Pesquise sua procura

Arquivo | 14 anos de postagens

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Caso Bianca Toledo: a culpa dos pastores que a nomearam pastora


"Talvez seja um problema de linguagem e comunicação. Parece que os pastores acima de Bianca são pastores americanos de Dallas, Texas. Eles não conseguem entender português e por isso não puderam ajudá-la? Então por que a ordenaram? Quem foi que a ordenou? (...) Deveriam parar de profetizar ao mundo e profetizar para si mesmos. Deveriam também cuidar de sua própria casa. Já passou da hora de eles ordenarem Bianca como pastora de seu próprio filho" - Trecho da matéria de Julio Severo em seu blog, cujo título é Caso Bianca Toledo: onde estão os pastores. [ ¹ ]

O título de pastor não torna quem o recebeu em pastor; a pessoa que recebe este título, deve recebê-lo porque já exerce as funções pastorais de acordo com todas as regras expostas na Bíblia Sagrada. O título é o reconhecimento da instituição eclesiástica que o tal faz parte. sinalizando que a tal pessoa é pastor e não que a faz pastor. Ordenação pastoral não é igual a promoção profissional!

Sinceramente, penso que não deveria haver ordenação de pessoas que não convivam diariamente com membros de uma igreja, jamais deveria ser dado o status de pastor para quem não pastoreia rebanhos, só deveria ser reconhecido como pastor quem esteja próximo da ovelha, como líder que estende o braço para auxiliá-la, que esteja perto a ponto de conhecê-la pelo nome, pelo apelido, pelo som da voz, conhecer sua família, seus pontos fortes e fracos. Infelizmente, dá-se o título de pastor com menos cuidado que a rainha da Inglaterra nomeia pessoas como sir, lorde, conde... Quem realiza tais ordenações são uns coitados, pois um dia terão que prestar contas com Deus por tamanha falta de temor.

A primeira e a segunda carta de Paulo a Timóteo são conhecidas como Cartas Pastorais, pelo fato de Timóteo ser um jovem pastor. E dentro desta característica, devemos lê-las considerando como um guia pastoral. É o que faço nesta postagem.

A Bíblia é muito clara sobre a questão de escolher pessoas e ordenar que sejam pastores, através das palavras do apóstolo Paulo. Ele recomenda os seguintes cuidados e critérios:

I. Os neófitos da fé

As Escrituras dizem: "A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. Não te tornes cúmplice de pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro" - 1 Timóteo 5.22.

Segundo a informação bíblica, aquele pastor que unge alguém despreparado ao pastorado, tem parte nos erros dele após nomeá-lo, e torna-se com ele sujo em todas as espécies de impurezas que o tal se sujar.

II. Não ungir gente fracassada no âmbito familiar

"Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo [ ² ] seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; 4 e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?" - 1 Timóteo 3.1-6.

a. Ungir apenas quem tenha laço matrimonial com uma só pessoa.
Diversos intérpretes da Bíblia afirmam que a afirmação "ser esposo de uma só mulher" é um veto à poligamia e não proibição ao líder divorciado ou viúvo casar-se pela segunda vez.

b. Ungir quem seja simples.
Pessoas não dadas ao luxo exagerado, não dadas à soberba e à vã glória.

c. Ungir quem tenha disposição para socorrer os necessitados.
Hospitalidade é palavra com raiz em hospital, ao pronto atendimento do necessitado.

d. Ungir quem tenha o dom de ensinar.

e. Ungir quem seja pessoa apaziguadora e respeitadora de todos.

f. Ungir pessoa capaz de manter uma família estruturada, que use como base de estruturação o respeito aos entes familiares.

g. Não ungir quem seja pessoa emocionalmente instável, desequilibrada.
Ler Gálatas 5.16-23, texto que discorre detalhadamente sobre o fruto do Espírito e iniciativas próprias de gente que não anda segundo o Espírito.

h. Não ungir quem comete atos censuráveis:
É altamente provável que os tais envergonharão a comunidade evangélica e serão pedras de tropeços aos fracos na fé e aos não salvos, atitudes contrárias ao ministério pastoral.

i. Não ungir quem possua histórico de uso de drogas, legalizadas ou ilegais.

j. Não ungir quem tenha histórico de envolvimento em escaramuças, brigas.

III. Ungir quem conheça e pratique as orientações bíblicas

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" - 2 Timóteo 2.15.

Por mais que Paulo fosse perseguido, rejeitado e até preso pelos homens, sua maior preocupação era com a aprovação divina. Ele queria que Timóteo, de igual maneira, tivesse em mente a mesma postura de aprovação. Ensinava-o a manejar corretamente a Palavra, isto é, fazer bom uso dela - tanto em sua análise quanto em sua interpretação e prática - em contraste com os falsos mestres que faziam consultas sem devoção, interpretações espúrias de textos bíblicos, para realizações de seus discursos sem direção do Espírito Santo, objetivando assim criar base com conceitos humanos maquiados de falsa espiritualidade.
_________

2. Bispo: não existe consenso sobre apenas homens exercerem o pastorado. É fato que muitos homens deixam a desejar como pastores e muitas mulheres exercem a função pastoral exemplarmente, inclusive sem o desejo de usar o prenome (pastora) e as benesses do cargo.

1. http://juliosevero.blogspot.com.br/2016/07/caso-bianca-toledo-onde-estao-os.html

6 comentários:

PB. João Eduardo Silva disse...

Paz de Cristo! Concordo com você, infelizmente boa parte da igreja está usando outros critérios para consagrarem ao ministério $$$$$$$$.

Abraços no amor de Cristo.

Eliseu Antonio Gomes disse...

Caro presbítero.

Obrigado por manifestar sua opinião aqui em nosso Belverede.

E.A.G.

Anônimo disse...

A verdade: Nao existem fundamentos biblico,para separação de mulheres ao ministério pastoral! Isto pertence só aos homens,e quem quiser que vá questionar com o soberano Deus!Deus nunca chamou mulheres para exercer este oficio!

Eliseu Antonio Gomes disse...

Caro (a) Anônimo / Anônima.

Por favor, declare-se, não seja uma pessoa tímida. Ao expor sua identidade a sua argumentação terá mais peso de importância. Documento sem assinatura não tem legalidade, é como qualquer outro papel, pode ser queimado, rasgado, jogado no cesto de lixo e ninguém terá falta dele.

Quanto ao que disse: Deus chama homens para pastorear? Em qual texto bíblico você se baseou? Qual é o seu contexto?

Convite para meditar em 1 Timóteo 3.1:

"Esta é uma palavra" fiel..."
Acredite nesta instrução de Paulo, pois este ensino é a mais pura verdade.

"...se..."
É uma conjunção que significa "na hipótese de..."; "no caso de...". Não se trata de uma ordem.

...alguém deseja o episcopado...
Em outras palavras: a pessoa que queira ser um pastor.

"...excelente obra deseja.
Entendeu?

Para contextualizar, vamos ao Antigo Testamento, meditar sobre chamadas ministeriais das mais diversas.

"E respondeu-me, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos" - Zacarias 4.6.

Esta mensagem é endereçada para Zorobabel, o primeiro governador de Judá após o cativeiro na Babilônia, e liderou a reconstrução do templo ao lado de Josua, um profeta. Zorobabel figura nas duas genealogias de Jesus Cristo (Mateus 1.12-13; Lucas 3.27); é na tipologia de Ageu (2.23), é apresentado como o protótipo de Jesus Cristo.

Ora, o que esta mensagem nos diz? Fala que o serviço a Deus deve ser voluntário! Não diz que uns são chamados e outros rejeitados a servir, por questão de ser homem ou mulher.

Quando Paulo usa o termo masculino para falar sobre pastores na obra, sem mencionar o cargo reservado para as mulheres, é preciso expandir a visão de leitor da Bíblia para o de um estudioso da história, analisar a cultura em que o apóstolo vivia. Os judeus jamais aceitariam uma mulher liderando na igreja, a situação seria uma pedra de tropeço, tal qual foi a discussão sobre comer carne sacrificada aos ídolos, então, preferiu não polemizar.

"Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns" - 1 Coríntios 9.22.

Vamos parafrasear Romanos 14.1-2?

Texto original: "Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas. Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes."

Minha paráfrase, versículo 2: porque um crê que mulheres podem pastorear igrejas, e outro, que é fraco , acredita que só homens podem ser pastores.

Enfim, me despeço com a paz do Senhor. Divergimos em algumas coisas, mas não nas fundamentais, que é a crença em Jesus como Senhor e Salvador.

Deus continue abençoando você.

E.A.G.

José Roberto disse...

Amado,este texto bíblico não te dar respaldo para apoiares esta heresia! E texto fora do contexto!Paulo estava se referindo a homens,pois o mesmo era machista,como Deus TB o foi ao só da preferencias aos homens para o sacerdócio! O Deus que VC serve e medroso,ele tem medo de quebrar paradigmas!Por isto ele não chamava mulheres para o pastorado! Ele deixou isto para os aloprados e libertinos dos finais dos tempos!

Eliseu Antonio Gomes disse...

Caro José Roberto.

Amado Presbítero, respeito seu modo de pensar mas discordando de seu ponto de vista.

Há respaldo bíblico para o que afirmo, e não existe nenhum traço herético nesta interpretação que faço. Minha argumentação está contextualizada, e ainda é possível expandir mais esta contextualização.

Não é correto afirmar que Deus é machista. Tanto o homem quanto a mulher são sua imagem e semelhança. "E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" - Gênesis 1.27. Homem neste texto tem a conotação de Humanidade e não o gênero masculino.

Também não é certo dizer que Paulo era machista. Em seu seleto grupo de obreiros havia a proeminência de mulheres como Priscila, Febe, Maria e outras.

Você não tem base bíblica firme para apoiar a ideia que Paulo deu preferência aos homens para o sacerdócio. Repito o que publiquei anteriormente: Quando Paulo usa o termo masculino para falar sobre pastores na obra, sem mencionar o cargo reservado para as mulheres, é preciso expandir a visão de leitor da Bíblia para o de um estudioso da história, analisar a cultura em que o apóstolo vivia. Os judeus jamais aceitariam uma mulher liderando na igreja, a situação seria uma pedra de tropeço, tal qual foi a discussão sobre comer carne sacrificada aos ídolos, então, preferiu não polemizar.

O Todo-Poderoso, imortal, jamais será medroso, o mote aqui não tem nada a ver com medo ou paradigmas criados por reles mortais, é questão de imparcialidade entre os sexos. Deixei de maneira muito clara a interpretação de 1 Timóteo 3.1, na resposta de 12 de julho. Role a página e leia, por favor.

É importante ler e conhecer a Bíblia e praticá-la sem mistura com os conceitos humanos. Deus não é machista e nem feminista, está acima das filosofias deste mundo, desde o primeiro dia da criação.

Não convém perder o controle e adjetivar quem pensa diferente de nós como aloprados e libertinos.

Faço votos que as ideias machistas e feministas não atrapalhem nossas vidas cristãs! Ao ler a Bíblia Sagrada, que a nossa mente esteja vazia dos pensamentos desse mundo, pois não é possível receber e guardar a Palavra de Deus se não houver espaço vago no coração para armazená-la.

Abraço.