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quinta-feira, 21 de outubro de 2021

O significado de Provérbios 31.6-7: a Bíblia Sagrada permite a embriaguez?

A Bíblia encoraja a embriaguez? À primeira leitura, Provérbios 31.6-7 pode levar alguém a pensar que as Escrituras Sagradas nos incentivam a beber, se estamos em estado de pobreza e amargurados, com o objetivo de que o entorpecimento dos sentidos nos faça esquecer os nossos problemas. Será que esta interpretação está correta? 

Se assim fosse, este versículo seria uma brutal contradição às outras passagens bíblicas que trazem advertências sobre os danos causados pela complacência à ingestão exagerada de álcool.

Provérbios 31 
1. Palavras do rei Lemuel, de Massá, que a mãe dele lhe ensinou. 
2. O que lhe direi, meu filho, filho do meu ventre? Que lhe direi, ó filho dos meus votos? 
3. Não dê às mulheres a sua força, nem os seus caminhos às que destroem os reis.  
4. Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte.
5. Quando eles bebem, se esquecem da lei e pervertem o direito de todos os aflitos. 
6. Deem bebida forte aos que estão morrendo e vinho, aos amargurados de espírito; 
7. para que bebam e se esqueçam da sua pobreza, e não se lembrem mais da sua miséria.
O contexto de Provérbios 31.6-7

Para compreender esta orientação bíblica, precisamos pesquisar e entender o seu contexto. Os versículos 1 ao 5 de Provérbios 31 mostram que a mãe do rei Lemuel o instrui a evitar aproximação com mulheres insensatas, a entender a inconveniência do hábito de ingerir vinho ou qualquer bebida embriagante. O seu raciocínio é que tais situações levariam o filho a se esquecer da Lei mosaica e de suas obrigações como príncipe. O filho estando com sua ponderação e juízo prejudicados, poderia perverter o direito dos súditos que estivessem aflitos. E sendo isso, constatamos que a embriaguez está fora de questão e que a mãe de Lemuel tinha o interesse que o menino tratasse bem todas as pessoas afligidas que fizessem parte de seu reino. 

Versículo 6, parte A

Em seguida, a mãe aconselha o filho a dar bebida forte para pessoas que estão perecendo e vinho aos acometidos com "amargura na alma." 

Este texto, interpretado por biblistas como cuidados prestados em situações extremamente difíceis, faz alusão aos que estão se perdendo ou sendo destruídos em duas situações diferentes.

O primeiro caso é de um doente em estado terminal. Era costume entre os judeus medicar os moribundos com bebida forte para que se esquecessem da dor à beira de sua morte. Nos dias atuais, os médicos administram aos seus pacientes doses de morfina. Trata-se de um ato de misericórdia aliviar a agonia de quem sofre.

A segunda situação, sobre o hábito dos judeus dar bebida forte, era os casos de pessoas condenadas à morte. Quando Jesus estava na cruz, foi oferecido a Ele vinho misturado com fel, a mistura era preparada por mulheres piedosas que desejavam aliviar a dor aos que enfrentavam a pena de morte. Jesus recusou-se a bebê-la porque necessitava aceitar tudo o que a cruz significava em relação ao Plano da Salvação. Porém, em relação a nós, há da parte de Deus o conselho para dar ou receber a substância que alivie dores. No entanto, acompanhe a evolução deste raciocínio nas próximas linhas.

Versículo 6, parte B

É fácil entender que dar o vinho é realizar uma prestação de alívio ao indivíduo que sofre às portas da morte, mas o que pensar sobre oferecer o vinho à pessoa amargurada? A situação está indefinida, isto é, sujeita a várias interpretações.  

Outra vez recorremos ao contexto. Não nos esqueçamos que uma mãe adverte seu filho contra o abuso de bebida embriagante e lembra-o como a embriaguez obscurece o raciocínio lógico e dificulta chegar ao julgamento correto e induz a ignorar a Lei quando embriagado. Portanto, podemos ter certeza de que,  quando se trata daqueles que são "amargos de alma", ela não está a defender a embriaguez para aliviar sua angústia. Desta maneira, não há qualquer dúvida que esta passagem não serve para justificar o comportamento de homens e mulheres que afogam suas ansiedades ingerindo uísque ou cerveja.

Versículo 7

O texto não é conivente com a bebedice, a Bíblia condena o hábito de fazer uso da bebida forte socialmente (1 Timóteo 5.23). Nesta passagem, indica o uso medicinal: "vinho aos amargurados de espírito, para que se esqueçam da sua pobreza e não se lembrem mais da sua miséria". A recomendação é para alguém em extrema dificuldade e abalado psicologicamente. Procedimento igual se faz nos dias atuais por médicos ao prescreverem determinados remédios.

A depressão

Há crentes que lutam com períodos de depressão. As dificuldades nesta vida terrena são capazes de levar à prolongada tristeza no coração de uma pessoaQuando isto acontece, para lidar com o amargo da alma é preciso buscar ajuda especializada. 
• O pastor da igreja
Sua assistência fala ao espírito humano; 
• O psicólogo cristão
Ele faz com que a alma depressiva entenda melhor a si mesma e enxergue saídas por si mesma; 
• O médico psiquiatra
A psiquiatria oferece ajuda através de remédio, a medicação resolve diversas necessidades, surte o efeito positivo.
A escolha errada 

Não são poucas as pessoas que associam momentos de comemorações com ficarem embebedadas e cedem ao pensamento de que necessitam de uma pequena dose para "criar ânimo" e quando a ressaca chega descobrem que o seu estado final está pior que o começo. Temos diversos exemplos de como as pessoas perdem a razão, perdem a saúde, cometem pecados graves e estragam o bom convívio familiar ao embriagarem-se. 

A escolha certa

Existem muitas orientações na Bíblia Sagrada sobre como lidar com o álcool, vinho e bebida forte. Devemos seguir o mandamento dado pelo apóstolo Paulo e nos permitir que o Senhor guie todos os nossos movimentos nesta área, isto é, nos encher do Espírito Santo (Efésios 5.18). Encher-se do Espírito é abrir o coração para tudo que a Bíblia recomenda. 

Conclusão

A Palavra de Deus conduz nossa vida para melhor, sejamos crentes confiantes que ela contém a sabedoria que precisamos. Que Deus nos dê graça para usarmos todos os conselhos bíblicos, pois a sabedoria divina produz aos seus praticantes benefícios temporários e eternos.

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