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sexta-feira, 3 de maio de 2019

Deus abençoador e os abençoados com memória curta

Davi e os três heróis na caverna de Adulão. Óleo sobre tela. Arte datada em 1658. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br
Davi e os três heróis na caverna de Adulão.
Artista: Claude Lorrain

Na atualidade em que estamos, muitas pessoas estão dispostas a gastar quantias absurdas de dinheiro com publicidade para tornarem seus nomes e marcas de produtos grandes e famosos. Entretanto, no Reino de Deus é diferente. Ao servir a Deus fielmente e dar glória e honra ao seu excelso nome, por meio da nossa dedicação e humildade, o próprio Senhor decide nos honrar permitindo que tenhamos o nosso nome respeitado perante Ele próprio e diante da sociedade.
"Agora diga ao meu servo Davi: "Assim diz o SENHOR dos Exércitos: 'Eu tirei você das pastagens e do trabalho de andar atrás das ovelhas, para que você fosse príncipe sobre o meu povo, sobre Israel. Estive com você por onde quer que você andou e eliminei todos os seus inimigos diante de você. Engrandecerei o seu nome, como só os grandes têm na terra" - 2 Samuel 7.8-9. 
Você já ouviu a expressão "você tem memória curta? Esta expressão é pronunciada quando alguém se esquece de algo que foi feito em seu favor, e com o passar do tempo caiu em esquecimento. Com relação a Deus corremos o risco de fazer a mesma coisa. Por exemplo, f aça uma recapitulação de quem você era, dos momentos difíceis que você já passou. Agora perceba o quanto Deus já acrescentou e vem acrescentando em sua vida. Devemos fazer esta autoanálise constantemente para reconhecermos o cuidado que o Senhor tem conosco.

Você imaginou que um dia seria um profissional reconhecido, um profissional respeitado, um profissional bem-sucedido em sua área, ou um líder cristão estimado, ou um pastor de uma igreja avivada? Todos nós temos uma história de conquistas e superação em Deus. Com Davi não foi diferente. O pequeno pastor de ovelhas foi honrado por Deus e se tornou o rei de Israel. Contudo, antes de ter se tornado rei, honrou seus pais, serviu seus irmãos, foi desprezado por eles, teve que enfrentar um urso, um leão, um gigante e um rei atormentado por espírito maligno.

Agora que Davi está no auge da sua vida, Deus, através do profeta Natã, o faz lembrar quem ele era e de onde o Senhor o tirou: de detrás das ovelhas, para que fosse o monarca sobre os israelitas. Podemos dizer que o Senhor estava alertando Davi para não sofrer da síndrome da memória curta, não se tornasse o crente abençoado que se esquece dAquele que o abençoou.

Por que será que Deus chamou a atenção de Davi desta maneira? Porque todo aquele que se esquece sua origem, e de onde Deus o tirou, terá uma forte tendência a sair fora do propósito de Deus para a sua vida.

Naquela ocasião, Davi havia acabado de manifestar a intenção de edificar a casa que abrigaria a Arca da Aliança, símbolo da presença de Deus entre o povo judeu. Por mais linda que fosse a intenção de Davi, Deus repreende-o. Acredito que, neste momento, Deus estava querendo dizer: "Não se sinta melhor do que Eu pelo fato de você estar dentro de um palácio luxuoso, enquanto a arca da minha presença está no interior de uma tenda simples." Além da exortação, o Senhor não permitiu a Davi que construísse o templo, devido ao sangue que ele derramara. Porém, o Senhor autoriza que Salomão, o filho que iria nascer a fazer isso.

A síndrome da memória curta é perigosa, pois, quando ela pega alguém, acreditaremos que foi apenas o nosso braço forte que nos deu a vitória e construiremos cisternas rotas que não retém água. Não devemos nos esquecer de que todas as coisas foram feitas pelo Senhor, e sem Ele nada do que foi feito se fez (João 1.3).

Uma das principais características de Davi era a facilidade de reconhecer o erro e humilhar-se diante do Senhor em busca do perdão (1 Samuel 18.22-23; 2 Samuel 23,13; Salmo 40.17). Após Deus exortá-lo sobre a importância de não esquecer qual era a sua origem, Davi entrou na presença do Senhor e se humilhou, reconheceu a grandeza e majestade de Deus em sua vida (2 Samuel 7.18-22).

 Ser exortado por Deus é uma bênção divina, pois Ele corrige apenas a quem ama. Vivemos neste mundo em meio a tantos escândalos políticos, debaixo de uma nuvem de pessimismo, a economia brasileira desliza em sua curva de crescimento, mas quem é exortado pelo Senhor precisa entender que para ele existe esperança, a nuvem que está sobre sua cabeça é uma nuvem carregada de bênçãos.

A pessoa que tem a sua imagem ridicularizada, o seu nome é pronunciado na roda de escarnecedores, vive uma crise séria de relacionamento. Mas não deve desanimar, apesar de tudo isso. Precisa ter em mente que se permanecer em humildade perante o Todo Poderoso, que o repreende em algumas falhas que comete, inclusive em equívocos motivado por zelo ás coisas santas, tem plenas condições de superar todas as situações ruins. E a superação ocorre pelo fato de que a esperança do crente não está baseada em soluções humanas. A solução do crente está em Deus. Então, que cada um de nós se veja totalmente motivado a depender dEle e correr para Ele, que é capaz de mudar a nossa sorte e fazer com que o nosso nome seja respeitado em todos os lugares em que for citado.

Nunca se esqueça de onde você veio e nem se esqueça da promessa que Jesus fez quanto ao lugar que deseja levá-lo: o céu. Nunca nos esqueçamos que o nosso Salvador Jesus Cristo recebeu um nome acima de todo nome após sua humilhação e obediência ao Pai, ao realizar o maior feito do Universo: entregar a sua vida para salvar a humanidade (Filipenses 2.5-11).

Que Deus nos abençoe e nos faça melhores em tudo, e que jamais venhamos a nos esquecer de que isto só é possível porque o Senhor acabou de liberar em nossas narinas o seu fôlego de viva.

E.A.G.

Compilações em:
A Síndrome da Memória Curta, Pastor Davy Maia. Revista Renovação da Fé, ano 17, número 69, 3º trimestre de 2017, páginas 28 e 29, Bosque da Saúde, São Paulo/SP).
É Deus quem dá nome ao homem. Erivaldo de Jesus Pinheiro, Bíblia do Pregador Pentecostal, edição 2016, página 471. Barueri, São Paulo/SP. (Sociedade Bíblica do Brasil - SBB).

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Juan Guaidó, o Dom Quixote venezuelano?

Imagem: Rayner Peña - EPA

Foi muito triste ouvir Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuaela, em 30 de abril, na terça-feira passada, convocar o povo a sair às ruas em protesto, informando-os que o Exército estava com eles. Os venezuelanos, sofridos, o atenderam. E naquele dia o que se viu foi um levante capenga, com uso de pedras, paus, coquetel molotov contra tanques de guerra e motos novas sob controle dos déspotas que estão comandando a ditadura. Os militares, anunciados por Guaidó não apareceram. Deve ter sido o dia mais triste da história venezuelana.

As páginas do calendário mudam e tudo continua piorando para o povo pobre da Venezuela. E a cada nascer do sol Guaidó se parece mais com um Dom Quixote de fraldas. Deve ter boas intenções, mas é atabalhoado!

Com os acontecimentos recentes na Venezuela, concebi a opinião que a situação política e econômica daquele país só mudará de rumo se os comandantes das Forças Armadas quiserem. Parece claro para mim, não é o Maduro que se sustenta no governo, são os generais que o mantém lá.

Maduro não é um anjo e muito menos uma vítima, está mais para um "Nero-com-tocha-sem-fogo". Ele, de manipulador agora dever ser a figura manipulada, serve de boi de piranha aos comandantes das Forças Armadas, ao mesmo tempo que se beneficia da situação. E, infelizmente, esses generais parecem querer deixar a situação como está, porque também exploram a miséria, lucram alto recebendo o dinheiro de corrupção. Enquanto muitos reviram lixo à cata do que comer, há uma elite ligada ao governo e exército posando para fotos nas redes sociais, nababescamente.

A estratégia para salvar o povo humilde da Venezuela é ir de encontro à farda, pois ela é a base firme que mantém Maduro em pé e o caos assolando a camada social, empobrecida, abaixo do nível da miséria. A maior parcela de cidadãos venezuelanos passa por muitas privações, mas a cúpula governo, composta de civis e militares, estão muito bem.

Que Deus tenha misericórdia daquele povo! Que haja sabedoria e mais discernimento na mente das autoridades que pensa em ajudá-los.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

O Livro Provérbios de Salomão

Arte: Gustave Doré
Por que ler Provérbios? Desde os debates na televisão até as colunas de aconselhamento nos jornais, passando pelos livros de autoajuda, nossa cultura dá acesso ao conhecimento, enfatiza a necessidade de buscar a instrução, porém, muitas vezes há carência de discernimento ao indicar os meios de agregar e manejar o saber. Uma motivo disso é a complexidade da vida. Precisamos de conselhos práticos, mas também espirituais. O Livro de Provérbios põe à disposição do seu leitor essa inteligência espiritual para questões que vão desde a boa administração do dinheiro, passando pelos perigos do adultério, até a identificação dos verdadeiros amigos. Ao se dispor a lê-lo, o leitor encontra a sabedoria que funciona e entendimento que nunca se desatualiza. 

O que é provérbio?

A raiz latina do vocábulo provérbio consiste de duas palavras: "pro" (em lugar de) e "verba" (palavras). Às vezes chamado máxima. É uma verdade condensada em poucas palavras e declarada de modo memorável, sendo pertinente a várias situações da vida, assim um provérbio é um dizer breve que é pronunciado "em lugar de muitas palavras" que ajudam as pessoas a tomar atitudes sábias.

 A palavra hebraica traduzida por "provérbios" significa "uma comparação". Os israelitas, e à maioria dos povos orientais, costumavam ensinar através de provérbios. Tais frases eram de natureza fácil de memorizar e condensavam muita sabedoria num espaço resumido.

Quem escreveu Provérbios?

Essencialmente, Salomão, filho de Davi e Bate-Seba, o rei mais sábio que já governou Israel, escreveu boa parte do livro. Agur, filho de Jaque, e Lamuel (talvez rei não israelita) também contribuíram para a obra.

Salomão, que significa "Pacífico", conduziu Israel à sua fase mais próspera e menos violenta de todo o período monárquico. O reinado de Salomão despertou admiração e respeito até mesmo de governantes estrangeiros (1 Reis 10.6-9).

A respeito de Agur e do rei Lemuel, que contribuíram com os últimos capítulos de Provérbios, não se sabe muito, exceto que não estavam entre os reis israelitas conhecidos no Antigo Testamento.

Esquema do conteúdo
• 1 - 4.7 - Elogio da sabedoria; 
• 5.1 - 7.27 - Conselhos contra o adultério e outros pecados;
• 8.1 - 9.18 - A sabedoria e a falta de juízo;
• 10.1 - 22.16 - Primeira coleção de provérbios;
• 22.17 - 24.34 - Trinta provérbios dos sábios; 
• 25.1 - 29.27 - Segunda coleção de provérbios;
• 30.1 - 31.9 - Provérbios variados;
• 31.10-31 - A esposa ideal.
Para quem foi escrito?

Para o povo de Israel, sobretudo para os jovens que estavam se lançando à jornada da vida, e consequentemente para todos os povos. Os conselhos do livro fazem sentido tanto para cristãos quanto para não cristãos.

Provérbios menciona com frequência três classes de pessoas que necessitam desesperadamente de sabedoria: a insensata; a simplória, e a escarnecedora (veja 1.22). Os tolos são apresentados em quatro características: o ignorante; o teimoso; o orgulhoso; e o imoral. Para estas pessoas, são lançadas as seguintes questões:
• Qual é a vantagem de não fazer apenas o que dá prazer? (Provérbios, capítulo 2);
• É impossível falar sempre a verdade? (6.16-17; 12.17-19; 17.4-20);
• Reflexão sobre o desejo de ficar rico (10.4; 11.4, 28; 15.16).
Provérbios foi escrito para todos nós. Ele nos exorta a viver a vida com boa qualidade de relacionamento interpessoal. Ensina que é preciso ter cuidado com a espécie da nossa comunicação, pois tanto a palavra quanto o silêncio possuem poder. Provérbios 15.1; 16.23-24; 20.15; 21.23. 

Quando foi escrito?

Salomão reinou no século 10 a.C., mas a coleção de provérbios só foi compilada e editada 250 anos depois da morte de Salomão, aproximadamente em meados de 700 a.C.. A data de conclusão apontada por uma linha considerável de teólogos é 950 a.C., com algumas partes escritas por volta de 720 a.C.

Por que foi escrito?

Provérbios é um livro de sabedoria prática. Ensina que a religião está ligada aos problemas comuns da vida. As palavras-chave são sabedoria, conhecimento, compreensão, instrução, temos a Deus. O conteúdo da obra visa mostrar como a sabedoria de Deus serve para a vida real (1.2-6).

Em Provérbios a sabedoria é descrita como uma mulher amável que chama as pessoas para que a sigam a fim de terem uma vida abençoada e bem sucedida. A estultícia é descrita como uma mulher ímpia que leva as pessoas para o inferno.

De modo geral pensamos que sabedoria seja a habilidade de usar o conhecimento de forma correta, e essa é uma definição prática. Mas na Bíblia, sabedoria quer dizer muito mais. A verdadeira sabedoria é algo que envolve o coração e não apenas a razão. Existe uma questão espiritual. Há uma "sabedoria deste mundo" (1 Coríntios 2.1-8; Tiago 3.13-18), e há uma sabedoria divina que vem do alto.

Apesar de não haver nenhuma referência direta a Cristo, profética ou tipológica, nas páginas de Provérbios, é muito evidente a menção subentendida do Filho de Deus em suas páginas. Alguns provérbios são a respeito das relações de família. outros sobre comportamento nos negócios, outros tratam de boa educação nas relações sociais; e ainda outros falam da necessidade de a pessoas saber se controlar. Toda a coletânea ensina sobre o valor da humildade, da paciência, do respeito pelos pobres e a lealdade para com os amigos e o respeito aos pais (1.7; 3.5-6; 4.1-7). As qualidades necessárias para se viver com sabedoria, obediência a Deus, bom comportamento, paciência, confiabilidade, humildade, diligência, percepção das coisas como elas realmente são, são perfeitamente ilustradas na personalidade do nosso Salvador e Senhor.

Cristo é a Sabedoria de Deus para os crentes (1 Coríntios 1.24, 30; Colossenses 2.3). Quando se lê a descrição que Salomão faz da sabedoria em Provérbios 8.22-31, não se pode fugir da impressão de que a referência é a pessoa de Jesus Cristo. A sabedoria é descrita como eterna (versículos 22-26), criadora de todas as coisas (versículos 27-29), e a amada de Deus (versículos 30-31). Imediatamente somos levados a pensar em João 1.1-2 e em Colossenses 1;15-16. Entregar a vida a Cristo e obedecer os seus ensinos é a atitude que representa a verdadeira sabedoria.

O que se deve buscar em Provérbios de Salomão? 

O Livro de Provérbios descreve o caráter da pessoa que é sábia.
• 1.5 - ouve a instrução;
• 9.4-6, 10 - foge do pecado e se desvia do mal;
• 10.5 - é diligente e esforçada no seu trabalho diário;
• 10.8 - obedece ao que ouve;
• 10.14 - guarda a instrução recebida;
• 11.30 - ganha outras pessoas para o Senhor;
• 16.23 - controla a língua e cuida do que fala.
O Livro de Provérbios menciona a situação desesperadora de pessoas tolas. O insensato é descuidado, superficial, quase sempre está procura a autossatisfação. Acredita que está sempre certo, torna-se agressivo verbal ou fisicamente por motivos fúteis, toma decisões sem pensar e sem pedir opinião (12.15, 16; 13.16). Nabal é um exemplo clássico de pessoa precipitada, que não preserva boas amizades, não se afasta de problemas e desagrada a Deus com seu estilo de vida. A palavra nabal significa pessoa insensata (1 Samuel 25). 

Procure oposições como estultícia versus sabedoria, preguiça versus diligência, adultério versus fidelidade e amizades verdadeiras versus falsas. Procure, também, os princípios para um casamento sólido, para que pai e mãe sejam bons pais e para um bom relacionamento no emprego. Preste bastante atenção aos diferentes resultados obtidos pelos que seguem a sabedoria divina e pelos que não a seguem.

Conclusão

Precisamos aprender com as gerações passadas e através das experiências práticas da vida. Muitas vezes a juventude é possuída por uma sensação de que é capaz de "reinventar a roda"; acredita que sempre é possível ser original e desenvolvedora das soluções de seus problemas. É extremamente importante ouvir a voz das gerações mais experientes e estar disposto a aprender nos bancos escolares. A pessoa sábia é aquela que observa os fatos de sua sua e procura extrair ensinos práticos para a sua vida.

Compilação:
Bíblia de Estudo Vida, edição 1998, página 977, São Paulo /SP (Editora Vida).
Toda a Bíblia em um ano: Ester a Malaquias - volume 2; Darci Dusilek; 11ª edição; ano 2014, página 23; Rio de Janeiro (Horizontal Editora). 

segunda-feira, 29 de abril de 2019

O crente e a fé insuflada por Mateus 21.21 e Hebreus 11.6

O crente e a fé insuflada por Mateus 21.21 e Hebreus 11.6. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br

Sobre pessoas portadoras da fé nos dias atuais, não é raro encontrar testemunhos considerados insanos, declarações que para alguns é entendida como propagação de heresias. É compreensível que seja assim, pois agir com fé é o mesmo que atravessar a linha racional, estar além da  lógica humana.

Esta postagem ocorre em consequência de uma troca de postagens em uma rede social. O que escrevo é baseado  no conhecimento bíblico adquirido pela leitura e meditação na Palavra, conhecimento este que trouxe experiências pessoais, bênçãos recebidas. Ao orarmos com fé, somos atendidos. Eu não digo "somos atendidos" retoricamente, digo isso como depoimento, testemunho cristão. Acontece comigo.

Reflexão sobre a fé

O  texto bíblico que descreve a fé é bastante conhecido, encontramos em Hebreus 11.1: "Ora, a fé é a certeza de coisas que esperamos, a convicção de fatos que não se veem". As pessoas citadas neste trecho da Bíblia são exemplos de fé que nos enchem de coragem e nos incentivam a seguir uma vida tendo a fé em ação, embora sejamos incompreendidos em diversas situações. Tais pessoas carregaram as promessas do Senhor no coração e tiveram a vida ativa dedicada ao Todo Poderoso. E assim alcançaram a graça do Senhor, nasceram de novo pelo Espírito Santo e entregaram-se a uma vida de trabalho e constante atividade no Reino de Deus. Serviram ao Pai celeste, foram desafiadas por causa da fé mas permaneceram fieis até o fim.

Ter fé não é arriscar tudo como o jogador que se lança à sorte e ao azar. O crente age com confiança que as promessas de Deus serão cumpridas integralmente e elas se cumprem na íntegra. A vida da pessoa que age crendo é uma declaração de fé por causa de suas ações. A fé é uma certeza que coloca o crente diante do sobrenatural, não é palpite e não cabe dúvida. Podemos comparar a fé com substâncias concretas, tal qual as coisas materiais e temporais são acessíveis aos nossos sentidos, a fé tem a mesma clareza do objeto perceptível. 

O foco da fé do cristão é o nosso Deus, que é o Ser Superior para o qual nada é impossível; e o acesso a Ele é em nome de Jesus, conforme a instrução e promessa de Cristo, tudo é atendido se o pedido é feito usando a fé.

Promessas aos portadores da fé no Deus que deseja nos abençoar agora

A prática de orar com fé impactante é diferente da prática da fé devocional, é mais do que crer na existência de Deus, é crer que Deus quer nos atender naquilo que pedimos. Esta crença tem o suporte da Bíblia, possui referência em Hebreus 11.6: "De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que recompensa os que o buscam."

Jesus prometeu, o seguinte: "Em verdade, em verdade lhes digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo o que vocês pedirem em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirem alguma coisa em meu nome, eu o farei" - João 14.12-14. É importante atentar ao pronome "tudo", pois está muito bem traduzido do grego koiné ao nosso português.

Algumas pessoas afirmam que tomar a atitude conforme o ensino de Jesus neste trecho de João 14.12-14 é tratar Deus com irreverência, como se Ele fosse uma espécie de empregado ou gênio da lâmpada de Aladim. Mas o que lemos, tanto no Evangelho de João quanto em Mateus 21.21-22 são promessas bíblicas postas à disposição do crente. 

O Pai celeste nos atende quando vivemos como discípulos de Jesus, pois na condição de seguidores do Mestre buscamos ao Senhor em conformidade com a sua vontade. É verdade que Deus não responde aos interesses egoístas. Naturalmente, o crente convertido não alimenta desejos mesquinhos, sua oração não acontece em choque com a doutrina bíblica, o "tudo o que pedirdes (Mateus 21.21) está incluído em "se fizerdes tudo o que vos mando" (João 15;14).

Quando o crente ora, lembrando-se que tudo o que solicita com fé é atendido, não age de modo repreensível, não está fora do padrão do ensino de Jesus. Sua oração não está passível de contestação, pois resulta da aprendizagem oriunda do ensino de Cristo (Mateus 6.9-13; 21.22). Quem ora assim, considera "venha o teu reino; seja feita a tua vontade assim na terra como no céu".

Deus, o Pai perfeito

O Novo Testamento apresenta a Deus como aquEle que é realmente bom, quando comparado a pessoas boníssimas. Deus não alimenta nenhuma maldade, é o eficiente promotor do bem. Sua bondade é completa e está relacionada a sua justiça impecável. Ele a ninguém tenta porque não é possível que seja corrompido pelo mal (Lucas 18.19; Tiago 1.13, 17).

Na condição de Ser Supremo, o Absoluto, o Incomparável, o Altíssimo, Deus é descrito por Jesus como nosso Pai. Ele é o  Pai Eterno, o  Pai de amor, o Pai Celestial. Ao apresentar o modelo de oração aos cristãos, Cristo nos ensina a buscarmos a Deus na condição de uma figura paternal de uma família. 

"Portanto, orem assim: 'Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino;  seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje;  e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores;  e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!" -  em Mateus 6.6. 

Na Oração Pai Nosso, Jesus nos deu a orientação sobre o que é orar, observamos que nos ensina a buscar a Deus como seus filhos amados. Ainda sobre a oração, Jesus disse o seguinte: "Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, a porta será aberta. Ou quem de vocês, se o filho pedir pão, lhe dará uma pedra"- Mateus 7.7-9.

Não é ao acaso que o Reino de Deus é citado na oração Pai Nosso. O Reino de Deus está presente no cotidiano do crente convertido a Jesus Cristo, é uma realidade incontestável a  todos os seguidores de Cristo. Mas esta situação não é compreendida perfeitamente pelas pessoas que criticam a oração do crente que agrada ao Pai celeste o buscando em oração movida pela fé de que Ele é galardoador por excelência. É importante refletir que se servimos a Deus com inteireza de coração, somos cidadãos do Reino porque vivemos o padrão comportamental cristão, embora ainda vivamos como peregrinos aqui na terra.

Os pais humanos, de filhos biológicos ou adotivos, mesmo sendo imperfeitos, geralmente desejam o bem-estar da sua prole, quanto mais o Pai celeste deseja nos ver em boa condição. Na sociedade, um pai tem a função de amar e educar uma criança, respondendo às suas necessidades básicas, com o objetivo de que ocorra o seu desenvolvimento quanto ao aspecto físico, emocional, psicológico e espiritual de modo perfeitamente saudável. No parâmetro desta perspectiva, quanto à noção cristã e bíblica da fé, devemos crer que Deus, nosso Pai celeste, deseja atender a nossa oração.

Conclusão

Heresias  se propagam por aí todos os dias. Não nos interessam conceitos de fé que não estão em acordo com a doutrina bíblica. Portanto, precisamos cuidar constantemente do verdadeiro ensino bíblico. É sempre necessário buscar o aprendizado sobre o conteúdo da Bíblia, todos os crentes precisam aprender sobre as Escrituras, ininterruptamente. Aprendizagem requer ensino, estudo, prova de conhecimento e aprovação, é o que afirma com razão um catedrático e amigo evangélico.  

Algumas vezes, obtive respostas inacreditáveis baseando-me em Mateus 21.22 e tenho certeza que não sou o único. É claro que esta convicção está acompanhada de reverência, não faço uso da minha fé, na disposição do Pai celeste em me atender, com trivialidades. Então, em casos e coisas que estão ao meu alcance, faço uso da minha capacidade e oportunidades que estão ao meu alcance. Pois as possibilidades são da competência humana e as impossibilidades estão na esfera divina.