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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Considerações sobre a morte de Teori Savaski, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)

Imagem: EBF - Agência Brasil Fotografias 

Por Eliseu Antonio Gomes

O catarinense de Faxinal dos Guedes, Teori Albino Zavascki, descendente de pai polonês e mãe italiana, viúvo desde 2013, pai de três filhos, aos 68 anos, está morto. Seu falecimento ocorreu por volta de 13h30 da quinta-feira de dezenove de janeiro de 2017. O avião, em que viajava o magistrado, era um modelo Hawker Beechcraft King Air C90, possuía dois motores, tinha o prefixo PR-SOM. Decolou do aeroporto Campo de Marte, na cidade de São Paulo e caiu no oceano, perto à Ilha Rasa, no litoral de Paraty (RJ). Chovia no momento da queda.  

Com certeza, o anúncio desta morte fez o coração de muitas pessoas estremecer no Brasil. Realmente, acredito que muitos brasileiros, ao se depararem com tal notícia, pensaram em um atentado contra a vida do ministro. Eu pensei. Pensei em duas situações. Primeira situação: trabalho usando magia negra; segunda situação: trabalho na esfera humana. Após estes pensamentos, passou em minha cabeça se poderíamos enumerar a quantidade de políticos e empresários envolvidos em corrupção, quantos seriam os corruptos que se alegraram com a interrupção brusca desta vida. É lógico que não sabemos o motivo deste fato lamentável, não descarto a possibilidade de ter acontecido uma fatalidade, por conta do tempo chuvoso.

Diante de fatos assim, não faltam pessoas dizendo que se o Criador quisesse ver o ser humano voando, teria criado Adão e Eva com asas. Eu digo diferente: se Deus não quisesse que o homem voasse, não daria inteligência para que viesse a inventar os meios de transportes aéreos.

Consta no currículo de Zavaski que ele foi advogado do Banco Central, professor na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB) e Faculdade de Direito da UFRGS, desembargador do Tribunal Regional da quarta região, ministro do Superior Tribunal de Justiça (indicado por Fernando Henrique Cardoso e nomeado por Luiz Inácio Lula da Silva), E, ministro do Supremo Tribunal Federal, a partir de 29 de novembro de 2012, nomeado por Dilma Rousseff.

Penso que o povo brasileiro chegou a acreditar que Zavaski não desempenharia uma carreira brilhante no STF, pois em início de mandato ele decidiu absolver os condenados no processo do mensalão da acusação de formação de quadrilha. Porém, no decorrer dos anos, mostrou ter pulso firme ao autorizar a abertura de inquérito para investigação de políticos suspeitos de participação no caso de corrupção da Petrobras, na recém-nomeada investigação denominada de Operação Lava Jato; mandou prender o senador Delcídio do Amaral e viabilizou sua delação premiada; cassou o mandato do deputado federal Eduardo Cunha, que estava exercendo o cargo de presidente da Câmara dos Deputados; e, negou o pedido de paralização do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Além disso, Zavaski negou-se a prender Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá, acusados de atrapalharem as investigações da Operação Lava Jato.

Se não acontecesse a queda da aeronave, o magistrado teria pela frente mais dois anos e sete meses de trabalho, pois por força de lei os ministros do STF se afastam do exercício das funções ao completarem 70 anos de idade.

Continuemos a orar pelo Brasil, pois é Deus quem tem a real capacidade para exterminar a corrupção no meio político brasileiro. E Ele nunca deixa um serviço inacabado. Outras pessoas darão prosseguimento ao trabalho que Zavaski começou. Talvez prossigam até com energia maior que Zavaski. Eu creio que será assim.

Infelizmente, foi-se um herói. Contudo, fica a história de coragem que este herói construiu para modelo daqueles que caminharão os mesmos passos na carreira jurídica brasileira.

E.A.G.

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