Por Eliseu Antonio Gomes
Observação:
Observação:
1. Eu, Eliseu Antonio Gomes não sou pastor;
2. Não sobrevivo com dinheiro arrecadado em igrejas (e não critico quem sobreviva);
3. Devido aos dois pontos acima me sinto totalmente livre e desimpedido para defender o salário pastoral.
Paulo pregou contra pecados. E um desses pecados era o pecado da preguiça. Pediu que os cristãos de Tessalônica não convivessem com preguiçosos e que quem não quisesse trabalhar não deveria querer comer (2 Tessalonicenses 3.6-13). Este trecho bíblico é usado com interpretação errada contra quem exerce o ofício de pastor em tempo integral e é remunado para a função.
Sobre pastores preguiçosos escrevo logo mais em outro parágrafo deste artigo.
Sobre pastores preguiçosos escrevo logo mais em outro parágrafo deste artigo.
É um grande preconceito pensar que o exercício pastoral não seja trabalho. É trabalho tão ou mais digno que o trabalho secular, pois o pastor evangélico prepara almas para entrar no céu, enquanto que quem se ocupa de tarefas dessa vida lida com o que é passageiro aos olhos de Deus, coisas que um dia serão incineradas pelo fogo do Senhor, se não perecerem antes com os desgastes naturais (2 Pedro 3.7,12).
Há gente preconceituosa que olha para a figura pastoral sem lembrar que o próprio Jesus Cristo estabeleceu tal função nas igrejas, para o bem coletivo: "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo" - Efésios 4.11-13.
Há gente preconceituosa que olha para a figura pastoral sem lembrar que o próprio Jesus Cristo estabeleceu tal função nas igrejas, para o bem coletivo: "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo" - Efésios 4.11-13.
Gente preconceituosa não considera que os pastores são pessoas vocacionadas, que oram pelos membros da Igreja, aconselha-os, ajuda-os em momentos complicados, estudam a Bíblia para compor o sermão que servirá de alimento para os ouvintes da sua pregação. E, injustamente, dizem a eles: "vão trabalhar, esqueçam o ganho fácil com os dízimos e ofertas!".
Críticos do recebimento de dinheiro como salário pastoral, usam a descontextualização bíblica e histórica para atacar pastores. Afirmam que o ganho não tem aprovação de Paulo, que o apóstolo nos deixou doutrina contrária à coleta de dinheiro com objetivo de que uma parte dela servisse como salário aos pastores. Os tais não ponderam que na Bíblia Sagrada encontramos textos normativos e textos narrativos. Encontramos a narração bíblica informando que Paulo trabalhou construindo tendas, mas não recebemos orientação na parte normativa solicitando que as lideranças seculares tenham ocupação em atividade secular. Pelo contrário, a norma bíblica apresentada por Paulo recomenda aos cristãos liderados que sustentem financeiramente o seu líder.
Jesus e o trabalho de carpinteiro
Dias atrás, alguém dirigiu-se a mim dizendo que eu defendia o salário de pastores porque eu era um deles. E continuou seu desfile de equívocos ao usar Isaías 53, como base de contestação à remuneração pastoral.
Ora, essa pessoa não sabe, ou se fez que não sabia, o seguinte:
Jesus Cristo trabalhou como carpinteiro. Mas precisamos lembrar também que Ele ao completar trinta anos, a idade de maioridade civil naquela sociedade judaica de então, tomou rédeas de sua vida, afastou-se do lar e abandonou a profissão para ser pregador das Boas Novas do céu. E além disso, convidou mais doze homens a seguirem em sua jornada abandonando suas profissões. Por três anos e meio o grupo de Jesus sobreviveu às custas de ofertas de seguidores, inclusive mulheres (Lucas 8.3).
Portanto, pastores evangélicos sustentados pela membresia de congregação são imitadores de Cristo, sim. Quem alega o contrário é desonesto ou erra pela falta de conhecimento bíblico.
Paulo e a fabricação e venda de tendas
Em Atos 20, encontramos a narrativa de uma reunião de obreiros que Paulo dirigiu em Mileto. Ele conta fatos vividos em viagens, experiências de perseguição religiosa, profecias sobre seu futuro. E comenta que não cobiçou riquezas das pessoas que ouviram sua pregação, que era uma pessoa que mantinha ofício secular para sustentar-se.
Ao observar textos narrativos, como é o caso de Paulo, construtor de tendas, devemos ter o cuidado de analisar os contextos histórico e bíblico. Quanto a questão histórica, lembremos que Paulo agia como missionário, era um viajante. Não é possível fazer um paralelo com o cargo de um pastor que viva no tempo atual dentro de estruturas eclesiásticas já estabelecidas na função de líder em uma comunidade. Paulo chegava em localidades onde não havia estrutura de uma comunidade cristã estabelecida. Ora, como sobreviver de ofertas assim? Ele sobrevivia com seu labor pessoal em tarefas seculares e esperava o apoio de cristãos de igrejas distantes, gente cristã disposta a patrocinar sua missão (Filipenses 4.15-16). E após a nova comunidade cristã estar estabelecida, ensinava os membros sobre o dever da contribuição financeira e partia para outros horizontes, empossando sobre elas uma liderança local (2 Corintios 9.4-12; Tito 1.5-9).
O apóstolo anuncia que há dignidade em o pastor receber salário cuja origem seja a arrecadação de dinheiro da igreja. O texto normativo de Paulo: "Dígno é o obreiro do seu salário" - 1 Timóteo 5.18.
Existe registro no Novo Testamento informando que Paulo recebeu ofertas para seu sustento:
"Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta. Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus." - Filipenses 4:17-18.
Imitadores de Jesus
Aqueles que são contrários ao salário pastoral também se utilizam equivocadamente de 1 Corintios 11.1 , quando Paulo solicitou aos cristãos que conviviam com ele que o imitassem. Mas quem faz uso dessa passagem nem se quer presta atenção no versículo em si. Paulo pediu para ser imitado em seu propósito de ser um imitador de Jesus Cristo. O advérbio "assim/como" (ARC, ARA) nos faz entender que precisamos imitar a Jesus, tão-somente. Ou seja, todos os cristãos precisam imitar a Cristo do mesmo modo que o cristão Paulo imitava.
Conclusão
Paulo não só era uma liderança, mas a maior entre todas lideranças de missionários que o cristianismo conheceu. Jamais devemos criticar qualquer liderança que faça o mesmo que Jesus Cristo e Paulo fizeram, trocar a profissão secular pela liderança do ministério cristão e receberem sustento por desempenhar ofício espiritual.
Enfim, é correto dizer que o obreiro é digno de seu salário. É honesto que o pastor evangélico receba e viva de salário da igreja. É certo esperar que o pastor assalariado desempenhe serviço espiritual em favor da congregação que lidera. É natural esperar que o pastor assalariado esteja disposto a visitar os membros, orar por eles, ter sempre horário disponível em sua agenda para receber o congregado em seu gabinete. É justo que o líder, mensalmente, preste contas aos ofertantes e dizimistas sobre o destino de valores financeiros arrecadados. É sensato que o liderado, o congregado, despreze pastores que não cumprem tais expectativas de ofertantes e dizimistas. É ato inteligente o congregado afastar-se do ministério de pastores omissos e ociosos e partir para outro ministério em que haja pastor evangélico responsável e trabalhador, devidamente enquadrado com a Palavra de Deus no que tange à clareza no trato com o dinheiro.
Obedeça e sujeite-se apenas ao pastor que vela por sua alma, mas não tenha o mesmo apreço por quem se diz pastor e não viva como tal (Hebreus 13.17).
Obedeça e sujeite-se apenas ao pastor que vela por sua alma, mas não tenha o mesmo apreço por quem se diz pastor e não viva como tal (Hebreus 13.17).
E.A.G.
Veja mais: Ofertas como salário do pastor
12 comentários:
Caro irmão Eliseu, a paz do Senhor!
Parabéns pela exposição! Concordo com você. É necessário que façamos uma sincera reflexão acerca do que realmente a Bíblia nos ensina.
Um abraço!
http://www.joaopaulomsouza.blogspot.com.br/
Excelente exposição.
Clara, objetiva, fundamentada e equilibrada.
Parabéns.
Roberto Rodrigues Costa
www.refogadodepalavras.com.br
Parabéns EAG Concordo com você
Muito boa a postagem. Sou Pastor Evangélico, Pastor auxiliar. Na verdade sempre fui a favor dos dízimos, entretanto não sou a favor dos mercantilizadores da fé, nem tão pouco de muitos que se enriquecem ilicitamente usando e explorando a credulidade do povo.
Também nunca gostei de lideres que usam o texto de Malaquias 3.10,totalmente fora de contexto para chamar o membro de ladrão e ainda fazem gracinha mandando olhar para a esquerda e para direita e ver se tem um ladrão sentado.
E o pior é quando dizem: Lugar de ladrão é no inferno.
Ora, não se pode usar o texto em epigrafe, pois a situação era outra completamente diferente.
Não podemos negar que o dízimo é biblico, mas é muito feio gastar mais de 60% do tempo para falar de diabo e dinheiro.
Deus é o dono da prata e do ouro, devendo o Pastor ensinar a igreja de acordo com a Palavra.
Outra coisa é que o crente inteligente ou outras pessoas entendidas que nos criticam sabem muito bem que a iniciativa de dar dízimo não partiu de Deus, mas sim do homem e foi antes da Lei.
Tanto os dízimos como as ofertas tem que ser entregues com alegria, não por força, necessidade, medo e etc.
o meu caro voce se equivocou jesus começou seu ministerio com quase trinta anos e nao trinta anos como voçe afirmou
Alessandro
Creio que você faz seu comentário lembrando-se que o ministério de Jesus durou três anos e meio.
Abraço.
Vc esta totalmente errado, homem nenhum prepara outro homem para ir para o ceu, isso e uma grande mentira...
Caro Francisco,
Por favor, exponha suas ideias com mais palavras. Não entendi muito bem quais sãos as bases de suas argumentação. Seria muito bom se nos mostrasse textos bíblicos em que está baseando seu modo de pensar.
E.A.G.
Digno é o obreiro de salário,só uma pergunta,só o pastor é obreiro?e o diacono e o evangelista,presbítero ,missionário .como fica isso,
Não existia templos evangélicos quando começou o cristianismo ,era nas casas 3m qualquer lugar menos em templos ,e o que tinha o de Herodes foi derrubado 70 anos depois da morte de Cristo ,e Ele avisou que aquilo ali não ficaria pedras sobre pedras ,aí agora vem esses cãos gulosos só pensando em dinheiro ,manda essa cambada de vagabundos ir trabalhar.pronto falei.
Unknown [24 de novembro de 2021, 15h52].
Para fazer comentários de textos bíblicos, é sempre necessário analisar os contextos.
Você usou um versículo bastante conhecido, que está referenciado em 1 Timóteo 5.18: "Pois a Escritura declara: 'Não amordace o boi quando ele pisa o trigo.' E, ainda: 'O trabalhador é digno do seu salário" [NAA].
O versículo de 5.17 diz que o pastor/presbítero que faz bem o seu trabalho, ensinando e administrando corretamente a obra, merece sustento financeiro em dobro. Em 5.19, Paulo escreve que não se deve aceitar acusação contra o pastor/presbítero feito por quaisquer pessoa, o acusador precisa ser crente comprovadamente honesto e sua acusação deve ter ao menos duas testemunhas endossando a acusação.
Bem, dito isto, note que Paulo não está se referindo a qualquer obreiro ao se referir ao salário, pois no versículo anterior cita obreiros que presidem bem e se esforçam no ensino da palavra. Você cita diáconos, evangelistas. Caso os tais se encaixem no requisito da administração e ensino das Escrituras, biblicamente falando, estão aptos receber pelo seu trabalho. Nada contra isso.
Não posso comentar sobre realidades que desconheço. Comentando sobre situações conhecidas, ao longo de quase quatro décadas no meio pentecostal assembleiano, nunca vi um pastor/presbítero receberem salário cuja origem seja arrecadações de dízimos e ofertas de membros da Assembleia de Deus. Eu lhe digo isso tendo no meio familiar irmão, sobrinho e pai como presbítero e pastor. Indo além da minha família, todos os conhecidos que exerceram ou exercem o posto eclesiástico sobreviveram ou sobrevivem com salários de profissões seculares: administrador de empresa; professor universitário e de ensino médio, taxista, engenheiro civil, motorista de UBER, pedreiro, empresário, comerciante etc.
Ainda comentando sobre meu círculo social, digo-lhe que sei de um irmão, membro de uma Assembleia de Deus, que recebe salário sendo porteiro em uma Igreja Pentecostal Deus é Amor; outro irmão da Assembleia, recebe salário como porteiro em uma congregação assembleiana. Além disso, uma irmã está assalariada prestando serviço como faxineira.
Veja bem, Paulo faz menção em "salário dobrado" aos obreiros que administram bem a obra e são aplicados no ensino da Palavra. Logo, se é pagamento em dobro para estes, é porque outras atividades dentro da igreja também merecem remuneração.
Espero que esta resposta tenha ido ao encontra do que perguntou e o satisfaça. Volte a se comunicar conosco. É bem-vindo. Abraço.
Unknown [24 de novembro de 2021, 15h57]
Você digitou: "Não existia templos evangélicos quando começou o cristianismo ,era nas casas 3m qualquer lugar menos em templos ,e o que tinha o de Herodes foi derrubado 70 anos depois da morte de Cristo, e Ele avisou que aquilo ali não ficaria pedras sobre pedras..."
Seu comentário está parcialmente correto.
Pondere: A palavra "igreja" significa "ajuntamento", "assembleia" e a primeira vez que que aparece no Novo Testamento foi pronunciada por Jesus Cristo, no relato do Evangelho escrito por Mateus. A igreja cresce, não é possível receber 100, 150 pessoas, ou mais, dentro de uma residência. Corre-se o risco de acontecer acidentes entre os presentes no local. Construir o templo é uma decisão sábia.
Por que proibir o que Jesus nunca proibiu? As palavras de Jesus sobre a derrubada do templo foram dirigidas para contra a religião judaica da sua época e não para a religião cristã. Por que o templo judaico foi derrubado? Porque foram sacerdotes judeus da geração de Jesus que promoveram sua crucificação e consideravam o templo judaico como a própria presença de Deus na terra apoiando os erros doutrinários que eles cometiam.
Quando o cristianismo começou, note o óbvio, era só o começo. O início de todas as coisas nunca será igual ao que já está estabelecido. Os cristãos eram perseguidos pelos judeus, e nesta situação de perseguição era impensável que eles construíssem templos cristãos em Israel, seria como sinalizar em que lugar estariam cultuando a Deus em uma liturgia não-judaica e seriam torturados e mortos, como aconteceu com Estevão. Hoje, em 2021, se você for em Israel, encontrará templos cristãos em pleno funcionamento!
Vale repetir: Jesus Cristo nunca disse nada contra o uso de templos cristãos. E, saiba, cristãos da época bíblica ergueram templos na Ásia Menor. As setes cartas contidas no Livro Apocalipse, dirigidas aos cristãos que viviam na Grécia, provavelmente, foram dirigidas para congregações cristãs reunidas em templos cristãos.
Você digitou: "...aí agora vem esses cãos gulosos só pensando em dinheiro ,manda essa cambada de vagabundos ir trabalhar.pronto falei."
Existe um enorme preconceito religioso contra a liderança evangélica. A pessoa que é líder cristão tem um trabalho muito nobre, pois cuida do aspecto espiritual de pessoas, lida com as necessidades da alma humana. A transmissão da Palavra de Deus é feita por gente, que em grande parte, faz isso sem receber pagamento por seu trabalho, gente que se desdobra em profissão secular durante o dia e trabalho eclesiástico no período noturno.
Quando você emprega a frase "cães gulosos que só pensam em dinheiro", está se referindo às pessoas que não conhece suficientemente. Você não convive com pastores assim, caso conheça pastores em seu círculo social, com certeza o tal tem uma profissão secular.
No meio religioso da Assembleia de Deus existe pastor que não exerce função profissional secular. Estes são pastores-presidentes, são líderes de outros pastores. Sob a liderança do pastor-presidente estão milhares de pastores e também os membros das igrejas dos pastores liderados. Os membros destas inúmeras igrejas são ofertantes e dizimistas, que não se importam em manter financeiramente o pastor-presidente, porque o trabalho que ele desenvolve implica em questões de ordem administrativa da organização eclesiástica e também da sistematização da unidade teológica.
Gente preconceituosa em relação aos ofertantes e dizimistas criticam o fato de crentes contribuírem financeiramente para o sustento de pastores. Estas críticas são absurdas e uma enorme falta de respeito ao próximo, porque esses críticos não têm o direito de dizer o que o crente queira fazer com o dinheiro que conquistou com o seu próprio trabalho. Esses críticos de ofertantes e dizimistas deveriam cuidar apenas de suas vidas, não tentar se meter na vida alheia sem serem chamados.
Abraço.
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