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sábado, 12 de dezembro de 2020

Hulda: a profetisa escolhida por Deus na geração de Jeremias e Sofonias

Por Eliseu Antonio Gomes

A Bíblia Sagrada não fornece muitos detalhes sobre Hulda, profetisa em Jerusalém numa época em que poucos judeus davam ouvidos ao Senhor. As informações que encontramos sobre ela nos esclarece que esta mulher soube viver em comunhão com Deus em tempo de apostasia generalizada. A história de Hulda encontra-se em 2 Reis 22.14-20 e 2 Crônicas 34.19-22.

Durante o reinado de Josias, o sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei na Casa do Senhor  e este o entregou a Safã, e este leu-o para o rei. Então, quando Josias tomou ciência da situação de rebeldia espiritual praticada pela nação que ele era o líder, cheio de grande temor rasgou-suas vestes, ficou muito preocupado, entristeceu-se muito e, querendo tomar decisões corretas, ordenou: "Vão consultar o Senhor por mim, pelo povo e por todo o Judá, a respeito das palavras deste livro que foi encontrado. Porque é grande o furor do Senhor, que se acendeu contra nós, porque os nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem segundo tudo o que está escrito a nosso respeito (2 Reis 22.13).

Apesar de os profetas Jeremias e Sofonias ainda estarem vivos, Hilquias, e os mensageiros do rei, Aicão e Acbor, procuraram a profetisa Hulda, que morava no bairro novo de Jerusalém, era esposa de Salum, o encarregado das vestimentas da Casa do Senhor. (2 Reis 22.11-14; 2 Crônicas 34.19-22). Eles contaram-lhe o que havia ocorrido.

Hulda foi escolhida por Deus para entregar a mensagem divina ao monarca. Caso fosse entregue por Jeremias ou Sofonias, não há dúvida de que seria o mesmo recado, porém, através de uma mulher o modo de dizer veio em um tom  ameno e encorajador como Josias necessitava recebê-lo.

Hulda pronunciou-se desta maneira: "Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: 'Digam ao homem que os enviou a mim: ‘Assim diz o Senhor: Eis que trarei desgraça sobre este lugar e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que o rei de Judá leu. Por terem me abandonado e queimado incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar e não se apagará.' Mas ao rei de Judá, que os enviou para consultar o Senhor, digam o seguinte: 'Assim diz o Senhor, o Deus de Israel, a respeito das palavras que você ouviu: Visto que o seu coração se enterneceu e você se humilhou diante do Senhor, quando ouviu as ameaças que fiz contra este lugar e contra os seus moradores — que seriam objeto de horror e de maldição —, rasgou as suas roupas e chorou diante de mim, também eu ouvi a sua oração, diz o Senhor. Por isso, deixarei que você morra e seja sepultado em paz, e os seus olhos não verão todo o mal que trarei sobre este lugar.' ” (2 Reis 22.14-20).

Os enviados do rei entregaram-lhe a mensagem. Ao ouvir a profecia, o rei Josias tomou a decisão de renovar sua aliança com o Senhor. Tomou outras atitudes importantes, entre estas atitudes estava fazer com que o povo de Israel seguisse os estatutos e mandamentos que estavam escritos no Livro da Lei, isto é, servisse ao Senhor de todo o coração e abandonasse a idolatria. Para isso, empreendeu a reforma do Templo, que havia sido esquecido por reis anteriores, para que os israelitas voltassem a adorar a Deus (2 Reis 21.20-22; 22.3-7; 2 Crônicas 33.1-10; 34.8-34). 

Em meio à mensagem de condenação, Hulda encontrou palavras de encorajamento ao rei Josias. Através do seu exemplo, vemos que Deus busca instrumentos para transmitir sua mensagem, pessoas dispostas a obedecê-lo, independente se é um coração masculino ou feminino. Aprendemos que é preciso informar a verdade proveniente do Espírito Santo e que ao sermos firmes não precisamos ser rudes. 

Dizer a verdade é uma responsabilidade que, como cristãos, não podemos negligenciar jamais.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

A Teologia de Eliú - o sofrimento é uma correção divina?

Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O nome Eliú é hebraico e significa "Ele é Deus" ou "Ele é o meu Deus". Era o mais jovem dos amigos de Jó (32.2-6;  32.2-6; 35; e 36). 

Eliú surge no livro de modo inesperado, quando parecia que o debate teria um desfecho (32.15). Ele não é mencionado além desta aparição, nem sequer quando Deus pronuncia seu veredito sobre Elifaz e seus amigos (42.7). Tal situação leva alguns a pensarem que o conteúdo seria um adendo inserido no livro pelo autor, com o propósito de acrescentar algumas coisas à série de discussões.

A longa intervenção de Eliú interrompe a continuidade do poema. O desafio lançado por Jó (31.35-37) aguardava a resposta de Deus, que só é vista no capítulo 38. Eliú argumenta dizendo que Jó tentava justificar-se aos olhos de Deus. Ao fazer isso, Eliú demonstrou pensar que estava acima de todos os demais naquele debate teológico.

I - O SOFRIMENTO COMO UMA FORMA DE REVELAR DEUS

1. Deus é soberano

Por que Deus é soberano? Porque Ele é um ser onipotente, onisciente e onipresente.

Em sua onipotência, Deus faz tudo o que lhe apraz sem que suas ações ocorram em contrário à sua natureza justa e bondosa. Tal característica está registrada nas Escrituras Sagradas. Encontramos as expressões do seu poder infinito nas seguintes referências: Gênesis 1.1; Jó 26.14; Salmos 62.11; 89.8-13; Jeremias 10.12-13; Mateus 19.26;  Romanos 4.27; 8.31.

A onisciência de Deus, admirável atributo exclusivo da sua divindade, abrange todas as coisas. Engloba o passado, o presente e o futuro. Ele tudo sabe, contudo não interfere sobre a liberdade de escolhas do ser humano. A onisciência divina é claramente afirmada pelas Escrituras: Jó 34.21-22; Salmos 139.1-4, 12; e 147.5; Atos 15.18; Hebreus 4.13.

Por meio de sua onisciência, Deus é capaz de manifestar sua presença em todos os locais ao mesmo tempo. Não há outro ser capaz de estar presente simultaneamente em todos os lugares. O centro de Deus está em todo o espaço e nele não há circunferência limitadora. Através da onisciência, Deus manifesta sua justiça, bondade e sabedoria. Salmos 139.7-10; Provérbios 15.3; Amós 9.2-3; Atos 17.28; Efésios 1.23.

Como soberano, Deus pode se revelar e falar por meio do sofrimento. Ainda que Deus seja soberano no que diz respeito a tudo, o ser humano é responsável pelos seus próprios atos. Em sua soberania, Deus pode manifestar-se em períodos de grande aflição de espírito, padecimento físico, dificuldades diversas. Junto com a prova o Senhor fornece a estrutura para suportar a adversidade e meios de escapes, pois ama os aflitos e não sente alegria alguma ao presenciar pessoas sofrendo. Ver 1 Corintios 10.13.

2. O orgulho do homem priva-o de ouvir Deus

O orgulho humano é um obstáculo que dificulta ouvir a Deus. Quando uma pessoa fica cheia de si mesma, está muito próximo de seu tombo. Não é em vão o alerta em Provérbios 16.18: "Antes da ruína vem a soberba, e o espírito orgulhoso precede a queda". A caída pode ser literal ou apenas figurativa. Perder ou diminuir prestígio, experimentar a decadência financeira e a cessação de influência em grupo podem ser tristezas pequenas se fizermos a comparação com a queda espiritual. "Aquele que pensa estar em pé veja que não caia" (1 Coríntios 10.12). 

Todo aquele que acredita que é possível viver muito bem sem ouvir a Deus está fadado ao fracasso. Exemplos não faltam. Tal atitude de arrogância provocou a Queda no Éden, fez Sara e Abraão tentarem contornar o problema da infertilidade com a presença de Agar. Etc. O orgulho nos torna cegos e surdos espirituais. Somos chamados a viver em humildade, a manter a confiança em Deus e a crer que Ele cumpri todas as promessas que empenha (Provérbios 3.5-6).

3. Uma ponderação importante

A oração é a melhor opção para vencer as provações, pois é a maneira de o espírito humano conectar-se ao Espírito Santo de Deus. Ao orar, consentimos com Deus nas suas realizações, colocamos a nossa fé em ação e atacamos o maligno.

Na Bíblia Sagrada, a oração é descrita como:

Invocar o nome do Senhor (Gênesis 4.26);

Invocar a Deus (Salmo 17.6);

Levantar a alma ao Senhor (Salmo 25.1)

Buscar ao Senhor (Isaías 55.6);

Aproximar-se do trono da graça (Hebreus 4.16);

Chegar perto de Deus (10.22).

Em momentos de aflição, muitas vezes Davi orou pedindo livramento; em profunda agonia, Jesus orou intensamente no Monte das Oliveiras (Salmos  119.153; Lucas 22.44).

II - O SOFRIMENTO COMO MEIO DE REVELAR  A JUSTIÇA E A SOBERANIA DE DEUS

1. A justiça de Deus demonstrada

Em sua soberania, Deus não exerce justiça desprovida de amor. Ele é justo e também misericordioso. O amor do Senhor é a base do plano divino para salvar o homem do pecado.

O Pai Eterno não é um carregador de malas, dizem alguns teólogos. É verdade. Mas qual pai amoroso, ou mãe afetuosa, permite que seus filhos arrastem bagagens pesadas, os vê cansados pedindo socorro e tapa seus ouvidos? É verdade que o  Pai Eterno não é o gênio da lâmpada de Aladim. Mas também é verdade que Isaías o descreve como um Deus cujas mãos estão estendidas para nos socorrer, um Deus cujos ouvidos estão atentos para as nossas orações. O profeta nos alerta que a vida em iniquidade e pecado impede o agir bondoso de Deus em favor do ser humano (Isaías 59.1-2).

2. O caráter justo e Deus

Deus não tem prazer no sofrimento, usa-o como meio para salvar o pecador. Os momentos de dificuldades são ocasiões de desenvolvimento das capacidades intelectuais, morais e espirituais. Ao sofrer a pessoa que está no pecado desperta de sua letargia espiritual, em meio à tormenta consegue perceber o valor da adoração e vida em comunhão com o Criador.

"Vocês pensam que eu tenho prazer na morte do ímpio? - diz o Senhor Deus. Não desejo eu muito mais que ele se converta dos seus caminhos e viva? (...) Livrem-se de todas as transgressões que vocês cometeram e façam para vocês um coração novo e um espírito novo. Por que vocês haveriam de morrer, ó casa de Israel? Eu não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertam-se e vivam." (Ezequiel 18.23, 31-32).

"O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a julguem demorada. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento" - 2 Pedro 3.9).

3. A defesa da soberania de Deus

A soberania de Deus faz parte dos seus atributos absolutos, ou seja, pertence somente a Ele. "Pois o Senhor, o Deus de vocês, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não trata as pessoas com parcialidade, nem aceita suborno" (Deuteronômio 10.17).

Eliú enfatiza em seu discurso que é a criatura que depende do Criador e não o contrário (Jó 34.13-15). É um fato incontestável que o Senhor é maior do que o homem e não precisa dar contas de seus atos, porém, em sua superioridade quer dar-se a conhecer pelo homem. O Soberano tem enorme satisfação em que seus servos o conheçam que rejeitar tal conhecimento é o mesmo que rejeitá-lo (Isaías 1.2-3). Ele revelou-se no Éden, através da encarnação de Jesus, se revela continuamente por meio da criação, por intermédio das Escrituras Sagradas, e, diariamente, está pronto para revelar-se a todos nós executando a sua bondade. 

Não é sem um bom propósito que está escrito: "Agrade-se do Senhor, e ele satisfará os desejos do seu coração" (Salmo 37.5). Deus não se cansa de manifestar sua providência aos que nEle confiam.

III - O SOFRIMENTO COMO UM INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DE DEUS

1. O caráter pedagógico do sofrimento

O sofrimento serve como meio de abater o orgulho. Dependendo da maneira como é visto, produz gente consagrada ao Senhor ou ateus. Entender que o sofrimento pode ser usado por Deus como efeito pedagógico para a vida muda completamente a nossa perspectiva de fé. Assim como Jó, as pessoas tementes a Deus procuram saber a razão pela qual sofrem, enquanto os incrédulos não aceitam que um Deus justo e soberano permita o padecimento humano. 

Em seu discurso, Eliú fala sobre o caráter pedagógico que há no sofrimento (Jó 36.15, 19). Afirma que a prova é um chamado que Deus dirige ao pecador com a finalidade de livrá-lo da morte (33.29-30). Tal abordagem também é feita por Elifaz (5.17-27) e Zofar (11.13-19).

2. Adorando a Deus na tormenta

Jó foi moído pela dor, o que não significa que a soberania de Deus sobre sua vida foi um ato de tirania. É importante ter em mente que o sofrimento não significa que Deus nos abandona. É possível experimentar grandes provações agradando a Deus. Tudo passa nesta vida abaixo do sol, inclusive o tempo de sofrimento (Eclesiastes 3.2).

Jesus Cristo incentiva os cristãos a pedirem a Deus o livramento do mal (Lucas 11.4). Contudo, em tempos difíceis é importante agir como o profeta Habacuque (3.17-19). O triunfo da fé é revelado quando manifestamos a confiança de que Deus nos ama apesar de todas as circunstâncias. Jó é o maior exemplo bíblico sobre isso no Antigo Testamento e Jesus Cristo na Nova Aliança (Mateus 26.39).

CONCLUSÃO

Toda pessoa que vive a fé cristã genuína compartilha a experiência de Jó, pois o sofrimento é uma consequência da atual condição humana. Através do sofrimento o cristão fiel amadurece. Ninguém sai a mesma pessoa depois que experimenta momentos difíceis e ao orar encontra as respostas do Senhor. Quem verdadeiramente conhece a Deus como Pai, sabe que não é uma atitude de desrespeito clamar por ajuda em tempo de crises (Jeremias 33.3). 

 E.A.G.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Lições Bíblicas para jovens - Ensina-nos a orar: exemplos de pessoas e orações que marcaram as Escrituras

Em 3 de janeiro de 2021, as igrejas e núcleos de estudos bíblicos que usam o material pedagógico disponibilizado pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) contarão com uma publicação produzida, especificamente, à faixa-etária dos jovens. A partir dessa data, a cada início de trimestre, professores e alunos da escola dominical, obterão uma revista com abordagens de temas desenvolvidos de acordo com a realidade da juventude cristã brasileira e, como sempre foi, com o cuidado à apresentação das doutrinas bíblicas de modo excelente.

A revista conterá uma carta de apresentação do editor, seção com o currículo resumido do comentarista do trimestre, texto bíblico do dia, síntese do estudo da lição, agenda de leitura, texto bíblico, comentário da lição, abaixo de cada tópico uma breve reflexão auxiliando na assimilação do assunto estudado, e um bloco de conclusão seguido por uma dinâmica de perguntas sobre a temática da lição.

Ensina-nos a orar - Exemplos de Pessoas e Orações que Marcaram as Escrituras

Comentarista: Marcos Tedesco

Sumário:

Lição 1- O que Significa Orar

Lição 2- Abraão: A vida de oração de um homem de fé

Lição 3- Moisés: Um líder de oração

Lição 4- Ana: A oração de uma mulher angustiada

Lição 5- Neemias: A oração de um construtor

Lição 6- Jeremias: A oração e o lamento de um profetas

Lição 7- Daniel: Um estadista que orava

Lição 8- Habacuque: A intercessão de um homem cheio de esperanças

Lição 9- A oração do fariseu e do publicanos

Lição 10- Jesus e a oração do pai-nosso

Lição 11- A oração sacerdotal de Jesus


Lição 12- A oração de Paulo pelos Efésios

Lição 13- A oração de Paulo em favor do seu espinho

E.A.G.