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sábado, 2 de junho de 2018

Levítico, o terceiro livro escrito por Moisés

As tábuas da Lei.
Levítico é o terceiro livro da Bíblia e também é o terceiro livro do Pentateuco. Em Levítico, é descrito de maneira detalhada o começo do exercício sacerdotal da tribo de Levi em favor dos filhos de Israel. Assim que foi erguido o tabernáculo e se nomeou o sacerdote, que servia no altar, seguiu-se a regulamentação do culto divino, a apresentação das exigências de purificação e de santificação que o povo tinha que fazer.

Está claro nas páginas de Levítico que Deus exige separação entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo  (Levítico 10.10).

É notável a consistência de Levítico, o seu conteúdo é uma belíssima composição quase que exclusivamente sobre as leis rituais. O arcabouço histórico no qual estas leis estão engastadas é a permanência de Israel no Sinai.  O livro pode ser lido como se segue:

1. Leis concernentes às ofertas (do capítulo 1 ao capítulo 7 e versículo 38);
2. O serviço do tabernáculo posto em operação (de 8.1 a 10.20);
3. Leis concernentes à pureza e impureza (de 11.1 a 15.33);
4. O grande dia da expiação (16.1 a 34).
5. Várias leis (17.1 a 25.55);
6. Promessas e advertências (26.1 a 46);
7. Apêndice: avaliação e redenção (27.1 a 34).

Sem sacerdotes e sem sacrifícios ninguém podia se aproximar de Deus. As relações com Deus exigiam condições de pureza e santidade, tanto moral como cerimonial. Para se conseguir isto, preparavam-se vários manuais que provavelmente vieram a formar o livro. Ocasionalmente, algumas leis se repetem em referência a casos diversos e diferentes finalidades. Às vezes as leis se interrompem para darem lugar a uma narrativa de acontecimentos que originam novas leis.

O Senhor Deus se apresenta em Levítico com nomes associados à liturgia do tabernáculo. Observe as seguintes  anotações, criada por Erivaldo Jesus Pinheiro: 

1. Em Levítico 1.3, Ele é o Senhor da oferta perfeita;
2. Em Levítico 1.9, Ele é o Senhor da oferta agradável;
3. Em Levítico 2.3, Ele é o Senhor da oferta santíssima;
4. Em Levítico 3.1,Ele é o Senhor da oferta pacífica;.
5. Em Levítico 4.31,35,Ele é o Senhor da oferta expiatória;
6. Em Levítico 6.8,13,Ele é o Senhor do altar;
7. Em Levítico 7.30, Ele é o Senhor da oferta movida;
8. Em Levítico 8.33, Ele é o Senhor da consagração;
9. Em Levítico 9.24, Ele é o Senhor que consomeo holocausto sobre o altar;
10. Em Levítico 10.1-2, Ele é o Senhor como fogo consumidor;
11. Em Levítico 11.44-45, Ele é o Senhor da santidade;
12. Em Levítico 12.15, Ele é o Senhor da purificação;
13. Em Levítico 16.1, Ele é o Senhor da expiação;
14. Em Levítico 18.1, Ele é o Senhor nosso Deus;
15. Em Levítico 19.35-37, Ele é o Senhor da justiça;
16. Em Levítico 20.8, Ele é o Senhor que nos santifica;
17. Em Levítico 21.1-24, Ele é o Sumo Sacerdote perfeito e eterno;
18. Em Levítico 22.1-16, Ele é o Senhor das coisas sagradas;
19. Em Levítico 23.1-44, Ele é o Senhor das festas;
20. Em Levítico 24.13-23, Ele é o Senhor zeloso;
21. Em Levítico 25.10-17,Ele é o Senhor do Ano do Jubileu,da libertação;
22. Em Levítico 26.1-32, Ele é o Senhor dos dízimos e dos votos.

Em Levítico é revelada a santidade divina. O livro tem a finalidade de revelar o caráter puro e santo do nosso Deus, portanto a palavra-chave do conteúdo exposto neste livro é "santidade" (Levítico 19.2; 20.7-8). Quem deseja conhecer mais profundamente sobre o grande abismo que existe entre a pecaminosidade do homem e a santidade de Deus deve ler mais atentamente o livro de Levítico.

E.A.G.

Bíblia do Pregador Pentecostal, edição 2016, página 173, notas de Erivaldo de Jesus Pinheiro, Barueri, São Paulo- SP (Sociedade Bíblica do Brasil). 
Bíblia Sagrada - Edição em Língua Portuguesa, coordenador Samuel Martins Barbosa, ano da publicação não declarado, página 68, Lapa, São Paulo- SP (Torá Livraria e Editora Ltda).

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Ética Cristã, Vícios e Jogos

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Com a frouxidão dos costumes e padrões de conduta da sociedade sem Deus, envolver-se em jogos e vícios, legais e ilegais, cada vez mais o envolvimento é considerado como circunstância dentro da normalidade e naturalidade. A filosofia da pós-modernidade não enxerga pecado em nada e diz que criticar a conduta errada é fraqueza de quem não exerce amor cristão.

Os vícios, inclusive os morais, prejudicam terrivelmente a vivência do ser humano, são capazes de abalar até lares cristãos. Neste ambiente espiritualmente hostil, governado pelo príncipe deste mundo, que é o diabo, o cristão precisa apresentar seu testemunho de pessoa de fato convertida, propiciar meios para que o nome de Jesus seja glorificado através do seu estilo de vida. 

Desta maneira, por intermédio de seu bom comportamento de crente voluntariamente nas mãos do Espírito Santo, haverá salvação para muitas almas que estão tateando e tropeçando, envoltas nas densas trevas do pecado. A Bíblia Sagrada recomenda a cada um de nós esquivar-se de vícios, jogos de azar e tudo o mais que arruíne sua vida; e elogia a atitude da pessoa que decide viver moderadamente.


I - VÍCIOS: A DEGRADAÇÃO DA VIDA HUMANA

O Criador não fez o ser humano com o propósito de ser escravizado. O escravo é propriedade de quem o escraviza e a humanidade foi criada para viver em liberdade, livre da natureza pecaminosa que induz à escravidão (Gálatas 5.13).

As pessoas sem Deus são escravas dos vícios. O uso do álcool, das drogas ilegais e o vício em jogos de azar são situações que levam o usuário a perder sua liberdade de escolha, e podem levar à destruição espiritual. Não existe argumento capaz de justificar o envolvimento do cristão com qualquer espécie de vício. Os vícios são meios destrutivos que o diabo usa para degradar a vida humana nas esferas física, emocional e espiritual.

1. O pecado do alcoolismo.

Jesus transformou água em vinho numa respeitável festa de casamento e provavelmente o bebeu (João 2.1-11). Há quem use esse texto para dizer que não há nada errado em se beber vinho. Mas, era realmente vinho embriagante? No texto original, está escrito que Cristo tomou “do fruto da vide” (do grego. guenematos tês ampèlou), indicando tratar-se do suco fresco da uva. Se fosse vinho fermentado o vocábulo usado seria "oinos".

Consideremos a recomendação da Bíblia: "Não olhe para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e desce suavemente"(Provérbios 23.21,31,32). Do vinho embriagante para as demais bebidas alcoólicas pode ser apenas um passo; o melhor a fazer é não ingerir o primeiro gole.

É muito difícil que você ainda não tenha visto uma pessoa bêbada, e não ter percebido que ela perdeu o senso do ridículo. Deve ter percebido que a embriaguez deforma a capacidade da pessoa agir usando sensatez e prudência. Ao se embriagar ela perde a inibição e “a motivação para fazer o que é certo” (Provérbios 31.4,5; Oseias 4.11).

À luz da Bíblia, o alcoolismo é descrito como ato pecaminoso. A bebedeira e outros vícios são vistos como ações reprováveis. Em Isaías 28.1, vemos a condenação de Efraim pela soberba de seus embriagados. No mesmo capítulo, no versículo 7, lemos o seguinte: 

" Mas há outros que cambaleiam por causa do vinho e não podem ficar em pé por causa da bebida forte: os sacerdotes e os profetas. Cambaleiam por causa da bebida forte, são vencidos pelo vinho, não podem ficar em pé por causa da bebida forte; estão confusos quando recebem uma visão, tropeçam quando proferem sentenças."

Além de atividade pecaminosa, o alcoolismo também é uma patologia. O consumo do álcool é tanto um vício como um pecado; o problema é de ordem espiritual, médica e psicológica. (Lucas 21.34; Efésios 5.18; 1 Corintios 6.10).

2. A escravidão das drogas.

Podemos afirmar sem medo de errar que quando um indivíduo se envolve em um tipo de vício, abre porta para toda espécie de pecados. Quando acontece a ingestão de substâncias estranhas ao processo fisiológico do organismo, o elemento estranho ocupa espaço importante na estrutura orgânica e exerce papel metabólico altamente nocivo, totalmente contrário aos processos da alimentação e hidratação, destruindo o templo de Deus. Não é correto ultrajar o corpo de maneira alguma, pois o corpo humano foi criado por Deus para ser o templo do Espírito Santo (1 Samuel 2.6; Salmos 112.15; 1 Coríntios 5.19,20; Efésios 5.29-30).

Embora existam muitos motivos que leva pessoas aos entorpecentes, percebe-seque o principal é o desajuste familiar. As pessoas buscam o torpor mental com o objetivo de modificar o estado de espírito, procuram o bem-estar interior. Elas ainda não descobriram que Jesus é a fonte inesgotável que traz e mantém a nossa paz. Cabe ao cristão apresentar o nosso Salvador a elas (Efésios 2.13-14; Mateus 28.19; Marcos 16.7).

As drogas ilícitas mai conhecidas são a maconha, a cocaína, o crack e o ecstasy. Além de causar a letargia de sentidos e confundir os fatos em volta do usuário em curto prazo de tempo, no futuro acaba transformando-o um peso na vida das pessoas que fazem parte do seu círculo de convivência cotidiana. A dependência de  narcótico provoca em muitos casos a morte súbita por overdose.

O verdadeiro cristão não se deixa dominar pela degeneração que há neste mundo, seja através do vício de alucinógenos ou outro produto ou situação que o desabone como criatura feita à imagem e semelhança do Criador, pois conhece a instrução da Palavra de Deus, que nos ensina que não podemos ser dominados por coisa alguma.

Nenhum cristão deve atuar em defesa da descriminalização de drogas. E todos os pais precisam orientar seus filhos a desvencilhar-se de supostas amizades que ofereçam algum tipo de droga, induzindo-o a seguir pelos caminhos da deformação moral (Provérbios 22.6).


II. JOGOS DE AZAR: UMA ARMADILHA PARA FAMÍLIA 

De um lado o vício da jogatina - composta por bilhetes de loteria vendidos pelo Estado, o jogo do bicho, o bingo com suas mesas de cartas e máquinas de caça-níquéis etc -, compõem um sistema que gera muito lucro aos "empresários" do ramo. No outro extremo dessa "indústria", os viciados se endividam, perdem seus empregos, o respeito de seus amigos empobrecem sua família e arruínam a própria vida. Bem longe deste panorama triste, o crente deve escolher viver uma vida sóbria, que sobressaia valores morais. Precisa querer estar bem distante dessa situação,.estar consciente de que foi chamado por Jesus Cristo para viver em harmonia com a vontade de Deus.

1. A ilusão do ganho fácil.

A expressão "jogos de azar", para efeitos penais, é definida como sendo o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte. Nenhum desses jogos é de sorte, mas de azar. Milhares de pessoas fazem apostas, mas só uma ou poucas ganham “a bolada”. E os outros apostadores? A maioria perde, não é sorteada, fica no azar.

As pessoas se tornam jogadoras compulsivas, pela ilusão de ganhar grande soma de dinheiro, ter o lucro instantâneo e fácil, e de posse do dinheiro acabar com suas dificuldades.

Todos começam usando dinheiro e o perdem. Depois, com a expectativa de recuperar as perdas, muitos entregam os bens, roupa, os sapatos, o relógio, e por fim,a própria dignidade. O jogador se torna escravo deste ciclo repetitivo de má sorte. É errado confiar nas riquezas como a solução de problemas, seja o problema de qual espécie for. Depositar a esperança no ser humano ou na sorte grande é pecado e implica em não confiar na providência divina. (Jeremias 17.5-7 ).

No Sermão do Monte (Mateus 6.19-20),Cristo tratou, entre outros assuntos, acerca da oração e da ansiedade. Discorreu sobre a tendência humana de acumular tesouros na terra e alertou que as riquezas podem rapidamente desaparecer. As possessões terrenas podem ser destruídas pela traça, a ferrugem e os ladrões. Para livrar o cristão do sofrimento dos prejuízo, o Senhor nos orienta a ajuntar tesouros nos céus, com a seguinte observação: "Porque, onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração" (Mateus 6.21).

Os jogadores compulsivos não sabem, não compreendem ou se esquecem da orientação bíblica quanto à abstinência de todos os prazeres mundanos. Não consideram a orientação bíblica para que vivamos de maneira sensata e piedosa, enquanto aguardamos o cumprimento da promessa de retorno do nosso glorioso Deus e Jesus Cristo (Tito 2.11-13).

A recomendação enfática do apóstolo Paulo ao cristão é para evitar toda a forma de mal (1 Tessalonicenses 5.22). Qualquer aceitação do que é inverso ao bem, seja qual for a justificativa, é apenas uma alegação para encobrir a intenção para pecar, ou ignorância do conteúdo das Escrituras Sagradas ou desprezo pela orientação divina.

Procuremos com mais disposição conhecer a Bíblia Sagrada a respeito deste assunto e de todos outros assuntos, pois toda pessoa que realmente ama alguém, possui profundo interesse em aumentar seu saber sobre o alvo de seu amor. Deseja conhecer mais sobre o que ele pensa e gosta e quer, com o objetivo de agradá-lo. A pessoa que faz assim em relação a Altíssimo, cresce a cada dia na graça de Deus (2 Pedro 3.18).

A lealdade do cristão é com a Palavra de Deus. Apesar de alguns vícios e jogos de azar serem lícitos pelas leis do Estado, o crente em Jesus não se permite contaminar. (Salmos 119.105).

2. Os males dos jogos na família.

O desejo descontrolado de participar da jogatina começa como todos os outros vícios: basta o gesto do primeiro passo. O viciado imagina que pode recuperar o dinheiro perdido, ansiosamente aposta valores cada vez mais alto até ficar em total impossibilidade de cumprir seus compromissos financeiros. Perde dinheiro e energias, atolado na utopia de alcançar o ganho.

Os jogos de azar levam a disfunção familiar e total bancarrota do jogador. Tal fragilidade é um costume prejudicial que se constitui em uma cilada para a família. O vício em jogos de azar causa destruições irreparáveis no ambiente familiar, destrói milhares de vidas. Faz com que recursos para sustento da casa sejam desviados para o pagamento de dívidas contraídas pelo jogador. Em muitos casos, o jogador perde seu emprego, todo o respeito e até o amor de seus parentes e amigos mais estimados.

Convém ao cristão usar a sabedoria que Deus lhe deu e preservar o bom andamento de sua casa através de atitudes dignas, afastar-se de quaisquer tentativas de lucro participando de lances em jogos de azar. Meditemos sobre a efemeridade dos bens materiais em Provérbios 13.11: "A riqueza obtida com facilidade, essa diminui, mas quem a ajunta pelo trabalho, esse a vê aumentar."

Estatísticas indicam dados alarmantes acerca dos prejuízos provocados pela prática desse mal em nossa sociedade. Então, não é de se admirar que o Criador da família nos deixou nas Escrituras a recomendação para o cristão vigiar quanto aos jogos de azar.

3. As consequências para a saúde. 

Os jogos de azar, assim como os copos de álcool, os cilindros das tragadas de nicotina e as demais maneiras de drogar-se causam dependência psíquica e química respectivamente.

• Bebida alcoólica
Seguindo a orientação bíblica, a posição correta do cristão é reprovar de modo contundente o uso de bebidas alcoólicas. Este vício arrasta ébrios para a pobreza e ao sofrimento e provoca graves problemas de saúde. No Brasil e em outros países, muitos acidentes fatais no trânsito são provocados por motoristas embriagados - sem contar aqueles que provocam amputamentos e outros estragos físicos irreparáveis. Grande número de agressões verbais e físicas; muitas ausências no serviço e demissões do trabalho, têm na a embriaguez  sua motivação.
De acordo com Romamos 14.17, o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo ”. 
• Jogatina
Em 1992, a Organização Mundial da Saúde(OMS) concluiu que participar de jogos de azar afeta a qualidade ideal da saúde, incluindo o jogo compulsivo no Código Internacional de Doenças (CID). Quando em crise de abstinência, o jogador sofre com tremores, náuseas, depressão e graves problemas cardíacos. Cerca de 80% dos viciados em jogos de azar descrevem algum tipo de formação de ideia suicida como uma estratégia de escape da vergonha moral e de suas dívidas. Igual a outros viciados, os jogadores compulsivos tendem ao desenvolvimento de doenças psiquiátricas.
• Cigarro
A nicotina, misturada com outras substâncias do cigarro prejudicam a saúde, tanto quanto ou mais que as composições químicas de drogas ilícitas. Se não provocam a morte súbita, não há qualquer dúvida que reduzem drasticamente a expectativa de vida do viciado, faz com que sua vida longa seja cheia de sofrimentos por conta da saúde roubada.
O tabaco vendido em maços de 20 unidades é uma droga devastadora ao organismo do fumante e de quem estiver por perto e inalar a fumaça. As substâncias contidas no cigarro causam dependência e alterações no organismo, afetam o funcionamento do coração, do fígado, dos pulmões e até mesmo do cérebro.
No cilindro aparentemente inofensivo, existem inúmeras substâncias prejudiciais ao organismo humano. Metais tóxicos, como cádmio, manganês, cromo, zinco, ao lado do alcatrão e da nicotina. Estes elementos matam os viciados mais do que muitas guerras. A cada 10 minutos, morre um brasileiro de câncer no pulmão, de enfisema pulmonar, ou de doença cardiovascular. A cada ano estima-se que morrem mais de 100 mil pessoas, no Brasil, por causa desse vício. No mundo, estima-se que dois milhões e quinhentas vidas preciosas são ceifadas por ano, no mundo, vitimadas pela epidemia do cigarro.


III. VIVAMOS UMA VIDA SÓBRIA, HONESTA E FIEL A DEUS

Todo vício escraviza, devido a isso, a Palavra de Deus nos adverte hábitos nocivos. Tudo o que escraviza o homem e o faz perder seus valores é denominado de vícios, as situações que resultam na degradação da essência humana.

Espera-se do crente que ele dê bom testemunho em todos os lugares, que viva de acordo com a vontade de Deus, não para ser salvo, mas porque crê que já está salvo em Cristo (Mateus 5.13-16; 2 Coríntios 5.17; 1 Pedro 3.15). A vitória do cristão contra os vícios e os jogos de azar engloba a sobriedade, a honestidade e a fidelidade ao Autor da vida.

1. A bênção da sobriedade.

Mesmo que aceitos socialmente, os vícios do álcool, das drogas e dos jogos de azar, tornados oficiais ou não, são meios malignos que agridem os princípios da ética e da moralidade cristã. Destroem o ser humano psicológica e fisicamente (1 Coríntios 3.17; 2 Timóteo 3.13).

Contudo, podemos nos alegrar sabendo que uma parcela numerosa da humanidade aceita a Jesus Cristo todos os dias e muitas foram libertas desse mal. Na conversão do pecador, realizada por Jesus, os vícios perdem sua força ativa, os maus-hábitos ficam para trás como coisas da velha vida. "Não sobreveio a vocês nenhuma tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar; pelo contrário, juntamente com a tentação proverá livramento, para que vocês a possam suportar" (1 Coríntios 10.13).

2. Honestidade e fidelidade.

O Salmo 112, em seus versículos 1 ao 5, nos fala sobre a bem-aventurança dos servos de Deus. Encontramos a celebração das virtudes do justo e sinaliza para a recompensa abundante. A luz está apresentada como tipificação da vida e da prosperidade, enquanto que as trevas são o simbolismo da morte e toda espécie de males ( Jó 29.3; Salmos 37.6; 97.11; e Isaías 58.10).

Desde o início, Deus tem prometido prosperidade ao seu povo. Tudo começou com Abrão, que habitava em Ur dos caldeus. "O SENHOR disse a Abrão: Saia da sua terra, da sua parentela e da casa do seu pai e vá para a terra que lhe mostrarei. Farei de você uma grande nação, e o abençoarei, e engrandecerei o seu nome. Seja uma bênção!" (Gênesis 12.1-2). As Escrituras asseveram que Abraão creu na promessa que Deus lhe fizera, e isso lhe foi imputado como justiça (Romanos 4.3).

A prosperidade é algo bíblico, está nas Escrituras como uma dádiva divina, algo prometido pela Palavra de Deus. Em contrapartida, está escrito na Bíblia que, "ser prospero" não significa apenas ter posses, pois a prosperidade unicamente material pode ser danosa. Sobre isso, Salomão registrou: "Não se fatigue para ficar rico; não aplique nisso a sua inteligência. Você quer pôr os seus olhos naquilo que não é nada? Porque certamente a riqueza criará asas, como a águia que voa pelos céus" (Provérbios 23.4-5). Quando Cristo foi interpelado por alguém que requeria intervenção em um caso de herança, o Senhor lhe advertiu severamente: "Tenham cuidado e não se deixem dominar por qualquer tipo de avareza, porque a vida de uma pessoa não consiste na abundância dos bens que ela tem" (Lucas 12.15). João, ao escrever para Gaio, desejou-lhe prosperidade material e espiritual (3 João 1, 2). Assim, nossa riqueza deve ser tal qual é próspera a nossa alma, em tudo que faz referência a viver em comunhão com Deus.

A Palavra de Deus recomenda que todos sobrevivam do fruto de um trabalho honesto e da boa administração da família (1 Coríntio 10.23; 1 Timóteo 5.8).


CONCLUSÃO

Jesus Cristo é o único capaz de libertar o ser humano dos pecados que o escravizam. Quando uma pessoa é solta, pode fazer o que quiser e ir por onde desejar. Quem está realmente livre por Cristo, não sente mais o desejo para pecar, mas vontade para servir voluntariamente ao Deus que o libertou (Gálatas 5.1, 13).

Assim como a história mundial tem o seu calendário dividido em antes e depois de Cristo, a vida do cristão unido a Jesus também deve ser marcada em a.C e d.C., antes e após a conversão ao Senhor. Tudo o que fazia, o que pensava, por onde andava, e que resultados obtinha com a velha vida de vícios são coisas do passado; quem ele era antes de ser salvo morreu, qualquer espécie de carnalidade não tem mais lugar em sua vida.

O crente em Cristo é livre para viver esta disposição mental, pode e deve reprovar de modo claro e direto o uso de toda espécie de bebida alcoólica, drogas e jogos legalizados ou ilegais.

A Palavra de Deus é viva e eficaz, descreve quem ama a Deus assim: "Tirou-me de um poço de perdição, de um atoleiro de lama; colocou os meus pés sobre uma rocha e firmou os meus passos. E me pôs nos lábios um cântico novo, um hino de louvor ao nosso Deus. Muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR" - Salmos 40.2-3.

E.A.G.

Compilação:

Bíblia da Transformação Pessoal / Reflexões Brennan Manning, página 1381, São Paulo - SP (Editora Mundo Cristão).
Bíblia das Descobertas para Adolescentes, página 1537, edição2017, Barueri - São Paulo (Sociedade Bíblica do Brasil).
Bíblia de Estudo Almeida, página 650, edição 1999, Barueri - São Paulo (Sociedade Bíblica do Brasil). 
Lições Bíblicas Professor -Valores Cristãos: Enfrentando as questões morais de nosso tempo, Douglas Baptista, 2º trimestre de 2018, Lição 11: Ética Cristã Vícios e Jogos, Bangu. Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
Valores Cristãos- Enfrentando as questões morais de nosso tempo. Douglas Baptista. páginas 114, 128, 1ª edição, 2018, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Efeitos do Clima na Saúde - ar seco

Pico do Jaraguá. 
São Paulo / SP - Brasil

Cuidados com a sua saúde no Ar Seco

O ar da cidade de São Paulo é bastante poluído pelos veículos, indústrias e queima de lixo. Durante o inverno, geralmente chove menos, o que torna o ar mais seco e mais poluído. Devido às diferenças de quantidade de áreas verdes, de áreas construídas e de impermeabilização do solo, tanto a temperatura como a umidade do ar variam muito de um bairro para outro. O ar mais seco e poluído pode afetar a saúde, especialmente dos idosos e crianças, com problemas respiratórios e do coração.

Efeitos mais comuns do ar seco e poluído na saúde
• Ressecamento de mucosas do nariz e da garganta;
• Nariz entupido ou com sangramento, espirros, tosse, dificuldade para respirar, rinite, crises de asma;
• Aumento do risco de infecções respiratórias;
• Irritação dos olhos por ressecamento, com vermelhidão, ardência, sensação de areia nos olhos, coceira e aumento das conjuntivites alérgicas.
O que fazer para se proteger:
• Evite exercícios físicos moderados e intensos, principalmente em vias de grande movimento;
• Se for idoso ou for portador de doenças respiratórias ou do coração, evite exercícios moderados ou intensos em qualquer local;
• A não ser que haja contraindicação médica, beba maior quantidade de líquidos, especialmente se for criança, idoso ou se costuma permanecer em locais com ar condicionado;
• Evite aglomerações e mantenha arejados os ambientes os ambientes internos da casa e do trabalho, evitando cortinas e carpetes que acumulam poeira;
• Não tome banhos com água muito quente, pois provoca o ressecamento da pele. Procure utilizar creme hidratante e protetor labial;
• Limpe a casa com pano úmido;
• Umidifique o ambiente com umidificadores, toalhas molhadas, recipientes com água, regadores de jardins etc.
Você pode contribuir para a melhoria da qualidade do ar e prevenir doenças, adotando ações como:
• Fazer plantio de árvores em locais apropriados, evitando cortar as já existentes;
• Não queimar lixo de qualquer natureza;
• Manter o carro regulado e, sempre que possível, utilizar o transporte público;
• Incentivar e cuidar de praças, parques  áreas de lazer;
• Evitar a impermeabilização total do solo de quintais e calçadas.
O uso de umidificadores de ar deve ser feito por curtos espaços de tempo (de 1 a 2 horas), e assim que possível, procure arejar o local para evitar a proliferação de fungos e ácaros. É preciso lavar e secar bem o aparelho após a utilização.

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde Coordenadoria de Vigilância em Saúde - COVISA.    Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental - DVSAM.  Programa VIGIAR. Grupo Técnico Sobre Efeitos na Saúde Relacionados à Poluição do Ar e ao Clima. CEPAGRI / UNICAMP. Prefeitura da São Paulo. | Conteúdo distribuído em forma de panfleto na rede pública paulistana municipal de saúde no ano 2018. 

segunda-feira, 28 de maio de 2018

O Batismo no Espírito Santo - por Gunnar Vingren em artigo de 1919

Gunnar Vingren.
Na companhia laboriosa de Daniel Berg, foi
 foi fundador da Assembleia de Deus em 1911.
Quem foi Gunnar Vingren? A resposta vai para as pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer a história da igreja pentecostal brasileira. Vingren, foi missionário sueco, cofundador das Assembleias de Deus no Brasil, igreja fundada em dupla com Daniel Berg, também nascido na Suécia.


Segue abaixo o conteúdo escrito por ele.
__________

Tratando-se de um assunto tão importante como este, certamente não devemos lançar a menor ponderação que seja, em ler alguns versículos que tem relação íntima e indivisa com a doutrina do batismo no Espírito Santo.

O Senhor Deus é o nosso médico. Artigo de Daniel Berg, publicado em 1919 no jornal Boa Semente

"...Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo", São Mateus, cap. 3 versículo 8. "Esse vos batizará com o Espírito Santo e com fogo". Lc. capítulo 3 versículo 16. sobre aquele que vires descer o Espírito e repousar sobre Ele, esse é o que batiza com o Espírito Santo". S. João, capítulo 1 versículo 33. "João batizou com água, porém, vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias". At. 1.5. "...o Espírito Santo que Deus deu aqueles que lhe obedecem" At. 5.32. "Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos quanto mais dará o nosso Pai Celestial o Espírito Santo aqueles que lhe o pedirem". Luc. 11.13.

Assim: O Senhor não somente disse aos seus discípulos que ao Pai Celestial, para receberem o Espírito Santo, como mandou também que esperassem a promessa do Pai em Jerusalém. At. 1.4. "Ficai, porém vós na cidade de Jerusalém, até que do alto sejas revestidos de poder". Luc. 24.49. "Mas recebereis poder quando vier sobre vós o Espírito Santo (trad. do original grego). At. 1.8.

E os discípulos obedeceram a palavra do Senhor, e esperaram cerca de dez dias, até que receberam o Espírito Santo. "E adorando-o eles, tornaram, com grande júbilo para Jerusalém. E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus". Lc 24.52 e 53. "Então voltaram para Jerusalém... E, entrando no cenáculo... todos estes perseveraram unanimemente em orações e súplicas, com as mulheres, e Maria mão de Jesus, e com seus irmãos (Ora a multidão junta era de quase cento e vinte pessoas)" At. 1.12. "E cumprindo-se o dia de pentecostes, estavam todos concordemente reunidos. E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam reunidos. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, e pousaram sobre cada um d'eles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem". At. 2.14.

E então foi o cumprimento, não só da palavra do Senhor e os seus apóstolos, batizando-os como falou e á cerca ce 120 pessoas como da profecia de Joel: "nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne". At. 2.17. Jesus Cristo disse: "E estes sinais seguirão os que crerem; em meu nome expulsarão demônios. Falarão novas línguas". Mc 16.17.

Tal porém, não se deu na casa de Cornélio e em Éfeso node talvez nem uma só língua pode ser interpretada. Ainda assim não é para admirar que as línguas estranhas sem interpretação não possa ser compreendida. Paulo diz: "O que fala línguas estranha não fala aos homens, senão a deus, porque ninguém o entende, e em Espírito fala em mistérios". 1 Co 14.2.

O fato é que eles receberam o Espírito Santo. Isto é, o batismo), tanto num como no outro, igualmente como os que foram batizados em Pentecostes, Paulo diz: "também receberam como nós o Espírito Santo" (At 10.47).

O que não parece dúvida é que todos  que receberam o batismo no Espírito Santo, nenhum deles o fez, sem o demonstrar por sinais convincentes e muito evidentes tais, como diz Marcos: falando em língua estranha. E isto tanto em Jerusalém, como em Cesareia, e Éfeso, o que tornou-se uma operação tão verossímil quão definitiva. Uma espécie de "doutrina" prática experimental, se assim podemos dizer.

Assim compreendeu Pedro, em casa do centurião Cornélio, que todos os presentes haviam sido batizados "porque os ouviu falar línguas, magnificando a Deus". E dizendo Pedro estas palavras caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviram a palavra...".

"Porque os ouviram "falar em línguas e magnificar a Deus (At 10.44 e 46).

Portanto a língua estranha é a manifestação mais perfeita e real da evidência do batismo no Espírito Santo, no momento em que o crente recebe o dom do Espírito ele fala em língua que lhe é estranha e desconhecida.

Isto mais uma vez quer provar até a saciedade, satisfazer às investigações, mais exigentes, destruir até a cerne da árvore ruim que frondeja contra o batismo do Espírito Santo, que é a promessa do Pai.

O batismo do Espírito Consolador é para todo o tempo, é para hoje, é para agora. E isto é uma conclusão tão lógica, tão natural, tão acessível a todo o raciocínio, ao bom senso, ao senso comum, que nos dispensa de outros comentários. É uma proposição que a si mesmo propõe, a si se explica, a si se conduz, a todo o que a examinar com fé e humildade de coração.

Pedro disse no dia de Pentecostes: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo", "Porque a promessa vos pertence a vós e aos vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar (At. 2.38 e 39).

Os apóstolos, pois que estavam em Jerusalém, ouvindo o que Samaria recebera a palavra de Deus, enviando-lhes Pedro e João. Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo.

Porque sobre nenhum deles tinha sido descido, mas, somente eram batizados em nome do Senhor Jesus. Então lhes impuseram as mãos, e receberam e receberam o Espírito Santo" (At. 8.14a 17). Aqui sucedeu que os apóstolos encontraram crentes convertidos e já batizados em água, mas ainda não tinham recebido o Espírito Santo.

Orando porém os apóstolos sobre eles, mediante imposição de suas mãos, na mesma ocasião receberam o Espírito Santo. O texto não diz que falaram línguas, nessa ocasião. Mas o evangelista que redigiu o livro de Atos, narrando este fato diz, em seguida ao recebimento do Espírito Santo. E Simão (o mago), vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos se dava o Espírito (v 18). Pra vê-se bem que ele viu uma manifestação certa da presença do Espírito Santo nos crentes, ao serem impostas as mãos de Pedro e João, pois que ele não podia ver o Espírito nas mãos materiais dos servos de Deus. Certamente é que Simão viu que os crentes falavam línguas estranhas, porque o Espírito Santo não é coisa visível. "O vento assopra onde quer, ouves a voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim é todo o que é nascido do Espírito Santo (João 3 v. 8).

Assim, não resta a menos sombra de dúvida que Jesus Cristo é quem salva, e quem batiza no Espírito Santo, nos dias de hoje, como nos tempos dos apóstolos, pois que nele não há mudança nem sombra de variação alguma. Jesus é sempre o mesmo, embora os homens se tenham assentado da fé que possuíam os apóstolos.

Ele, Jesus, nunca mudou, nem mudará, porque é aquele que é, que era e que há de vir (Apoc. 1.4). Glória a Jesus! Deus não prometeu derramar seu Espírito no último dia. Mas disse: e nos últimos dias acontecerá diz o Senhor, que do meu Espírito derramarei sobre toda carne" (At. 2.17). Quanto mais nós que do meu aparecemos vinte séculos depois, mais tarde do que eles. Eles que há vinte séculos receberam o Espírito Santo estou certo que não puderam receber por nós e por toda a posteridade, pois que faz necessário que cada um por si mesmo o receba.

Por isto Jesus disse: "Pedi e dar-se vos á, buscai e me achareis, batei e abrir-se vos á. quanto mais datá o vosso Pai celestial o Espírito Santo aqueles que lhe pedirem.

São Paulo tanto conhecia a necessidade de cada um por si mesmo receber o Espírito Santo que perguntou em Éfeso: "recebestes vós o Espírito Santo quando crestes?. E como não o tivessem recebido ainda, Paulo impondo-lhe a mão veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam diversas línguas e profetizavam (At. 19.17). Paulo ainda escreveu em Coríntios, testificando essa verdade. Porque todos nós fomos batizados em um Espírito.

Buscai a verdade porque "se conhecerdes a verdade ela vos libertará". Amém.

Fonte: Jornal Ceifeiros em Chamas, página 15, maio de 2000.

domingo, 27 de maio de 2018

Ética Cristã e Vida Financeira

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

As posses e os bens são concedidos ao ser humano por meio do nosso Deus. O fato de possuir o dinheiro, seja em muita ou pouca quantidade, pode ser bênção ou maldição, depende do uso que é feito com ele. Se usado de maneira sábia, para a glória de Deus, expansão do seu reino, agradecido pelos bens adquiridos, somos abençoados pelo Senhor. Cada um prestará contas de tudo o que recebeu para gerir, até mesmo no setor financeiro (Mateus 25.19; (Romanos 14.12).




l – UMA TEOLOGIA PARA A VIDA FINANCEIRA

O equilíbrio financeiro foge dos extremos da riqueza e da pobreza, e possibilita uma vida desprovida de preocupações desnecessárias.

 1. Vida financeira equilibrada.

O Senhor é a fonte de toda riqueza, o ouro e a prata são dEle (Ageu 2.8). No Salmo 24.1, o salmista Davi glorifica o Criador de todas as coisas, Senhor da terra e do mundo criado, e de tudo o que neles há. O cântico mostra que tudo o que somos, tudo o que vemos e temos nesta vida pertencem ao Altíssimo. Após Deus haver completado a obra de criação, criou o homem e a mulher e confiou a ambos a missão de administrar a terra e o que nela existe (Gênesis 1.26-28; 9.2; Salmos 8.6-8).

Diariamente, vivemos um conflito. De um lado temos a oportunidade de conhecer a Palavra de Deus, colocar a sua vontade em prática em todas as esferas da vida. Do outro lado encontramos as forças do mal, apresentando informação desprovida da intenção divina, atuando em sentido contrário à condução do Espírito Santo. Enquanto a promessa do retorno de Jesus não se cumprir, teremos que conviver com essas duas situações.

Através da comunhão com Deus e Sua Palavra, recebemos Seus sábios conselhos, que nos capacita a vencer as provas desse mundo de ilusões e todas as investidas destruidoras do inimigo de nossas almas. E uma das frentes que o inimigo ataca é o mal uso do dinheiro.

Prazos a perder de vista, cartões de crédito. O marketing age com força, usa voz de comando para induzi-lo a gastar mesmo que você não possua recursos suficientes. As frases estão sempre no imperativo: “vá”, “compre”, “faça”. As supostas facilidades oferecidas pelo mercado financeiro são um golpe para iludir o consumidor. O apelo começa com produtos de higiene pessoal, passa pela alimentação da família, e chega ao carro do último modelo.

A sociedade não cristã sustenta a filosofia que dinheiro vale mais que a vida. Por isso, pessoas destroem a própria vida e a de seus semelhantes. Sacrificam seus valores morais e princípios éticos, tentando obter riquezas e tudo o que o dinheiro pode dar. No entanto, os que assim fazem, não encontram felicidade plena ao realizar o que desejam. Isto, porque o não cristão não consegue ver a vida através da perspectiva do Reino de Deus.

2. O perigo do amor do dinheiro.

A sociedade em que vivemos é extremamente capitalista, incentiva as pessoas a colocarem em primeiro lugar em suas vidas a luta por conseguir ganhar dinheiro. Os seres humanos que possuem muito querem mais ainda e os que possuem pouco ou nada, desejam ardentemente alguma coisa.

Muitos vivem na filosofia do “quanto mais tem, mais quer”. Estão influenciados pelo consumismo, acúmulo de dinheiro e desejo de lucro exorbitante e de muito luxo. Isto é visto em pais e mães que sacrificam seus momentos de lazer com seus filhos para trabalhar mais e assim ganhar mais dinheiro; no irmão ou irmã da igreja que troca o culto por horas extras exageradas no emprego; em pais que pressionam seus filhos para fazer um determinado curso em uma faculdade, até mesmo contra a vontade dos filhos, só porque este curso confere mais “status” e salários mais altos a quem o fez; enfim, em jovens que se casam apenas por interesses financeiros.

Quanto a vivência cotidiana do cristão equilibrado, este compreende que todos precisam de dinheiro para a manutenção, que o lucro comercial é o bônus inerente do comerciante honesto e o luxo equilibrado faz parte da vida em dignidade. Sabe, também, que o crente em Cristo não deve colocar a obtenção de riquezas como alvo supremo da vida. 

È necessária a conscientização de que o ser humano foi estabelecido para ser administrador do Altíssimo. O crente precisa estar ciente de que o ser humano não é dono de nada. Deus nunca lhe entregou qualquer direito de propriedade, mas para si mesmo reservou as coisas que criou (1 Coríntios 4.2).



II – MEIOS HONESTOS PARA GANHAR DINHEIRO

O que devemos fazer ao ganharmos dinheiro? "Honre o SENHOR com os seus bens e com as primícias de toda a sua renda" - Provérbios 3.9. Ganhar dinheiro não é pecado, é uma necessidade indispensável. Trabalhar de modo honesto para o sustento de sua família é uma atitude altruísta.

1. Trabalho e emprego.

A Palavra de Deus é muito clara quanto à importância do trabalho. O Salmo 128.2 nos diz que do trabalho de nossas mãos comeremos, feliz seremos e tudo de bom nos acontecerá. Não importa se nossa profissão é valorizada, reconhecida ou mal remunerada. Deus sempre terá uma recompensa para aquele que trabalha sério e é dedicado naquilo que faz.

O trabalho traz o pão à nossa mesa, alimenta o nosso lar, nos oferece dignidade, é um meio honesto para se ganhar dinheiro e adquirir bens e boa reputação (Provérbios 6.6-8).

É fato que muitas pessoas não gostam muito de trabalhar, alguns amam o ócio e mais as coisas do que as pessoas, preferem horas exageradas de sono e não se importam em partir para o assalto e o furto, não se importam em tirar o que é propriedade de outro: "Quem trabalha com a mão ociosa fica pobre, mas o que trabalha com diligência enriquece" (Provérbios 10.4).

Muitas pessoas perdem uma grande bênção porque não se dispõem a trabalhar. O Senhor vê tudo e em consequência da iniciativa em colocar mãos à obra oferece muitas bênçãos quando nos dedicamos verdadeiramente ao que fazemos. Vejamos alguns personagens bíblicos que foram grandiosamente abençoados através do “suor de seus rostos”:
• Rebeca conquistou Isaque (Gênesis 24.19-21). Provavelmente ela não tinha planos de conseguir um casamento nos momentos em que tirava água do poço para saciar a sede dos camelos da família. Mas Deus a surpreendeu enquanto trabalhava, fazendo com que ela viesse a se casar por causa disso.
• Davi, do campo ao trono de Israel (1 Samuel 16:11). Poucos valorizavam o trabalho de Davi, que era o responsável pelo pastoreio das ovelhas de sua família. Apesar disso, sem receber reconhecimento, ele fazia o melhor possível em seu serviço. Deus, então, viu que aquele rapaz poderia “pastorear” o seu povo caprichosamente e o escolheu para a função de rei de Israel.
• Jeroboão foi honrado por seu labor e se tornou rei (1 Reis 11.28). Deus observou em Jeroboão um homem justo, honesto, fiel e muito trabalhador. Por isso o escolheu para usar a coroa, tirando-a das mãos dos filhos de Salomão, que eram os herdeiros naturais do trono que foi de Davi.
O serviço de Jacó o levou à riqueza, apesar dos reveses com seu sogro trapaceiro (Gênesis 31.6-9).
• O serviço de Rute livrou-a da penúria. Ela pôs as suas mãos no arado, assumiu o sustento do lar após sua viuvez e a viuvez de sua sogra idosa, com quem viveu em pobreza. Por causa de sua nobre disposição em trabalhar duro, Deus providenciou o encontro dela com Boaz, homem de posses, e o desfecho do romance foi ela casar-se com ele e entrar para a genealogia de Jesus (Rute 2.2-4, Mateus 1.5).
Pode ser que você pense que ninguém valoriza o seu trabalho. Pode ser também que algumas pessoas realmente menosprezem o esforço que faz. Lembre-se que o Senhor sabe de todas as coisas, honra aos que prestam serviço com dedicação, desde que a tarefa não seja atividade desonesta.

2. Escolarização e Mobilidade Social.

A sociedade é formada por classes sociais, como A, B, C e D, geralmente com grandes diferenças entre os mais ricos e os mais pobres. A possibilidade de um indivíduo subir de classe na sociedade, passar a ter um poder aquisitivo admirável é o fenômeno denominado “mobilidade social” ou "transformação social".

Um dos meios disponíveis para o aumento da capacidade em adquirir bens e serviços de cidadãos menos privilegiados economicamente é a escolarização. Isto é, estudar até atingir os melhores padrões acadêmicos. A escolarização abre oportunidades para o aluno assentar-se nas cadeiras do nível superior de ensino, trabalhar em empregos de sucesso, cujo salário gera um excelente poder aquisitivo, reduzindo assim a distância entre ricos e pobres.

A escolarização e a ascensão socioeconômica são úteis ao crente para que ele possa servir melhor o Reino de Deus (Filipenses 2.4,21; 1 Corintios 10.32,33).

Ao alcançar seu aprimoramento intelectual, o cristão precisa ter o cuidado. para não se abobalhar com o sentimento de vanglória e o engano da sensação de superioridade entre os seus semelhantes (Filipenses 2.3). As universidades e faculdades, além de oferecer o cabedal de conhecimento essencial, são celeiros de filosofias e vãs sutilezas, cabe ao crente examinar tudo e conservar o que é realmente bom (Colossenses 2.8; 1 Tessalonicenses 5.21).


Ill – COMO ADMINISTRAR O DINHEIRO?

1. Fidelidade na Casa do Senhor.

Do que o Senhor se agrada quando o servimos? Sabemos que todos os bens que temos a nossa disposição pertencem a Deus. Administramos a casa, a família, o carro, terras, trabalho, dinheiro etc. Tudo é do Senhor e apenas nos tornamos mordomos de Deus, diante dos bens materiais. 

Precisamos conhecer realmente a Deus para servi-lo de maneira aprazível. Só é capaz de servir ao Senhor de maneira agradável, aquele que O conhece em todo Seu poder e glória, no reconhecimento da grandeza de Deus (1 Crônicas 29.10-19).

Ser mordomo é administrar em total fidelidade o que lhe foi confiado,  entender que aquilo que está em suas mãos não pertence a si mesmo, mas a Alguém que lhe confiou algo valioso. Portanto, o crente consciente de quem é usará da melhor maneira possível e da forma que agradará ao Proprietário os bens que administra.

O cristão espiritual é fiel a Deus, tocado pelo Espírito Santo reconhece a grandeza de Deus e age com total disposição, voluntariedade e alegria, ao servir ao Senhor com tudo o que tem e em tudo o que é.

Devemos servi-lo com nossa vida em integridade, pois sem reconhecer a grandiosidade de Deus, a mordomia é algo apenas teórico. 

O mordomo não se sente coagido a fazer nada, porque a  mordomia representa a ação voluntária e alegre. Este princípio é importantíssimo para o cristão, pois a Bíblia ensina que Deus ama ao que dá prazerosamente. Na condição de crentes em Cristo como Senhor e Salvador, com alegria devemos contribuir financeiramente na congregação em que servimos ao Senhor (2 Coríntios 9.7).

2. Estabelecendo prioridades.

Jesus declarou em João 10:10: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”.

O que devo fazer com o dinheiro de Deus sob os meus cuidados? Não importa se pouco ou muito, devemos administrar bem as posses, com a finalidade de não pecar contra Deus e não expor a sua família à humilhação moral e à falta das coisas necessárias. Empreender todo o possível que estiver ao nosso alcance para bem administrar os recursos que Deus nos dá

O cristão deve trabalhar de modo honesto e aplicado, usar os recursos financeiros para sua subsistência e da sua família, para que vivam de maneira digna.

Devemos também prover o sustento da obra do Senhor, pois o cristianismo é feito com coisas materiais e o dinheiro faz parte desse contexto. Os recursos da igreja local não provêm de governos ou de organismos financeiros. A estabilidade material nos dá condições de colaborar com nossos recursos para a pregação do Evangelho, faz com que sejamos capazes de apoiar a igreja em seus projetos missionários. 

A estabilidade  financeira também nos dá condições de ajudar o necessitado, que é o nosso próximo, em suas necessidades materiais. O trabalho assistencial é parte de nossa mordomia cristã, quando a realizamos estamos servindo ao nosso Deus (Provérbios 22.9; Tiago 1.15-16).

Ao priorizar essas coisas, é preciso confiar que Deus suprirá com o provimento diário suficiente (Filipenses 4.7).

3. Evitando as dívidas.

Quando a família não programa suas compras, termina por não honrar todos os compromissos financeiros, se vê com menos recursos como consequência de altas taxas de juros devido aos atrasos de pagamentos e acúmulo de faturas vencidas, cujos valores a pagar sobem para acima de suas renda. Então, a família começa a padecer com a falta do que é necessário e se transforma em refém do credor.

“O que pede emprestado é servo de quem empresta” - Provérbios 22.7.

O erro na organização da lista de compras está em não considerar a importância de itens básicos. Realizar em demasia aquisições de produtos supérfluos ao invés de comprar os produtos imprescindíveis. Tal disparate causa o acúmulo de dívidas inadimplentes e a pressão incessante do credor para ser reembolsado na data do vencimento da compra.

A exposição arriscada da renda familiar ocasiona uma sequência de danos, como estes: inquietação, estresse alto, e discórdias no lar. Para livrar-se dessas circunstâncias incômodas, observe e siga algumas regras de senso comum que ajudam as pessoas a evitar o endividamento. As dicas, são:
• Não assine ou garanta uma obrigação para outra pessoa. Se ela não pagar, você será responsável pelo reembolso. Evite ser fiador de estranhos (Provérbios 11.15; 27.13);
• Esquive-se dos agiotas (Êxodo 22.25; Levíticos 25.36);
• Acompanhe de perto os saldos bancários;
• Não compre por impulso;
• Fique dentro dos seus limites de gastos;
• Compare os preços antes de fazer grandes compras;
• Sempre que possível, pague à vista e evite comprar usando cartão de crédito (Romanos 13.8);
• Mantenha um registro de todas as compras com cartão de crédito;
• Se possível, pague sempre mais do que o pagamento mínimo em faturas de cartão de crédito;
• Evite aquelas supostas facilidades, tipo "compre agora, pague depois";
• Evite despesas com cheque especial;
• Evite adiar o pagamento em compras que oferecem, "financiamento sem juros";
• Evite pedir empréstimos para financiar compras "básicas";
• Se você não pode evitar empréstimos, pesquise e use o credor que oferece a menor taxa de juros.
Crie um orçamento realista e respeite-o à risca. Revise seu orçamento apenas quando necessário. Existem muitas maneiras de desenvolver um sistema de orçamento, como planilhas ou software e aplicativos on-line. Esses programas ajudarão você a determinar quanto está gastando e economizando.


CONCLUSÃO

Muitos cristãos, quer ricos ou pobres, idolatram o dinheiro. Amam mais as coisas materiais do que as pessoas, feitas a semelhança do Criador. Fazem isso sem refletir que tal comportamento representa atitude idólatra. Sem dúvida, quando o indivíduo é avarento, obcecados por coisas materiais, não possui nenhuma intenção de compartilhar com o necessitado, está vivendo como adorador do falso deus Mamom.

Existe para todos nós um grande perigo de cairmos na idolatria do dinheiro. O apóstolo Paulo escreveu ao jovem Timóteo, instruindo-o quanto a vários assuntos, inclusive quanto ao uso do dinheiro. O texto, conhecidíssimo dos cristãos, encontrado em 1 Timóteo 6.3, 9, 10, é um dos textos clássicos da Escritura Sagrada a respeito da ética cristã e da vida financeira do crente.

E.A.G.

■Compilações:
Ensinador Cristão. Ano 19, nº 74, Abril, maio e junho de 2018, página 40, Bangu. Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
Lições Bíblicas Professor. Valores Cristãos - Enfrentando as questões Morais de nosso tempo, Douglas Baptista, 2º trimestre de 2018, Lição 10 - Ética Cristã e Vida Financeira, Bangu. Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
IPMG Igreja Metodista de Guarulhos - série Mordomia Cristã, lição 1, O Princípio da Mordomia, pdf - https: //bit.ly/ 2J54uUE 

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