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terça-feira, 17 de agosto de 2021

Deus nunca nos desampará

Por Harold Brooke

Algumas palavras do nosso vocabulário cristão estão sofrendo grandes mudanças. Uma delas é esperança".

É possível que o sentido dessa palavra tenha perdido a força original porque nós, os evangélicos, afirmamos que

não basta que alguém tenha esperança de ser salvo. Tem de saber com certeza se realmente é salvo. Além disso, em nossas conversas cotidianas, empregamos esse termo com o significado de "gostaria", muitas vezes para expressar anseios que talvez nunca se realizem. Dizemos, por exemplo:

"Tenho esperança de comprar um novo aparelho de televisão na semana que vem."

"Espero que as fotos que bati fiquem boas."

"Espero tirar boas notas este ano."

Empregadas nesse contexto, a palavra de fato perde muito em certeza e convicção. Contudo não é assim que os escritores bíblicos a usam. O apóstolo Pedro, por exemplo, afirma que os crentes têm "uma viva esperança". E Paulo diz que "na esperança fomos salvos" e, ainda, que a "a esperança não confunde."

Qual é a esperança do crente? É a expectativa de que tudo que Cristo prometeu, tudo que está escrito nas Escrituras, se cumpra cabalmente quando Jesus voltar a estabelecer seu reino.

Talvez possamos entender isso melhor se compararmos com a esperança que temos em uma relação às coisas deste mundo com a que temos em relação a Deus. 

Uma senhora que espera um filho tem esperança de que a criança cresça nasça perfeita. Um pai almeja que seus filhos cresçam e sejam felizes na vida. Um casal de noivos espera um futuro feliz. Todas essas esperanças são válidas e conferem entusiasmo e satisfação ao nosso viver.

Entretanto são esperanças meramente humanas, que não correspondem ao sentido pleno da esperança do cristão. Por quê? Porque podem não se concretizar. Quantos pais veem suas esperanças ruírem. Os casais jovens experimentam problemas no casamento, e aquela imagem de um cônjuge perfeito fica maculada. Um empresário também pode ver seus anseios irem por água abaixo. Seus planos não se realizam. Seus sócios lhe causam decepções.

Quantas vezes as esperanças humanas se frustram e acabam se transformando em desespero!

A esperança do cristão, porém, está firmada em Cristo. Após a morte e sepultamento de Jesus, os dois discípulos que iam para Emaús disseram o seguinte o desconhecido que os acompanhava: "Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir Israel" (Lucas 24.2a).

Entretanto, pouco depois, eles iam descobrir que o desconhecido era o Senhor Jesus que ressuscitara. Ele ainda havia derrotado o pecado, a tentação, as enfermidades e a morte. E aqueles primeiros seguidores do Senhor entenderam que todos os males que atormentavam a raça humana podem ser removidos pelo poder e autoridade de Cristo.

Se depositarmos nEle nossas esperanças, nunca ficaremos frustrados pois, como diz Paulo, "a esperança não confunde." Trata-se de uma esperança firme, que nunca será em vão.

A esperança do cristão se assenta sobre o evento central da mensagem cristã: a ressurreição de Jesus. Ele está vivo. O cristianismo não se fundamenta em ética, nem doutrinas, nem em rituais legalistas ou princípios espirituais. Baseia-se no fato de que Jesus Cristo, o Filho de Deis, ressuscitou.

Pedro compreendeu isso. Quando Jesus foi crucificado, ele se sentiu desesperado. Havia negado o Senhor. Vira aquele que realizara tantos milagres ser chicoteado, machucado e pregado à cruz, onde morreu.

Contudo, mais tarde após a ressurreição do Senhor, ele escreveu a cristão que passavam por sofrimentos e tribulações e lhes disse o seguinte: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a sua misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição  de Jesus Cristo dentre os mortos"(1 Pedro 1.3). Então, com base na ressurreição de Jesus, nós que cremos em sua Palavra podemos agora ter esperanças de obter uma "herança incorruptível, sem mácula e imarcescível".

E.A.G.

Message of the Cross via Mensagem da Cruz, número 108, janeiro a março de 1996 (Editora Betânia).

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