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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Olavo Bilac e o poema A Pátria

Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918), foi um dos mais representativos poetas brasileiros, uma das principais figuras do parnasianismo no Brasil, bastante influenciado por poetas franceses. A correção da linguagem e o rigor da forma são as maiores características de seus versos. Do ponto de vista métrico, seus poemas são tão perfeitos que para muitos são considerados como requinte exagerado. 

Em 1888 publicou o livro Poesias em três partes: Panóplias, Via Láctea, e Sarça de Fogo, obra impressa em Portugal. A obra revelou uma grande emoção, nada típica dos parnasianos, um certo erotismo e influencia marcante da poesia portuguesa dos séculos 16 e 17. 

Trabalhou em diversos jornais e revistas, empenhando-se a favor da campanha abolicionista e republicana. Foi correspondente em Paris do jornal A Cidade do Rio (1890). Em 1892, por sua participação na campanha contra o governo de Floriano Peixoto, perdeu o cargo que ocupava no funcionalismo público do Rio de Janeiro, sendo mandado preso para Ouro Preto. 

O Dia do Reservista é celebrado no dia do seu nascimento, 16 de dezembro, porque ao ser beneficiado pela anistia, dedicou-se então à propaganda do serviço militar obrigatório, pois julgava como uma forma de combater o analfabetismo. Olavo Bilac é o compositor da letra do Hino da Bandeira, musicado por Francisco Braga.

Conferencista de plateias elegantes, sua obra tornou-se leitura obrigatória, sendo declamado nos círculos literários. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Em 1907 foi aclamado como "o príncipe dos poetas brasileiros".

O Pico do Jaraguá e a Mata Atlântica

A Pátria

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este! 
Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos. 
Vê que vida há no chão! Vê que vida há nos ninhos, 
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!

Boa terra! Jamais negou a quem trabalha 
O pão que mata a fome, o teto que agasalha

Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

Criança! Não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!


In: BILAC, Olavo. Poesias infantis. 18.ed. Rio de Janeiro: F. Alves, 195

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