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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

O líder de jovens e suas qualidades

Por José Satírio

Durante minha juventude, provei as minhas forças físicas trabalhando como pedreiro, trabalhando na chácara do asilo da Assembleia de Deus em Tupã (São Paulo), em fábrica siderúrgica e no comércio, e posso dizer que é agradável quando sabemos que podemos chegar até um determinado ponto se nos esforçamos. A força serve como um estímulo para todos em qualquer circunstância da vida. E quando o cenário muda, você, com toda essa força, precisa saber tomar decisões. E a sua decisão não pode ser ambígua. Você não pode ficar neutro. Você tem que decidir se está à direita ou à esquerda, se é frio ou quente. Jesus falou aos crentes de Laodiceia: "Conheço as obras que você realiza, que você não é nem frio nem quente. Quem dera você fosse frio ou quente!" É Deus dizendo: "Não aceito neutralidade".

O líder de jovens e suas qualidades - parte 2
O líder de jovens e suas qualidades - parte 3 (final)



A liderança de Davi

Em 1 Crônicas 12.8-15, encontramos um grupo de 11 pessoas que estavam sem chão. Eles eram parte dos guerreiros de Saul. Após a morte do rei de Israel e de seu filho Jônatas na guerra contra os filisteus, a esperança desses homens se desvanece. Eles estavam alinhados com a visão do reino, conheciam a Saul, conheciam as intenções do monarca, sua maneira de ser, sua forma e temperamento, virtudes e defeitos, mas, de repente, com a morte do rei, ficam desorientados, sem esperança, e ocorre a ascensão de Davi.

Em 1 Crônicas 10.13, 14 é explicado que Saul morreu porque foi desobediente: "... Assim, Saul morreu por causa da transgressão cometida contra o SENHOR, por causa da palavra do SENHOR, que ele não tinha guardado..., 14 e não o SENHOR, que, por isso, o matou e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé". Mas, para esse grupo de 11 homens, Davi é um herói de guerra, mas como estava contra a casa de Saul, este havia decretado que Davi era seu inimigo. Logo, todos que estava do lado de Saul via, na pessoa do jovem ex-pastor de ovelhas um inimigo de Israel. Porém, nesse momento em que ficam sem liderança, o grupo precisa tomar uma decisão, e é aqui que entra o primeiro ponto. O líder, não importa de que lado esteja, precisa saber tomar uma decisão, e tomar decisões repentinas em um cenário diferente é importante.

As características desses homens são bem interessantes: eles eram peritos no manejo de armas, no combate do corpo a corpo; eram velozes como a gazela e tinham cara de leão. A Bíblia revela que o menor do grupo valia por 100 e o maior deles valia por mil. 

Somos obrigados a ter a leitura correta do cenário e a saber tomar decisões, que devem ser concretas. Então, o que aqueles homens fizeram? Eles se apresentaram a Davi. O cenário denuncia que existe um novo rei, que há outra pessoa, outro modelo, outra visão e também outra unção. Aqueles homens decidiram deixar tudo para apresentar-se a Davi, e o que me agrada nessa decisão é que, no versículo 18, quando esses homens se apresentaram ao rei e este diz a eles que se o objetivo é entregá-lo nas mãos dos inimigos, que o Senhor os repreenda desse, "Então o Espírito veio sobre Amasai, chefe do grupo dos trinta, e ele disse: 'Somos seus, ó Davi, e estamos com você, filho de Jessé! Que a paz, sim, que a paz esteja com você! E que a paz esteja com os que o ajudam! Porque o seu Deus é quem ajuda você' ". O Espírito de Deus estava ali!

Ao amar a Deus, quando você responde ao propósito divino e toma decisões, o Senhor está com você! O homem que atende a esses reclames, por mais arriscada que seja a demanda, vai sentir Sua companhia, pois não está fazendo algo fora da vontade e propósito divinos.

A liderança cristã

No Novo Testamento, vemos o grupo de Jesus. Durante uma pescaria, os homens estavam frustrados por não terem tido sucesso na empreitada. O Senhor ordena que os pescadores retornem mar adentro e lancem as redes novamente, e Pedro responde a Jesus; "Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sob esta sua palavra, lançarei as redes" (Lucas 5.5). Em outras palavras, Pedro quis dizer: "Tudo o que estava ao nosso alcance, nós fizemos, mas não vimos resultado. Porém, sob a tua palavra, obedecerei".

Aquela era a hora imprópria de pescar, mas aquela era a hora de Deus. E você ganha na hora de Deus: milagre! A pesca foi tão grande que assombrou os circunstantes, e Pedro concluiu: "Eu sou um pescador!". Quando chegam à praia com o tremendo resultado, a decisão não é vender peixe. A pesca foi extraordinária, de maneira que se o pensamento fosse ganhar dinheiro e ficar bem com os clientes, aquele era o momento. Mas, diante do novo cenário, eles não olharam para os peixes e nem pensaram em dinheiro ou em aumentar seu comércio. Fixaram o olhar em Jesus.

Hoje, estamos diante de um novo cenário. Qual a sua decisão? Eles deixaram tudo: o barco, as redes e os peixes. Eles seguiram a Jesus: decisão concreta.

Liderança missionária 

Em 1974, eu estava na cidade de Tupã quando o Senhor me disse: "Existe um novo cenário". E eu perguntei qual era, e a resposta veio: "Colômbia". E ele tocou a minha vida de uma maneira sobrenatural que não houve espaço para dúvida. Naquele momento, foi algo novo, que significa deixar tudo, incluindo pai, mãe, irmãos, parentes, estabilidade, igreja e amigos. Tudo deixado para trás. E a pergunta era: Se eu deixar tudo, o que vai acontecer? O Espírito Santo me conectou com Abraão, que obedeceu e saiu. A decisão coloca a pessoa em movimento na direção que lhe está sendo oferecida para ir. Dessa forma, a partir desse momento, a decisão tem um preço: o de deixar, o de crer que a fé no Senhor determina e te dá vitória hoje, e a mesma fé promove o amanhã, a esperança; isto é, o amanhã será melhor, crendo hoje nissovocê amanhece um dia por vez, em obediência. Então, aprendi algo extraordinário: a obediência dá forma ao futuro; ela determina o futuro de quem obedece. Com todas as dificuldades daquele momento, foi extraordinário sair de Tupã por conta própria e ver Deus presente.

Não desceu um anjo. Vi Deus presente no endireitar meus passos. O caminho para a Colômbia não foi pelo ar, porque não havia recursos. Foi pela selva. Alguém pode retrucar: "Se vai entrar na selva, cuidado com seus perigos!". Sim, são quilômetros com rios a serem atravessados. Porém, aquele que chamou está presente e conhece. Eu tomava um copo de água sem saber o que havia em seu interior. O perigo da selva não são os animais, mas a água, o mosquito, o ambiente.

Vi Deus no momento em que bebi aquela água e fiquei imune às impurezas dela, e o organismo de minha esposa e de meus filhos também. Vi Deus Deus quando eu, minha esposa e filhos amanhecíamos com saúde mesmo com o corpo cheio de marcas das picadas dos mosquitos, mesmo com o sangue saindo, e a gente assombrado: "Meu Deus! E agora?". Esses mosquitos trazem o que você nem imagina: febre amarela; paludismo, bicho de chagas etc. Você sente só uma picadinha e acabou, porque ele deixa o vírus lá dentro, que se encuba e os problemas podem só aparecer 30 anos depois. Quando o meu médico soube que passei pela selva, quis fazer um exame rigoroso por causa do bicho de chagas. E eu disse: "Mas ele ficou lá na selva". E ele submeteu a família toda a exames rigorosos. Quando saíram os resultados, estávamos limpos! Você viu Deus! Sim. vi! Ele imunizou o nosso corpo!

Deus quer abençoar você hoje, mas se sua determinação está dominada pelo medo, pela dúvida, você não será abençoado. Se abrir um novo cenário para você, tome uma decisão concreta! Porque se você obedece, sua obediência vai determinar seu futuro, dar forma a ele.

E.A.G.

Artigo adaptado ao blog Belverede

Fonte: Revista Geração JC, ano 17, nº 110, novembro-dezembro de 2016, páginas 15 a 19, Rio de Janeiro/RJ CPAD). 
José Sartírio é pastor na Colômbia há mais de 40 anos, autor do livro Fé, Visão e Destino Profético (CPAD).

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