Há uma frase que diz: O pecado seria menos tentador se suas consequências acontecessem imediatamente. O pecado não confessado e abandonado e a morte estão sempre juntos.
I - A CONDENAÇÃO DO ADULTÉRIO
1. Definição de adultério.
O adultério é um ato proibido no sétimo mandamento [Êxodo 24.14; Deuteronômio 5.18]. As referências que os profetas fazem ao adultério indicam uma situação moral baixíssima [Isaías 57.3; Jeremias 23.10; Oseias 7.14]. As principais passagens do Novo Testamento em que se menciona o adultério, relacionam-se com o divórcio ou separação: Mateus 5.31-32; 19.6; Marcos 10.11-12; Lucas 16.18; João 8.3-11; Romanos 7.2,3; 1 Coríntios 7.10,11,39.
A palavra adultério é usada na Bíblia figurativamente para exprimir a infidelidade do povo hebreu para com Deus.
► Sumário: Lições Bíblicas Adulto - 2º trimestre 2022 - Os Valores do Reino de Deus [CPAD]
2. A posição de Jesus quanto ao adultério
No seu diálogo intitulado República, Platão projetou a ideia de que a classe de elite da sociedade poderia desfrutar de uma forma total de comunismo, incluindo a possessão em comum de esposas e de propriedades. Aristóteles, porém, objetou a isso como prejudicial à família, que é um princípio muito mais importante do que a utopia de um casamento comunal. A prática do relacionamento conjugal aberto assemelha-se muito do conceito do casamento sugerido por Platão, do ponto de vista prático. A poligamia e a poliandria são formas de casamento comunal. A poligamia sempre fez parte do judaísmo bíblico; mas Jesus insistiu sobre a monogamia, como a situação ideal [Mateus 19.5].
Jesus encoraja seus discípulos a aceitar o desafio de viver como seus fiéis seguidores, Traça claramente a diferença entre o mundo e os fiéis. O estilo de vida dos cristãos não combina com o modo que as pessoas do mundo vivem. Temos que viver diferentes como a luz do dia e a escuridão de uma noite tempestuosa [Mateus 5.13-20]. Cristo oferece algumas orientações sobre os relacionamentos interpessoais adequados. Mostra que a ira sem motivo é pecado, amaldiçoar os outros é errado, permitir que conflitos permaneçam sem solução é perigoso, o olhar libidinoso sobre o corpo de uma mulher, que não seja a esposa, se consiste em adultério, mesmo que nunca ocorra uma conjunção carnal [5.21- 28].
A profanação do casamento, o adultério, a fornicação, os desejos impuros e as paixões degradantes são pecados graves aos olhos de Deus por serem transgressores da lei do amor [Êxodo 20.14]. Tais pecados são severamente condenados e colocam o culpado fora do reino de Deus [Romanos 1.24-32; 1 Coríntios 6.9,10; Gálatas 5.19-21].
3. Os males do adultério.
Atualmente, é muito comum homens e mulheres exibirem seus corpos publicamente. A exibição está presente em filmes, novelas, shows de música, em revistas e sites de empresas e redes sociais. A nudez, a pornografia, a imoralidade estão ao alcance a todo momento, basta acionar o botão do controle remoto do televisor, ou pressionar uma tecla do computador ou smartphone. E assim, imprudentemente, compara-se o companheiro ou companheira de matrimônio com os pecadores exibicionistas.
Deus proíbe, explicitamente, descobrir ou ver a nudez de qualquer pessoa a não ser entre marido e esposa legalmente casados. "Descobrir a nudez" implica em toda prática sexual ilícita, inclusive ação aproximada ao ato sexual consumado com alguém que não seja o legítimo cônjuge [Levíticos 18.6-30; 20.11,17,19-21; 18.6]. Despertar em alguém estímulos de lascívia ou cobiça sexual [grego: epithumia] que não possam ser corretamente satisfeitos, significa explorá-la ou aproveitar-se dela [1 Tessalonicenses 4.6; Efésios 4.19].
Há pessoas casadas que têm enorme dificuldade em fugir das tentações sexuais. É um grande equívoco olhar para uma pessoa do sexo oposto, além do cônjuge, ou ter pensamentos sexuais a respeito dos outros. Ao nutrir pensamentos sexuais em relação a outros indivíduos em nossas mentes, nos rendemos a essas imagens. Quando investimos nossa atenção e energia sexual em outros, teremos pouca ou nenhuma energia para nossas esposas ou esposos.
Olhar demoradamente para o corpo de uma mulher bonita ou de um homem, detendo-se na tentação, deveria ser atitude repudiada, mas na cultura desses dias o exibicionismo e a observação passaram a ser comportamentos normais. Porém, nada disso é natural e aprovado por Deus. É um erro fixar os olhos em pessoa que estiver seminua ou nua porque tal observação abre as comportas dos pensamentos lascivos, que uma vez deflagrados são difíceis de controlar.
II - O QUE REGE O CORAÇÃO REGERÁ O CORPO
1. O que procede do coração.
Esquecido da felicidade ocorrida na lua-de-mel, após se passarem alguns meses em que estava casado, o marido pergunta à esposa: "Querida, você se incomoda se eu lhe falar sobre alguns defeitinhos seus?" Contida em seu abalo ao ouvir aquilo, responde a jovem mulher: "De modo algum, querido, pois foram esses defeitinhos meus que me impediram de conseguir um marido melhor."
Talvez não exista coisa alguma tão importante quanto a lei do amor. Isso deveria nos levar a aprender a usar de moderação e gentileza naquilo que dizemos, mesmo quando sentimos que é necessário apresentar algum parecer realmente importante. Tal conscientização entre os casais evita discussões tolas, a desavença grave e a ruptura do casamento.
2. O homem é o que pensa.
Há pessoas que se tivesse a certeza absoluta de que jamais seriam descobertas, tornaria a fantasia que imagina com alguém que não é seu cônjuge em realidade. Elas são adúlteras porque esqueceram ou desprezam as palavras de Jesus, que disse: "Eu, porém, lhes digo: todo o que olhar para uma mulher com intenção impura, já cometeu adultério com ela no seu coração" [Mateus 5.28].
Outro problema entre os cristãos é subestimarem sua vulnerabilidade na área sexual, considerando-se na maior parte de sua vida, à prova de tudo. Esquecem-se das palavras contidas em 1 Coríntios 10.12, que nos adverte: "Aquele que pensa estar em pé veja que não caia." Talvez, acreditem que não há nada de errado ocupar o tempo com um pouco de pornografia, fazer uma breve folheada em uma revista de fotografias sensuais ou uma passagem em um site na internet. E assim, subestimando a força do pecado, consideram que são capazes de controlar a pornografia em sua vida religiosa. Estão caídos, mas não perceberam isso.
3. Sujeitando o corpo ao Espírito.
É um equívoco grave cultivar maus pensamentos. A cobiça sexual por terceiros nos leva a um âmbito de escolhas comprometedoras, pecaminosas e com consequências devastadoras. O Senhor estabeleceu limites para ajudar os casais a protegerem a instituição matrimonial, regras que evitam o adultério e o divórcio.
É indispensável saber a causa que leva ao declínio espiritual. O desprezo à Palavra quase sempre é o motivo que nos leva a cair. São inumeráveis os fatos desagradáveis que têm acontecido na vida de muitos cristãos, e que poderiam ser facilmente evitados. É sensato manter os ouvidos abertos para conhecer e guardar a Palavra de Deus no coração [Salmos 119.11, 97-105]; ter a disposição para confessar o erro e pedir libertação do hábito de errar [Salmos 51-1-7] pois esta é a estratégia bíblica para vencer o pecado [Provérbios 28.13; 1 João 1.9].
III - A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO
1. O casamento na perspectiva bíblica.
A cultura dos rabinos judeus aceitava o divórcio como um direito do homem em relação à mulher, estabelecendo que o marido podia se divorciar dela inclusive por motivos banais, como esquecer uma panela no fogo e queimar a refeição. Contrariando a tradição, Jesus esclareceu que não deveria haver divórcio, exceto por da infidelidade.
A instituição do matrimônio tem sua origem na criação [Gênesis 2.23,24; Mateus 19.4,5]. Jesus honrou o casamento com sua presença, sendo este evento o cenário do seu primeiro milagre [João 2.1-11]. A distinção entre os sexos foi ordenada por Deus na Criação, pois é necessária para determinar a maternidade e paternidade familiar. A união conjugal é declarada pelo escritor de Hebreus como digna de honra, ele também afirma que os que se dão à prostituição e os adúlteros Deus os julgará [13.4].
2. O que fazer para que o casamento seja para sempre.
Só há bênção com o conhecimento e prática da Verdade [João 8.32]. O tentador não se cansa em suas tentativas de nos induzir ao erro, As Escrituras Sagradas não nos advertiu à toa, ao declarar que o pecado jaz à porta [Gênesis 4.7]. Então, quem não vigia cai em tentações e, depois, fora da presença divina, as setas do destruidor o atingem.
Para que o casamento dure por toda a vida, é essencial que haja cuidado antes de contrair as núpcias. Do ponto de vista cristão, não existe nada na Bíblia que ensine sobre casamento entre pessoas de raças diferentes. O critério bíblico que desmotiva a união matrimonial segue linhas espirituais, e não físicas. Os israelitas foram proibidos de casamento misto com outros povo; e a razão disso era para que eles não aprendessem os costumes pagãos e esses costumes desvirtuassem a comunidade de Israel em seu culto a Deus. A pessoa crente em Cristo não deve casar-se com pessoa incrédula, porque isso importaria no esfriamento de sua espiritualidade, acarretaria muitos problemas em relação ao exercício de sua fé, prejudicaria a educação cristã que tem por obrigação repassar aos filhos (1 Coríntios 7.39; 2 Coríntios. 6.14).
É importante verificar o que fazemos com o conhecimento bíblico que temos adquirido, examinando o porquê de certas situações ruins acontecerem; caso contrário, as adversidades continuarão a chegar e experimentaremos derrotas. Medite na Palavra de Deus, que é límpida, completa, irrepreensível e confiável. Com base na instrução bíblica descarte todos os pensamentos impuros. "As palavras do Senhor são palavras puras, prata refinada em forno de barro, depurada sete vezes" [Salmos 12.6].
3. Casamento: uma união indissolúvel.
A dissolução do casamento é possível em caso de morte, e o abandono por parte de um dos cônjuges [Mateus 19.19; Romanos 7.2; 1 Coríntios 7.15]. O plano original de Deus ao instituir o casamento, era que a união entre marido e mulher jamais fosse dissolvida. Portanto, cabe ao cristão promover em seu lar o companheirismo e assim moldar o casamento e os ajustes das personalidades com abnegação, paciência, determinação e domínio próprio.
Por meio do casamento, homem e mulher se juntam para serem um só corpo, e fiéis um ao outro em tudo. Jesus Cristo refere-se ao casamento como divinamente instituído e indissolúvel, sendo permitido por Moisés o divórcio por causa da dureza do coração [Mateus 5.31,32; 19.9; Marcos 10.2-9].
Para proteger os casais, as Escrituras Sagradas orientam o crente a ser moral e sexualmente puro [2 Coríntios 11.2; Tito 2.5; 1 Pedro 3.2]. O termo "puro" [hagnos ou amiantos em grego] tem como definição estar livre de toda mácula da malícia. Refere-se a abstenção de todos os pensamentos e ações que incitam desejos incompatíveis com a virgindade das pessoas solteiras e com os votos matrimoniais das casadas.
CONCLUSÃO
Em uma sociedade que está transbordando de provocações sexuais, é importante para nós, cristãos, com frequência, sermos relembrados das instruções de Deus a respeito da pureza sexual no casamento. O casamento é tão importante que na lei mosaica estava determinado que pelo espaço de um ano o marido era dispensado dos serviços militares ou qualquer encargo [Deuteronômio 24.5; Lucas 14.20]. Porém, hoje em dia o matrimônio tem sido desvalorizado em nossa sociedade muito mais do que tinha sido no tempo de Jesus.
Que em nosso coração Cristo esteja entronizado, e o casamento tenha lugar de honra, dessa maneira haverá permanência do Espírito de Deus em nossas vidas.
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2 comentários:
Paz do Senhor Jesus, Eliseu!
Parabéns pelo artigo, é valioso e reflete os preceitos bíblicos.
Deus o abençoe.
Olá, Wilma.
Sempre será um prazer receber sua opinião por aqui.
Esta postagem faz parte de uma sequência com treze estudos bíblicos referente ao Evangelho de Cristo escrito por Mateus.
Abraço.
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