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domingo, 28 de abril de 2013

Conflitos na família lição nº 5 - EBD - CPAD 2º trimestre 2013

Em minha vida de cristão, algumas vezes tive a oportunidade de conversar com casais em conflito matrimonial. A fonte do desentendimento em quase todos os casos era uma interferência externa na vida à dois. O marido que não abre mão de passeios com os colegas solteiros da empresa às sextas-feiras; a sogra do homem ou da mulher opinando no novo lar. Em suma, quando um dos cônjuges põe seu par em segundo plano a crise se estabelece. Notei que todos os casais que usavam o vocabulário "separação" durante as brigas, até mesmo apenas como uma arma de ameaça, como uma forma de atalho à solução de problemas, divorciaram-se.

O divorcio será abordado em outra ocasião com maior profundidade. Por enquanto, lanço uma prévia introdutória. 

O tema divórcio quando analisado à luz bíblica sempre causa impacto na sociedade e na vida de muitos cristãos. A geração que está distante do Senhor considera as diretrizes bíblicas polêmicas e dispensáveis, procuram trechos na Bíblia para usar como base que justifique sua separação, enquanto muitos outros cristãos estão confusos devido às abordagens superficiais sobre o assunto. 

Os judeus maltratavam suas esposas. Casavam-se com elas em sua juventude e com o passar dos anos pediam carta de divórcio para atar-se em outro matrimônio com mulher mais jovem. (Provérbios 5.18; Malaquias 2.14). O repúdio, motivado pelo envelhecimento ou quaisquer outros banais, ocorria devido ao estigma que o sexo feminino sofria por causa de Eva, induzida ao engano pela serpente no jardim do Éden. 

Como profeta, Moisés foi autorizado por Deus a conceder o divórcio. A concessão aconteceu por causa de homens duros de coração.

O tempo do Antigo Testamento foi um período em que a mensagem do Senhor é considerada sombras daquilo que viria a ser apresentado de forma perfeita. Embora não possamos desprezar as páginas veterotestamentárias, precisamos ter consciência que os cristãos não são dirigidos pela sombra da Lei, mas por Aquele que é a Luz do mundo, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (João 3.19; 9.5; Colossenses 2.15-17; Hebreus 10.1).

"A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele" - Lucas 16.16.

Jesus se fez homem para cumprir exemplarmente a Lei de Moisés em nosso lugar, nos desobrigando das práticas e do peso dos rituais judaicos, e nos livrou da maldição eterna que nos condenava. Desde então, a Igreja tem a oportunidade de permitir ser dirigida pelo poderoso Evangelho da Graça, seguir os essenciais ensinamentos do Filho de Deus, que é o único Caminho, a Verdade e a Vida Eterna. 

Cristo esclarece sobre o divórcio. Revelou que não concordava com a cultura da sociedade judaica, que estigmatizava a mulher ao ponto de ela ser discriminada e não contada na genealogia dos hebreus. A dinâmica do Evangelho coloca marido e esposa em condições de igualdade, ambos estão obrigados a valorizar a instituição do casamento até a morte. A separação por motivos banais não é permitida aos dois. Segundo o entendimento que podemos extrair do Evangelho da Graça é que, o divórcio concedido por Jesus, só é permitido ao homem que foi traído pela esposa que cometeu relação sexual ilícita, e não tem condições de perdoá-la se ela se arrepender do pecado. No caso em que o marido é o adúltero e a esposa traída não quer perdoar, a mesma poderá separar-se por ser vítima de traição conjugal. Entretanto, tanto o homem quanto a mulher que não quiser reconciliar-se, estará cometendo adultério juntamente com quem vier a casar-se. 

Orientação de Jesus: "Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério" - Mateus 19.9.

Os ensinos de Pedro e Paulo sobre o casamento incentivavam a união conjugal, inclusive se um dos cônjuges fosse descrente:

"Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações" - 1 Pedro 3:7. 

"Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias" - Romanos 7.2-3. 

"Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido. ( se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido ): e que o marido não se aparte de sua mulher" - 1 Coríntios 7.10-11.

"Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone. E a mulher que tem marido incrédulo e este consente em viver com ela, não deixe o marido. Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos. Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz ... A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor. Todavia, será mais feliz se permanecer viúva, segundo a minha opinião; e penso que também eu tenho o Espírito Santo" - 1 Coríntios 7.12-15, 39-40. 

Deus é coerente, vivemos no período da Graça Divina, quando Deus nos concede a liberdade plena. A Graça possui parâmetro, que é a Lei de Cristo (Gálatas 6.2). Não devemos ser infratores da Lei do Senhor de maneira alguma. Uma das formas de desobedecê-la é aborrecer o cônjuge por causa de sentimentos inúteis. É preciso decidir amar, saber que o amor produz resultados positivos em crises de relacionamentos.

Deus nos deu o casamento e também condições para viver acompanhado de uma pessoa pelo resto da vida. O coração do cristão deve ser límpido, tem a incumbência de apoiar sua companhia matrimonial.

Não convém folhear as páginas bíblicas buscando aval para divorciar-se, mas para encontrar uma mensagem de restauração matrimonial. Porque não existe entornos no Caminho para o céu. Se o cristão casado se sentir extenuado pelos anos que se passam, precisa lembrar-se que a existência não termina aqui, além-túmulo todos que desprezam a Palavra do Senhor terão que prestar contas ao Autor da Palavra, todas as decisões de rebelião ao projeto do casamento virão à tona e cada ser humano receberá medida justa pelos rumos que resolveu caminhar neste mundo.

E.A.G.
_______

Consulta em:
Belverede - Divórcio no grupo de obreiros. Pode? (comentários): http://belverede.blogspot.com.br/2013/04/divorciados-no-grupo-de-obreiros-pode.html

9 comentários:

guiomar disse...

Eu costumo dizer que em uma vida conjugal só vale a conversa dos dois, sem interferência de outros sendo por parte do homem e da mulher. E para que seu casamento seja seguro é preciso o diálogo entre os dois, com uma condição, enquanto um fala o outro escuta para depois o outro falar, para que não aja conflitos na vida conjugal, sempre lembrando que deve existir sempre o respeito de ambas as parts.

Unknown disse...

olá ótimo estudo
família= base da sociedade, embora a sociedade atual queira modificar sua essencia, em Deus ela permanece imutável.
seguindo...
abços

Pastor Ornelas disse...

Olá, povo de Deus, Graça e Paz!
A CPAD foi feliz em adotar o tema Família neste ano de 2013, tendo em vista o clima de insatisfação que tomou conta do país por força da bandalheira por parte dos movimentos que apregoam a sua desconstrução.De fato todos nós temos grande responsabilidade de manter, preservar a Família e os valores nela contidos com base na Bíblia Sagrada.Graças a Deus que, viajando pelo Brasil e pelo mundo temos visto como o Senhor Deus tem mobilizado a sua Igreja para o devido cuidado á família nestes dias atuais.A estabilidade conjugal deve ser construída com muita responsabilidade, determinação e temor a Deus. O respeito mútuo de um para com o outro(reciprocidade) é o que vai construir no casamento e no lar pilares duradouros.Deixo-vos um forte abraço a todo os meus irmãos em Cristo e recomendo www.pastorfamilia.blogspot.com

Rev. Renilson Ornelas
Seriedade e Responsabilidade no oficio de pastorear.
www.pastorfamilia.blogspot.com
ACESSE,PARTICIPE,DIVULGUE!

Fabio Silveira de Faria disse...

Dois lembretes e uma pergunta.
Lembrete 1: Provérbios 5.18 não se refere ao divórcio, e creio que na época em foi escrito era permitido que o homem tivesse mais de uma mulher - vide o pai de Samuel, Elcana -.
Lembrete 2-Em Malaquias 2,14, Deus está se dirigindo somente aos sacerdotes, tal como está especificado em 2, 1.
Pergunta:Porque nada foi dito a respeito de 1ª aos Corintios 7, 15 a 17 que se encontra no mesmo contexto e se refere ao mesmo assunto?
Deixo claroque meu comentário não é crítica ou correção. Por se tratar de uma aula da EBD, e eu, como aluno estou tentando ter um melhor entendimento, ou seja, o intuito é sanar as dúvidas.
Abraços. Na paz e no amor do Senhor.
Fabio.

Fabio Silveira de Faria disse...

Ah! Esqueci de de dizer que sou totalmente contra o divórcio. Apesar de muitos percalços e aflições estou caminhando para quase 40 anos de casado.
Fabio.

Eliseu Antonio Gomes disse...

Fábio.

“Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade.” - Provérbios 5:18. Este texto celebra a comunhão conjugal, é um incentivo a manter-se em união conjugal por toda vida, apesar dos anos levarem embora o ápice de beleza na juventude.

“Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz. E assim cada um ande como Deus lhe repartiu, cada um como o Senhor o chamou. É o que ordeno em todas as igrejas.” – 1 Corintios 7.15, 17. O apóstolo Paulo é claro. Refere-se ao fato do cônjuge descrente tomar a iniciativa de pedir o divórcio. Neste caso, o crente não tem condição e nem a obrigação de continuar unido a tal pessoa. Podemos associar esta orientação ao mandamento de Cristo: amar o outro como amamos a nós mesmos (Gálatas 5.14). Isto é, ninguém precisa se humilhar, se rebaixar perante seu semelhante para servir a Deus. O cônjuge repudiado deve amar-se e manter sua dignidade intacta.

Sobre bigamia e poligamia, não temos nenhum texto bíblico em que o Senhor orienta os judeus a ter mais de uma mulher. Aliás, vemos o contrário, Deus criou a regra da monogamia no caso de estabelecimento da monarquia entre os israelitas, proibiu que os reis multiplicassem para si mulheres (Deuternonômio 17.15-17). Mas, não foi isso o que aconteceu, Davi, Salomão e outros reis tiveram mais de uma mulher, exageram no número de esposas e concubinas.

Sobre Malaquias 2.14, sua observação é correta. O texto é uma reprimenda contra os sacerdotes, que eram infiéis no matrimônio (versículos 16-17). O foco é que Deus odeia o divórcio. Afinal, Ele é o criador da instituição casamento.

Abraço.

Silas Nunes disse...

Olá irmãos, graça e paz!!!
Reproduzo um trecho do post para depois comentar:
"Segundo o entendimento que podemos extrair do Evangelho da Graça é que, o divórcio concedido por Jesus, só é permitido ao homem que foi traído pela esposa que cometeu relação sexual ilícita, e não tem condições de perdoá-la se ela se arrepender do pecado. No caso em que o marido é o adúltero e a esposa traída não quer perdoar, a mesma poderá separar-se por ser vítima de traição conjugal."
Não vejo no texto Jesus permitindo que pessoas casadas repudiem seus cônjuges. Porque que se vê essa cláusula de repúdio apenas no evangelho de Mateus (5:32 e 19:9)?, creio que porque esse evangelho tinha um público alvo: os judeus. Não se vê essa cláusula nem em Marcos 10, nem em Lucas 16. A questão do repúdio em Mateus era uma questão cultural no caso de "porneia" (relação sexual entre pessoas descasadas, porém desposadas, como era o caso de Maria - lembrem-se que Jesus foi acusado de ser filho de "porneia"). O que ia se casar deveria chegar ao casamento virgem, não podia ter cometido "porneia", do contrário haveria sanções, por exemplo, repúdio. Houve uma fragilização muito grande quando as versões mais recentes da bíblia traduzem "porneia" como relações sexuais ilícitas, incluindo dentre elas o adultério. Diz uma coisa que o texto não está dizendo.
Sobre as expressões: "não tem condições de perdoá-la" e "esposa traída não quer perdoar"...Como assim? Isso é uma franca desobediência ao Senhor da Palavra. Perdoar é um mandamento do Senhor. "Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?" Mateus 18:21; nós sabemos a resposta. Assim, o perdão é o antídoto contra o divórcio.
Paz aos que estão em Cristo.

Silas Nunes disse...

Olá irmãos, graça e paz!!!
Reproduzo um trecho do post para depois comentar:
"Segundo o entendimento que podemos extrair do Evangelho da Graça é que, o divórcio concedido por Jesus, só é permitido ao homem que foi traído pela esposa que cometeu relação sexual ilícita, e não tem condições de perdoá-la se ela se arrepender do pecado. No caso em que o marido é o adúltero e a esposa traída não quer perdoar, a mesma poderá separar-se por ser vítima de traição conjugal."
Não vejo no texto Jesus permitindo que pessoas casadas repudiem seus cônjuges. Porque que se vê essa cláusula de repúdio apenas no evangelho de Mateus (5:32 e 19:9)?, creio que porque esse evangelho tinha um público alvo: os judeus. Não se vê essa cláusula nem em Marcos 10, nem em Lucas 16. A questão do repúdio em Mateus era uma questão cultural no caso de "porneia" (relação sexual entre pessoas descasadas, porém desposadas, como era o caso de Maria - lembrem-se que Jesus foi acusado de ser filho de "porneia"). O que ia se casar deveria chegar ao casamento virgem, não podia ter cometido "porneia", do contrário haveria sanções, por exemplo, repúdio. Houve uma fragilização muito grande quando as versões mais recentes da bíblia traduzem "porneia" como relações sexuais ilícitas, incluindo dentre elas o adultério. Diz uma coisa que o texto não está dizendo.
Sobre as expressões: "não tem condições de perdoá-la" e "esposa traída não quer perdoar"...Como assim? Isso é uma franca desobediência ao Senhor da Palavra. Perdoar é um mandamento do Senhor. "Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?" Mateus 18:21; nós sabemos a resposta. Assim, o perdão é o antídoto contra o divórcio.
Paz aos que estão em Cristo.

Kelen Strong disse...

Prezado irmão Eliseu,

Quanto ao crente traído que não quiser reconciliar-se com sua mulher, é concedido uma concessão pelo Senhor Jesus para divorciar-se e casar-se novamente. No caso da mulher crente traída e que não quer reconciliar-se com o seu marido, não existe a permissão do Senhor Jesus para que ela venha a casar-se novamente, conforme os textos abaixo:

Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério].
Mateus 19. 9

Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido.
(se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido): e que o marido não se aparte de sua mulher.
I Coríntios 7. 10-11

Portanto, há um EQUÍVOCO na sua afirmativa:
"Entretanto, tanto o homem quanto a mulher que não quiser reconciliar-se, estará cometendo adultério juntamente com quem vier a casar-se".
Essa exigência só é válida para a MULHER, pois o homem traído que não quer reconciliação, é concedido pelo Senhor Jesus uma nova oportunidade conjugal para amenizar a sua vergonha, desonra e solidão.
Fato este que não o isenta de perdoar o adultério sofrido, por uma questão de salvação pessoal e não por obrigatoriedade de reconciliação. O que por mandamento exclusivo do próprio Senhor Jesus, não foi concedido a mulher, o mesmo direito do homem traído.

Em Cristo,
***Lucy***