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segunda-feira, 18 de abril de 2022

O casamento é para sempre

Há uma frase que diz: O pecado seria menos tentador se suas consequências acontecessem imediatamente. O pecado não confessado e abandonado e a morte estão sempre juntos. 

I - A CONDENAÇÃO DO ADULTÉRIO

1. Definição de adultério.

O adultério é um ato proibido no sétimo mandamento [Êxodo 24.14; Deuteronômio 5.18]. As referências que os profetas fazem ao adultério indicam uma situação moral baixíssima [Isaías 57.3; Jeremias 23.10; Oseias 7.14]. As principais passagens do Novo Testamento em que se menciona o adultério, relacionam-se com o divórcio ou separação: Mateus 5.31-32; 19.6; Marcos 10.11-12; Lucas 16.18; João 8.3-11; Romanos 7.2,3; 1 Coríntios 7.10,11,39.

A palavra adultério é usada na Bíblia figurativamente para exprimir a infidelidade do povo hebreu para com Deus. 

► Sumário: Lições Bíblicas Adulto - 2º trimestre 2022 - Os Valores do Reino de Deus [CPAD]

2. A posição de Jesus quanto ao adultério

No seu diálogo intitulado República, Platão projetou a ideia de que a classe de elite da sociedade poderia desfrutar de uma forma total de comunismo, incluindo a possessão em comum de esposas e de propriedades. Aristóteles, porém, objetou a isso como prejudicial à família, que é um princípio muito mais importante do que a utopia de um casamento comunal. A prática do relacionamento conjugal aberto assemelha-se muito do conceito do casamento sugerido por Platão, do ponto de vista prático. A poligamia e a poliandria são formas de casamento comunal. A poligamia sempre fez parte do judaísmo bíblico; mas Jesus insistiu sobre a monogamia, como a situação ideal [Mateus 19.5]. 

Jesus encoraja seus discípulos a aceitar o desafio de viver como seus fiéis seguidores, Traça claramente a diferença entre o mundo e os fiéis. O estilo de vida dos cristãos não combina com o modo que as pessoas do mundo vivem. Temos que viver diferentes como a luz do dia e a escuridão de uma noite tempestuosa [Mateus 5.13-20]. Cristo oferece algumas orientações sobre os relacionamentos interpessoais adequados. Mostra que a ira sem motivo é pecado, amaldiçoar os outros é errado, permitir que conflitos permaneçam sem solução é perigoso, o olhar libidinoso sobre o corpo de uma mulher, que não seja a esposa, se consiste em adultério, mesmo que nunca ocorra uma conjunção carnal [5.21- 28]. 

A profanação do casamento, o adultério, a fornicação, os desejos impuros e as paixões degradantes são pecados graves aos olhos de Deus por serem transgressores da lei do amor [Êxodo 20.14]. Tais pecados são severamente condenados e colocam o culpado fora do reino de Deus [Romanos 1.24-32; 1 Coríntios 6.9,10; Gálatas 5.19-21].

3. Os males do adultério.

Atualmente, é muito comum homens e mulheres exibirem seus corpos publicamente. A exibição está presente em filmes, novelas, shows de música, em revistas e sites de empresas e redes sociais. A nudez, a pornografia, a imoralidade estão ao alcance a todo momento, basta acionar o botão do controle remoto do televisor, ou pressionar uma tecla do computador ou smartphone. E assim, imprudentemente, compara-se o companheiro ou companheira de matrimônio com os pecadores exibicionistas.

Deus proíbe, explicitamente, descobrir ou ver a nudez de qualquer pessoa a não ser entre marido e esposa legalmente casados. "Descobrir a nudez" implica em toda prática sexual ilícita, inclusive ação aproximada ao ato sexual consumado com alguém que não seja o legítimo cônjuge [Levíticos 18.6-30; 20.11,17,19-21; 18.6]. Despertar em alguém estímulos de lascívia ou cobiça sexual [grego: epithumia] que não possam ser corretamente satisfeitos, significa explorá-la ou aproveitar-se dela [1 Tessalonicenses 4.6; Efésios 4.19].  

Há pessoas casadas que têm enorme dificuldade em fugir das tentações sexuais. É um grande equívoco olhar para uma pessoa do sexo oposto, além do cônjuge, ou ter pensamentos sexuais a respeito dos outros. Ao nutrir pensamentos sexuais em relação a outros indivíduos em nossas mentes, nos rendemos a essas imagens. Quando investimos nossa atenção e energia sexual em outros, teremos pouca ou nenhuma energia para nossas esposas ou esposos. 

Olhar demoradamente para o corpo de uma mulher bonita ou de um homem, detendo-se na tentação, deveria ser atitude repudiada, mas na cultura desses dias o exibicionismo e a observação passaram a ser comportamentos normais. Porém, nada disso é natural e aprovado por Deus. É um erro fixar os olhos em pessoa que estiver seminua ou nua porque tal observação abre as comportas dos pensamentos lascivos, que uma vez deflagrados são difíceis de controlar. 

II - O QUE REGE O CORAÇÃO REGERÁ O CORPO

1. O que procede do coração.

Esquecido da felicidade ocorrida na lua-de-mel, após se passarem alguns meses em que estava casado, o marido pergunta à esposa: "Querida, você se incomoda se eu lhe falar sobre alguns defeitinhos seus?" Contida em seu abalo ao ouvir aquilo, responde a jovem mulher: "De modo algum, querido, pois foram esses defeitinhos meus que me impediram de conseguir um marido melhor."

Talvez não exista coisa alguma tão importante quanto a lei do amor. Isso deveria nos levar a aprender a usar de moderação e gentileza naquilo que dizemos, mesmo quando sentimos que é necessário apresentar algum parecer realmente importante. Tal conscientização entre os casais evita discussões tolas, a desavença grave e a ruptura do casamento.

2. O homem é o que pensa.

Há pessoas que se tivesse a certeza absoluta de que jamais seriam descobertas, tornaria a fantasia que imagina com alguém que não é seu cônjuge em realidade. Elas são adúlteras porque esqueceram ou desprezam as palavras de Jesus, que disse: "Eu, porém, lhes digo: todo o que olhar para uma mulher com intenção impura, já cometeu adultério com ela no seu coração" [Mateus 5.28].

Outro problema entre os cristãos é subestimarem sua vulnerabilidade na área sexual, considerando-se na maior parte de sua vida, à prova de tudo. Esquecem-se das palavras contidas em 1 Coríntios 10.12, que nos adverte: "Aquele que pensa estar em pé veja que não caia." Talvez, acreditem que não há nada de errado ocupar o tempo com um pouco de pornografia, fazer uma breve folheada em uma revista de fotografias sensuais ou uma passagem em um site na internet. E assim, subestimando a força do pecado, consideram que são capazes de controlar a pornografia em sua vida religiosa. Estão caídos, mas não perceberam isso.

3. Sujeitando o corpo ao Espírito.

É um equívoco grave cultivar maus pensamentos. A cobiça sexual por terceiros nos leva a um âmbito de escolhas comprometedoras, pecaminosas e com consequências devastadoras. O Senhor estabeleceu limites para ajudar os casais a protegerem a instituição matrimonial, regras que evitam o adultério e o divórcio.

É indispensável saber a causa que leva ao declínio espiritual. O desprezo à Palavra quase sempre é o motivo que nos leva a cair. São inumeráveis os fatos desagradáveis que têm acontecido na vida de muitos cristãos, e que poderiam ser facilmente evitados. É sensato manter os ouvidos abertos para conhecer e guardar a Palavra de Deus no coração [Salmos 119.11, 97-105]; ter a disposição para confessar o erro e pedir libertação do hábito de errar [Salmos 51-1-7]  pois esta é a estratégia bíblica para vencer o pecado [Provérbios 28.13; 1 João 1.9].

III - A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO

1. O casamento na perspectiva bíblica.

A cultura dos rabinos judeus aceitava o divórcio como um direito do homem em relação à mulher, estabelecendo que o marido podia se divorciar dela inclusive por motivos banais, como esquecer uma panela no fogo e queimar a refeição. Contrariando a tradição, Jesus esclareceu que não deveria haver divórcio, exceto por da infidelidade. 

A instituição do matrimônio tem sua origem na criação [Gênesis 2.23,24; Mateus 19.4,5]. Jesus honrou o casamento com sua presença, sendo este evento o cenário do seu primeiro milagre [João 2.1-11]. A distinção entre os sexos foi ordenada por Deus na Criação, pois é necessária para determinar a maternidade e paternidade familiar. A união conjugal é declarada pelo escritor de Hebreus como digna de honra, ele também afirma que os que se dão à prostituição e os adúlteros Deus os julgará [13.4].

2. O que fazer para que o casamento seja para sempre.

Só há bênção com o conhecimento e prática da Verdade [João 8.32]. O tentador não se cansa em suas tentativas de nos induzir ao erro, As Escrituras Sagradas não nos advertiu à toa, ao declarar que o pecado jaz à porta [Gênesis 4.7]. Então, quem não vigia cai em tentações e, depois, fora da presença divina, as setas do destruidor o atingem.

Para que o casamento dure por toda a vida, é essencial que haja cuidado antes de contrair as núpcias. Do ponto de vista cristão, não existe nada na Bíblia que ensine sobre casamento entre pessoas de raças diferentes. O critério bíblico que desmotiva a união matrimonial segue linhas espirituais, e não físicas. Os israelitas foram proibidos de casamento misto com outros povo; e a razão disso era para que eles não aprendessem os costumes pagãos e esses costumes desvirtuassem a comunidade de Israel em seu culto a Deus. A pessoa crente em Cristo não deve casar-se com pessoa incrédula, porque isso importaria no esfriamento de sua espiritualidade, acarretaria muitos problemas em relação ao exercício de sua fé, prejudicaria a educação cristã que tem por obrigação repassar aos filhos (1 Coríntios 7.39; 2 Coríntios. 6.14). 

É importante verificar o que fazemos com o conhecimento bíblico que temos adquirido, examinando o porquê de certas situações ruins acontecerem; caso contrário, as adversidades continuarão a chegar e experimentaremos derrotas. Medite na Palavra de Deus, que é límpida, completa, irrepreensível e confiável. Com base na instrução bíblica descarte todos os pensamentos impuros. "As palavras do Senhor são palavras puras, prata refinada em forno de barro, depurada sete vezes" [Salmos 12.6].

3. Casamento: uma união indissolúvel.

A dissolução do casamento é possível em caso de morte, e o abandono por parte de um dos cônjuges [Mateus 19.19; Romanos 7.2; 1 Coríntios 7.15]. O plano original de Deus ao instituir o casamento, era que a união entre marido e mulher jamais fosse dissolvida. Portanto, cabe ao cristão promover em seu lar o companheirismo e assim moldar o casamento e os ajustes das personalidades com abnegação, paciência, determinação e domínio próprio.

Por meio do casamento, homem e mulher se juntam para serem um só corpo, e fiéis um ao outro em tudo. Jesus Cristo refere-se ao casamento como divinamente instituído e indissolúvel, sendo permitido por Moisés o divórcio por causa da dureza do coração [Mateus 5.31,32; 19.9; Marcos 10.2-9]. 

Para proteger os casais, as Escrituras Sagradas orientam o crente a ser moral e sexualmente puro [2 Coríntios 11.2; Tito 2.5; 1 Pedro 3.2]. O termo "puro" [hagnos ou amiantos em grego] tem como definição estar livre de toda mácula da malícia. Refere-se  a abstenção de todos os pensamentos e ações que incitam desejos incompatíveis com a virgindade das pessoas solteiras e com os votos matrimoniais das casadas. 

CONCLUSÃO

Em uma sociedade que está transbordando de provocações sexuais, é importante para nós, cristãos, com frequência, sermos relembrados das instruções de Deus a respeito da pureza sexual no casamento. O casamento é tão importante que na lei mosaica estava determinado que pelo espaço de um ano o marido era dispensado dos serviços militares ou qualquer encargo [Deuteronômio 24.5; Lucas 14.20]. Porém, hoje em dia o matrimônio tem sido desvalorizado em nossa sociedade muito mais do que tinha sido no tempo de Jesus. 

Que em nosso coração Cristo esteja entronizado, e o casamento tenha lugar de honra, dessa maneira haverá permanência do Espírito de Deus em nossas vidas.

E.A.G.

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Compilações: 
Andando com Deus. Dennis Allan. 2 Edição 1996. páginas 6 e 7. Estudos Bíblicos. São Paulo-SP. estudosdabiblia.net 
Bíblia da Família. Coletânea de textos de Jayme e Judite Kemp. Edição 2008. "Olhar é pecado?", página 833. Barueri, São Paulo - SP [Sociedade Bíblica do Brasil - SBB]. 
Bíblia de Estudo Pentecostal. Impressão 2016. Páginas 212, 1921. Bangu, Rio de Janeiro-RJ [Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD]. 
Bíblia de Estudo Preparando Casais para a Vida. Edição 2013. Página 37. Taquara, Rio de Janeiro - RJ [Editora Central Gospel]. 
Dicionário Bíblico Universal. A. R. Buckland. 14ª impressão 1999. Páginas 17, 85 e 86. São Paulo-SP [Editora Vida]. 
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, R.N. Champlin. Volume 1. Edição 2013. Páginas 664, 665. Jardim Satélite, São Paulo-SP [Hagnos].

2 comentários:

Wilma Rejane disse...



Paz do Senhor Jesus, Eliseu!

Parabéns pelo artigo, é valioso e reflete os preceitos bíblicos.

Deus o abençoe.

Eliseu Antonio Gomes disse...

Olá, Wilma.

Sempre será um prazer receber sua opinião por aqui.

Esta postagem faz parte de uma sequência com treze estudos bíblicos referente ao Evangelho de Cristo escrito por Mateus.

Abraço.