"Vocês estão cansando o Senhor com as suas palavras, e ainda perguntam: 'Em que nós o cansamos?' Nisso de dizerem: 'Aqueles que fazem o mal passam por bons aos olhos do Senhor , e é desses que ele se agrada.' Ou: 'Onde está o Deus da justiça?' "- Malaquias 2.17.
Em um grupo virtual no Facebook, uma pessoa citou o versículo em epígrafe, convidou a todos a meditar sobre
a questão de Deus estar cansado de gente religiosa praticando troca de valores morais. Com uma pergunta, formulou a descrição de algumas situações, como o julgamento de pessoas de maneira generalizante, culpando o inocente e tornando o inocente culpado, considerando a pessoa imoral em virtuosa e a cheia de virtudes em gente sem moral, o delinquente em inocente e o insuspeito em transgressor.
Se não vigiamos, olhamos o outro e por ele ter costumes diferentes do nosso, ter uma liturgia de culto que não é igual a da igreja em que somos membros, consideramos que ele está errado, é mais um pecador, um religioso desviado, um crente herege, ou - como virou costume adjetivar - uma pessoa hipócrita.
Mas, aos que se converteram a Cristo, a regra para fazer julgamento não é fazer uso de conceitos cuja origem é terrena, mesmo que esse conceito seja extraído da cartilha denominacional de usos e costumes, ou algo parecido com isso. A regra de fé e conduta do cristão autêntico são as Escrituras Sagradas. Então, ao seguidor de Cristo a opinião humana deve permanecer em segundo plano e as diretrizes bíblicas sempre em primeiro lugar.
O profeta Isaías fez a seguinte advertência: "Todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças são como trapo da imundícia. Todos nós murchamos como a folha; e as nossas iniquidades nos arrastam como um vento" (64.6).
Por sua vez, o apóstolo Paulo não nos deixa esquecer da condição de todos os seres humanos: "Como está escrito: 'Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer' " - Romanos 3.10-12.
Ao criticar contra ou opinar favoravelmente alguém, o cristão deve usar a reta justiça, assunto este que está muito bem elaborado, para o nosso entendimento, nas páginas da Bíblia Sagrada. Não podemos classificar o que parece mal como se fosse bem, e nem indivíduos maus como pessoas boas, sem antes examinar as Escrituras, para só então reter o que for correto, conveniente e edificante e rejeitar o erro, a inconveniência e devastador (Salmos 15; 1 Tessalonicenses 5.21; 1 Coríntios 6.12).
1 Samuel 16.7 é um versículo famoso. Nele está escrito que Deus vê tudo, mas não observa como nós observamos. Ele não olha apenas a nossa aparência, olha também o interior do nosso coração. Isto é, Deus enxerga além das ações, avista todas as intenções antes que materializemos qualquer pensamento.
Como cristãos, precisamos imitar a Deus e a Cristo porém não possuímos o atributo da onisciência. Contudo, temos a oportunidade de viver segundo a mente de Cristo (1 Coríntios 2.16). Isto só é possível se passarmos a agir de acordo com as recomendações bíblicas. Precisamos falar e agir conforme a orientação contida na Bíblia Sagrada. Para isso acontecer, é necessário ter o prazer de ler e meditar nas Escrituras, até que ela esteja guardada em nosso coração. Jesus disse: "A pessoa boa tira o bem do bom tesouro do coração, e a pessoa má tira o mal do mau tesouro; porque a boca fala do que está cheio o coração (Lucas 6.45).
Quando o estado de espiritualidade é alcançado, podemos considerar que renascemos em Cristo. E todo aquele que nasceu de novo jamais julgará o próximo apenas pelas aparências, terá condição de discernir entre o certo e errado, o bem e o mal, o bom e o malvado, fazendo uso da "reta justiça", que é a justiça expressada por Deus nas Escrituras Sagradas (João 7.24).
Nenhum comentário:
Postar um comentário