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terça-feira, 29 de outubro de 2019

Sara: mãe de multidões

Nota do Editor de Belverede.

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Ester: rainha fiel a Deus e disposta a morrer por sua fé e por seu povo

Hadassa é o nome judeu da rainha Ester, e ela é mencionada por este nome em Ester 2.7, "Mordecai tinha um primo chamado Hadassa, que ele tinha criado porque ela não tinha pai nem mãe. Esta jovem, que também era conhecida como Ester, tinha uma figura encantadora e era bela. Mordecai tinha-a tomado como sua própria filha quando o pai e a mãe dela morreram." 

Hadassa é uma forma feminina da palavra hebraica "hadas", que significa "murta", um arbusto perene comum com folhas sempre verdes e flores brancas, em forma de estrela. As flores da murta são usadas para perfumar, e as bagas para as pimenta-da-jamaica. A murta é referida simbolicamente na Bíblia como sinal de paz e bênção de Deus em passagens como Zacarias 1.11, em que o anjo do Senhor está entre as árvores da murta e diz: "Fomos por toda a terra e encontramos o mundo inteiro em repouso e em paz."

O nome de nascimento Ester "Hadassa" talvez também fosse simbólico, não só devido à sua beleza mas também porque o seu destino era obter paz e bênção para o povo de Deus na Pérsia. Os judeus no tempo de Ester estavam sob ameaça de genocídio por Hamã, um confidente próximo do rei Ahasuerus (Assuero). Hadassa entrou no palácio de Assuero (cujo nome grego era Xerxes) como uma futura concubina, mas Deus tinha planos maiores para a jovem mulher judia. 
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O rei Assuero era conhecido pela sua bebida, banquetes luxuosos, temperamento áspero e apetite sexual. Em 483 a.C., após uma exibição de 180 dias das suas riquezas, esplendor e pompa, ele organizou um banquete maciço. Durante o entorpecimento da embriaguez, Assuero pediu que a sua esposa, a rainha Vasti, aparecesse perante o rei "a fim de mostrar a sua beleza ao povo e aos nobres, pois ela era encantadora de se ver" (Ester 1.11). Quando Vasti recusou, ela foi banida do reino.

Assuero nomeou oficiais em todas as províncias do seu reino para reunir todas as belas jovens virgens ao seu harém (Ester 2.3-4). Hadassa, ou seja, Ester, foi levada sob custódia pelo eunuco encarregado das mulheres, mas o seu primo Mordecai manteve-se atento a ela (Ester 2.11). Após dez meses, Ester foi levada perante o rei, e ele amava-a mais do que qualquer outra pessoa. Hadassa ganhou o favor do rei e tomou o lugar de Vasti como rainha (Ester 2.17).

Embora as circunstâncias iniciais de Hadassa parecessem servir os maus propósitos de um rei luxurioso, Deus usou a sua situação, posição e carácter para proteger o povo de Israel. Ester, com mansidão e humildade, confiou na soberania de Deus em cada ação, confiante de que a vontade divina seria feita em relação ao seu povo - independentemente das consequências para si própria. Sem qualquer preocupação pela sua segurança pessoal, Ester agiu como intercessora junto do rei em nome do seu povo, os israelitas (Ester 4.16), acabando por expor a conspiração maligna de Hamã e salvando os judeus da destruição.

Fonte:
Got Questions - https://www.gotquestions.org/Hadassah-in-the-Bible.html
Cassey Jones - http://adamselindesign.deviantart.com/art/Hadassah-444568103

Atualização: 5 de dezembro de 2021, às 07h01

Débora: profetisa e juíza


Débora era dona de casa e foi escolhida para ser juíza. Ela foi a única mulher da Bíblia a ocupar um cargo político com excelência. Ela se definia como "mãe de Israel" e fazia de tudo para o bem da Nação (Juízes 4.4-16).

Mesmo sendo uma mulher importante para Israel, ela era submissa ao seu esposo Lapidote e nunca permitiu que sua posição de juíza e profetisa prejudicasse a posição de seu esposo como líder do lar. 

Débora era esposa, profeta, temente a Deus e líder militar. Traçou estratégias de batalha e conquistou muitas vitórias para Israel na época dos juízes. Foi a libertadora do povo hebreu em tempos de guerra contra os cananeus. 

Débora não era nenhum pouco prepotente. Ela se importava com o próximo e sempre dava conselhos e sugeria soluções para quem estava com problemas.

Ela é a prova de que uma mulher pode ser profissional, dona de casa, esposa e serva do Senhor ao mesmo tempo. 

Deus te abençoe.

_______
Créditos
Autoria e imagem Paulo Martins. Extraído de https://tinyurl.com/y4mzvnkv
O autor é pastor da Igreja Assembleia de Deus Madureira em Santo Antônio da Patrulha / RS. 

Ana, a mãe de Samuel

Por Paulo Martins

Ana era era muito amada por Elcana, seu marido. Ela era uma mulher muito graciosa, amável e temente ao Senhor, porém ela era muito triste com o fato de ser estéril e porque Penina, a outra esposa de seu marido, buscava sempre a provocar porque ela tinha filhos e Ana não (1 Samuel 1.6). 

Certa vez, Penina a humilhou tanto que Ana acabou perdendo o apetite e começou a chorar muito. Mas mesmo após tanta humilhação, ela não contou o que Penina fazia para o seu marido e nem foi tirar satisfações com ela. Em vez disso, ela foi ao templo chorar aos pés de Deus e fez um voto dizendo: “Senhor dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.” (1 Samuel ‭1.11‬). 

Quando Ana orava ela estava sentindo amargura na alma e de seus lábios não saía som algum. Com isso, o sacerdote do templo chamado Eli, ao vê-la naquele estado a repreendeu, pois pensou que ela estivesse embriagada. Ana então explicou a Eli que na verdade ela não estava embriagada, mas sim atribulada de espírito e por isso estava ali derramando sua alma perante o Senhor (1 Samuel 1:15). Eli então percebeu a situação e a abençoou dizendo: “Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.” (1 Samuel ‭1.17‬).

A partir daí, o coração de Ana se acalmou, ela voltou a comer e seu semblante deixou de ser triste. Ana teve fé e creu que Deus havia entendido suas lágrimas e ouvido a sua oração (1 Samuel 1.18). Ela entregou seu sonho nas mãos de Deus e descansou. 

Ao voltar para casa, ela certamente contou para o seu marido o voto que ela havia feito a Deus, porque o marido podia anular qualquer voto que não tivesse seu consentimento (Números 30:10-16). Porém, Elcana amava muito Ana e, em vez de anular o voto que ela havia feito a Deus, ele optou adorar a Deus juntamente com Ana (1 Samuel 1.19).

O voto que Ana fez à Deus foi um voto muito forte. Ao dizer que ela daria seu filho a Deus todos os dias de sua vida, queria dizer que se ela viesse a conceber um filho, ele pertenceria totalmente a Deus. Seria como dizer: “Deus, dá-me a oportunidade de dar a luz para um filho que será seu, não meu”. Ela foi corajosa em fazer um voto tão forte assim e Deus certamente se agradou muito com a atitude de Ana. 

Desde então, a Bíblia deixou de citar o nome de Penina. Isso deu a entender que Penina, que vivia atormentando Ana, já não tinha mais importância porque Ana estava com o coração em paz e tinha entregue seus problemas totalmente nas mãos de Deus. Portanto, as provocações de Penina deixaram de fazer efeito na vida de Ana.

Deus atendeu o pedido de Ana e ela, finalmente, engravidou. Ao passar os meses, nasceu seu filho que chamou Samuel, que significa: Do Senhor pedi (1 Samuel 1.20). 

Ana não esqueceu do voto que tinha feito e por isso criou seu filho ao peito até desmamar. Então ela pegou seu filho desmamado, um novilho de três anos, um efa (aproximadamente 22 litros) de farinha e um odre (recipiente feito de pele de animal, geralmente de cabra, usado para o transporte de líquidos) de vinho e apresentou na Casa do Senhor. Ela foi até o Sacerdote Eli e o lembrou que ela era aquela mulher que tinha estado ali orando ao Senhor, mostrou seu filho e explicou que era por ele que ela estava orando. Ana também falou sobre o voto que fizera a Deus e que estava ali para entregar o seu filho. (1 Samuel 1.24-28) 

A despedida certamente não foi fácil, mas mesmo assim, Ana entregou seu filho com um coração totalmente grato a Deus, pois Ele havia a abençoado. Com isso, Ana orou e louvou a Deus de uma forma maravilhosa e sem igual e Samuel ficou ali, servindo ao Senhor, perante o Sacerdote Eli (1 Samuel 2.1-11).

Apesar de Samuel ter sido criado longe de sua mãe, ela jamais o esquecia e de ano em ano Ana fazia uma túnica e levava para ele, demonstrando todo o seu cuidado e amor (1 Samuel 2.19). Samuel foi muito abençoado por ter tido uma mãe assim e se tornou uma benção para Israel.

Deus muito se alegrou com a fidelidade de Ana e por isso a abençoou com mais três filhos e duas filhas. Ela poderia ter deixado a revolta dominar seu coração ou ficar se lamentando com a vida que levava, mas em vez disso ela optou por ir chorar para quem realmente poderia resolver os seus problemas e acalmar o seu coração. Ana certamente foi um grande exemplo de mulher.

Deus te abençoe.

E.A.G.
_______
Créditos
Autoria e imagem: Paulo Martins. Extraído de https://tinyurl.com/yyc2suhb
O autor é pastor da Igreja Assembleia de Deus Madureira em Santo Antônio da Patrulha / RS. 

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Ananias e Safira e a mentira ao Espírito Santo


Por Eliseu Antonio Gomes

É comum encontrar alguns cristãos manifestando o desejo de ter nascido na época da Igreja Primitiva. Talvez, tal ideia esteja baseada na impressão errada de que a geração apostólica fosse melhor do esta em que estamos vivendo, no engano que os crentes do passado não viviam entre problemas como estamos envolvidos hoje.

Pensar que na Igreja Primitiva havia convívio perfeito entre os irmãos, pode ter fundamento em textos bíblicos isolados, na leitura de trecho fora do contexto. Por exemplo a narrativa de Lucas descrevendo como os novos convertidos tiveram uma bela convivência. Atos dos Apóstolos, capítulo 2.42 a 47, relata o seguinte:

"E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por meio dos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, o Senhor lhes acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos" (NAA).

Atos 4.32 tem a seguinte descrição sobre a comunidade cristã contemporânea dos apóstolos: "Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum" (NAA).

Se ficarmos com a atenção focada apenas neste cenário ideal, faz todo sentido acreditar que sempre houve um ambiente agradável na fraternidade cristã do primeiro século. Mas o livro Atos dos Apóstolos é composto de 28 capítulos, aborda outras situações além da inicial, dando um relatório mais amplo daquela realidade, mostrando que os primeiros cristãos eram tão imperfeitos como são os cristãos nascidos nos séculos 20 e 21.

Os fatos registrados na Bíblia mostras pontos altos e baixos da conduta humana, as fraquezas e quedas revelam o poder e a misericórdia do Altíssimo sobre todos que reconhecem o Salvador Jesus Cristo como Senhor. O objetivo das Escrituras Sagradas ao expor a verdade da primeira era cristã é impedir que o inimigo da alma humana encontre estratégias eficazes para desanimar os salvos e desapontá-los com a busca vã de tentar encontrar a salvação por méritos próprios.

Vejamos uma passagem importante sobre este tema:

O casal Ananias e Safira.

"Entretanto, certo homem chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade, mas reteve uma parte do dinheiro. E Safira estava ciente disso. Levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos. Então Pedro disse: Ananias, por que você permitiu que Satanás enchesse o seu coração, para que você mentisse ao Espírito Santo, retendo parte do valor do campo?" - Atos 5.1-3.

Ananias era uma pessoa que viveu durante o tempo dos apóstolos e possivelmente tenha visto a Jesus Cristo durante sua itinerância anunciando o Evangelho, curando enfermos e libertando os cativos de Satanás. O texto bíblico que conta o seu comportamento e punição, provavelmente pode ter ocorrido em data aproximada ao Pentecoste, quando o Espírito Santo batizou os crentes de então, pois os primeiros fiéis ainda estavam concentrados em Jerusalém e arredores.

Havia ali gente convertida que era dona de posses materiais e disposta a oferecer sua propriedade para favorecer os crentes pobres.

Neste ambiente fraternal de generosidade, Ananias e Safira, eram membros da Igreja Primitiva, deviam ter descido às águas batismais e podem ter experimentado o batismo no Espírito Santo. Contudo, desejosos de fixar no senso comum daquela sociedade o pensamento de que ambos eram pessoas desprendidas de bens materiais, tomados pela falta temor ao Senhor, cometeram o pecado contra Deus.

Não nos passa desapercebido que no começo da história da humanidade o diabo tentou Eva e ela, juntamente com Adão, cedeu ao pecado; e no começo da história da igreja a serpente atacou outro casal e atingiu o seu objetivo outra vez.

Aquele que usa de engano não ficará na casa do Senhor.

Esse pecado desconsidera o propósito do sofrimento e da morte de Cristo e revela falta de temor ao Senhor, ausência de respeito e honra ao Espírito Santo (Efésios 1.4, Hebreus 13.12). Assim sendo, o Senhor repudia a todos que se beneficiam da duplicidade de sentidos, para confundir o semelhante, não se apraz da conduta de quem age fraudulentamente (Salmos 101.7). E por este motivo, Deus feriu com severidade a Ananias e Safira, manifestando sua aversão ao engano, mentira e desonestidade (Atos 5.10-11)

Rejeitemos a mentira. 

A pessoa que se converte, renasce do Espírito para ter um novo estilo de vida. Ela não apenas se "reveste" uma vez, mas é conclamada a se "revestir" a cada dia na prática como cristã. É preciso despojar-se dos hábitos do velho homem, daquilo que fazíamos antes de aceitar a Cristo e ter disposição para revestir-se do novo homem, que é submeter-se voluntariamente ao que Cristo indica como novo jeito de viver.

Da mesma maneira como se trocam roupas sujas por limpas, assim também o cristão é instruído pelo Espírito a renunciar diariamente aos hábitos maus e viver de acordo com as regras do reino de Deus (Gálatas 3.27; Efésios 4.24-25; Colossenses 3.9-10. 12-14).

Tal troca de roupas, remete-nos à armadura do soldado, apresentada em Efésios 6.10-17: é necessário estar cingido com a verdade, protegido com a couraça da justiça, estar com os pés calçados com o Evangelho da paz, sempre embraçado com o escudo da fé, protegido com o capacete da salvação e ter firme na mão a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.

Conclusão.

Tenha sempre em viva lembrança que Deus se agrada daqueles que possuem coração sincero. É preciso perseverar em seguir os mandamentos do Senhor e ser um servo íntegro e com coração voluntário ao realizar a sua vontade, pois Ele esquadrinha o coração humano (1 Crônica 28.7-9). É importante estar consciente que tudo vem do Senhor; dEle recebemos e a Ele devolvemos tudo que nos tem dado (1 Crônicas 28.7-9, 17; 29.1). Como seres criados, tudo o que temos e somos vem do Pai, e não há nada que possamos fazer para retribuir por seu imenso amor e infinita bondade. Resta-nos adorar ao Altíssimo com coração sincero.

E.A.G.

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Lucas 10.42: Marta, Maria, uma pergunta e a resposta do Mestre Jesus


Marta e Maria.
Pintura de 1863.
Arte de Anton Laurinds Johannes Dorph.
Por Débora Novaes de Castro

O relato contido em Lucas 10.38-42 mostra uma situação um tanto quanto conflitante para nós. A passagem bíblica mostra história das irmãs Marta e Maria, que viviam no vilarejo de Betânia, com seu irmão Lázaro, e eram admiradores de Jesus de Nazaré- aquele amigo especial que costumavam hospedar em sua casa.

Com este amigo, compartilhavam as alegrias e as destemperanças de cada dia. Era um viver simples, pelo que se percebe nas estrelinhas. O vilarejo localizava-se nas encostas do Monte das Oliveiras, no qual Jesus orou e chorou lágrimas de sangue, pouco antes de ser levado preso, para ser julgado e crucificado.

Segundo nos relata João (11.5), Marta era muito amada por Jesus, e também seus irmãos. Era uma seguidora muito atenta aos ensinamentos do amigo nazareno, em quem cria, e tinha um enorme prazer em servir. Em Lucas 10.38-42, vamos encontrar Jesus passando por Betânea, e sendo hospedado por Maria, que se desdobrava nos afazeres doméstico, para que nada faltasse ao Mestre e visitante, especialmente querido, especialmente querido, que tinham o privilégio de receber em sua casa.

Sim, mas e Maria? Como se comportava Maria nessas ocasiões, quando da visita do amigo de Nazaré? Segundo Maria, ela nem se importava em ajudá-la na trabalheira da casa... Só queria mesmo era estar ao pé do Mestre, para escutar e aprender de Jesus. A bem da verdade, será que Marta não teria a sua razão?

Em determinadas situações, assemelhamo-nos às irmãs bíblicas, Marta e Maria. E então pensamos que, nos atropelando numa trabalheira sem fim, é receber bem o visitante que surge em nossa casa. E me vem à mente a pergunta: Meu comportamento se assemelha ao de Marta ou ao de Maria? Primeiro, nos apegamos em boas conversas, assentados ao sofá, ou antes da conversa o levamos para a cozinha e preparamos um café e outras coisinhas mais, com o propósito de agradá-lo? Se somos parecidos com Marta, damos tudo de nós, para que tudo saia a contento e em tempo hábil. Se Maria, deixamos um pouco de lado os outros cuidados, que não sejam a atenção, porque queremos o contato carinhoso e receber todas as informações que o visitante tem para comunicar.

Ao instigante questionamento, consideramos que Maria é figura do discipulado diligente, responsável, seriamente assumido. Desejava aprender, aprender mais, aprender sempre. E para isso, tantas outras coisas haveriam de ser desprezadas. Tenho conhecido muitos crentes do tipo Maria de Betânea. Apegam-se ao estudo da verdade divina e dela não se afastam, nem de dia, nem de noite. São aqueles que tiveram a ventura de escolher a melhor parte.

No livro de Lucas 10.41-42, Maria recorre a Jesus e pede que mande Maria ajudá-la. mas Jesus, ao contrário do que lhe foi pedido, condena o estresse de Maria, dizendo que Maria escolhera a melhor parte. A resposta desconcertante de Jesus para Maria, e para nós, resplandece na grandiosidade do propósito divino, que é o discipulado de Jesus na igreja.

Descoberta arqueológica:  a tumba de Lázaro.
Conclusão

Nota do Editor do blog Belverede:

Jamais se esqueça. Como crentes, devemos renovar a nossa mente dia a dia. E esperar em Deus, porque Ele tem a provisão certa e na medida certa da nossa necessidade que nos afronta. Vale lembrar que você vale mais do que o mundo inteiro para Deus. Ele tem provisão para você. Você vale mais do que os lírios, que embelezam os campos. Você tem mais valor do que os pardais, que voam na direção que quiserem ir. Na medida que desejar se aproximar da Palavra de Cristo, a revelação divina será descortinada para o seu coração.

Assim como as águas dos rios não sobem ladeira acima, têm o curso natural ao mar e compõem o volume dos oceanos, a conversão espiritual implica em decidir viver em novidade de vida, aceitar caminhar no Espírito e permitir que a insignificante vontade humana se dilua na importante e soberana vontade do Criador.

E.A.G.
A autora pertence às instituições Academia Cristã de Letras (ACL) e Academia Paulista Evangélica de Letras (APEL). Congrega na sede Igreja Metodista Renovada, situado em São Paulo-SP.
Fonte: Renovação da Fé. Ano 7, número 31. Janeiro a março de 2007. Páginas 41 e 42. São Paulo / SP. www.renovada.org.br

sábado, 20 de abril de 2019

O pedido de socorro que pode trazer libertação

O pedido de socorro que pode salvar você. Belverede. Eliseu Antonio Gomes https://belverede.blogspot.com.br
Uma reflexão sobre o caso da mulher anônima que sofria com um problema de fluxo de sangue.

Vagner Sandoval Marcelino

Quando você precisa de socorro, quem você procura primeiro?

Imagine que você é cardiologista internacionalmente estimado e conceituado e possui um filho adulto. Certo dia seu filho tem a sensação de que os batimentos cardíacos estão mais acelerados e, ao invés de procurá-lo e contar o que está sentindo, ele apressadamente procura um cardiologista que possa atendê-lo rapidamente. Qual o sentimento que você teria perante uma situação como essa? Se sentiria prestigiado ou ignorado? Valorizado ou insignificante? Importante ou desprezado? Ficaria feliz ou triste com este comportamento do seu filho?

Causa tristeza afirmar que na vida real esta história se repete centenas de vezes todos os dias. O pai da história citada é Deus, e o filho, somos nós. Imagine o tamanho da tristeza que Deus deve sentir vendo os seus filhos, ao sentirem a necessidade de serem curados, como primeira alternativa para voltarem a ter saúde, buscarem os recursos da medicina. Acredito que seja importante frisar algo: o objetivo deste artigo não é induzir as pessoas a não usarem os recursos da medicina, a intenção é provocar uma reflexão sobre as vantagens de procurar a Deus em primeiro lugar, quando precisamos reencontrar o estado de saúde. Na verdade, objetivamos provocar uma reflexão sobre as vantagens de procurar a Deus, em primeiro lugar, quando precisamos de socorro.

É vantajoso buscar a Deus em oração, orar e pedir ao pastor da sua igreja orar junto e ungir você assim que um mal lhe acomete. Há prontidão de atendimento, o domínio e poder completo de Jesus Cristo sobre qualquer doença.

Vamos usar um exemplo bíblico para explorar essas vantagens: a Bíblia nos informa no Livro de Marcos, capítulo 5 e versículo 25, que havia um mulher que há 12 anos padecia de um fluxo de sangue e que já havia padecido muito com os médicos e gastado tudo que tinha mas nada havia adiantado. Peço contrário, a situação piora cada vez mais. Porém, certa feita ela escutou que Jesus passaria pela cidade onde ela estava. Ela tomou a decisão de tocar nas vestes dEle. Sabia que, se conseguisse fazer isso, seria curada. E assim aconteceu; ela passou pela grande multidão e conseguiu tocar na orla do vestido de Jesus. No mesmo instante, a virtude que saiu de Cristo a curou.

Note o pronto atendimento nesta situação. Enquanto para acessar as soluções da medicina nós temos que pegar fila nos hospitais, nos consultórios, nos laboratórios e até nas farmácias, com Jesus o atendimento é imediato. Esta mulher só teve o trabalho de chegar perto de Jesus com fé e tocá-lo para ser curada. O mesmo nós podemos fazer a qualquer momento, seja durante, tao entardecer ou anoitecer. Basta buscarmos ao Senhor em oração que Ele imediatamente se apresentará para nos ajudar.

Observe também o domínio e o poder que Jesus tem sobre qualquer doença.A doença da mulher não tinha cura e, por mais que a medicina tenha tentado ajudá-la, todos os esforços foram em vão. O mesmo quadro pode ser observado nos dias de hoje: a medicina continua a ter limitação, não tem capacidade para curar todas as doenças. Porém, para a nossa alegria, Jesus continua com o mesmo poder ilimitado. Ele tem poder para curar todo e qualquer mal. É bem verdade que que não é sempre possível estar ficar imune de todos os males, de doenças, deste mundo, porém é possível estar todo tempo do lado e em contato com o nosso Pai Celestial, o dono do poder, o único que autoridade para eliminar qualquer mal.

Lembre-se, ao adoecer procure sempre em primeiro lugar o melhor, o mais rápido, o mais competente, o mais presente, o mais amoroso, o mais poderoso e o mais respeitado: Jesus Cristo de Nazaré! Além de valorizar, prestigiar, orgulhar e honrar o "médico por excelência que é teu Pai Celestial, a chance de você obter êxito na recuperação da sua saúde será infinita e real!

O poder de Deus prevalece sobre todas as coisas, não apenas sobre qualquer problema. seja ele de ordem espiritual. sentimental, física, material, financeiro, familiar ou judicial. Quando agimos com fé, as portas do Céu se abrem e alcançamos as bênçãos que buscamos, assim como fez a mulher do fluxo de sangue. Infelizmente, muitas vezes, só colocamos a nossa fé realmente em ação após termos esgotamos todos os recursos desse mundo, ou seja, quando a medicina diz que não tem mais jeito, quando o dinheiro se esgota, quando a justiça não resolve. Como seria mais simples e produtivo se a colocássemos em ação logo no primeiro momento.

Voltando a história do filho do cardiologista, citado no primeiro parágrafo, dependendo do problema o médico que ele procurou não teria condições de ajudá-lo e, possivelmente, iria indicar um especialista acima dele, possivelmente o pai dele. Você está diante de um problema? Encurte o caminho, não gaste tempo e dinheiro de modo desnecessário, vá direto ao Pai. Inicie a busca pela resolução do seu problema com o melhor de todos, com aquele que tudo pode, com aquele que é o nosso "refúgio e fortaleza, socorro bem presente na hora da angústia" (Salmos 46.1).

E.A.G.
Jornal IEADI, ano 17, número 180, julho de 2015, Assembleia de Deus Indaiatuba e filiais

quinta-feira, 12 de abril de 2018

A Rainha de Sabá era amante de Salomão? Existe relato bíblico sobre isso?


Recebi a seguinte pergunta em meu perfil no Facebook:
"A paz do Senhor! Deixa eu te falar, é possível fazer um estudo em seu blog, ou no seu perfil, sobre a Rainha de Sabá? A partir de um estudo ontem lá no templo, me bateu a curiosidade de aprender. o pastor, ministrante da noite, disse que ela foi amante de Salomão, voltou grávida para a terra dela, e os judeus negros, todos são descendentes dela! Que ela é a Sunamita, descrita no livro Cantares, e que foi rejeitada por Salomão! Os argumentos deste pastor foram todos baseados na história da Etiópia! Obrigada,por elucidar as minhas dúvidas, claro, quando possível. Deus abençoe você."
Resposta:

Oi, tudo bem?

A Rainha de Sabá é uma personagem interessante que encontramos no Antigo Testamento. Mas, ainda não escrevi nada especificamente sobre ela. Agradeço por essa ideia.

Esta soberana foi contemporânea de Davi e de Salomão, viveu em meados do século 10 a.C.. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, a chamou de "Nicaula", mas as Escrituras não a apresentam pelo seu nome, apenas pelo título de nobreza e lugar de origem. O termo "sabá" tem raiz hebraica, significa “alto”. 

Descobertas arqueológicas apontam que Sabá, a terra da rainha que visitou Salomão, estava localizada na ponta sul da península Arábica, no moderno Iêmen, a república ao sul da Arábia e ao sul do Egito, próximo do território atual da Etiópia. Essa localização permitia aos sabeus (moradores de Sabá) o comércio marítimo com a África e a Índia. Além disso, havia o comércio de ouro, joias, mirra, incenso e especiarias orientais realizados por terra, em caravanas usando os camelos como meio de transporte.

No livro de Gênesis, capítulo 10, encontramos a narrativa da história das nações, relatando os descendentes de Sem. No versículo 7, existe uma referência ao nome Sabá, com os dizeres "os filhos de Raamá: Sabá e Dedã". No mesmo capítulo, no versículo 28, encontramos outra menção para o nome Sabá entre os nomes Abimael e Ofir, com a informação que são descendentes de Joctã (versículo 26). Certamente, houveram duas pessoas com o mesmo nome nesta genealogia. Tal informação indica que a Rainha de Sabá representaria uma ancestral semita.

Há também a possibilidade de que os moradores de Sabá fossem descendentes de Abraão, por parte de sua esposa Quetura (Gênesis 25.1-3). Alguns elementos do dialeto sabeu os associam linguisticamente com semitas do noroeste. Mudaram-se no norte da Arábia antes do século X a.C. e constituíram uma capital em Marib, sustentada por uma grande represa, que coletava águas das chuvas sazonais. Inscrições assírias atestam que algumas rainhas governaram os sabeus durante esse período.

Em 2008, a Universidade de Hamburgo anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, em uma pesquisa comandada por Helmut Ziegert, descobriram os restos de um palácio que muito provavelmente teria sido habitado pela Rainha de Sabá, em Axum, uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real.

Tendo em vista a economia de Sabá depender do comércio internacional terrestre de especiarias, as atividades, o poder e a localização  de Israel  deviam ser particularmente interessantes para  para a rainha e suas caravanas. Com a ajuda de Hirão, Rei de Tiro, Salomão havia iniciado expedições marítimas para Ofir a partir  do porto recém-inaugurado de Ezion-Geber (1 Reis 9.26-28). Segundo a especulação de muitos estudiosos, os empreendimentos marítimos de Salomão ameaçaram o monopólio comercial dos sabeus, e muitos estudiosos especulam que a rainha deles visitou Salomão com o propósito de firmar um acordo comercial. Arqueólogos encontraram um sinete do século IX a.C., com inscrições sul-arábicas, feito de argila marrom avermelhada proveniente do Iêmen, foi desterrado em Betel e corrobora esta teoria. 

Porém, a Rainha de Sabá não se destaca apenas por suas realizações econômicas e políticas. mas por sua atitude diante do rei de Israel. A narrativa bíblica relata que a fama sobre a sabedoria e afluência  de Salomão, suas riquezas e relacionamento com o Senhor, chegaram aos ouvidos dessa mulher  cheia de riquezas e propriedades. Evidentemente, ela ouviu muitas coisas maravilhosas a respeito de Salomão, porém, parece que, a princípio, não acreditou no que ouvia sobre ele. Então decidiu ir até Jerusalém, que distava cerca de 2.300 quilômetros de seu palácio, empreendeu viagem custosa e bem longa, para testar a veracidade de sua reputação quanto à sua sabedoria e devoção a Deus, formulando perguntas difíceis. E assim fez, acompanhada de um séquito muito grande. E ficou satisfeita com suas respostas.

A Bíblia relata que ao pôr Salomão à prova ela ficou “fora de si” - literalmente sem fôlego - com a magnificência da sabedoria exposta nas respostas que ouviu; maravilhou-se com sua fé em Deus e a organização de seu reino. E como resultado, alegrou-se na providência do Senhor em estabelecer um rei que mantivesse justiça e retidão. Demonstrou publicamente sua disposição para dar crédito ao Deus de Salomão pela sabedoria deste que resultava em decisões justas e corretas, elogiando-o (1 Reis 10.1, 10, 13; 2 Crônicas 9.1-9).

As perguntas difíceis que a Rainha de Sabá propôs a Salomão provavelmente eram enigmas (1 Reis 4.32; 10.1; 2 Crônicas 9.1). O uso de charadas para desafiar o ouvinte em festas e ocasiões especiais era muito popular no mundo antigo e o fato de uma pessoa conhecer palavras obscuras era visto como sinal de sabedoria (Provérbios 1.6). O exemplo clássico de charada é um episódio da vida de Sansão, registrado em Juízes, capítulo 14.12-13. O profeta Ezequiel recebeu instrução para comunicar-se com a nação de Israel apenas por enigmas (Ezequiel 17.2). A Bíblia diz que as respostas de Salomão às perguntas difíceis resultaram em admiração pelo Senhor por parte dela.

Em sua bagagem, a Rainha de Sabá trouxe para Salomão amostras de sua própria riqueza, que incluía uma grande quantidade de especiarias, muito ouro e pedras preciosas e ficou extremamente admirada com sua sabedoria e riquezas. Embora o reino da Rainha de Sabá fosse cheio de esplendor - sendo que Salomão jamais recebeu uma abundância de especiarias maior do que aquelas que ela o presenteou -  o reino dela não superava a grandiosidade do reinado do sucessor de Davi.

Não existem muitos registros bíblicos sobre a Rainha de Sabá. Encontramos citações sobre ela apenas em 1 Reis 10.1-13; 2 Crônicas 9.1-12; Mateus 12.42; e Lucas 11.31. Estes relatos não afirmam que tenha havido relação amorosa entre Salomão e ela, que tenha sido mãe de seu filho, tampouco fosse a Sulamita do Livro de Cantares.

Embora muitos reis gentios vieram a Salomão, nenhum desses monarcas foi mencionado em particular; exceto a Rainha de Sabá. É bem provável que o destaque tenha ocorrido por conta não apenas de que fosse uma mulher, mas devido ao seu coração ter louvado ao Senhor. Embora não exista nenhum registro bíblico com a afirmação desta mulher declarando que o Deus de Salomão também passava ser o seu Deus e não existir nenhum registro de que tenha oferecido sacrifícios no templo, temos o registro do tributo proferido pelos lábios de Cristo. Jesus disse assim: "A rainha do Sul se levantará, no Juízo, com esta geração e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão" (Mateus 12.42).

Assim, a Bíblia mostra que a busca da Rainha de Sabá não foi em vão. Ambos trocaram presentes reais, demonstraram respeito mútuo. Após o que ela voltou para sua terra.

E.A.G.

Com informações de:
G1 - Globo.com, Arqueólogos alemães encontram palácio da rainha de Sabá na Etiópia, 8 de maio de 2008 - http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL462856-5603,00-ARQUEOLOGOS+ALEMAES+ENCONTRAM+PALACIO+DA+RAINHA+DE+SABA+NA+ETIOPIA.html
Bíblia de Estudo Arqueológica NVI, páginas 372, 499. Edição 2013, São Paulo (Editora Vida). 
Bíblia de Estudo do Expositor, página 605, Baton Rouge, Los Angeles (Ministério Jimmy Swaggart).

sábado, 10 de março de 2018

Quem era Maria Madalena, segundo os relatos bíblicos?

O Arrependimento.
 Tela de Domenico Fetti
(Roma, 1589 † Veneza, 1623)

Eliseu Antonio Gomes

Maria Madalena, discípula de Jesus, era uma mulher extraordinária, amável e dedicada ao Senhor em sua vida, morte e ressurreição. Os autores dos quatro Evangelhos identificam-na como uma das mais fervorosas seguidores de Jesus, pessoa intrépida e testemunha ocular essencial dos momentos mais marcantes da vida de Cristo. 

Não se sabe se "Madalena" era seu sobrenome ou se representa Magdala, uma vila no litoral oeste da Galileia, três a cinco quilômetros de Tiberíades, local que provavelmente teria nascido.

Ela é mencionada em nove listas de mulheres que seguiam Jesus e encabeça oito delas, o que sugere que talvez exercesse a posição de liderança do grupo feminino das seguidoras de Cristo (Mateus 27.55, 56, 61; e 28.1; Marcos 15.40, 41, 47; e 16.1; Lucas 8.1-3; e 24.10; João 19.25).

Alguns acreditam que ela é a mulher, que ungiu os pés de Cristo e os enxugou com seus cabelos, citada em Lucas 7.37-50. É improvável, pois Lucas não a apresentaria nominalmente no capítulo 8, se realmente relatasse sobre ela no capítulo anterior. De igual modo, não há razão para pensar que tivesse vivido como prostituta em seu passado baseando-se no fato de ser liberta de sete possessões malignas. Em 591, o Papa Gregório afirmou que Maria Madalena era uma prostituta, e este erro sobre o estilo de vida dela, antes de conhecer Jesus, permanece na mente de muitos até os dias de hoje.

Jesus expeliu sete demônios de Maria Madalena

Referências textuais: Marcos 16.9; Lucas 8.2-3.

Antes de conhecer Jesus, o coração de Maria Madalena era reduto das forças malignas. As Escrituras não informam como foi possuída por demônios, quanto tempo viveu nesta circunstância desesperadora e como teve um encontrou com Cristo. Sabemos que sua vida era socialmente perturbada. Pode ter havido momentos estranhos, gritado muito e brigado com sua família por motivos banais, afastado todas as pessoas que tentassem ajudá-la, se atirado pelo chão, espumado pela boca, sofrido convulsões, exibido publicamente o corpo como fez o endemoninhado gadareno.

Sabemos que nenhum endemoninhado recorreu a Jesus em busca de ajuda, apenas os enfermos o procuravam. Normalmente, outro indivíduo recorria a Jesus para libertar parentes ou amigos vítimas de possessão. Às vezes, Jesus intervinha sem ser solicitado.

Não está escrito na Bíblia, mas de acordo com o contexto sobre possessões malignas, a história de Maria Madalena é a de o Pastor que foi atrás da ovelha e não o contrário. Sua existência inútil e autodestrutiva se transformou em uma vida cheia de graça a partir do momento em que Jesus a socorreu, restituiu sua capacidade de raciocinar com clareza e libertou-a do cativeiro demoníaco. Após liberta, em vez de despedir, Jesus a levou para junto de seus discípulos e ela passou a integrar o privilegiado grupo de mulheres da Galileia, que juntamente com os doze discípulos, caminhavam ao lado do Senhor de cidade em cidade.
  
Magdala, às margens do Mar da Galileia.
Foto de Daniel B. Sheep em 1894.
Wikipedia

Maria Madalena, a servidora

Referências textuais: Mateus 27.55; Lucas 8.1-3; Marcos 15.40-41.

Jesus, acompanhado por seus discípulos por diversas cidades, por um período breve de três anos de evangelismo, anunciava a salvação, curava os enfermos, libertava as almas cativas das trevas. Eles não tinham grandes recursos para a própria sustentação financeira durante toda aquela extensa missão, que demandava constantes viagens, pois se concentravam todo o tempo em benefício da obra espiritual. Os gastos com a alimentação, com a lavagem e a manutenção das suas roupas, e com a pousada, implicava em custos consideráveis. Então, Deus preparou corações voluntários; havia a ajuda e a hospitalidade de pessoas solidárias, e assim o ministério terreno de Jesus alcançou êxito pleno.

Entre as pessoas que comprovaram ter engajamento com a causa de Jesus, estão algumas mulheres, como Maria Madalena e Joana, apesar de que muitas outras também tenham colaborado nessa assistência e trabalho significativo para a subsistência de Jesus e seus discípulos. Elas se empenharam em servi-lo porque estavam extraordinariamente gratas pelas bênçãos que lhes foram concedidas por Jesus, transformaram gratidão em ação, como deveriam fazer todos aqueles que Ele abençoa com a sua salvação. 

Maria Madalena, nos episódios de tortura, julgamento, crucificação e morte

Nos episódios da crucificação, Maria Madalena deve ter se sentido totalmente confusa. Deve ter ouvido os diálogos tensos entre seu Mestre e os líderes religiosos. Jesus estava calado, não oferecia resistência aos que o maltratavam verbal e fisicamente. Os acontecimentos trágicos se desenrolavam sem que pudesse interrompê-los. Devota, ela e as mulheres da Galileia se arriscaram ao  acompanharem o julgamento e os sofrimentos de Cristo, pois o ambiente era hostil e violento, principalmente aos que se identificavam com o Mestre (Mateus 27.45-56; João 19.25; Lucas 23.55). Apesar de tudo, elas permaneceram próximas ao Senhor até o terrível momento da crucificação e testemunharam sua morte (João 20.15-16).  

Enquanto os discípulos fugiam e se escondiam, Maria Madalena ficou para trás para observar onde José de Arimateia o sepultaria (Marcos 15.44-45), pois planejava ungir o corpo de Jesus com especiarias e perfumes (Lucas 23.56).

A bem da verdade, mesmo que os discípulos tenham entrado em pânico quando Jesus se recusou a revidar os ataques, não entendessem que aquele momento era o clímax da Obra da Redenção, é preciso considerar que depois de tudo acontecido eles não omitiram a extraordinária coragem feminina neste episódio e não tentaram justificar a conduta vacilante. Eles registraram suas ações covardes e a valentia das seguidoras de Cristo nos Evangelhos.

A crucificação de Jesus Cristo.
Maria Madalena é uma das testemunhas oculares da morte do Salvador.
Fonte: FreeBibleImages.org

O relato bíblico sobre Maria Madalena no episódio da ressurreição

Referências textuais: Mateus 28.1-10; Marcos 16.1-10; Lucas 24.1-10; João 20.1-18.

Maria Madalena é figura proeminente no episódio da ressurreição.

Ainda era madrugada de domingo, o sol nem havia nascido quando as mulheres chegaram ao túmulo de Jesus, que julgavam ainda estivesse morto. Elas tinham o propósito de ungir o seu corpo, realizarem o ritual de preparação de cadáver, como era costume entre os judeus, pois isso não havia sido feito antes do sepultamento por causa da chegada do sábado. Ali, foram surpreendidas ao verem que a pedra usada para fechar o túmulo havia sido removida e encontrarem um anjo, anunciado-lhes a ressurreição de Jesus.

Pequenas diferenças ocorrem nos relatos sobre a chegada das mulheres no sepulcro. Maria Madalena acompanhou as outras mulheres, porém, conforme o relato de João nos versículos 1 e 2, em determinada altura do caminho deve ter seguido em passos mais rápidos que suas companheiras e chegou em primeiro lugar ao túmulo. Marcos (16.9) diz que Cristo apareceu primeiramente para Maria Madalena. Quando ela tomou ciência dos fatos, procurou a Pedro e ao discípulo amado e contou o que havia acontecido e depois foi alcançada pelas outras mulheres.

Depois disso, Maria Madalena retornou em companhia de Pedro e do discípulo amado e permaneceu ali chorando quando todos se foram. Não estava em condições de entender como aquEle que podia curar e ressuscitar pessoas, não salvou a si mesmo. Então, em meio ao desespero por ter encontrado o túmulo dEle vazio, pensando não restar nada mais a fazer, um dos dois anjos que apareceram ali perguntou-lhe qual era a razão das lágrimas, Maria Madalena quis saber sobre o paradeiro do corpo do Senhor (João 21.11-15). De súbito, no momento de sua intensa emoção, Cristo se fez presente, exclusivamente para ela, mas ela pensou que fosse o jardineiro. Só após Cristo gentilmente chamá-la pronunciando seu nome é que ela o reconheceu. Assim, estando pessoalmente com o Salvador, Maria Madalena é confortada pelo próprio Cristo ressurreto e depois da conversa conta aos discípulos que havia visto Jesus vivo (João 20.18).

Gli amici di Gesù. 
Coprodução: Alemanha e Itália (2000).
 Atriz Maria Grazia Cucinotta vive Maria Madalena.
 Roteiro sem fidelidade às Escrituras Sagradas.
O perfil falso de Maria Madalena (Bíblia não descreve)

Gente sem nenhum compromisso com o conteúdo da Palavra de Deus, faz interpretações sem respaldo bíblico sobre a biografia de Maria Madalena.

Feministas, com o suposto pretexto de elucidar quem realmente era a discípula de Jesus Cristo, descontentes com a identidade que a Bíblia apresenta, extraindo e distorcendo textos do Novo Testamento e também usando antigos textos extra-bíblicos - como o Evangelho de Filipe e o Evangelho de Maria Madalena - afirmam que Maria Madalena  era a líder escolhida para a Igreja. Além disso, afirmam que ela seria esposa de Jesus e mãe de um filho dEle.

O Código da Vinci, livro de autoria de Dan Brown, veiculou essas ideias equivocadas e alcançou enorme sucesso, inclusive através de uma adaptação ao cinema, filme produzido em Hollywood com atores consagrados na indústria cinematográfica. O enredo de Brown afirma, entre outras heresias, que o apóstolo amado não era João, o evangelista, mas Maria Madalena.

Roney Mara no papel de Maria Madalena

No próximo dia 15 de março, estreia nas telas de cinema do Brasil, o filme Maria Madalena, do diretor australiano Garth Davis e das roteiristas Helen Edmundson e Philippa Goslett. O longa conta com Rooney Mara, duas vezes indicada ao Oscar, como a atriz protagonista do filme; Joaquin Phoenix na pele de Jesus e Chiwetel Ejiofor como apóstolo Pedro. É produzido pela  empresa 360 WayUp, conhecida por apresentar grandes projetos no mercado cristão cinematográfico, e distribuído pelos estúdios Universal Pictures France.

Segundo o marketing dessa produção, a personagem central é a figura de uma mulher corajosa, temente a Deus, que se transforma em alguém melhor ao caminhar com o Senhor, a personagem desafia a sociedade retrógrada da época a se juntar a Jesus em sua jornada para espalhar a Palavra de Deus. E as mulheres da sociedade atual, acostumadas a tomarem decisões, situadas em posições nunca antes conquistadas nos âmbitos políticos e econômicos, se sentirão representadas por ela.

Só nos resta saber se o roteiro é ou não fiel aos relatos da Bíblia Sagrada.

Conclusão

Apesar do equívoco de interpretação dos textos bíblicos que muitos fazem sobre a identidade de Maria Madalena, sem dúvida alguma ela é uma das mulheres mais importantes do Novo Testamento. Entre todas que conheceram Jesus Cristo pessoalmente, apenas Maria de Nazaré é citada mais vezes que ela. Na galeria bíblica de exemplos femininos, seria uma perda irreparável não haver seu nome na lista. Aos estudiosos e propagadores do conteúdo da Bíblia, é um grande erro desprezar o estudo sobre esta mulher.

Maria Madalena, depois de ser libertada por Cristo da condição de escrava de sete demônios, servir ao Senhor por livre e espontânea vontade, sentir a dor de vê-lo preso, acusado injustamente, torturado, crucificado e morrer na cruz, foi a primeira testemunha ocular do surgimento do cristianismo no mundo.

E.A.G.

Compilações:
A Bíblia de Estudo da Mulher Sábia, páginas 1043, 1062 e 1063, edição 2016, Várzea Paulista - SP (Casa Publicadora Paulista).
Histórias de Mulheres da Bíblia, Eva Mündlen, páginas 119 e 120, edição 2010, Barueri - SP (Sociedade Bíblica do Brasil).
Mulheres Esquecidas da Bíblia - Encontre força e sentido em suas histórias, Carolyn James, páginas 195, 196, 197, 199, 204, edição 207, São Paulo- SP (Editora Vida)
O Novo Dicionário da Bíblia, volume 2, páginas 1006 e 1007, 4ª edição 1981, São Paulo- SP (Edições Vida Nova).
Quem é Quem na Bíblia Sagrada - A história de todas as personagens da Bíblia, editado por Paul Gardner, páginas 437 e 438, 19ª impressão 2015, São Paulo - SP (Editora Vida).

domingo, 4 de março de 2018

Eva, o primeiro ser humano feminino na face da Terra


Por Eliseu Antonio Gomes

Criação versus Evolucionismo

A Ciência tenta provar que Deus não existe e que o relato da Criação não é verídico, porém, não é capaz de explicar como a Humanidade e todo o Universo passou a existir. Argumenta: "Ninguém pode fazer uma imagem de barro se não possuir barro, como matéria-prima. Se hoje sabemos que todos os seres humanos são formados substancialmente de matéria orgânica, como teria surgido o primeiro ser vivo, num planeta que originalmente não possuía matéria orgânica?"

► A formação do caráter cristão
► A glória, o orgulho e a queda do rei Uzias - parte 1
► A glória, o orgulho e a queda do rei Uzias - parte 2
► A glória, o orgulho e a queda do rei Uzias - parte final
Crer em Deus está nos genes, afirma prêmio Nobel de medicina
► Crônica sobre a oração desesperada de um ateu
► Nota arqueológica sobre o Jardim do Éden

E destas questões surgiram muitas teorias, que jamais tiveram provas incontestáveis de suas veracidades. De Aristóteles até meados de 1850, existiram grandes pensadores que acreditavam na Hipótese da Geração Espontânea ou Abiogênese, hipótese pela qual admitia-se que os seres vivos pudessem surgir da matéria bruta do meio. Essa foi desmascarada no ano 1864 por Louis Pasteur, na França. Depois, tentou-se explicar o aparecimento  dos primeiros seres vivos a partir dos cosmozoários, que seriam microrganismos flutuantes no espaço cósmico. Porém, existem provas concretas de que isso jamais poderia ter acontecido. Tais seres seriam destruídos por raios estelares e ultravioleta que varrem continuamente o espaço sideral.

sábado, 17 de junho de 2017

Hulda profetizou falsamente?

Profetisa Hulda. Selo israelita 1984.
Por Jorge Videira

Se os oráculos de profetisa Hulda procediam de Deus, por que o rei Josias, que deveria morrer em paz, morreu em guerra (2 Crônicas 34.22-33; 35.20-24)?

A profecia de Hulda a Josias era um aviso das coisas futuras e não uma sentença determinista e fatalista. O homem tinha como mudar o curso, dependendo da maneira como se comportasse diante dos mandamentos divinos. Ou seja, uma sentença dada por Deus poderia ser mudada dependendo do comportamento da pessoa envolvida.

Repare o comportamento do avô de Josias, o rei Ezequias. Quando o profeta Isaías lhe disse para colocar a casa em ordem porque morreria, o rei se vira para o canto e chora diante de Deus. Seu comportamento muda a decisão divina e o profeta é obrigado a voltar no meio do caminho e dar ao soberano a grande nova: Deus aceitara seu pedido e lhe concederia mais quinze anos de vida.

Portanto, uma profecia pode não se cumprir se o comportamento humano mudar a decisão divina.

Ao olharmos a história de Josias narrada nas Sagradas Escrituras, vemos que ele não obedeceu completamente o que Deus havia falado por intermédio da profetiza Hulda. Note que a principal palavra dada a ele era que morreria em paz e não em guerra. O rei havia conquistado a bênção de ver o fim de seus dias em paz, gozando do fruto de seu trabalho. A obra por ele realizada foi muito maravilhosa na purificação da nação. Entretanto, o texto bíblico em seguida diz: "...de tudo isso...". E o que vemos na sequência é que parece que o coração do rei se exaltou ao ponto de fazer o que queria e desobedeceu ao Senhor.

Vejamos o que aconteceu.

Em torno de 612 a.C., a Babilônia, com apoio dos medos, derrota a Assíria e seu rei foge para Harã. As coisas ficam fora de controle para os assírios que tentam por três anos proteger Harã e seu rei. Os interesses do Egito em tentar controlar a região e o comércio naquela rota levam seu rei Neco a entrar em batalha a favor dos assírios e contra os babilônios. Foi aí que veio o erro de Josias, que em vez de ficar em seu lugar, pensou ser taticamente melhor entrar naquela batalha para defender o lado da Babilônia.

Deus queria dar paz a Josias, mas ele mesmo foi quem procurou a guerra.

Josias entra no combate contra o Egito em Megido e morrer aos 39 anos de idade, prematuramente. Reparem na tristeza do cronista em narrar o acontecimento:

"Depois de tudo isto, havendo Josias já restaurado o templo, subiu Neco, rei do Egito, para guerrear contra Carquemis, junto ao Eufrates. Josias saiu de encontro a ele.
Então, Neco lhe mandou mensageiros, dizendo: Que tenho eu contigo, rei de Judá? Não vou contra ti hoje, mas contra a casa que me faz guerra; e disse Deus que me apressasse; cuida de não te opores a Deus, que é comigo, para que ele não te destrua. 22 Porém Josias não tornou atrás; antes, se disfarçou para pelejar contra ele e, não dando ouvidos às palavras que Neco lhe falara da parte de Deus, saiu a pelejar no vale de Megido."

O final dessa história já sabemos, e a grande lição de tudo isso é: não saia do centro da vontade de Deus, pois só assim Ele abençoará você como prometeu.

José, o pai terreno de Jesus: um homem de caráter
Inspiração divina e autoridade da Bíblia
A gravidez de Sara
Ana, Elcana, Penina e o elefante
Hulda, a mulher que estava no lugar certo
Priscila, serva do Senhor
Rute, Deus trabalha pela família

E.A.G.

Fonte:
Mensageiro da Paz, ano 83, número 1540, setembro de 2013, página 17, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
Jorge Videira é pastor e líder da Assembleia de Deus em Jardim Leal, Duque de Caxias (RJ);  E professor de História de Israel e Arqueologia na Faculdade Evangélica de Teologia, Ciência e Biotecnologia da CGADB (Faecad). 

quarta-feira, 14 de junho de 2017

As árvores frutíferas e as pedradas

A árvore que dá mais fruto é a que recebe mais pedradas. 

Se acontece de atirarem pedras em seu caminho, mesmo que ocorra no sentido figurado, não pense em jogá-las de volta. Lembre-se que Jesus Cristo não é favorável aos apedrejamentos.

A Bíblia explica o amor
Como lidar com relacionamentos interpessoais conturbados e melhorar a situação? 
Perdoar no íntimo
Quem ama cumpre perfeitamente a lei divina
Se existir amor o resto a gente ajeita
Sobre a ira e a mansidão
Vivendo a paz do Senhor

Jesus perdoa uma mulher apanhada em adultério.

João 8.1-11.

"Depois todos foram para casa, mas Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2 De madrugada ele voltou ao pátio do Templo, e o povo se reuniu em volta dele. Jesus estava sentado, ensinando a todos. 3 Aí alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus uma mulher que tinha sido apanhada em adultério e a obrigaram a ficar de pé no meio de todos.

Eles disseram:

— Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de adultério.

De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso?

Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo. Mas ele se abaixou e começou a escrever no chão com o dedo.

Como eles continuaram a fazer a mesma pergunta, Jesus endireitou o corpo e disse a eles: — Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!

Depois abaixou-se outra vez e continuou a escrever no chão. 9 Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé.

Então Jesus endireitou o corpo e disse: — Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para condenar você?

— Ninguém, senhor! — respondeu ela. Jesus disse: — Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!

Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).

E.A.G.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

O profeta Elias e a viúva de Sarepta




Tema da mensagem: Elias e a viúva de Sarepta.

Texto-base: "Dispõe-te, e vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida" - 1 Reis 17.9.

00:00 a 14:11 - Saudação e depoimentos.
14:12 - Mensagem.

Preletor: Antonio Luiz Sellari.

Assembleia de Deus em Jardim Mangalot - setor 62 - Pirituba (Ministério Belém). Pastor Heber Souza.

Imagem: Eduardo Moraes.

A fé que faz vencer tudo
A vida plena nas aflições
As aflições da viuvez
Elias e a viúva de Sarepta
Eliseu Aumenta o azeite da viúva
O milagre está em sua casa
Quem são os órfãos e as viúvas segundo o contexto brasileiro de hoje em dia?

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Maria, mãe de Jesus - uma serva humilde

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

A maternidade é um privilégio caloroso. Humilde e agradecida como era, Maria não se via merecedora da nobre missão de dar á luz ao Filho de Deus.

Segundo os estudiosos, Maria aparece 150 vezes ao longo do Novo Testamento. Porém, o livro de Lucas é o Evangelho que mais a menciona, pois das 150 vezes citada no Novo Testamento, 90 vezes Maria está presente no Evangelho do autor gentílico.

Ela ocupa  uma posição de destaque entre os personagens bíblicos, e da história humana. É quase tão bem conhecida  como a criança que concebeu.

I - MARIA, A MÃE DE JESUS

É importantíssimo analisar o perfil de Maria, mãe de Jesus, a partir das descrições que encontramos sobre ele na Bíblia Sagrada.

1. Quem era Maria.

O nome Maria era muito muito comum em seu tempo. Deriva do nome hebraico Miriã, fazendo alusão à irmã de Moisés. Este nome alvo de grande consideração nos países cristãos, atualmente, talvez, seja um dos nomes mais comuns em muitos lugares.

Não há registro bíblico de quem foram os pais de Maria. Sem qualquer respaldo da Bíblia, a tradição católica afirma que foram São Joaquim e Santa Ana. Era da descendência do rei Davi (Mateus 1.1, 6; João 7.41, 42; Romanos 1.3). Sendo ela prima de Izabel, e sendo esta da tribo de Levi, chegamos à conclusão de que sua linhagem está ligada ao sumo sacerdote Arão (Lucas 1.5).

Embora a jovem Maria, de Nazaré, possuísse todas as características que, aos olhos das pessoas da época, fariam com que ela parecesse inapta para realizar qualquer tarefa para Deus, teve o privilégio único de ser a mãe do Filho do Altíssimo, porque Deus não olha para a nossa aparência ou poder social. Ele olha para o interior. E viu que Maria tinha um caráter ilibado.

Maria era uma virgem (em grego "parthenos"). Estava comprometida em se casar com José quando atingisse a maioridade, por meio de um contrato matrimonial. Conquanto a relação sexual não fosse permitida nesse tipo de relacionamento, era como se Maria estivesse "casada" com José.

Ela foi o único ser humano presente no nascimento de Jesus que testemunhou sua morte. Ela o viu chegar, como o seu bebê, e o viu morrer, como seu Salvador.

2. Suas qualidades e seu caráter.

Maria é uma das figuras mais proeminentes  da Bíblia. Sua vida foi caracterizada pela fé, humildade e obediência à vontade de Deus. Ela foi escolhida para ser a mãe do Salvador por decisão divina, sendo que o que motivou tal escolha foi suas características morais e espirituais:
• Era virgem (Lucas 1.26, 27);
• Era agraciada e mantinha sua comunhão com Deus (Lucas 1.28).
II - A ELEVADA MISSÃO DE MARIA

É importantíssimo conhecer e saber explicar a elevada missão da mãe de Jesus Cristo, a partir do que a Bíblia Sagrada revela sobre isso.

1. Deus a escolheu para ser a mãe do Salvador.

A glória da vinda de Deus em carne exigia um milagre como o nascimento virginal para indicar a coisa poderosa que Deus estava fazendo por nossa salvação. Em se tratando da fecundação e nascimento de Jesus, houve o extraordinário poder divino em ação, que não se ajusta ao padrão natural da gravidez de nenhuma mãe na história da humanidade. Deus fez com que Maria engravidasse na ausência completa de um pai humano. O nascimento de Cristo é um acontecimento introdutório à salvação dos remidos e ao julgamento final.

Maria, mãe de Jesus, foi a escolhida, dentre tantas mulheres de Israel que aguardavam a promessa divina, para gerar, pelo Espírito Santo, o Filho de Deus. Ela não somente deu à luz o Salvador, como mãe esteve presente em todas as fases da vida do Filho.

2. O anúncio de que seria a mãe do Salvador.

Maria ainda era uma menina quando foi chamada para a nobre missão de conceber o Messias. Ela se colocou submissa à vontade divina, mostrando o quanto confiava e amava o Senhor. Ela não pensou o que poderia acontecer com sua reputação, mas se entregou totalmente aos planos do Pai.

Maria achou que a visita inesperada de Gabriel foi desconcertante e assustadora, a princípio, porém, o que ela ouviu a seguir foi a notícia mais espantosa: seu filho seria o Messias, o Salvador prometido de Deus. Ela não duvidou da mensagem, contudo perguntou como seria possível a gravidez. Gabriel lhe disse que o bebê seria Filho de Deus.

Ela teve dificuldade de entender o que o anjo lhe contou. Seu casamento com José não fora consumado fisicamente. Sendo virgem, não tem ideia de como poderia ter um filho. Gabriel diz que o nascimento de Jesus será provocado pela vinda do Espírito Santo sobre ela e pela sombra do poder de Deus.

Lucas tipicamente vincula o Espírito Santo com o poder de Deus. O verbo "descer" (eperchamai") em Lucas 1.35 também é usado para referir-se à promessa do Espírito Santo que vem sobre os discípulos no Dia de Pentecostes (Atos 1.8). A sombra (episkiazo) diz respeito à presença de Deus, nos faz lembrar da nuvem que deu sombra como sinal da presença divina na transfiguração (Êxodo 40.35; Lucas 9.34).

A resposta de Maria para Gabriel foi perfeita, quando este lhe informou que era a escolhida para gerar o Messias: "Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim segundo a tua palavra (Lucas 1.38).

Em Lucas consta o cântico de Maria quando da anunciação da vinda do Salvador por intermédio do anjo Gabriel, Magnificat (1.46-55). O canto mostra, além da alegria, como ela conhecia bem a Deus, pois seus pensamentos se encheram de palavras do Antigo Testamento. Este louvor possui beleza poética, é musical e essencialmente espiritual. É a expressão humana de agradecimento pelo presente recebido pelo privilégio de gerar o Salvador.

3. Maria, mulher e mãe.

Quando Maria levou o menino Jesus, aos oito dias de idade ao Templo, para ser consagrado a Deus, encontrou  duas pessoas devotas, Simeão e Ana, que reconheceram a criança como o Messias e louvaram a Deus. Simeão dirigiu a Maria algumas palavras que ela deve ter recordado muitas vezes, nos anos que se seguiram: "uma espada também transpassará a tua própria alma (Lucas 2.35). Uma grande parte do seu doloroso privilégio da maternidade seria ver seu filho rejeitado e crucificado pelo povo que Ele tinha vindo para salvar. Podemos imaginar que, mesmo que ela tivesse sabido tudo o que iria sofrer, como mão de Jesus, ainda teria oferecido a mesma resposta de prontidão: "ei-me aqui".

III. O SEU PAPEL NO PLANO DA SALVAÇÃO

É importantíssimo conhecer qual é o papel de Maria no plano da salvação, e ater-se às informações que a Bíblia Sagrada nos oferece sobre este assunto.

1. Maria deu à luz "a semente da mulher".

Muito antes do advento do Éden, o Criador tinha em mente um Vencedor para a raça humana. A "semente da mulher" que é o Salvador prometido - o Deus que se fez ser humano, Jesus Cristo. Esta semente feriu a cabeça da serpente, venceu o pecado que o diabo trouxe ao mundo.

Em Gênesis 3.15, Deus disse à serpente: "A semente da mulher te ferirá a cabeça". Este versículo de Gênesis é chamado de "proto-evangelho, pois contém uma promessa de esperança e salvação. Sobre Compare a referência de Paulo, em Romanos 16.20 sobre esta passagem, note que a serpente só poderia ferir o calcanhar da "semente da mulher". De fato, "ferir a cabeça" não é uma expressão forte o bastante para traduzir o termo hebraico, que pode significar moer, esmagar, destruir. O esmagamento da cabeça leva à morte enquanto que um calcanhar  ferido pode ser curado. O mal não tem o destino de ser vitorioso para sempre;

2. Maria não é redentora.

Considerar Maria num papel que não lhe foi destinado por Deus é incorrer no pecado da mariolatria.

Nos primórdios da Igreja, não havia qualquer menção a outro papel de Maria, a mãe de Jesus, a não ser a elevadíssima missão de ser a mãe do Salvador. Ela própria jamais reivindicou para si nenhuma honraria ou adoração. Nos ensinos do Novo Testamento, não existe nenhuma base para considerar Maria como redentora ou como mediadora entre Jesus e os homens, como ensina a igreja católica. Tal declaração, aceita como dogma, é perigosa; pois a Bíblia diz que "por amor de vós, para que, em nós, aprendais a não ir além do que está escrito" (1 Coríntios 4.6).

A declaração bíblica é direta, incisiva e contundente sobre quem é o salvador: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus" - João 3.16-18.

3. Maria não é mediadora.

Em decorrência do dogma da imaculada conceição de Maria, que difunde a ideia de que a "mãe de Deus" foi concebida sem pecado, os católicos romanos entendem que ela tem méritos para ser intermediária entre os homens e Jesus, e se prostram em adoração a ela.

A oração mais conhecida no catolicismo, a Ave Maria, reforça a ideia de que Maria é mediadora e intercessora. Diz: Ave Maria, mãe de Deus, rogai por nós, agora, e na hora de nossa morte, amém". Se tal condição atribuída a Maria fosse um fato, o Espírito Santo não o desprezaria e determinaria que fosse incluído no texto bíblico.

A Bíblia é claríssima como a luz do dia com relação ao relacionamento do homem com Deus exclusivamente através de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Não existe suporte bíblico para aceitar que Maria é mediadora entre Deus e os homens..
• Jesus é o único e exclusivo mediador; esse papel é exclusivo de Cristo, nosso Senhor
 (1 Timóteo 2.5).
• Somente Jesus tem o direito e a autoridade para interceder pelos salvos, porque Ele, somente Ele, morreu na cruz para nos salvar (Romanos 8.34).
• O único sumo sacerdote pelo qual podemos chegar a Deus é Jesus Cristo (Hebreus 7.24, 25). 
Sem nenhum respaldo bíblico, a doutrina católica ensina que Maria ressuscitou ao terceiro dia como Jesus; e foi levada ao Paraíso como Jesus; e, tem um trono à mão direita do seu Filho. Caso isso tivesse base nas Escrituras, teríamos que considerar que não há Trindade, mas Quaternidade.

Baseado em Lucas 1.48 ("porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada") o catolicismo romano ensina que Maria merece um culto especial, intitulado hiperdulia - que é superior a dulia (veneração às demais criaturas; anjos e santos) e inferior à latria (adoração devotada somente a Deus). Maria não reclama qualquer tipo de veneração ou honra.

É digno de nota que o versículo 42, deste mesmo livro e capítulo, descreve a mãe de Jesus como "bendita és tu entre as mulheres". A posição "entre" significa parte de uma totalidade, inclusão de pessoas e coisas em um determinado lugar; não quer dizer que está acima. Não existe qualquer base bíblica para que lhe rendamos culto ou adoração.

Habacuque 2.4 resume a mensagem que o profeta recebeu do Senhor: "o justo pela sua fé viverá". Embora este versículo não mencione o juízo explicitamente, o restante do capítulo desenvolve as consequências do pecado (2.6-20). Além disso, o capítulo esclarece o que significa ser justo. A pessoa justa não se embriaga, não se afunda em dívidas, não é dada à violência, não rouba, não é sexualmente imoral, e não é idólatra.

Devido ao equívoco de a igreja romana prestar culto e venerar Maria, caindo na "mariolatria", há outro exagero no meio evangélico que representa o quase silêncio em relação à mãe do Salvador. Não se deve cultuar e venerar Maria, porém, também não se deve ignorá-la e esquecê-la.

CONCLUSÃO

Não se pode negar a honra e os privilégios que o Altíssimo concedeu a Maria de Nazaré para ser mãe do Filho de Deus, encarnando em seu útero. Como a única mulher no mundo que foi escolhida pelo Criador para ser a mãe de Jesus, Deus que se fez homem para salvar o ser humano, merece todo respeito, honra e reconhecimento de seu papel no plano divino em relação à humanidade.

Na presciência de Deus, ela já era "a semente da mulher" (Gênesis 3.15), que haveria de ferir a cabeça da serpente, que é o diabo. Ela foi a única que concebeu pelo Espírito Santo.  Mas, a ela não se deve render culto, conforme recomenda Jesus (Mateus 4.10).

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E.A.G.

Compilações:
Bíblia de Estudo Defesa da Fé, questões reais, respostas precisas, fé solidificada, página 1426, edição 2010, Rio de Janeiro (CPAD)
Ensinador Cristão, ano 18, nº 70, abril a junho de 2017, páginas 32 e 41, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD). 
Lições Bíblicas. O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro; Elinaldo Renovato, 2 trimestre de 2017, páginas 76 - 80, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro, Elinaldo Renovato, páginas  112 a 127,  1ª edição 2017, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD). 
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