Pesquise sua procura

Arquivo | 14 anos de postagens

terça-feira, 21 de junho de 2016

O cultivo das relações interpessoais


Lições Bíblicas - Adultos: Maravilhosa Graça - O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos. José Gonçalves - lição 13 - O cultivo das relações interpessoais.
Por Eliseu Antonio Gomes

Tem sido levantada uma tese através dos anos pelos estudiosos de que o último capítulo de Romanos não pertence à Carta aos Romanos, mas sim à Carta aos Efésios. Este argumento é frágil e sem provas consistentes, pois coloca dúvidas sobre as pessoas citadas por Paulo, visto que ele não havia visitado Roma até a data da epístola.

Não é surpreendente que muita gente que Paulo conheceu em outros lugares, estabeleceu moradia em Roma. O imperador Claudio havia expedido o edito expulsando os judeus de Roma em 49 AD e ao morrer, cinco anos depois, houve revogação de seu decreto, situação que, provavelmente, tenha estimulado o retorno de muitas pessoas para a Capital do Império. Portanto, não há o que suspeitar sobre o endereçamento deste último capítulo, posto que existe contexto histórico aceitável para considerar que Paulo podia perfeitamente ter mantido relacionamento com aquelas pessoas citadas em suas viagens missionárias em outras regiões, como Éfeso e Corinto.

A listagem de saudações.

O apóstolo redige a carta citando 26 indivíduos e cinco famílias, judeus e gentios, gente  simples e autoridades. A lista é grande. Seu ministério alcançou tanto os mais altos escalões quanto o povo mais humilde.

Dentre as pessoas saudadas, nove são mulheres: a primeira é Febe (versículo 1), em segundo lugar, Priscila (versículo 3), seguidas por Maria (versículo 6), Trifosa e Trifena (versículo 12); Perside (versículo 12), a mãe de Rufo (versículo 13), Júlia (versículo 15) e a irmã de Nereu (versículo 15).

O apóstolo Pedro

Notavelmente, o nome do apóstolo Pedro está ausente na lista de saudações enviadas por Paulo no capítulo final de sua missiva. É aceitável afirmar a ideia de que na ocasião em que estas saudações foram destinadas a Roma, Pedro ainda não pastoreasse aquela igreja. É certo que se estivesse à frente da igreja de Roma, seu nome figuraria no topo da listagem das saudações paulinas.

Paulo recomenda Febe (Romanos 16.1-2).

Ao chegar o momento de Paulo colocar o ponto final em sua correspondência, ele apresentou aos destinatários de sua carta quem a levaria até Roma: uma pessoa de sua confiança que ele chamava apenas de Febe - não existe informação se era solteira, casada ou viúva. Paulo destaca uma qualidade ímpar na vida cristã de Febe, que é a hospitalidade. A expressão "tem hospedado a muitos e a mim mesmo" (16.1-2; ARA) dá o sentido de alguém patrocinadora, financeiramente, de atividades e sustento de obreiros na Obra do Senhor. Em sua carreira de fé, Febe foi uma cristã protetora de muitos crentes e também do apóstolo, alguém dedicada que não media esforços para socorrer os irmãos em Cristo.

A recomendação de Paulo a Febe deixa um marco na história do cristianismo, pois é uma evidência do importante papel que as mulheres desempenharam na Igreja Primitiva. Ela era uma cristã descrita como alguém sempre servindo ao Senhor na igreja situada em Cencreia, local no qual era moradora, cidade que havia um porto marítimo ao oeste de Corinto, cerca de dez quilômetros do centro desta cidade. Demonstrou-se útil no serviço cristão, é tradicionalmente considerada modelo para todas as mulheres que trabalham na Obra de Deus. Provavelmente, Febe era em Cencreia o que Lídia era em Felipos.

Aparentemente, Febe era uma pessoa rica, serviu de apoio espiritual, moral e financeiro ao projeto missionário, e gozava de grande prestígio na igreja. A expressão "a qual serve na igreja que está em Cencreia" destaca o termo grego "diakonia", que em português é "servir" e denota uma função que representava cargo de alguma liderança. A palavra "servir" em 16.1 é a forma feminina do mesmo vocábulo traduzido como "diácono" em textos como 1 Timóteo 3.8, o que  sugere a ideia de que os deveres de um "diakonos" podiam ser cumpridos por homens e mulheres; deixa transparecer ser Febe uma pessoa que exercia o ofício de diaconisa naquela igreja, e que o apóstolo não era tão negativo quanto ao ministério feminino na igreja.

Os intérpretes acreditam que Febe se converteu durante a estadia de Paulo em Corinto, que durou dezoito meses.

Em sua redação, Paulo recomenda Febe à hospitalidade e à comunhão dos cristãos a quem está escrevendo.

• Áquila e Priscila (Romanos 16.3-4).

Áquila (em grego águia) era um judeu cristão. Não se sabe quando ocorreu sua conversão a Cristo, supõe-se que tenha sido em sua terra natal, no Ponto (antigo distrito da Ásia Menor,  próximo do Mar Negro) ou em Roma. Priscila era esposa de Áquila, também conhecida como Prisca, o seu nome formal. Das seis vezes em que o casal é mencionado, ambos estão juntos: Atos 18.2, 18, 26; 1 Coríntios 16.19 e 2 Timóteo 4.19.

Em paralelo com o jovem pastor Timóteo, os dois destacam-se entre todos os nomes citados por Paulo, pois foram amigos do apóstolo durante todo seu ministério. Eles eram pessoas de origem judaica, convertidas ao cristianismo, trabalhavam no ramo de fabricação de tendas, com quem o apóstolo havia convivido algum tempo em Corinto, tanto nas tarefas seculares quanto no evangelismo cristão. Os dois haviam sido expulsos de Roma, junto com Paulo, pelo imperador Claudio mas voltaram a habitar em Roma e formavam, com os demais crentes na capital do Império, a igreja de Cristo.

Havia profunda amizade entre Paulo e o casal, pois, já uma vez, tinham expostos suas vidas ao perigo na causa do Evangelho, em sua própria defesa (versos 3 e 4).

Paulo considerava Áquila e Priscila amigos leais e colaboradores em Cristo, na maioria das vezes em que o casal é citado, o nome de Priscila aparece em primeiro lugar, pois ela se destacava no ministério. Tudo indica que os dons de Priscila eram maiores que os dons de Áquila, ou que se deva ao fato de ela ter personalidade mais extrovertida ou ser mais fervorosa espiritualmente (embora alguns estudiosos tenham concluído que ela tenha pertencido a uma classe social superior à dele). Seja qual for o motivo, segundo as leituras bíblicas, está claro que Priscila sempre era auxiliada de perto por Áquila.

É significativo notar que, exceto 1 Coríntios 16.19, quando Paulo relata o ambiente da residência do casal, usado para realização de cultos, o nome Priscila apareça depois do nome de Áquila. Muitos estudiosos sugerem que esta ordem de colocação de nomes coincide com o ensino de Paulo sobre o relacionamento conjugal entre cristãos no lar, em que o homem é apontado como o cabeça da mulher na estrutura do matrimônio (Efésios 5.22-33). Também, há exceção no relato de Lucas, quando o casal encontra-se pela primeira com Paulo, o nome de Áquila precede ao da esposa (Atos 18.1-2).

Negociantes como Áquila e Priscila não passavam muito tempo num lugar naqueles dias. Não era improvável e nem incomum que deixassem procuradores a cargo das filiais da indústria de tendas de Corinto e de Éfeso, como possivelmente fizeram com sua filial de Roma quando tiveram que sair no episódio da determinação do imperador Claudio. E da mesma maneira que a igreja em Éfeso se reunia na residência de Aquila e Priscila, também um grupo de crentes se reuniam na casa deles em Roma (verso 5).

• Epêneto (Romanos 16.5)

Paulo cita Epêneto como "meu amado". Provavelmente ocupava um lugar especial no coração do apóstolo pois era o primeiro convertido da Ásia, a primeira indicação da graça de Deus na vida do povo que habitava ali.

• Maria (Romanos 16.6).

Seis mulheres figuram no Novo Testamento com o nome Maria:
• a mãe de Jesus é a mais proeminente entre elas (Lucas 1.26-33; Atos 1.14);
• Maria Madalena, discípula de Jesus (Lucas 8.2; João 20.15 -18);
• Maria de Betânia, ouvinte atenta dos ensinos de Cristo, irmã de Marta e Lázaro, trio de amigos bem chegados de Jesus (João 11.1; João 12.1-3);
• Maria, esposa de Clopas, mãe de Tiago e José (João 19.25; Mateus 28.1);
• Maria, mãe de João Marcos, que abrigou Pedro ao ser libertado da prisão milagrosamente. É citada nominalmente apenas em Atos 12.12; e 
• Maria de Roma, citada pelo apóstolo Paulo no último capítulo da Carta aos Romanos.

Um nome também destacado entre os demais, na listagem de saudação do apóstolo, Maria de Roma, é outra mulher que tem papel de destaque nas páginas da Bíblia, a quem Paulo acrescenta "muito trabalhou" pela igreja. Esta expressão é vertida do termo grego "kapio", que tem o sentido de esforçar-se, trabalhar duramente. O sentido desta palavra nos faz entender que ela derramou muito suor, gastou tudo o que tinha para ajudar seus irmãos na fé, ou talvez a fim de indicar que ela trabalhava fora de Roma pela causa do Evangelho.

Mas, como Paulo poderia saber quem havia trabalhado muito pelos cristãos em Roma se não estava presente lá? Com certeza, contava com algumas fontes de informação (Romanos 1.8). Sendo Maria ligada àquela igreja nos primeiros dias desta, Áquila e Priscila a conheceram e comentaram sobre o labor voluntário dela ao apóstolo.

• Andrônico e Júnias (Romanos 16.7).

Paulo se refere a Andrônico e Júnia como "meus parentes e companheiros de prisão" (2 Coríntios 11.23). Provavelmente fossem parentes de sangue do apóstolo, ou apenas identificados como judeus. Não se sabe onde estiveram juntos no cárcere. Converteram-se antes de Paulo, que os considerava conceituados apóstolos. Presume-se que são chamados de apóstolos porque viram o Cristo ressurreto, também cogita-se que a utilização do termo "apóstolo" é mais generalizada, correspondente ao que hoje chamamos de "missionários" (Atos 14.14; 1 Coríntios 15.7).

Não há consenso se Júnia era homem ou mulher.  Houve algumas sugestões , ao longo de séculos, de que provavelmente era uma mulher. Trata-se de um termo latino e pode ser a contração do nome masculino Junianus ou do feminino Júnia.

• Amplíato (Romanos 16.8).

Paulo o descreveu como "meu amado no Senhor". Seu nome era comum em Roma, onde vivia.

• Urbano / Estáquis (Romanos 16.9).

Paulo cita Urbano como "nosso cooperador em Cristo" e a Estáquis como "meu amado".

Urbano ("Urbanus", pertence a "urbs" ou "cidade" - refere-se à Roma). Pela própria natureza do nome, muito comum, vivia em Roma.

Estáquis (em grego, "carro de grãos" / "espiga"), não é um nome muito comum e nas duas ocorrências de sua citação está associado com a casa imperial. Vivia em Roma e é chamado por Paulo como "meu amado", para significar que era um amigo muito querido.

• Apeles / "os da casa de Aristóbulo" (Romanos 16.10).

Cristão romano, Apeles é citado por Paulo como "aprovado em Cristo". Talvez porque tenha sofrido perseguições. Nenhuma informação adicional é dada sobre ele na Bíblia.

Não se pode determinar quem exatamente é exatamente este Aristóbulo (em grego significa excelente). É sugerido que fosse irmão de Herodes Agripa I, também que fosse o neto de Herodes o Grande, que viveu em Roma no primeiro século e também chamava-se Aristóbulo. Desfrutava da amizade do imperador Claudio. O fato de ele mesmo não ser saudado por Paulo, significa que somente outros membros de sua família ou seus escravos fossem cristãos.

• Herodião / "os da família de Narciso" (Romanos 16.11).

Não está claro se Paulo se refere a Herodião como seu parente ou se como um judeu entre muitos gentios cristãos. A primeira alternativa é mais convincente, de acordo com o contexto, desde que outros nomes  judaicos são mencionados na lista.

O fato de que Narciso, cidadão romano, não é saudado pelo apóstolo pode informar que somente sua família, ou escravos em sua casa, eram cristãos.

• Trifena e Trifosa / Perside (Romanos 16.12).

Trifena (em grego, delicadeza). Provavelmente, parenta próxima de Trifosa, ou irmã gêmea desta, caso em que não era incomum dar nomes derivados da mesma raiz.

Perside (significa "mulher persa") é uma pessoa que está entre os cristãos de Roma, descrita por Paulo como alguém que "muito trabalhou no Senhor".

• Rufo e sua mãe (Romanos 16.13).

Rufo, palavra de origem italiana, significa vermelho ou ruivo, nome muito usado em Roma e Itália, o que faz pensar que era uma pessoa cuja origem é esta localidade, exceto a menção em Marcos 15.21, que informa o seguinte: "E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz". O evangelista escreveu aos crentes de Roma e aparentemente Rufo é citado porque era conhecido dos crentes romanos. Mas, pouco provável que Marcos tenha citado a mesma  pessoa que consta na lista de saudações escrita por Paulo.

Provavelmente, o apóstolo hospedou-se na casa de outra pessoa chamada Rufo, alguém que não é a mesma citada pelo evangelista. Paulo o descreve como "eleito do Senhor". Na ocasião da hospedagem, a mãe deste Rufo, que consta em Romanos 16.13, esmerou-se em cuidar bem do apóstolo, como se ele fosse seu próprio filho.

• Asíncrito / Flegonte / Hermes / Pátrobas / Hermas / "aos irmãos que estão com eles"(Romanos 16.14).

Asíncrito, citado apenas neste versículo, mas que igualmente como os outros indivíduos mais conhecidos, recebeu a atenção pessoal e o cuidado pastoral, expressos nas saudações de Paulo.

Flegonte (em grego, "queimado). Também, uma pessoa cujas ações são desconhecidas nas páginas bíblicas, entretanto, por receber o reconhecimento pessoal do apóstolo, sabemos que era cristão e integrante da equipe de obreiros de Paulo.

Hermes / Hermas. Abreviação de algum destes nomes: Hermágonas, Hermógenes e Hermódoro. Era um nome bem comum nos dias da Igreja Primitiva. Gerações mais tarde, era o nome de outra pessoa, que escreveu o livro O Pastor de Hermas, que surgiu em cerca de 150 a. C., As duas pessoas não devem ser confundidas.

Pátrobas, outra pessoa que tem o nome arrolado entre os cristãos de Roma, que recebeu saudação especial por ser parte de um grupo de cristãos que se reuniam para louvar a Deus.

Hermas. Aparentemente, a segunda pessoa cujo nome é homônimo do autor do livro apócrifo Pastor de Hermas. Homônimo este que era um componente do grupo de cristãos de Roma saudados por Paulo em sua carta, quando este manifestou cuidado pessoal e preocupação pastoral pelos seguidores de Cristo.

•  Filólogo / Júlia / Nereu e sua irmã / Olimpas, e "todos os santos que com eles estão" (Romanos 16.15).

Filólogo e Júlia eram parentes, mas não se tem certeza se eram talvez marido e esposa. Júlia é nome que sugere algum tipo de associação com a casa imperial.

Nereu, um cristão que vivia em Roma e a irmã, foram saudados pelo apóstolo Paulo. Ambos, juntamente com outros irmãos em Cristo pouco lembrados nas páginas bíblicas, também receberam o reconhecimento pessoal de Paulo como ocorreu com tantos indivíduos de diferentes congregações do primeiro século.

Olimpas é forma abreviada de Olimpiodoro. Um dos cristãos que vivia em Roma e cuja história de vida é pouco conhecida, a não ser pelo fato de seu nome tornar-se notório ao estar alistado entre os nomes que o apóstolo demonstrou cuidado no final de sua carta apostólica remetida aos crentes romanos.

O beijo e o aperto de mãos da paz (Romanos 16.16).

O ósculo era um hábito oriental e uma prática muito especial entre os judeus. Os hebreus saudavam-se uns aos outros com um beijo santo, como símbolo da paz e amor fraternal, o gesto recíproco comunicava a cordialidade e a amizade.

E, desejoso que esta espécie de cumprimento representasse mais do que simples atitude de manifestação de amizade, querendo que tal gesticulação tivesse um profundo sentido espiritual e fraternal entre os remidos por Cristo, Paulo recomenda que os cristãos se cumprimentem com o beijo de amor fraterno, costume que até hoje desempenha um papel importante na liturgia da Igreja Oriental, inclusive entre os gentios não-cristãos (Romanos 16.16; e 1 Coríntios 16.20; 2 Coríntios 13.12; 1 Tessalonicenses 5.26; 1 Pedro 5.14).

Quem dá prosseguimento nesta prática na liturgia da igreja, simplesmente expande a prática da cultura oriental, pois o apóstolo não introduziu esta espécie de cortesia como uma das regras da doutrina cristã - apenas utilizou como costume regional comum. O aperto de mãos é a tradicional maneira de saudação entre os cidadãos ocidentais, incorporado às relações interpessoais da cristandade que encontra-se no Ocidente.

A palavra de advertência: Romanos 16.17-20.

"Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos. Pois a vossa obediência é conhecida por todos; por isso, me alegro a vosso respeito; e quero que sejais sábios para o bem e símplices para o mal. E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco" - Almeida, Revista e Atualizada (ARA).

A saudação de outros irmãos (Romanos 16.21-23).

Paulo, ao lembrar seus companheiros ministeriais, companhia em lutas em prol do Evangelho, revela-se líder humilde, respeitador de seus irmãos de batalhas espirituais. Ele não é um líder personalista, não é egoísta, não sente dificuldade em declarar os nomes dos obreiros que o ajudaram em sua carreira de fé.

Timóteo, cooperador direto de Paulo em Éfeso, participante de muitos sofrimentos, é o mais conhecido entre todos os colaboradores do ministério do apóstolo.

É possível que o cooperador Lúcio seja o mesmo de Atos 13.1 ou o médico Lucas, escritor do Evangelho de Cristo que carrega seu nome e de Atos dos Apóstolos.

Jasom, pode ser o mesmo que tem citação em Atos 17.5, 7; e Sosípatro pode ser o mesmo referenciado em Atos 20.4.

Tércio, o escriba que escreveu a carta ouvindo o que o apóstolo ditava, é um personagem desconhecido das páginas bíblicas, e não deveria causar surpresa a ninguém a gentileza de Paulo ao permitir que o próprio se identificasse e mandasse sua saudação aos destinatários da epístola usando o pronome pessoal da primeira pessoa do singular.

Gaio, descrito como uma pessoa acolhedora que hospedou Paulo e muitos cristãos de Roma, em sua casa havia reuniões de ensino cristão (Atos 20.4). 1 Coríntios 1.14 relata como Paulo ganhou Gaio para Cristo e o batizou quando fundou a igreja de Corinto. Provavelmente, ele era o mordomo ou tesoureiro da cidade de Corinto, também citado em Atos 19.22; 2 Timóteo 4.20.

Erasto, um procurador da cidade Roma, era companheiro de Paulo, assim como era Quarto, que Paulo se refere como "o irmão".

A doxologia final de Paulo (Romanos 16.24-27).

Qual mistério o apóstolo se refere ao expressar louvor e adoração a Deus no encerramento da carta? É o mistério que já havia sido descoberto na revelação do Verbo Encarnado, que é Jesus (João 1.1-3); estava oculto, porém, agora está manifesto e notificou-se pelas Escrituras dos profetas e está evidenciado a todas as nações para obediência da fé dos judeus e gentios através da obra redentora de Cristo (Romanos 9. 11, 16.16; Efésios 3.1-7; Colossenses 1.26-27).

Conclusão

O exemplo de Paulo é uma lição importantíssima aos líderes da Igreja de Cristo. O apóstolo mostra em ações que seu papel como dirigente estava baseado  na força de seus relacionamentos com indivíduos nas diversas igrejas do início do cristianismo. As suas solicitações de oração, feitas frequentemente, mostram que ele tinha desenvolvido um forte elo espiritual com as pessoas que estavam sob seu comando.

Paulo ensina que Deus deseja que os crentes precisam cultivar relacionamentos saudáveis. Pois as fontes das relações interpessoais são a sabedoria, a soberania e a graça de Deus (Romanos 16.25).

Paulo tinha vários cooperadores e não deixou de fazer menção do nome deles, demonstrando assim o seu amor por todos os irmãos que cooperavam com a Obra de Deus. Sendo assim, enviou congratulações para este grupo de pessoas, que ele tanto estimava. Pessoas queridas, do convívio apostólico, para as quais demonstra afeto lembrando de cada uma mencionando-as nome por nome, classificando-as como "amigo" (16.8); amado (verso 9) e aprovado (verso 10).

É inegável o valor da unidade cristã, pois traz a comunhão no seio da igreja; comunhão, significa o companheirismo, a amizade. Paulo não apenas fundou igrejas e pregou o Evangelho de Cristo aos gentios, também construiu comunidades de amor, de remidos em Cristo pela graça, esteve com pessoas que amavam ao Senhor e a sua obra missionária.

E.A.G.

Caminhada Diária, página 24; data de publicação não definida (meados de 1980/90); São Paulo, (Editora Sepal).
Carta aos Romanos, Elienai Cabral; páginas 147 - 150; edição 1986; Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Professor - Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos; José Gonçalves, 2º trimestre de 2016, páginas 90-96, Rio de Janeiro (CPAD).
Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. José Gonçalves. Páginas 142, 144-146; 1ª edição 2016. Rio de Janeiro (CPAD).
Quem é quem na Bíblia Sagrada - A história  de Todas as Personagens da Bíblia; editado por Paul Gardner; páginas 49, 53, 61, 72, 77, 182, 196, 221, 222, 261, 403, 477, 534, 560; 1ª impressão 2005 - 19ª reimpressão 2015; São Paulo (Editora Vida).
Romanos - Introdução e comentário - Série Cultura Bíblica, F.F. Bruce, páginas 120, 216, 218, 219, 222; 1ª edição 1979 - 16ª reimpressão 2011, São Paulo (Vida Nova).

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Professores e alunos brasileiros



Em minha rede de contatos no Facebook, uma pessoa lançou as seguintes questões:

"Uma pergunta sincera e honesta aos professores de escolas municipais e estaduais. Muitos dizem que o ensino é ruim nas escolas públicas. Mas muitos professores, muitos, que tem uma matrícula no Estado ou Município, também são professores de boas escolas particulares, com alto índice de aprovação de alunos em concursos e universidades.
"Perguntas: Por conta de baixos salários, os professores não dão boas aulas? Por conta de salas cheias, os professores não dão boas aulas? Por conta da estrutura ruim de algumas escolas, os professores não dão boas aulas? Por conta da política da educação, faltam com frequência e não dão boas aulas? Ou os professores dão boas aulas e os alunos é que são de baixo nível?"

Bandeira nacional estilizada em cor preta. Professores e alunos brasileiros
Eu quis participar neste assunto, então respondi, mais ou menos, assim:

Tenho parentes no ramo da pedagogia, desde o ensino superior ao da criança do 1º grau.

A situação de professores brasileiros tem uma conjuntura de detalhes complicados. Resumindo, os professores são obrigados a seguir um currículo de ensino, que representa uma lista-padrão de matérias a ser lecionada. Este currículo traz livros, produzidos e fornecidos pelo Governo, que os professores devem usar como guia de aulas – a qualidade destes livros pesa no resultado final do ensino.

O perfil socioeconômico da localidade em que a criançada mora também é algo a ser ponderado com seriedade. Nas áreas mais privilegiadas financeiramente, embora existam problemas, são demandas que exigem menos da classe docente.

As classes sociais C, D e E, camadas compostas por muitas pessoas dignas também, necessitam de maior atenção, devido aos diversos fatores ruins em nossa sociedade. A origem dessas crianças, em muitos casos, são lares em que o pai e a mãe trabalham fora; e, na maior parte dessas casas com pais trabalhando fora, não existe alguém apropriado que se dedique à contento na educação da criança. Tais crianças chegam às aulas sem ter recebido em seus lares educação suficiente para tornarem-se cidadãos de bem. Na mesa delas, a alimentação básica não é farta, precisam do socorro do Estado para não passar fome!

Mais do que a pedagogia intelectual e do suprimento de comida na escola, a criançada precisa da presença de pai e mãe em seu cotidiano doméstico, pais e mães que lhes ensinem que Jesus Cristo é Senhor e Salvador! Porém, uma parte desses pais é fruto de uma geração de pais ausentes também, eles também foram filhos carentes.

O Brasil tem potencial, mas ainda não é um pais de 1º Mundo. Por quê? Uma nação só pode ser considerada de 1º Mundo quando o Ensino é difundido para todos de maneira igual. Além do Ensino, Saúde e também a distribuição da Riqueza e disponibilização de boa condição à Mobilidade.

Estamos bem longe de viver em um Brasil considerado país de 1º Mundo, talvez porque aqueles que chegam ao Poder queiram enriquecer, ou estão ilicitamente comprometidos com quem queira, às custas do fornecimento de hospitais particulares, escolas particulares e empreiteiras junto aos órgãos públicos que cuidam de rodovias, ferrovias, metrovias, aerovias, e rotas fluviais (ainda não existe política de trânsito em rios nos centros urbanos, mas deveriam existir).

E.A.G.

domingo, 19 de junho de 2016

Você é um projeto de Deus

- Desisto - disse Alan - Não tenho paciência para continuar tentando.

Com a experiência adquirida ao longo dos anos, o pai colocou-se calmamente ao lado do filho, que transpirava excessivamente.

- Qual é o problema, Alan? - disse o pai, olhando para as pequenas peças do ventilador.

- Estão faltando peças neste ventilador, meu pai.

- Tem certeza?

- Absoluta.

Percebendo que o filho se precipitara, aproveitou a oportunidade para ensinar-lhe uma grande lição, oferecendo para auxiliar o garoto na montagem do aparelho.

Alan, um adolescente de 14 anos, gostava de trabalhos manuais, porém mostrava-se hiperativo e ansioso. Assim, rapidamente antecipou-se ao pai, apanhou as ferramentas e as peças do ventilador, e mais uma vez ignorou o manual de instrução. O pai continuava observando as tentativas do menino e os seus repetidos fracassos...

Minutos depois, Alan chegou à conclusão de que, além de ter perdido tempo, desprezara o auxílio de seu pai.

Envergonhado, disse:

- Pai, desculpe-me. Preciso de ajuda.

- Muito bem, Alan. O que você acha que está faltando para montar o aparelho corretamente?

- Bem, deixe-me ver... O manual de instrução.

O pai fez sinal de positivo, e eles começaram a leitura do manual, identificando as peças e aprendendo ajustar uma à outra. Não demorou muito para que o aparelho estivesse montado, isnstalado no teto e refrescando o quarto de Alan.

- Com o manual, tudo ficou mais fácil, papai. Seria muito bom se a gente tivesse também um manual de funcionamento - disse Alan, empolgado com a comodidade propiciada pelo aparelho.

Tem razão, mas, e se eu lhe dissesse que cada um de nós tem um manual?

- Sério? - surpreendeu-se Alan.

O pai retirou-se por um instante, voltou com uma Bíblia e continuou:

- Cada ser humano é um projeto de Deus. Nosso correto desenvolvimento e modo de viver só aconcetecem quando vivemos orientados por este Manual.

Depois de dizer isso, o pai saiu e, após algum tempo, voltou ao quarto do filho e o encontrou lendo a Bíblia. Para não atrapalhar, fez um sinal e retirou-se, mas, antes que saísse, Alan gritou:

- Pai, estou lendo este Manual para não cometer em minha vida os mesmos erros de montagem do ventilador.

Prezado leitor, você é um projeto de Deus. Sabe porque se sente insatisfeito e não aceita as mudanças que estão ocorrendo em sua vida? Porque não está se orientando pelo Manual de instrução - a Bíblia Sagrada. Se não fizer isso, nunca estará "pronto".

Sua vida jamais será a mesma se deixar que o Criador o oriente no desenvolvimento desse projeto. Este é o melhor tempo para isso; a Bíblia diz:

"Lembre do seu Criador enquanto você ainda é jovem, antes que venham os dias maus e cheguem os anos em que você dirá: 'Não tenho mais prazer na vida' ” - Eclesiastes 12.1 (NTLH).

"Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede" - João 6.35.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Cosmovisão missionária


EBD-CPAD-Lições Bíblicas - Adultos: Maravilhosa Graça o evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos. Autor: José Gonçalves. Lição 12: Cosmovisão missionária
Por Eliseu Antonio Gomes

A ordem dada por Jesus aos seus discípulos, após a sua ressurreição, foi para que fossem e ensinassem todas as nações, batizasse-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, e orientasse-as a reter no coração todas as coisas que Ele mandou praticar. Esta ordem é chamada comumente de A Grande Comissão. É o apelo de Jesus para os discípulos difundirem o Evangelho, é a tarefa que o apóstolo Paulo encarou, corajosamente, após sua conversão.

O amor de Deus pela humanidade é incomensurável. "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" - João 3.16.

O amor de Deus pela humanidade não é um simples sentimento, mas uma atitude concreta de salvação: o envio de seu Filho Jesus Cristo por meio da missão sacrificial. É um amor redentor, que envia e alcança o perdido, e que se entrega voluntariamente. É um amor profundamente missionário.

Anunciar o Evangelho é uma ordenança de Jesus Cristo para a Igreja. "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" - Mateus 28.19.

Cada vez que a Grande Comissão é apresentada, surge uma ênfase diferente. Em Mateus, Jesus envia os discípulos a fazer outros discípulos, batizá-los e assim integrá-los dentro da vida da igreja e ensiná-los a obedecer a tudo que Jesus ordenou. Em Marcos, somos chamados a pregar; em Lucas, a testemunhar; e, em João,a representar Jesus.

A Grande Comissão de acordo com Mateus é significativamente normativa para o avanço missionário da Igreja. Estudiosos, principalmente nas últimas décadas, têm concordado em sugerir que o último capítulo do primeiro Evangelho serve como o ponto de partida para toda a narrativa de Mateus; o escritor coloca o mandamento de Cristo no final, porém, o tem como alvo.

A autoridade de Jesus impulsiona a Igreja a ir; é uma consequência, não uma opção. Por causa da autoridade concedida a Jesus, os seus discípulos devem ir às nações, literalmente às "etnias".

O termo "fazei discípulos" vem de um verbo que não existe em português; fazer discípulos é a tarefa da Igreja gerar mais seguidores de Jesus Cristo. Esta tarefa é a missão da Igreja através da Palavra e da ação de compaixão da Igreja. Gente de todas as nações. O escopo da obra missionária é mundial, deve alcançar todas as nações da terra (24.14; Atos 1.8). 

A Igreja tem como missão primordial educar e evangelizar. "Ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século" - Mateus 28.20.

Jesus estabeleceu um método reprodutivo prioritário para missões. Este é o método recomendado por Jesus: ensinar o que Jesus ensinou, ensinar a dependência do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinar a praticar a fé, e não apenas saber a seu respeito.

Mateus começou seu evangelho falando do Emanuel, o Deus conosco (1.23), e termina com com a promessa sublime de Jesus Cristo, declarando que está conosco até o final da história.

O segundo aspecto do "fazer discípulos" é ensinar aos novos discípulos "todas as coisas que vos tenho ordenado", a fim de que eles possam obedecer à lei real, a lei de Jesus Cristo. Os ensinos de Jesus Cristo precisam ser guardados pelos seus discípulos (Salmos 119.11). 

A Igreja deve alcançar os confins da terra. "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra" - Atos 1.8.

Jesus, ao comissionar seus discípulos para alcançarem o mundo com sua mensagem, prometeu a provisão de que os discípulos precisavam para serem bem-sucedidos, não prometeu aos seus discípulos autoridade ou influência. Em vez disso  ele lhes prometeu "poder", o único recurso de que eles de fato precisavam para fazer bem  o trabalho que lhes tinha dado.

Lucas usa o termo "poder" de uma maneira especial com Jesus e a Igreja, revelando assim a natureza dinâmica da concepção divina da vida humana e do cosmo, descrevendo a capacitação nas atividades de evangelismo realizadas pelos seguidores de Cristo, "poder" que garante que o trabalho obtenha resultados bem-sucedidos.

Poder é palavra traduzida do vocábulo grego "dúnamis", que, além de "poder", também significa "habilidade" e "capacitação".  O poder, a habilidade e a capacitação, provém da graça de Deus. Através da graça divina realizamos o que seria impossível fazermos por nós mesmos. Após a capacitação, Jesus prometeu aos discípulos a presença do Espírito Santo, que trabalharia por meio deles, para realizar o plano de Deus.

A salvação e a santificação  não são uma questão de obedecer a um conjunto de instruções, mas de depender do Espírito Santo que habita em nós para nos transformar de dentro para fora (Romanos 8.1-17).

"Marturos", também do grego, significa dar  um relato, ou testemunho, dos fatos em primeira mão na esfera legal. Também testemunhar de verdades ou confessar convicções (Atos 14.12; 23.11). Dessa palavra grega está associada "mártir", porque muitas testemunhas morreram pela fé.

Como as pessoas ouvirão o Evangelho se não há quem pregue? "Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!" - Romanos 10.14-15.

Ao reservar um espaço na Carta aos Romanos, para tratar do seu projeto missionário, Paulo desejava que os crentes romanos compartilhassem do propósito de sua chamada, isto é, a conversão do mundo gentílico.

Paulo se inclui como quem prega e, por implicação, inclui todos os missionários na história da comunicação da fé. O apóstolo demonstra, em sua redação de Paulo aos crentes de Roma, a predisposição para anunciar a Cristo onde Ele não fora anunciado e apresenta a esperança renovada na missão de Deus lhe deu. Estas duas características são características que brotam naturalmente no coração do leitor que lê a Carta aos Romanos, quando a leitura é feita com o coração aberto para ouvir o Senhor falar.

Como os anunciadores pregarão se não forem enviados?  "Esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio" - Romanos 15.20.

O evangelho exige o envio de mensageiros. E se há uma característica de Paulo que podemos confirmar na Carta aos Romanos é o seu fervor missionário. O apóstolo era um homem com coração inteiramente voltado para missões. Sua vocação era principalmente entre os gentios (Atos 9.15; 15.12; Romanos 1.5; 15.18; Gálatas 1.16; 2.2, 7; Efésios 3.8; 1 Timóteo 2.7), mas ele sempre mantinha um olho no seu povo segundo a carne - os judeus (Romanos 11.13-14).

O capítulo 15 da Carta aos Romanos mostra a predisposição de Paulo em anunciar a Cristo a quem nunca ouviu falar sobre o Salvador (versículo 20). Esta visão missionária, honesta, ética, é a mais fiel ao Evangelho, pois não está voltada para um projeto de extensão de instituições religiosas, mas em alcançar corações  e mentes que ainda não conhecem a Deus e a justiça do Reino.

Conclusão

Assim como o ministério de evangelismo de Paulo era instrumentalizado pelo Espírito Santo, o Movimento Pentecostal da atualidade é a mais poderosa força geradora de missões, porque dá lugar a ação sobrenatural do Espírito Santo. O Espírito Santo é o responsável  e dá ao cristão o poder de convencimento ao mundo perdido de que Jesus Cristo está vivo e salva o pecador perdido.

E.A.G.

Compilações:
Bíblia Missionária de Estudo, páginas 937, 938, 1032, 1068, 1154, edição 2014,  Barueri / SP, (SBB).
Ensinador Cristão, ano 17, nº 66, página 42, abril a junho de 2016, Rio de Janeiro (CPAD). 
Lições Bíblicas - Professor - Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos; José Gonçalves, 2º trimestre de 2016, página 88, Rio de Janeiro (CPAD). 

O Pentecoste

O Pentecoste. Por Tânia Guahyba.

O Pentecoste. Por Tânia Guahyba.


Por Tânia Guahyba

Pentecostes (em grego antigo: πεντηκοστή [ἡμέρα], pentekostē [hēmera], "o quinquagésimo [dia]") é uma das celebraçőes importantes do calendário cristão, e comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo.

O Pentecostes é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa. O dia de Pentecostes ocorre no décimo dia depois do dia da Ascensão de Jesus

Pentecostes é histórica e simbolicamente ligado ao festival judaico da colheita, que comemora a entrega dos Dez mandamentos no Monte Sinai cinquenta dias depois do Êxodo.

Para os cristāos, o Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Cristo, através do dom de línguas, como descrito no Novo Testamento, durante aquela celebração judaica do quinquagésimo dia em Jerusalém. Por esta razão o dia de Pentecostes é às vezes considerado o dia do nascimento da igreja. O movimento pentecostal tem seu nome derivado desse evento.

 Bem, tudo isto acima você pode ler na Wikipédia ou em qualquer livro de Teologia. O que nos importa é o que está na Bíblia:

"E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua." - Atos 2.1-6

 Vendo estas duas imagens me é possível fazer um paralelo (creio que no Espírito).

Todo aquele que se aproxima de Deus por obediência, por verdade, com sinceridade - nunca mais será o mesmo. A Bíblia diz que o rosto de Moisés brilhava tanto a ponto dos outros não conseguirem olhar para o seu rosto.

No Livro de Atos, aquelas pessoas estavam buscando ardentemente a promessa de Jesus e ela veio: o Espírito Santo desceu sobre ele de maneira sobrenatural (como no monte com Moisés) e todos falaram em outras línguas a ponto dos estrangeiros entenderem o que o ESPÍRITO SANTO estava lhes falando.

Foram edificados tanto os que receberam o Dom, como os que os que observavam.

Não vou entrar em detalhes, mas me corta o coração ver o que muitos têm feito com o DOM que o Senhor lhes deu... a Igreja está em crise, e crise de caráter é o que está afetando o carisma...

Fico imaginando que se eu , mera mortal pecadora, estou tão triste pelos rumos que alguns estão indo, imagino o Pai, o Filho e o Espírito Santo! E esta tristeza muitas vezes tem conseguido apagar o brilho do Espírito em nós.

Só peço uma coisa ao Senhor no dia de hoje - Pentecostes - aviva de novo o teu Espírito em mim, em nós. Ajuda-nos a continuar de pé até a Tua volta, Senhor. Tem misericórdia de nós!

Toda glória a Deus!

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Intimidade com Deus


A experiência de possuir intimidade com Deus, exemplificada na vida do patriarca Abraão.

Possuir intimidade com Deus não significa saber tudo sobre Ele, ou quase tudo, através de revelações exclusivas.

O patriarca Abraão é descrito pelos apóstolos Tiago (2.23) como o "amigo de Deus", e por Paulo como nosso "pai na fé" (Romanos 4.12) e, em sua chamada para servir ao Senhor recebeu a ordem divina para sair de Ur dos Caldeus, deixar a convivência de seus parentes, sem receber a informação de qual destino deveria ir. O então Abrão obedeceu a Deus, fez suas malas e foi! (Gênesis 12.1; Atos 7.3).

Por experiência própria, sei que existem momentos que só nos resta a fé baseada nas leituras e meditações de conteúdo que possuímos nas páginas das Escrituras. Nada de revelações espirituais específicas!

Particularmente, dou glórias a Deus por esses momentos, porque é quando sentimos nossa imensa pequenez perante a incalculável superioridade e majestosa grandeza dEle. Saímos de experiências assim mais fortes, com mais base de fé, porque ao final desse momento - da "não revelação especifíca" - descobrimos que a Mão do Eterno nos guia com zelo, como o pai ou mãe amoroso (a) conduz o filho pequenino sem permitir que tropece ou se prejudique na trajetória; sem dizer qual é o destino objetivado à caminhada.

E pouco importa ao petiz saber para qual lugar vai, ele segue feliz porque tem prazer e sente segurança em ter a companhia de quem está protegendo sua vida e seus passos.

E.A.G.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

O luto de Eyshila - Matheus faleceu


“O Senhor deu, o Senhor tomou. Louvado seja o nome do Senhor. Obrigada a todos que nos cobriram com suas orações. Matheus descansou! Essa foi a última foto que batemos antes da cirurgia. Ele está com o senhor! Não cabe a nós questionar. Deus é soberano e nós vamos seguir adorando e servindo a esse Deus perfeito em sua soberana vontade. Ele sabe o que faz! Salmos 116.15 – Preciosa é à vista do SENHOR a morte dos seus santos.” 

14 de junho de 2016: comunicado de Eyshila em sua página oficial no Facebook, anunciando a todas as pessoas que atenderam sua solicitação para orar pela saúde do filho - e os intercessores foram milhares, com certeza.

Matheus foi atingido por meningite viral e chegou ao óbito. 

Todo cristão sabe, a morte não é o fim; morrer é o recomeço, é a segunda etapa da existência humana. Para as pessoas que, nesta vida, reconheceram a Jesus como Senhor e Salvador, morrer é um passo que conduz ao início da felicidade plena, pois o ser de quem assim dorme é elevado ao estágio em que tem como assegurada a maior aproximação de Cristo. Sim, de Cristo, que num momento oportuno o levará para a eterna presença de Deus.

E.A.G.

terça-feira, 14 de junho de 2016

O atentado de Omar Mateen em Orlando - terrorista homossexual ou jihadista?


A selfie de Omar Mateen: o terrorista homossexual ou jihadista?
A selfie de um terrorista.
O perfil resumido do terrorista

Investigado pelo FBI, Omar agia como uma pessoa portadora de boa saúde mental, e safou-se da lei talvez por ser filiado ao liberal Partido Democrata, no qual o presidente Barack Obama, o ex-presidente Bill Clinton e a candidata à presidência Hillary Clinton também estão filiados. Publicamente, demonstrava possuir tolerância com os homossexuais e não escondia seu interesse pela carreira policial. 

Porém, na intimidade familiar o doente assassino não escondia seu radicalismo islâmico, e chegou a fazer discursos inflamados influenciado por vídeos jihadistas idiotas, que acessava em sites na internet. Era violento, agredia fisicamente sua então esposa Sitora Yusufiy, cometia abusos contra ela, não permitia que tivesse contato com sua família, e a mantinha prisioneira dentro de casa; Sitora sobreviveu aos seus ataques porque fugiu apenas com as roupas do corpo e foi envolvida pela firme proteção dos pais.

Omar Mateen, frequentou reuniões em mesquitas, era muçulmano fundamentalista, mas não se declarava assim abertamente. Comprou armas e num ataque em massa matou homossexuais.

Durante o frenesi de assassinatos, sobre o odor das mortes e entre os gemidos de suas vítimas, Mateen demonstrou alguma espécie de ligação com o Estado Islâmico – durante a matança ele fez chamadas telefônicas para o número 911, o canal de emergência nos EUA, e várias vezes jurou lealdade ao líder do Estado Islâmico - e o grupo terrorista reivindica a autoria do ataque descrevendo Omar Mateen como um de seus soldados do califado.

Omar Mateen era homofóbico? Talvez, sim. Contra os fatos não existem argumentos.

Omar Mateen era homossexual? Talvez, sim. Sobreviventes do massacre e vizinhos da boate relataram que Mateen era figura conhecida do local. Sitora Yusufiy, divorciada de Mateen desde 2011 e agora noiva do brasileiro Marcio Dias, relatou ao FBI que seu ex-marido tinha “tendências homossexuais”. Em entrevista exclusiva ao Jornal do SBT transmitida na segunda-feira, 13 de junho, em Boulder, Colorado, Dias afirmou que o FBI pediu a Sitora para não falar sobre essas tendências para a imprensa americana. Esta solicitação causa estranheza.

A motivação

O pai de Omar Mateen, Mir Seddique, um muçulmano de origem afegã, em declaração à rede de televisão NBC, disse que Mateen estava irritado contra os homossexuais após presenciar dois homens se beijando na frente de seu filho, ainda uma criança, nas ruas de Miami alguns meses antes do atentado na discoteca Pulse, na cidade de Orlando, estado da Flórida, Estados Unidos.

A barbárie

Quando Omar Mateen invadiu a discoteca e disparou centenas de tiros com um rifle AR-15, fazendo 49 vítimas fatais e ferindo gravemente outras 53, fez com que a madrugada de domingo, 12 de junho de 2016, fosse marcada pela dor do povo norte americano e de todas as sociedades civilizadas, e assim transformou-se no exemplo que mais se aproxima do que realmente é uma pessoa demente, portadora de homofobia. E com sua mente estragada, atiçada por um ódio inaceitável propagado pelo Estado Islâmico, entrou para a história como o promotor da mais monstruosa chacina contra pessoas de conduta homossexual, em território norte-americano e talvez até me nível mundial.

Nada justifica qualquer espécie de violência contra pessoas, sejam elas heterossexuais ou homossexuais. Uma coisa é discordar das ideologias da militância LGBT, e pensamentos diferentes, outra diametralmente oposta é agredir gays e héteros, por questões de pensamentos e estilos de vida diferentes.

Trechos do Alcorão

Para os muçulmanos fundamentalistas, os homossexuais são considerados infiéis, assim como consideram infiéis os cristãos, os judeus – que eles odeiam e também matam sem nenhuma demonstração de piedade.

"Infundiremos terror nos corações dos incrédulos, por terem atribuído a Deus, sem que Ele lhes tivesse conferido autoridade alguma para isso." (Alcorão 3:151).

"O castigo, para aqueles que lutam contra Deus [Islã] e contra o Seu Mensageiro [Maomé] e semeiam a corrupção na terra, é que sejam mortos, ou crucificados, ou lhes seja decepada a mão e o pé opostos, ou banidos. Tal será, para eles, um aviltamento nesse mundo e, no outro, sofrerão um severo castigo." (Alcorão 5:33).

Conclusão

Com este lamentável ataque de Omar Mateen na danceteria Pulse, podemos exemplificar o que é realmente uma ação homofóbica, e o que é agir como alguém homofóbico.

A mídia possui muitas pessoas homossexuais em postos-chave, diante desta terrível e lamentável notícia, faz contagem de mortos e declara seus nomes, homenageia-os. Estremece. Não levanta a cabeça, não levanta a voz contra o algoz. Demonstra medo da reação de jihadistas islâmicos radicais, tem atitudes pífias diante desta patente homofobia. Surpreendentemente, está passiva. Imprevisivelmente, está idiotizada... Esperamos que apenas esteja momentaneamente  assim, não seja assim.

Que vergonha! 

E.A.G.

"Arca de Noé" chega ao Brasil durante Olimpíadas


Johan Huibers, evangélico, holandês de 58 anos, constrói réplica da Arca de Noé e vem ao Brasil durante Olimpíadas para realizar palestras no interior da embarcação e distribuir Bíblias para crianças.
Reprodução/arkofnoah.org 

Construída por Johan Huibers, holandês de 58 anos, empresário da construção civil, a Arca de Noé foi concluída em 2012. Está ancorada no rio Merwede, na cidade holandesa de Dordrecht, perto da capital Amsterdam. Desde então é visitada como atração turística religiosa.

A embarcação tem capacidade para 5 mil pessoas, pesa 3 mil toneladas, mede cerca de 135 metros de comprimento, 22,5 metros de largura e 13,5 metros de altura, que correspondem às proporções dos côvados indicados nos capítulos 6 a 9 de Gênesis.

A ideia imponente da construção aconteceu depois que Hubiers sonhou que sua terra natal seria inundada - vale lembrar que parte da Holanda está abaixo do nível do mar. Mas, diferente do patriarca Noé, este segundo construtor não aguarda um dilúvio bíblico, ele não tem o objetivo de abrigar um casal de cada espécie animal e sua família, apenas usá-la em uma espécie de "turnê" mundial. O projeto é oferecer a arca como ambiente para realização de palestras, exibição de filmes e discussões bíblicas, que já são promovidas nela desde a inauguração. A embarcação funciona ainda como uma espécie de museu, com réplicas de animais em tamanho natural, mostrando como deve ter sido durante a enorme cheia dos tempos bíblicos.

Johan Huibers, evangélico, holandês de 58 anos, constrói réplica da Arca de Noé e vem ao Brasil durante Olimpíadas para realizar palestras no interior da embarcação e distribuir Bíblias para crianças.
Reprodução/arkofnoah.org 

O empresário é evangélico e decidiu seguir passo a passo as instruções encontradas no Livro de Gênesis sobre a famosa embarcação do Antigo Testamento. O resultado é um verdadeiro navio, que tem quatro andares e o comprimento maior do que um campo de futebol. Para passar da ideia à realidade, construir uma réplica funcional com as mesmas dimensões especificadas na Bíblia da Arca original, o empresário desembolsou quase um milhão e meio de dólares.

Nesses quatro anos, já foi vista por mais de 600 mil pessoas. Huibers, que já trabalhou como missionário, agora deseja espalhar sua missão evangelística pela América do Sul, Central e do Norte. Além de oferecer acesso livre às populações carentes e órfãos em cada país que atracar, pretende entregar Bíblias para cada criança que visitar a embarcação.

Conforme o site oficial da Fundação Arca de Noé, o construtor decidiu que o navio sairá do porto holandês e navegará pelas águas do oceano Atlântico em uma “jornada da esperança”, realizando uma longuíssima volta ao mundo. O primeiro destino fora da Holanda a receber a Arca de Noé será o Brasil. O empresário planeja aproveitar a temporada das Olimpíadas do Rio de Janeiro para cruzar o Atlântico e percorrer diversos portos brasileiros. A data de chegada em terras brasileiras ainda é incerta, mas o plano é ficar no país durante um período de dois anos, podendo estender a temporada em até quatro anos.

Além do Rio de Janeiro o roteiro da Arca incluiria percorrer outras localidades brasileiras: Fortaleza, Manaus, Belém, Recife, Salvador, Vitória, Santos, Florianópolis e Porto Alegre. Depois de percorrer o Brasil, seguiria para Argentina, Uruguai, Cuba, Panamá e Estados Unidos, sempre abrindo a estrutura para visitação.

Com informações de Christian Headlines, UOL Notícias e Gazeta do Povo

segunda-feira, 13 de junho de 2016

A água do Tanque de Betesda e as igrejas neopentecostais brasileiras

Tanque de Betesda, Israel.

"Incrível como uma certa denominação religiosa brasileira consegue trazer tanta água de um tanque que está quase seco..." - Igor Vaz - Facebook.

Confira: Excelente exposição bíblica e histórica, por Por Esdras Cabral de Melo, sobre o Tanque de Betesda, no União de Blogueiros Evangélicos (UBE Blogs): http://goo.gl/ZfioCo 

sábado, 11 de junho de 2016

A tolerância cristã

Lições Bíblicas - Adultos: Maravilhosa Graça - o evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos. Comentários: Jose Goncalves. Lição11: A tolerãncia cristã.
Por Eliseu Antonio Gomes

Martinho Lutero, seguidor fiel de Jesus Cristo e do apóstolo Paulo, começa o seu tratado Da Liberdade do Cristão com as seguintes palavras: "O cristão é o mais livre senhor de todos, não sujeito a ninguém. O cristão é o mais dócil servo de todos e sujeito a todos."

Paulo desfrutou plenamente sua liberdade cristã. Jamais houve um cristão mais emancipado das inibições e tabus anticristãos. Era emancipado tão completamente da escravidão espiritual, que sequer era escravo da sua emancipação. Adaptava-se ao modo de viver dos judeus quando se achava numa sociedade judaica, com tão boa disposição como se adaptava ao modo de vida dos gentios quando entre eles. Os interesses do Evangelho e o supremo bem-estar dos homens e mulheres eram considerações da mais alta importância para ele, e lhes subordinava tudo mais (Romanos 14.1-12).

Amar o próximo é melhor que qualquer sacrifício. "Chegando um dos escribas, tendo ouvido a discussão entre eles, vendo como Jesus lhes houvera respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. Disse-lhe o escriba: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ele é o único, e não há outro senão ele, e que amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios" - Marcos 12.28-33.

Na época de Jesus, os judeus haviam acumulado centenas de leis, 613, de acordo com um historiador. Alguns líderes religiosos tentavam estabelecer uma diferença entre as leis mais importantes e menos importantes, enquanto outros ensinavam que todas eram igualmente obrigatórias e não deveria haver distinção entre elas. A questão apresentada pelo escriba para Jesus, poderia ter provocado alguma controvérsia entre esses dois lados debatedores, mas a resposta de Cristo resumiu todas as leis de Deus, de maneira a ser aceita pelos dois grupos.

Quando amamos a Deus completamente e cuidamos do próximo como se ele fosse nós mesmos, cumprimos os Dez Mandamentos e outras ordenanças registradas no Antigo Testamento (Deuteronômio 6.5; Levítico 19.18). De acordo com Jesus, esses dois princípios resumem todas as leis de Deus.

Todas as leis no Antigo Testamento apontam para Cristo, o passo do crente deve ser no sentido de crer no Senhor Jesus como Senhor, prestar a obediência que se nasce na voluntariedade do coração sincero, tomando como base o Novo Testamento, que contém, inspirada pelo Espírito Santo, a interpretação apostólica do Antigo Testamento. 

O amor tudo sofre, tudo crê e tudo suporta. "O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" - 1 Corintios 13.4-7.

Nossa sociedade confunde o amor e a lascívia. O amor de Deus é dirigido exteriormente às outras pessoas, não tem a finalidade-primeira da satisfação a nós mesmos. É desinteressado, sem as inclinações naturais. É impossível que haja esse amor sem que antes o crente passe pelo novo nascimento.

Aquele que ama não julga seu irmão. "Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes' (...) 'Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster" - Romanos 14.1, 2, 4.

A narrativa de Lucas sobre a Assembleia em Jerusalém, registrada no capítulo 15, versículos 1 ao 35, mostra o debate a respeito do relacionamento entre os gentios e a lei de Moisés, algo que versa sobre o tema do capítulo 14 de Romanos. Uma vez que a missão cristã começava a evangelizar os gentios que não viviam sob à égide da doutrina judaica, começou a surgir o problema das condições da sua filiação à igreja. Fica claro no capítulo 15.1-2 de Atos dos Apóstolos e Gálatas 2.11-14, que a norma da igreja em Antioquia, por parte dos missionários, era que não fosse exigido aos gentios os rituais da religião judaica, porém, isto era inaceitável para alguns cristãos judeus.

No capítulo 14 da Carta aos Romanos, Paulo descreve o crente "forte" como aquele que acredita que está livre para comer de tudo, pois, segundo o versículo 21, está em evidência a discussão sobre o hábito de comer carne.

No versículo 4, encontramos no idioma grego a palavra "oiketes", que significa servo doméstico; e não "doulos" (escravo).

As leis judaicas sobre alimentação, que tinham sido observadas pela nação israelita desde os primeiros dias, eram um dos principais traços que distinguiam  os judeus de seus vizinhos gentios. Não somente se proibia absolutamente comer carne de certos animais; o sangue de todos os animais era proibido, e os animais "limpos" abatidos para alimento tinham de ser mortos de modo que o sangue fosse totalmente drenado. Desde que nunca se poderia ter certeza de que a carne de que se alimentavam os não-judeus estava livre  de toda suspeita de ilegalidade num aspecto ou noutro, para um judeu era impossível partilhar de uma refeição com um gentio, e até mesmo com outro judeu que tivesse reputação de relaxado nessas questões da mesa.

Comprar carne pagã de açougue em cidades como Roma e Corinto representava um problema de consciência para alguns cristãos. Grande parte da carne exposta para venda no mercado provinha de animais anteriormente sacrificados a alguma divindade pagã. A divindade pagã recebia sua parte simbólica; o restante da carne podia ser vendido pelas autoridades do templo aos comerciantes da venda a varejo, e é possível que muitos consumidores estavam dispostos a pagar mais caro por elas, porque tinham como alimento "consagrado" a algum divindade.

Não desprezemos os nossos irmãos, pois cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. "Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus" (...) "Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus" - Romanos 14.12." - Romanos 14.10, 12.

Não deve existir pecado que os cristãos estão mais propensos a praticar do que o de criticar os outros, principalmente aqueles cristãos "mais ardorosos". As palavras do apóstolo têm intenção séria: a atitude reprovável do crítico será lembrada ao comparecer perante o tribunal de Deus, portanto, que todo cristão não emita palavras apressadas, ditas com bases mal informadas, sem amor e sem generosidade!

Deixemos de lado todo julgamento alheio. "Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão" -  Romanos 14.13.

Julgar neste texto tem o sentido de criticar (exercer juízo crítico), sem o cuidado de evitar prejudicar a caminhada de fé do irmão em Cristo. Colocar tropeço ou impedimento seria o caso de um cristão emancipado induzir o cristão com consciência menos esclarecida ao pecado, levando-o a fazer algo que sua consciência ainda não aprova.

Tendo o apóstolo Paulo afirmado inflexivelmente a liberdade do cristão, pôs-se a demonstrar como se pode e se deve estabelecer limite voluntário a esta liberdade. Fez sua exposição mais extensa sobre a liberdade cristã ao abordar a questão da comida, quando agitou a igreja primitiva de várias maneiras, mais particularmente os crentes judeus.

Ele instou os cristãos de Roma nas questões de consciência em relação a esta matéria da comida, solicitando-os a restringirem voluntariamente sua liberdade no interesse de outros, e o testemunho da história mostra que os crentes romanos aprenderam a lição. A igreja de Roma, composta de judeus e gentios não desintegrou-se porque prevaleceu a prática do amor, os crentes emancipados consideraram os escrúpulos dos outros, evitando que tropeçassem na fé.

Conclusão

Parte dos cristãos, citados na Carta aos Romanos, eram amadurecidos na fé em Cristo, sentiam-se muito bem em alimentar-se com a carne sacrificada aos ídolos, pois entendiam que tal carne não era melhor e nem pior do que outras devido sua associação com a entidade pagã. Enquanto outros cristãos, se sentiam mal, acreditando que tal alimentação estava "infeccionada" por sua associação com rituais idólatras. A abordagem que Paulo fez sobre o relacionamento de crentes maduros e imaturos, não é uma convivência peculiar da igreja de Roma. Nenhuma igreja ao redor do mundo está nivelada apenas com crentes fortes ou crentes fracos. Assim sendo, que a nossa convivência na congregação seja sempre com propósitos construtivos, jamais em contendas de palavras geradoras de dúvidas aos enfermos na fé.

Os crentes mais maduros não devem agir com individualidade, mas agir como modelo para os mais fracos. É importante ser forte na fé, ter a consciência emancipada; contudo, o fato de experimentar a autonomia não nos torna indivíduos isolados. É necessário viver como membros de uma comunidade e agir com responsabilidade, promovendo o bem-estar de todos, pois nem todos estão plenamente firmados na doutrina de Cristo.

E.A.G.

Compilações:
Atos - Introdução e comentário - Série Cultura Bíblica, I. Howard Marshal, página 229, 1ª edição 1982 - 11ª reimpressão 2011, São Paulo (Vida Nova).
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 1602, 1320, 1602, edição 2004, Rio de Janeiro (CPAD).
Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. José Gonçalves. Página 100; 1ª edição 2016. Rio de Janeiro (CPAD).
Romanos - Introdução e comentário - Série Cultura Bíblica, F.F. Bruce, páginas 197-199 1ª edição 1979 - 16ª reimpressão 2011, São Paulo (Vida Nova).

Espelho, espelho nosso


Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes" - Tiago 1.17 (NVI).

Você acorda, observa-se no reflexo do espelho, sente-se como se fosse a pior versão de si mesmo. Calma. O crente vive pela fé, não caminha guiado por emoções ou sentimentos (2 Coríntios 5.7).

Então, mantenha sua tranquilidade porque "toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes" (Tiago 1.17, NVI).

Conserve sua fidelidade a Deus, em todas as circunstâncias, porque Jesus te ama e é contigo hoje e sempre. Reaja ao humor em baixa com oração e louvor. 

2016: o brasileiro perde sua prosperidade?


"Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento" - Eclesiastes 9.2.

Há dois anos atrás, aproximadamente, eu conversei com um missionário cuja origem é a África, um país de fala francesa que não lembro qual é... Em uma das calçadas da Rua Conde de Sarzeda, tão conhecida dos evangélicos aqui na cidade de São Paulo, por causa do seu tradicional comércio de artigos religiosos, ele disse para mim, usando o nosso idioma com um sotaque muito arrastado, da sua admiração com a mesa do brasileiro, que todos os dias, duas vezes ao dia, era posto arroz e feijão misturados no mesmo prato, pois em seu país isso significava ostentação de prosperidade.

Nestes primeiros seis meses de 2016, tenho encontrado muitas pessoas, inclusive gente evangélica, comentando sobre a alta do preço da cesta básica. Preço alto do leite; das carnes de frango, bovina e suína; aumento nos preços do arroz e feijão. E alguns até dizem que não comem mais o feijão em todas as refeições.

Oremos, a estratégia do cristão para enfrentar todas as espécies de crises é usar a fé orando. Ore, para que haja sabedoria e vontade por parte de governos e assim governantes tenham sucesso na empreitada de enfrentamento da linha de miséria e pobreza, que ameaça se instalar em definitivo nosso País; ore para que esta crise financeira tenha um fim aqui no Brasil; ore, para que a inflação perca força e o trabalho arraste o desemprego para bem longe da carreiras profissionais do povo brasileiro.

O Brasil não deve perder a "prosperidade" do mix arroz com feijão no prato durante o almoço e janta, os cidadãos brasileiros precisam manter - e aqueles que perderam precisam retomar - seu emprego e seu padrão de poder aquisitivo e dignidade.

E.A.G.

Quando o crente ora e a resposta não vem após a oração



"O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Vinde, contemplai as obras do SENHOR, que assolações efetuou na terra. Ele põe termo à guerra até aos confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra" - Salmo 46.7-10.

Esperar a resposta de Deus não é o mesmo que não receber os cuidados e atenção dEle.

A bondade divina está sempre ativa e nos envolve inteiramente, inclusive quando a resposta não chega de imediato.

O que parece ser indiferença na verdade é a atuação da sabedoria celestial, agindo de maneira contundente benignamente. Quando o Senhor não responde no momento que desejamos, continuamos recebendo seu amor e cuidados.

Continuemos confiando e vivendo em fidelidade, pois até no silêncio do Senhor existem benefícios sem igual a nos favorecer.

Deus está conosco em todo tempo, Ele tem todas as providências para preencher nossas necessidades.

E.A.G.

Está escrito: em meu nome expulsarão demônios (Marcos 16.17)


Bíblia Sagrada sobre a mesa. Está escrito: em meu nome expulsarão demônios (Marcos 16.17)

Quando uma pessoa aparenta estar possessa de demônios, e outra determina em nome de Jesus que os demônios saiam daquele corpo, se a tal pessoa continua aparentando estar possuída por espíritos malignos, então, é sinal que não existe possessão maligna, é teatro, é apenas uma simulação, cuja origem é alguma espécie de doença mental ou atitude consciente de escárnio.

Se houver posse de demônios, mesmo, eles obedecem a ordem dada e deixam o corpo, porque têm que se submeter à autoridade do nome do Senhor, não resta aos demônios outra alternativa! 

Porém, os seres humanos possuem livre arbítrio... E as pessoas desobedientes, se não se arrependerem em tempo da rebeldia que praticam, irão pagar pela rebelião lá no inferno.

É importante levar em consideração que, aquelas pessoas que simulam a possessão, também são objetos de uso demoníaco, não pela posse, mas por indução ao pecado do fingimento, com a finalidade de causar confusão entre os cristãos. Para este tipo de iniciativa, com a finalidade de que a Igreja não seja enganada, Jesus nos deixou o dom de discernimento de espíritos (1 Corintios 12.10).

E.A.G.

O centro da vontade de Deus


Desenho de barco a vela em alto-mar, sob sol escaldante.
Um louvor do hinário cristão tem a letra assim: "Com Cristo no barco, tudo vai muito bem, e passa o temporal". Com certeza, o autor baseou-se naquela passagem bíblica, Marcos 4.39, quando Jesus acalmou a tempestade, para alívio dos discípulos.

Temos outras narrativas bíblicas, em que personagens como Noé, Jonas e Paulo estiveram à bordo de barcos. Ao construir uma embarcação, o patriarca Noé salvou sua família do dilúvio ao ser obediente a Deus (Gênesis 9.1); o profeta Jonas, em plena tempestade, foi lançado ao mar pela tripulação por causa da sua desobediência ao Senhor, engolido pelo grande peixe e lançado pelo animal na areia (Jonas 1.15); e, o apóstolo Paulo experimentou o naufrágio, embora estivesse vivendo de acordo com a vontade de Cristo, realizando missões transculturais, e sobreviveu ao acidente marítimo (Atos 27.39-44).

Seja em terra seca, em grandes alturas nos ares ou cercado por água doce ou salgada, saiba que o melhor lugar para você estar é no centro da vontade de Deus!

E.A.G.

Falando de perdão e perdoando


Falando de perdão e perdoando. Vergebung; прощение; pardon; συγχώρεση;  許し; סליחה .

O tempo passa, mas a Palavra de Deus permanece inabalável, mais resistente que a mais firme das rochas; ela fica e tudo o mais passa. 

Há, aproximadamente, um ano atrás relembrei o texto escrito por Mateus, capítulo 6.14-15. Assunto: perdão! Escrevi e publiquei no Belverede, em 2 de junho de 2015, algo relacionado com a disposição de perdoar: É preciso perdão para solucionar problemas conjugais

Dentro ou fora do casamento, todos os dias pecamos, são erros grosseiros e visíveis ou tão pequenos que quase ninguém percebe, porém, seja qual for a dimensão nenhuma espécie de pecado é tolerado pelo Senhor. Então precisamos ser perdoados por Deus. E para ser perdoado por Ele, que tudo vê, é necessário a todos nós, pecadores, perdoar o próximo também!

Só quem perdoa o seu semelhante recebe perdão divino. Se não houver disposição da sua parte para perdoar quem pecou contra você, não perca tempo esperando a misericórdia de Deus para perdoar os pecados que você cometeu. Isto não acontecerá, se não mudar a dureza do seu coração.

É o que diz a Palavra:

"Então, ele' (Jesus) 'os ensinou: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; o pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia; perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve; e não nos deixes cair em tentação" - Lucas 11.2-4 - parênteses meus.

"Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade. Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo" - Tiago 2.12-13.

E.A.G.