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quinta-feira, 14 de março de 2019

Marielle Franco - um ano após sua morte


Marielle Franco, assumidamente bisssexual, era mãe, socióloga, viveu sua infância e juventude na favela do Complexo da Maré. Foi vendedora ambulante, dançarina da equipe de funk Furacão 2000, educadora infantil de uma creche e vinculada ao Partido Socialismo Brasileiro (PSOL). Eleita vereadora com 46.502 votos em 2016. Tinha como bandeira a defesa dos
Direitos Humanos militando pelas causas da comunidade LGBT, e teve sua legislatura interrompida em um atentado.

No dia 14 de março de 2018, ela estava no bairro da Lapa (RJ) e foi assassinada em um atentado ao carro onde estava a bordo. 13 Tiros atingiram o veículo em movimento, matando também o motorista Anderson Pedro Gomes. O laudo criminal declarou que quatro disparos atingiram sua cabeça.

Desde 2017, Marielle morava no bairro da Tijuca, com uma companheira com quem mantinha romance.

Uma testemunha alega que a motivação de sua execução seria seu avanço com propostas de ações comunitárias na zona oeste, o que contrariaria interesses de milicianos.

Prováveis assassinos

O sargento Ronnie Lessa (48 anos), Policial Militar reformado, é apontado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil como o atirador que efetuou os 13 tiros contra a vereadora, as duas instituições indicam o ex-militar Élcio Vieira de Queiroz como o motorista que dirigia o automóvel, modelo Cobalt, que perseguiu Marielle na noite do assassinato e de onde foram disparados os tiros. 

Em 1988 recebeu moção de congratulações, aplausos e de louvor da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), por participar de uma ação policial em que foi vítima de um atentado à bomba que o fez perder uma perna.

Élcio Vieira de Queiroz, 46, foi expulso da Polícia Militar em 2015.

As prisões

Na manhã de terça-feira, 12, por volta de 4h30, foi deflagrada pela Divisão de Homicídio da Policia Civil e Ministério Público do Rio de Janeiro a fase inaugural de Operação Lume, quando os executores da vereadora foram presos  A palavra Lume tem origem no latim (lumen), significa fogo, fogueira, luz, clarão, vela, círio. A operação policial foi batizada assim porque é o nome do lugar onde a vereadora se reunia com os seguidores - Beco do Lume.

Ronie Lessa foi encontrado pelas autoridades na avenida da orla da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, onde vive no condomínio residencial Vivendas Barras. O condomínio tem pelo menos 50 casas, e é o mesmo onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) também reside. Giniton Lopes, delegado da Delegacia de Homicídios, atuante na operação, afirmou que não há qualquer relação entre Bolsonaro e o crime.

Élcio mora na Rua Eulina Ribeiro, no Engenho de Dentro. Segundo informações da imprensa, no momento em que os policiais chegaram ele saía da sua residência tranquilamente, surpreendido, não resistiu à prisão e permaneceu calado enquanto era conduzido pelos agentes.

Ao longo do dia, a Operação Lume cumpriu outros 32 mandados de busca e apreensão contra os denunciados e em dezenas de endereços de outros suspeitos. Foram efetuadas buscas e apreendidos documentos, telefones celulares, notebooks, computadores, armas, acessórios, munição e outros objetos.

Um dia depois, no dia 13, em um dos endereços suspeitos de estar ligado a Ronnie, foi encontrado um arsenal. Na casa de um amigo no Meyer estavam escondidas várias caixas lacradas em guarda-roupas, o conteúdo dentro das embalagens continham 112 mil reais em espécie e armas desmontadas, incluindo 117 fuzis M-16 e 500 munições. A partir dessa descoberta, começa investigação para descobrir ação de tráfico de armas pela dupla responsável pela morte de Marielle.

Após doze meses em que o assassinato ocorreu, a questão de crime de ódio motivada por homofobia ou racismo perde força. O apanhado de provas da investigação apontam para outro caminho. Além da execução de Marielle, os agentes que apuram a ocorrência constataram que Lessa já tinha investigação sobre homicídios ligados à contravenção. Ele tem o perfil de assassino, sem o viés de qual cor ou escolha sexual a vítima possuía. A Investigação prossegue, busca um mandante, e a sociedade cobra o desfecho final.


Marielle, um ícone do combate ao racismo e homofobia?

Logo após o acontecimento cruel contra a vida de Marielle, o PSOL, partido político que a Marielle aderiu, passou a investir em sua imagem como mártir das causas LGBT e racismo. Sendo a vereadora uma figura associada com a ideologia  esquerdista, a tentativa de fazê-la um ícone, não é coisa simples de se alcançar. Os princípios cristãos são a grande barreira que separa a imagem de Marielle das demais mulheres do Brasil. Para as pessoas que, ideologicamente, se apresentam como cidadão de direita, centro e de extrema direita, a vereadora não os representa. Há quem seja mulher e negra como Marielle foi, e declare que não possuir a mesma cosmovisão. A maior parte das brasileiras são católicas ou evangélicas, defendem  a vida no ventre materno e lutam contra as práticas do aborto, o extremo oposto do discurso que Marielle apresentou.

É de se lamentar, especificamente, o ataque fatal contra a vida de Marielle, e de igual modo contra todas as outras vidas interrompidas. Entendemos como positiva a campanha que cobra solução no caso Marielle. Mas, concluímos que não se deveria enfatizar apenas a conclusão investigativa deste crime, mas de muitos outros que ocorreram em datas mais remotas. Quem sabe quem matou o prefeito Celso Daniel? E quem custeou os honorários de Adélio, o esfaqueador do Presidente Jair Bolsonaro?

Conclusão

A doutrina de Cristo incentiva a viver em amor e paz, incentiva a todos viverem como tolerantes e pacificadores. Não existe discursos e práticas de ódio aos que de fato se converteram ao Senhor Jesus.

E.A.G.

2 comentários:

Elizeu Rodrigues disse...

Meu amigo e irmão de tantos anos, desde 2007 e UBE.. espero q tudo esteja bem por aí.

Com relação ao seu post, farei algumas inferências com reaprespa sua postura, mas discordando totalmente delas.

Postei sobre milícias no meu Facebook hoje. Bolsonaro e seus filhos são favoráveis as milícias "boas" (existe isso?). Meu pai, pastor assembleiano aprova milícias igual Bolsonaro.
O fato de o matador ser vizinho de Bolsonaro e o filho dele namorar a filha do assassino não tem ligações jurídicas, claro, mas a ligação moral?

Bom, deixando de lado o Bolsonaro e fazendo adendo ao seu comentário sobre Marielle, vc foi infeliz por voltar 1 ano nas palavras dos psolistas onde eles diziam q o crime foi motivado por racismo e homofobia, eles diziam isso. O q se diz hoje é que ela incomodava essas milícias e que as milícias tiraram ela do caminho deles.
Lembro q milícias tem braços nos políticos da Alerj, com Bolsonaro e filhos sempre falando bem desde setor marginal da sociedade e outro braço no tráfico no estado.
E as manchetes mostram via COAF q o assassino recebeu 100 mil pelo serviço. Pago por quem? Políticos? Quem sabe.

Mulheres de direita, centro e extrema direita fazem parte dos pouco mais de 1/3 dos votos q elegeram Bolsonaro. Quando Jesus disse sobre Jerusalém, "que mata os profetas" e depois matou ele também, vejo o mesmo quadro hoje.
Na Irlanda, eu era guri, havia guerra entre protestantes e católicos, onde o IRA era grupo protestante extremista e terrorista. Cresci na igreja e nunca ouvi nenhum pastor ou professor comentar isso lá, nem sobre a santa inquisição protestante na Europa depois da reforma de Lutero e Calvino.

Marielle mereceu morrer? Saddam mereceu morrer? Kennedy mereceu morrer? Nenhum deles mereceu morrer, mas quem se põe ao lado dos vitoriosos nessas questões ideológicas já perdeu e aínda nao entendeu a "doutrina do evangelho de Cristo que tem por base a piedade"

Cordialmente e no espírito do verdadeiro evangelho, Elizeu Rodrigues

Eliseu Antonio Gomes disse...

Olá, xará, amigo e irmão em Cristo.

Por aqui tudo segue sob o controle do nosso bom Deus, em outras palavras, estamos bem. Espero que tudo vá bem com você, também.

Tudo bem em discordar dos meus posicionamentos. Divergir é algo natural e até salutar, pois cria a motivação para aprofundar a linha de raciocínio e abre o ângulo de visão. Gosto disso.

Eu ainda não ouvi da boca de nenhum dos filhos de Bolsonaro o apoio incondicional às milícias. A cada ano que passa as culturas carioca e fluminense parece aceitar uma espécie de convivência pacífica com milicianos. Isso causa estranheza em mim, porque não consigo entender como é possível alguém concordar com atividades às margens da lei.

Sobre o fato de um bandido morar no mesmo condomínio que o Bolsonaro tem uma residência, eu não entendo que seja algo repreensível ao presidente.

Quanto à sua afirmação sobre suposto relacionamento amoroso entre um dos filhos do presidente com filha de bandido, nada sei sobre isso. E, com todo respeito, prefiro checar todas as informações antes de considerar o assunto como realidade. Não digo isso por causa de você trazê-la aqui, mas porque as notícias falsas circulam pela internet com aparência de seriedade. Se não houver cuidado de checagem, acabamos envolvidos numa corrente de propagação da mentira.

Agora, sobre a imagem de Marielle ser usada pelo PSOL como uma bandeira contra o racismo e homofobia, mesmo que o partido tenha abandonado esta linha política de comunicação com as massas, a mensagem continua ecoando. Dias atrás, encontrei no centro da Capital paulista uma obra de grafite em um muro, o rosto dessa garota junto com frases contra atitude discriminatória quanto a cor e contra a repulsa à homossexualidade. Creio que isso ficará lá por muito tempo, dificilmente alguém pensará em apagar.

Escrevi no artigo sobre a questão de Marielle incomodar milicianos e que provavelmente tal postura ser o motivo do assassinato dela. Falando a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, não me surpreenderia se a investigação apontasse o mandante como um de seus parlamentares.

Você mencionou o problema civil dos irlandeses. Talvez o problema volte. A fronteira hoje separa católicos e protestantes muito provavelmente deixará de existir com a saída do Reino Unido da União Europeia.

Durante o andamento do culto ao nosso Deus, penso que um pastor usar o microfone para falar sobre política internacional, ou os equívocos de Lutero e Calvino, não é o que se deva fazer. Seria um erro grosseiro trocar a mensagem bíblica para falar sobre grupo terrorista com viés radical religioso. Não seria edificante, e a edificação é um dos propósitos da reunião cristã.

Tenho na minha biblioteca uma bíblia lançada em comemoração à Reforma Protestante, cujo foco central são as mensagens que Martinho Lutero escreveu. Esta obra não se furta a mencionar os exageros que ele cometeu, não o mostra como herói, mas como um ser humano falível que dedicou a maior parte de sua vida a servir a Deus.

Os irmãos Kennedy e Marielle não deveriam ter suas vidas interrompidas por uma brutalidade criminosa. Quanto a Saddan Hussein, muçulmano sunita, ele passou por um tribunal e pagou o preço por ter sido um religioso fanático, um déspota que usava armas químicas contra a população iraquiana xiita. Não entrarei na questão de pena de morte.

Eu não entendi qual é o elo entre as mulheres eleitoras de Bolsonaro com “Jerusalém que mata os seus profetas”...

A doutrina de Jesus Cristo não induz o cristão à alienação. Por exemplo, o ensino do Senhor é favorável à vida e tal ensinamento é bastante contundente contra o marxismo que os irmãos Kennedy e Marielle defendiam. Não há como ser discípulo de Jesus e concordar com a ideologia dos partidos de esquerda. Liberação do aborto, liberação das drogas não tem nenhuma ligação com a piedade solicitada a nós cristãos.

Abraço.