 a.C..

No tempo de Antioco IV, o monte Gerizim tornou-se centro político e de culto. Descobertas arqueológicas fez com quem se soubesse que era uma construção suntuosa. A mulher samaritana fez alusão a esse templo ao conversar com Jesus. Na beira do poço de Jacó, ela perguntou para Cristo qual era o lugar correto para adorar a Deus, se no templo em Jerusalém ou no templo situado no monte Gerizim. Jesus respondeu que não era em nenhum dos dois, pois Deus procura adoradores que o adorem em espírito e não fisicamente. (João 4.20).

Ainda nos dias de hoje o monte Gerizim é endereço de culto. os remanescentes dos samaritanos celebram ali a Festa dos Tabernáculos, da Páscoa e do Pentecostes. O nome atual do monte é Jebel et-Tor.

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Geografia Bíblica, Claudionor de Andrade, edição de 1987 (CPAD).

Minidicionário Bíblico, David Conrad Sabbag, edição 2008 (Difusão Cultural do Livro).

Dicionário Bíblico Universal, A.R. Buckland & Lukyn Willians, maio de 2007 (Editora Vida).

O Novo Dicionário da Bíblia - volumes I e II, 4ª edição, 1983 (Edições Vida Nova).

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

EBD 2012 O Novo Testamento e o ensino sobre a prosperidade (parte 2)

A riqueza em si não é um mal, embora o amor a ela o seja. O apóstolo Paulo ensinou que o amor ao dinheiro é raiz de todos os males (1 Timóteo 6.10). Não há nada de mal  com o dinheiro em si. Mas devido ao pecado que habita no coração humano, o amor a ele pode aprisionar uma pessoa - até mesmo crentes - e causar-lhes terríveis sofrimentos. ¹

O dinheiro é como o camaleão: assume a cor do coração de quem o possui. Será que existe mesmo o que se chama de dinheiro contaminado, ou "manchado de sangue"? Os principais sacerdotes achavam que sim, pois se recusaram a guardar as moedas pagas a Judas no cofre das ofertas. ¹

De fato, o dinheiro é muito importante para nós, e por isso a Palavra de Deus fala bastante sobre ele. Existem na Bíblia nada menos que 3.225 referências a questões financeiras. Quem estuda as Escrituras encontra muita informação acerca do que Deus determina com relação ao dinheiro e à maneira como devemos gastá-lo. ¹

"Dai, e ser-vos-á dado..." (Lucas 6.38). Dando é que se recebe, é uma verdade que só pela experiência podemos comprovar. Muitos cristãos têm até mesmo o coração "dilatado" para isso e compreendem sinceramente a importância de dar, entretanto têm dificuldade de abrirem suas mãos e começar. ²

A lei da vida é dar para receber. Quem não dá, não pode receber, porque corta o elo da corrente divina. As nuvens dão chuva, o sol dá os seus raios vivificantes, as plantas dão flores, sombra e frutos, a terra produz para os homens e os demais seres, os mares dão de volta a água que recebem tornando-a em forma de vapor que as nuvens acolhem e dão de novo. Tudo dá e tudo recebe. ²

Paulo apresenta Jesus como o verdadeiro modelo na beleza de dar. Essa "bem-aventurança", que diz: "Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber", foi eloquentemente ilustrada em toda a vida e história de Jesus. A cruz foi o ponto culminante ou a fruição completa desse espírito desinteressado de entrega. As dádivas de Cristo não se limitaram às suas curas espirituais e a outros atos de bondade, mas, pelo contrário, estendem-se a todos os séculos e a todos os seres, porquanto Ele é o Salvador de todos quantos dEle se queiram valer. ²

É interessante vermos como Paulo elevou a um ponto culminante toda a sua fala, cristalizando-a com algumas palavras do Mestre. Tudo se assemelhou a um sermão que leva a um texto. Verdadeiramente, muito mais feliz é o homem que, como Paulo, passa os seus dias e as suas noites dando de si mesmo, dando o que tem e dando o que é, do que o homem que, temeroso do que o futuro lhe possa reservar, passa os seus dias amealhando quantas coisas possa colher. ²

Os apóstolos do Senhor trataram o assunto da mesma forma que Jesus tratou. Eles recomendaram que não confiássemos na incerteza das riquezas, e que tívessemos um coração aberto para não apenas contribuir com a obra de Deus, mas também para socorrer os necessitados. Na igreja, havia pessoas de diferentes classes sociais, e as orientações apostólicas deixam claro que os que mais tinham deveriam ajudar os que tinham pouco. ³

"Agora vou tratar do dinheiro para ajudar o povo de Deus da Judéia. Façam o que eu disse às igrejas da província da Galácia. Todos os domingos cada um de vocês separe e guarde algum dinheiro, de acordo com o que cada um ganhou. Assim não haverá necessidade de recolher ofertas quando eu chegar. Depois que chegar, eu enviarei, com cartas de apresentação, aqueles que vocês escolherem para levarem a oferta até Jerusalém. Se for conveniente que eu também vá, eles farão a viagem comigo" - 1 Coríntios 16.1-4 (NTLH).

Contribua na medida de sua possibilidade. O ato de doar não tem como objetivo empobrecer o contribuinte. O que agrada a Deus não é montante da doação comparada com a nossa disponibilidade, mas a disposição em fazê-lo. Contribua para satisfazer as necessidades. 4

Contribuir é semear. A oferta é um investimento para o nosso futuro eterno. Quanto maior o investimento, maior será o retorno (2 Coríntios 9.6). 4

Existe por aí muitos planos de enriquecimento, a prometer independência financeira. Deus também garante que podemos ser livres nesse aspecto. Entretanto a independência financeira que Ele oferece é muito diferente das promessas vazias dos "vendedores da sorte". Ele diz que conheceremos a verdade e a verdade nos libertará. E nessa afirmação está incluída a verdade sobre as finanças. Podemos ser verdadeiramente livres. ¹

Antes, porém, precisamos tomar conhecimento da relação do nosso adversário. Deus não é o único que está interessado nessa questão. Satanás, o nosso inimigo, também costuma imiscuir-se nela, tanto em escala mais ampla, no plano internacional, como na pessoal, a nível do indivídio. ¹

Como designaríamos Satanás hoje? Ele controla os homens por meio da ganância. Através de um comércio injusto, procura assumir as rédeas não só dos negócios, mas também da ciência, da tecnologia, da saúde pública, da política e do governo, dos meio de comunicação de massas, das artes, dos entretenimentos, dos esportes, da educação, e até das igrejas e das famílias. E para escravizar financeiramente os homens, emprega os seguintes recursos: ganância, sede de poder, orgulho, medo, e em especial o temor da insegurança financeira. ¹

A Bíblia condena o "amor do dinheiro", mas não a sua aquisição através do trabalho honesto e responsável (1 Timóteo 6.10). Na História Sagrada, encontramos várias pessoas ricas e, nem por isso, foram condenadas, pois tinham a Deus em primeiro plano (Mateus 27.57; Lucas 19.2). Mas, infelizmente muitos preferem as riquezas a manter uma profunda e doce comunhão com o Senhor (Lucas 18.24). Na perspectiva mundana, os bens materiais produzem: acepção de pessoas, consumismo, avareza, inveja, orgulho e outras práticas ruins. Mas, na perspectiva bíblica, amor altruísta, consumismo consciente, bons frutos, generosidade, cortesia, humildade. 4

"Sempre que puder, ajude os necessitados. Não diga ao seu vizinho que espere até amanhã, se você pode ajudá-lo hoje. Não planeje nenhum mal contra o seu vizinho; ele mora ao seu lado e confia em você. Nunca discuta sem motivo com alguém que não lhe fez nenhum mal. Não tenha inveja dos violentos, nem faça o que eles fazem, pois o SENHOR Deus detesta os que praticam o mal, mas é amigo dos que são direitos. O SENHOR amaldiçoa a casa dos maus, porém abençoa o lar dos que são corretos. Ele zomba dos que zombam dele, mas ajuda os humildes. Os sábios ganharão prestígio, mas os que não têm juízo passarão cada vez mais vergonha" - Provérbios 3.27-35 (NTLH).

"Alguém está pensando que é religioso? Se não souber controlar a língua, a sua religião não vale nada, e ele está enganando a si mesmo. Para Deus, o Pai, a religião pura e verdadeira é esta: ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se manchar com as coisas más deste mundo" - Tiago 1.26-27 (NTLH).

A vida abundante está relacionada a um correto relacionamento com Deus, que resulta em paz interior. Embora possamos ser agraciados com bens materiais, nossa vida não deve ser direcionada  por uma cultura de consumismo que busca desenfreadamente a realização do ego em detrimento dos valores espirituais. É o que ensina o Novo Testamento. 4

Confira todas as abordagens sobre as matérias da revista no blog Belverede: EBD 2012 primeiro trimestre: Verdadeira prosperidade - vida cristã abundante.

E.A.G.

Encontre mais sobre o assunto:

EBD 2012 - O Novo Testamento e o ensino sobre a prosperidade (parte 1)

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Compilação:


1. Fé e Finaças no Reino de Deus. Loren Cunningham & Janice Rogers - 1ª edição, 1993, páginas 50, 52 (Editora Betânia).


2. O crente e a Prosperidade. Severino Pedro da Silva - edição de 1989, páginas 86, 87, 88, 89 (CPAD).


3. Ensinador Cristão - Ano 13, nº 49 - janeiro/fevereiro/março 2012, página 38 (CPAD)


4. Lições Bíblicas, A Verdadeira Prosperidade - A vida Cristã Abundande - José Gonçalves - 1º trimestre de 2012, páginas 28, 29, 31, 32.