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terça-feira, 3 de setembro de 2019

Em consequência de delação premiada: Ministério Público prende casal Antony Garotinho e Rosinha Matheus

Em consequência de acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, nesta manhã o casal Antony Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro, e Rosinha Matheus, e a ex-prefeita de Campos de Goytacazes, foi alvo de uma operação do Ministério Público. Garotinho e Rosinha foram encontrados no apartamento da família, situado no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, receberam voz de prisão juntos levados para a Cidade da Polícia, lá, passaram por exame de corpo delito e prestaram depoimentos, e depois foram conduzidos ao encarceramento na cadeia de Benfica, José Rodrigo de Freitas, na zona norte do Rio de Janeiro. Outras três pessoas também foram alvos da operação: Sérgio dos Santos Barcelos, Ângelo Alvarenga Cardoso Gomes e Gabriela Trindade Quintanilha. 

O casal foi acusado pelos executivos da construtora Odebrecht, Leandro Andrade de Azevedo e Benedito Junior, e deverá responder pelas acusações de corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. São acusados de receberem propina de 25 milhões, via caixa 2, da Odebrecht, para em troca manipular uma licitação em favor da empreiteira, no contrato da construção em duas etapas de um projeto habitacional chamado Morar Feliz 1 e Morar Feliz 2, que se consistiria na construção de casas populares no município de Campos dos Goytacases, interior do Rio de Janeiro, durante a gestão de Rosinha como prefeita, entre 2009 e 2016. No contrato da construção, consta que deveria haver a entrega de 9.600 casas, porém, menos de 4 mil teriam sido erguidas. O custo da obra teria sido avaliado em 1 bilhão de reais, sendo 62 milhões o valor superfaturado. 

Garotinho foi secretário de Rosinha, nas duas vezes que ela esteve como gestora da cidade de Campos. Atualmente, ele não está vinculado a nenhum partido político e ela tem vínculo com o Patriota, que anunciou a intenção de fazer seu desligamento. 

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, as duas prisões ocorreram para evitar interferências nas investigações. Vanildo José da Costa Júnior, advogado do casal se manifestou publicamente, diz que as prisões são ilegais, lamenta haver politização do judiciário, afirma que irá recorrer da decisão de prisão, e que a Odebrecht só recebeu o dinheiro pelas moradias que foram construídas.

Nos últimos anos, Garotinho faz um histórico de entrar e sair da cadeia. A pergunta é "até quando permanecerá preso dessa vez?" Embora existam tantas idas e vindas ao xadrez, não devemos ter pressa em considerar que o casal é corrupto. Parece que sim, mas Jesus ensina a não se guiar pelas aparências.

Nos últimos três anos, Garotinho foi preso três vezes, sendo duas em 2017 e uma em 2016.
• A primeira prisão de Garotinho foi em 16 de novembro de 2016, ao ser investigado em um esquema de compra de votos em Campos, na eleição municipal daquele ano, foi dito que estaria envolvido no programa social Cheque Cidadão, fazendo compra de votos. A prisão foi revogada oito dias depois, considerando problemas de saúde e com pagamento de 88 mil reais
• A segunda prisão ocorreu em dia 13 de setembro de 2017. Ele estava realizando seu programa na Rádio Tupi e não pôde termina-lo. O cárcere foi pedido pelo juiz Ralph Manhães, da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, que o condenou a 9 anos e 11 meses de prisão por corrupção eleitoral, associação criminosa, coação de duas testemunhas e supressão de documentos. Não muito tempo depois, a determinação foi convertida em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. Dois dias após, a decisão foi revogada pelo TSE. 
• Garotinho foi preso pela terceira vez em novembro de 2017, sob acusação de crimes como corrupção, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais entre os anos 2009 e 2016. A denúncia do Ministério Público Eleitoral afirmava que o grupo JBS fez doação ilegal de R$ 3 milhões por meio de contrato com uma empresa indicada por Garotinho para financiar sua campanha ao governo do Estado em 2014. A prisão durou três meses. Em dezembro de 2017, o ministro Gilmar Mendes suspendeu a obrigatoriedade de uso de tornozeleira eletrônica.
Rosinha teve sua liberdade restringida pela primeira vez, por conta de delação premiada de executivos da JBS, motivos semelhantes ao do marido.

Para muita gente, essas prisões não surpreendem mais. O Brasil de hoje não é mais tão seletivo quanto foi no passado. Lambaris e tubarões recebem o mesmo trato pela força policial e o ministério público. Mas, ainda precisa melhorar mais, porque quem é tubarão tem o seu caso averiguado pela esfera judicial e a maior parte volta a dormir em suas residências e os cardumes de lambaris não têm a mesma atenção de funcionários públicos revestidos da toga preta e continuam com a liberdade restrita. Nossa sociedade não é composta de castas, logo o sistema judicial tem que agir considerando todos iguais, é isso que determina as leis.

A prisão de Garotinho e Rosinha é mais uma situação que envergonha uma parcela do segmento evangélico brasileiro. Os dias são maus. Mas os crentes não devem se escandalizar com notícias desse porte, pois desde os primórdios do Evangelho o joio e o trigo estão misturados. Além disso, a operação do Ministério Público se guia por uma delação premiada, que pode ser uma acusação de base verídica ou inconsistente. Os crentes sempre foram perseguidos, na perseguição religiosa há a violência física e a verbal, que se constitui de ofensas e calúnias. 

É preciso ver de perto os detalhes dessa situação e esperar o desenrolar do caso. Não defender ou acusar. Da minha parte, não tomo posição porque não parei para ver as notícias sobre eles como gosto de fazer, ainda não analisei mais de um veículo de comunicação, ainda não comparei matérias de jornalistas que costumo acompanhar. É notório que muitos jornalistas têm a cabeça atolada em ideias marxistas e fazem da profissão sua plataforma de militância ideológica, portanto, é prudente usar o filtro do bom senso.

O ruim nisso é o preconceito de alguns na sociedade. Olham Garotinho neste tipo de situação e dizem "olha lá um pastor corrupto sendo preso", sendo que ele nunca foi e nem disse que quer ser um pastor evangélico.  

E.A.G.

Atualização: 04/09/2019. Por volta de 10h30 deste dia, desembargador Siro Darlan determina a soltura de Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, fazendo duras críticas à Operação Lava Jato. Portanto, a quarta prisão de Garotinho durou menos que 24 horas. O ex-governador do Rio, alegou que sua prisão é consequência de perseguição política.

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