Assim expressa o Salmo 63.3: "Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam." A vida tem suas surpresas, a graça de Deus não. A vida tem seus difíceis percalços, o amor de Deus não. A vida caminha para um fim, a benignidade de Deus não tem fim. A vida nos surpreende com dores, enfermidades, desilusões, traições e até mesmo com inimizades, o amor de Deus jamais. É sempre o mesmo, inalterável.
Na caminhada diária, a vida nos tenta extrapolar os limites com preocupações desnecessárias, ansiedades pelo amanhã são uma constante, roubando a alegria de viver o hoje com seus desafios. A misericórdia divina supera todos os males e nos anima a prosseguir. A vida é como a flor. Linda ao amanhecer, mas fenece ao entardecer. A vida tem o seu alvorecer, mas não há como escapar do seu zênite. Quer queiramos ou não vamos pelo caminho de todos os seres humanos e morremos.
A misericórdia divina permanece após o túmulo e Deus nos recebe em glória junto ao Cristo vivo. Por isso a misericórdia divina é melhor do que a vida em si. A vida vai nos marcando ao correr dos dias. Muitos chegam ao final da existência marcados pelo pessimismo de Jacó ao responder ao Faraó qual a sua idade. "São cento e trinta anos de peregrinação. Foram poucos e maus os anos de minha vida e não chegam aos anos de vida de meus pais, nos dias das suas peregrinações" [Gênesis 47.9].Temos que concordar com Jacó que muitos foram os momentos tristes da sua jornada, mas não podemos negar que os momentos maus foram frutos de suas decisões impensadas e intempestivas.
Os muitos erros aconteceram por suas próprias escolhas. Mas a benignidade divina foi maior que a sua vida. Jacó expressou o que muitos cristãos pessimistas expressaram. Lembram-se apenas dos momentos tristes. Não consegue se alegrar com a melodia da chuva; perfume das flores; a beleza do pôr do sol. São como aquelas mães que vivem advertindo os filhos: Você vai cair. Caso não coma toda a comida não vai crescer. A pobre criança cresce com a filosofia do pessimismo. Na fase adulta passa a absorver os telejornais com notícias sangrentas. Só assistem filmes de horror e terror. Alimentos para personalidades doentias. Não conseguem ver beleza na família. Desprezam o convívio dos familiares. Enclausuradas na individualidade diabólica do tempo presente sentem dificuldade para manifestar contentamento, sorrir de si mesmas e das peripécias inocentes das crianças.
Bem diferente é viver a vida sob a graça, amor e misericórdia dividas. Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus. Sou grato a Deus pelo seu amor e graça. Sou grato pela salvação que Jesus me ofereceu. Grato pela presença do Espírito Santo no caminhar diário, orientando, corrigindo e dando-me paz.
Grato pela vida até aqui vivida. Pela família, presente do Senhor. Pelos muitos amigos e inimigos também - embora não veja ninguém como rival, oponente ou adversário. Os inimigos servem como avisos ao longo da caminhada a não desistir da difícil arte de perdoar. Grato pelas almas que o Senhor confiou a evangelizar e ensinar a Palavra. Mas a benignidade divina é melhor do que todas essas coisas que a vida nos acrescenta a cada dia.
Fonte: Igreja Batista Boas Novas www.boasnovas.org.br Panfleto Boas Novas. 8 de abril de 2018. Autoria: Julio Oliveira Sanches.
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