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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Sara - esposa de Abraão e heroína da fé

Por Eliseu Antonio Gomes

Depois de criar o homem, Deus criou a mulher. Não a fez em escala menor de importância. Macho e fêmea foram criados à imagem e semelhança do Criador. Deus criou a mulher em grandeza e dignidade, apta ao desempenho da função de pessoa auxiliadora de seu companheiro matrimonial, papel que envolve amor e responsabilidade de ambas as partes.

Quando Deus chamou Abrão para sair de Ur dos Caldeus em busca de uma terra desconhecida que lhe prometeu, sua esposa Sarai, uma pessoa descrita nas páginas bíblicas como mulher linda, o acompanhou, desligando-se de sua parentela (Gênesis 12.1-5). Numa medida extraordinariamente considerável, em toda sua vida demonstrou afeto e respeito ao marido. Acompanhava-o em todas as suas viagens crendo no chamado e nas promessas do Senhor. 

Sarai em hebraico significa "minha princesa". O Senhor trocou seu nome ao revelar que ela seria mãe (Gênesis 16.1 a 18). Ela veio a ser conhecida como Sara, que quer dizer "uma princesa". Não há grande diferença entre os dois nomes, entretanto, é possível entender que a nova identidade tinha relação com seu futuro, quando se tornaria a progenitora do povo israelita e, por meio de Cristo, de todos os cristãos.

Sara permaneceu ao lado de Abraão nos episódios absurdos em que ele demonstrou fraqueza, fingindo que ela era sua irmã ao temer perder sua vida no Egito e em Gerar (Gênesis 12.10-13; 20.2).

O casal recebeu a promessa de que geraria um filho. Estéril, o maior desejo de Sara era gerar um menino. Reagiu rindo abertamente quando Deus lhe disse que engravidaria com a idade de noventa anos (Gênesis 21.5-7). Há quem diga que tenha rido por incredulidade, mas o riso poderia ser resultante da sua explosão de alegria e reação espontânea pela surpreendente revelação de que sua madre daria fruto. Seu marido Abraão, se tornaria pai aos noventa e nove anos de idade, e como sua mulher também riu ao receber aquela informação (Gênesis 17.19; 18.12-15).

Pela fé, Sara nunca desistiu de ter o filho que o Senhor lhe prometeu. Porém, ela deveria ter aguardado a bênção prometida pelo Senhor até recebê-la, mas não soube esperar o cumprimento da promessa divina. Na cultura em que viveu, era comum que e esposa oferecesse ao marido uma serva como concubina, quando não fosse mulher fértil. Então Sara sugeriu a Abraão que tivesse relações com Agar. A impaciência de Sara em esperar o cumprimento da promessa de Deus fez com que nascesse Ismael, o ancestral do povo árabe. Ismael é filho de Abraão segundo a carne, hoje ele simboliza a lei dada a Moisés, representa as obras e esforço humano (Gênesis 16.15; 21.9).

Quando o filho biológico de Abraão e Sara chegou, deram-lhe o nome de Isaque, que quer dizer "riso" (Gênesis 21.1-8). As virtudes de Sara influenciaram o caráter de Isaque, tornando-o um dos personagens mais admiráveis entre todos encontrados no Antigo Testamento. Isaque foi o pai de Jacó e Esaú e avô de doze homens que deram origem às doze tribos de Israel, que descendeu toda a nação israelita (Gênesis 25.1-11; 49.29-33; Isaías 51.1,2). Veio à luz do útero de uma mãe livre, é filho segundo o Espírito, representa a justificação somente pela fé, é a figura simbólica que remete à vivência do cristão sob a graça, sinaliza para a promessa dada a Abraão através de Cristo e assim os cristãos são chamados de filhos da promessa. (Gênesis 21.9; Gálatas 3.13-14; 4.28-29). 

Pela fé, todos os cristãos tornam-se filhos de Deus (Romanos 4.15-17).

Sara viveu 127 anos, morreu em Hebrom, Canaã. Foi sepultada em um campo que Abraão negociou com os heteus. Esposa amada, obviamente, então, é natural ler o relato de que seu marido chorou quando ela veio a falecer (Gênesis 23.2).

Sara era uma mulher com estrutura psicológica forte, igual a todas as mulheres que se consagram a Deus. Ela possuiu virtudes e falhas. É importante examinar sua biografia, copiar os acertos e evitar os erros, extrair lições de sua vida, lembrando que ela é a única mencionada entre os heróis da fé (Hebreus 11.11). Sua fé possibilitou superar a infertilidade e receber o filho que tanto quis (Gênesis 18.10,14; 12.1-3,7; 17.15,16; 18.9-16; Gálatas 4.21-31). Ela sempre colocou a família em primeiro lugar, suas atitudes acertadas fizeram dela um grande referencial feminino às cristãs casadas (1 Pedro 3.6). 

E.A.G.

Veja mais neste blog: A gravidez de Sara 

Lições Bíblicas - O Verdadeiro Pentecostalismo: a atualidade da doutrina bíblica sobre a atuação do Espírito Santo


Uma geração comprometida com o Palavra de Deus para transformar os novos tempos. Com este lema, a Casa Publicadora das Assembleias de Deus traz literaturas para as aulas de escola dominical. No primeiro trimestre de 2021, para a faixa-etária dos adultos, recebemos a revista escrita pelo Pastor Ezequias Soares.

Tema: O Verdadeiro Pentecostalismo - A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo

Sumário:

Lição 1 - A Pessoa do Espírito Santo

Lição 2 - A Atuação do Espírito Santo no Plano da Redenção

Lição 3 - O Batismo no Espírito Santo

Lição 4 - A Atualidade dos Dons Espirituais

Lição 5 - Fruto do Espírito: o Eu Crucificado

Lição 6 - Santificação: Comprometidos com a Ética do Espírito

Lição 7 - Cultuando a Deus com Liberdade e Reverência

Lição 8 - Comprometidos com a Palavra de Deus

Lição 9 - Vivendo o Fervor Espiritual

Lição 10 - O Senhor Jesus Cura Hoje

Lição 11 - Compromissados com a Evangelização

Lição 12 - A Urgência do Discipulado

Lição 13 - Voltados os olhos para a Bendita Esperança

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O assassinato de João Alberto no Carrefour é crime de racismo?


Há racismo no Brasil? É claro que sim. O episódio ocorrido em Porto Alegre em uma loja da rede de hipermercados Carrefour, episódio em que João Alberto Freitas foi agredido e assassinado por dois agentes de segurança, apenas ilustra o gigante que todo mundo vê e finge que ele é invisível.  

Não é difícil constatar isso. Sente-se em seu sofá, ligue o televisor durante o horário nobre da televisão brasileira. Procure os negros. Conte-os. Anote o número de pessoas negras que encontrar. Proponho que comece pelo telejornal que muitos acreditam ser o mais acompanhado pelo povo brasileiro.

Sintonize a Rede Globo no horário do Jornal Nacional e observe os profissionais que estarão diante das câmeras. Com certeza, o número de jornalista branco, com sobrenome inglês, alemão, italiano, etc, será maior. Não há xenofobia em apontar para esses nomes gringos, pois entendemos que é uma questão compreensível, sabemos que o Brasil também é terra construída por imigrantes saídos do continente europeu. O que há de repugnante nisso é a quase exclusão total da descendência africana na área jornalística. Perceba que o número de repórteres brancos será mais de dez vezes maior do que o de repórteres com pele negra. Continue investigando. Repare também o biotipo das pessoas que aparecerão nas peças publicitárias. Conte-as, anote a cor de pele de cada uma e depois faça o comparativo.

A situação complica mais se o telespectador procurar atores negros como protagonistas em novelas. Você se lembrará de pouquíssimos casos, mas com muita dificuldade. E se analisar sem pressa, talvez descubra a ausência de atores e atrizes com pele negra atuando como patrão e patroa, tendo uma equipe de empregados brancos, louros com olhos azuis ou verdes.

Eu fui testemunha de racismo em situação parecida. Conheci um casal cujo marido era motorista profissional. Nos idos anos da década de 1990. ele aceitou o serviço de entregador em uma floricultura cujo dono era uma pessoa negra. Quando ele contou para a esposa a situação, houve grande resistência dela e, para manter a paz em seu lar, resolveu desistir daquele trabalho. 

Pare para pensar. Quantas pessoas negras disputaram o posto de candidatos a prefeito nesta última eleição municipal. É perceptível, a pele escura tem mais dificuldade no meio político-partidário. O site G1 publicou hoje a afirmação de que entre as 25 capitais, apenas 8 prefeitos declaram-se pardos. Segundo o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), os pardos são classificados como negros. Ora, por que isso? O brasileiro negro não se vê como negro, prefere dizer que em seu DNA existe algum traço de característica branca e quer destacar alguma brancura em seu ser? De fato há essa mistura racial; a nação é composta de mestiços. 

Existe racismo de ambos os lados no Brasil. O preconceito tem mão dupla, mas com aspectos de impacto e expressão diferentes. Talvez, alguns digam que seja "politicamente incorreto" falar de negros racistas. Quem sabe um dia apareça algum sociólogo corajoso, disposto a encampar este fator em sua inteireza e traga a luz suficiente sobre o tema.  

A generalização sobre casos de racismo é algo assustador. Embora exista este problema social, é preciso analisar caso por caso antes de classificar a motivação de crimes. Será que os espancadores de João Alberto Freitas, o atacaram porque ele não era uma pessoa branca?  Será que os espancadores são seletivos em seus laços de relações próximas, não admitem a cor negra perto deles? É provável que o motivo possa ser outro. Descartar a possibilidade de que a agressão letal não ocorreu por motivação racista não é atitude sensata. Imagem capturada em uma das câmeras mostra que a primeira agressão física foi desferida por João Alberto contra um dos dois seguranças, que logo em seguida reagiram e o mataram. Então, seja o que for que tenha movido os agentes de segurança à ação extremamente covarde, dois contra um, nada justifica o que fizeram, eles devem pagar pelo crime que cometeram.

Ao citar as empresas Carrefour e Globo, a intenção é apresentar a estrutura social problemática que existe entre nós, algo que é maior do que estas empresas e que precisa ser combatida por todos em todos os lugares. Não há da minha parte intenção de apontar tais instituições como produtoras intencionais da propagação do racismo. 

O antídoto eficaz contra o racismo é a verdadeira conversão a Jesus Cristo. Converter-se de fato. Algo que vai além de uma adesão ao sistema religioso. Esta experiência é a única solução para o engodo da falsa sensação de qualquer espécie de sentimento de superioridade. O racismo termina quando o Espírito Santo é recebido e faz morada no coração humano. Reflita: "Pois todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos vocês que foram batizados em Cristo de Cristo se revestiram. Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus" - Gálatas 3.26-28.

E.A.G.