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quinta-feira, 12 de abril de 2018

A Rainha de Sabá era amante de Salomão? Existe relato bíblico sobre isso?


Recebi a seguinte pergunta em meu perfil no Facebook:
"A paz do Senhor! Deixa eu te falar, é possível fazer um estudo em seu blog, ou no seu perfil, sobre a Rainha de Sabá? A partir de um estudo ontem lá no templo, me bateu a curiosidade de aprender. o pastor, ministrante da noite, disse que ela foi amante de Salomão, voltou grávida para a terra dela, e os judeus negros, todos são descendentes dela! Que ela é a Sunamita, descrita no livro Cantares, e que foi rejeitada por Salomão! Os argumentos deste pastor foram todos baseados na história da Etiópia! Obrigada,por elucidar as minhas dúvidas, claro, quando possível. Deus abençoe você."
Resposta:

Oi, tudo bem?

A Rainha de Sabá é uma personagem interessante que encontramos no Antigo Testamento. Mas, ainda não escrevi nada especificamente sobre ela. Agradeço por essa ideia.

Esta soberana foi contemporânea de Davi e de Salomão, viveu em meados do século 10 a.C.. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, a chamou de "Nicaula", mas as Escrituras não a apresentam pelo seu nome, apenas pelo título de nobreza e lugar de origem. O termo "sabá" tem raiz hebraica, significa “alto”. 

Descobertas arqueológicas apontam que Sabá, a terra da rainha que visitou Salomão, estava localizada na ponta sul da península Arábica, no moderno Iêmen, a república ao sul da Arábia e ao sul do Egito, próximo do território atual da Etiópia. Essa localização permitia aos sabeus (moradores de Sabá) o comércio marítimo com a África e a Índia. Além disso, havia o comércio de ouro, joias, mirra, incenso e especiarias orientais realizados por terra, em caravanas usando os camelos como meio de transporte.

No livro de Gênesis, capítulo 10, encontramos a narrativa da história das nações, relatando os descendentes de Sem. No versículo 7, existe uma referência ao nome Sabá, com os dizeres "os filhos de Raamá: Sabá e Dedã". No mesmo capítulo, no versículo 28, encontramos outra menção para o nome Sabá entre os nomes Abimael e Ofir, com a informação que são descendentes de Joctã (versículo 26). Certamente, houveram duas pessoas com o mesmo nome nesta genealogia. Tal informação indica que a Rainha de Sabá representaria uma ancestral semita.

Há também a possibilidade de que os moradores de Sabá fossem descendentes de Abraão, por parte de sua esposa Quetura (Gênesis 25.1-3). Alguns elementos do dialeto sabeu os associam linguisticamente com semitas do noroeste. Mudaram-se no norte da Arábia antes do século X a.C. e constituíram uma capital em Marib, sustentada por uma grande represa, que coletava águas das chuvas sazonais. Inscrições assírias atestam que algumas rainhas governaram os sabeus durante esse período.

Em 2008, a Universidade de Hamburgo anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, em uma pesquisa comandada por Helmut Ziegert, descobriram os restos de um palácio que muito provavelmente teria sido habitado pela Rainha de Sabá, em Axum, uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real.

Tendo em vista a economia de Sabá depender do comércio internacional terrestre de especiarias, as atividades, o poder e a localização  de Israel  deviam ser particularmente interessantes para  para a rainha e suas caravanas. Com a ajuda de Hirão, Rei de Tiro, Salomão havia iniciado expedições marítimas para Ofir a partir  do porto recém-inaugurado de Ezion-Geber (1 Reis 9.26-28). Segundo a especulação de muitos estudiosos, os empreendimentos marítimos de Salomão ameaçaram o monopólio comercial dos sabeus, e muitos estudiosos especulam que a rainha deles visitou Salomão com o propósito de firmar um acordo comercial. Arqueólogos encontraram um sinete do século IX a.C., com inscrições sul-arábicas, feito de argila marrom avermelhada proveniente do Iêmen, foi desterrado em Betel e corrobora esta teoria. 

Porém, a Rainha de Sabá não se destaca apenas por suas realizações econômicas e políticas. mas por sua atitude diante do rei de Israel. A narrativa bíblica relata que a fama sobre a sabedoria e afluência  de Salomão, suas riquezas e relacionamento com o Senhor, chegaram aos ouvidos dessa mulher  cheia de riquezas e propriedades. Evidentemente, ela ouviu muitas coisas maravilhosas a respeito de Salomão, porém, parece que, a princípio, não acreditou no que ouvia sobre ele. Então decidiu ir até Jerusalém, que distava cerca de 2.300 quilômetros de seu palácio, empreendeu viagem custosa e bem longa, para testar a veracidade de sua reputação quanto à sua sabedoria e devoção a Deus, formulando perguntas difíceis. E assim fez, acompanhada de um séquito muito grande. E ficou satisfeita com suas respostas.

A Bíblia relata que ao pôr Salomão à prova ela ficou “fora de si” - literalmente sem fôlego - com a magnificência da sabedoria exposta nas respostas que ouviu; maravilhou-se com sua fé em Deus e a organização de seu reino. E como resultado, alegrou-se na providência do Senhor em estabelecer um rei que mantivesse justiça e retidão. Demonstrou publicamente sua disposição para dar crédito ao Deus de Salomão pela sabedoria deste que resultava em decisões justas e corretas, elogiando-o (1 Reis 10.1, 10, 13; 2 Crônicas 9.1-9).

As perguntas difíceis que a Rainha de Sabá propôs a Salomão provavelmente eram enigmas (1 Reis 4.32; 10.1; 2 Crônicas 9.1). O uso de charadas para desafiar o ouvinte em festas e ocasiões especiais era muito popular no mundo antigo e o fato de uma pessoa conhecer palavras obscuras era visto como sinal de sabedoria (Provérbios 1.6). O exemplo clássico de charada é um episódio da vida de Sansão, registrado em Juízes, capítulo 14.12-13. O profeta Ezequiel recebeu instrução para comunicar-se com a nação de Israel apenas por enigmas (Ezequiel 17.2). A Bíblia diz que as respostas de Salomão às perguntas difíceis resultaram em admiração pelo Senhor por parte dela.

Em sua bagagem, a Rainha de Sabá trouxe para Salomão amostras de sua própria riqueza, que incluía uma grande quantidade de especiarias, muito ouro e pedras preciosas e ficou extremamente admirada com sua sabedoria e riquezas. Embora o reino da Rainha de Sabá fosse cheio de esplendor - sendo que Salomão jamais recebeu uma abundância de especiarias maior do que aquelas que ela o presenteou -  o reino dela não superava a grandiosidade do reinado do sucessor de Davi.

Não existem muitos registros bíblicos sobre a Rainha de Sabá. Encontramos citações sobre ela apenas em 1 Reis 10.1-13; 2 Crônicas 9.1-12; Mateus 12.42; e Lucas 11.31. Estes relatos não afirmam que tenha havido relação amorosa entre Salomão e ela, que tenha sido mãe de seu filho, tampouco fosse a Sulamita do Livro de Cantares.

Embora muitos reis gentios vieram a Salomão, nenhum desses monarcas foi mencionado em particular; exceto a Rainha de Sabá. É bem provável que o destaque tenha ocorrido por conta não apenas de que fosse uma mulher, mas devido ao seu coração ter louvado ao Senhor. Embora não exista nenhum registro bíblico com a afirmação desta mulher declarando que o Deus de Salomão também passava ser o seu Deus e não existir nenhum registro de que tenha oferecido sacrifícios no templo, temos o registro do tributo proferido pelos lábios de Cristo. Jesus disse assim: "A rainha do Sul se levantará, no Juízo, com esta geração e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão" (Mateus 12.42).

Assim, a Bíblia mostra que a busca da Rainha de Sabá não foi em vão. Ambos trocaram presentes reais, demonstraram respeito mútuo. Após o que ela voltou para sua terra.

E.A.G.

Com informações de:
G1 - Globo.com, Arqueólogos alemães encontram palácio da rainha de Sabá na Etiópia, 8 de maio de 2008 - http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL462856-5603,00-ARQUEOLOGOS+ALEMAES+ENCONTRAM+PALACIO+DA+RAINHA+DE+SABA+NA+ETIOPIA.html
Bíblia de Estudo Arqueológica NVI, páginas 372, 499. Edição 2013, São Paulo (Editora Vida). 
Bíblia de Estudo do Expositor, página 605, Baton Rouge, Los Angeles (Ministério Jimmy Swaggart).

terça-feira, 10 de abril de 2018

Éber Cocareli está intrigado


Intrigado.

Acho que essa palavravinha, "Intrigado", descreve à perfeição o estado de espírito que rege o Brasil hoje. Como todos sabem, ela vem de "Intriga", coisa que conhecemos extremamente bem, sejamos ou não membros de igreja.

Darei aqui dois exemplos do que digo. O primeiro é a óbvia intriga que cercou a prisão do Lula. Ficou claríssimo que o ex-presidente foi vítima de uma intriga das elites, as quais morrem de medo dele voltar ao Planalto. O que me intriga é que o mesmíssimo Ministério Público que processou o Lula, também processou Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima, pra ficar só com esses dois, mas há vários outros elementos das elites nesse bolo. O mesmíssimo Poder Judiciário que prendeu o Lula, também prendeu o Cunha e o Geddel, além dos outros não nominados. Será que Cunha, Geddel e os demais trabalhavam em prol das nobres causas da santa esquerda brasileira e eu não sabia? Isso me intriga.

O outro exemplo vem do futebol. O árbitro que estava a poucos passos apitou o pênalti a favor do Palmeiras, mas o quarto árbitro, postado a mais de 50 metros de distância do lance corrigiu o primeiro. Teria havido intriga nisso, a fim de dar ao time do ex-presidente o título que ele não merecia? Bem, no caso do futebol, já estou acostumado, e a Bíblia traz a resposta de modo muito claro: Futebol é coisa do mundo, e o mundo jaz no maligno, não é?

Pensando melhor, política também é coisa do mundo, o mesmo que jaz no maligno. E se há uma coisa da qual o rabudo fedido entende é justamente de intriga.

Fonte: Parla Eber, 9 de abril de 2018, em https:// www. facebook. com/ profile. php?id=100009247331898

domingo, 8 de abril de 2018

Crente que não entrega o dízimo não é cristão?



Não sou pessoa que é contra a prática de coleta de dízimos nas igrejas cristãs. Considero uma entre outras maneiras importantes de contribuir com o crescimento da obra de Deus.

Porém, é de machucar os ouvidos e o coração ouvir quem queira nos fazer crer que esta prática é atividade obrigatória entre os cristãos. Em todo o Novo Testamento não encontramos texto que fale que a entrega de dízimos nas igrejas deve ser em caráter obrigatório. O Novo Testamento jamais ensina que o crente precisa ser um contribuinte com dez por cento de salário para ser aceito por Deus como um cristão. Então, quem ousa ensinar o contrário disso é promotor de heresia.

A ideia de que o sistema de coleta de dinheiro nas igrejas, colocando o dízimo como sistema obrigatório, é desvio de função de quem se propõe a ser pregador da Palavra de Deus. Nada pode ser acrescentado, extraído ou desvirtuado na interpretação do texto bíblico, mesmo que isso seja feito com boas intenções.

Aos que pregam que o crente rouba a Deus se não entrega dízimos, coloco algumas perguntas em caráter retórico:

- Para quem está endereçado o livro de Malaquias?

- O texto de Malaquias, capítulo 3, e versículos 8 ao 10, está dirigido aos levitas e à nação de Israel? Se Malaquias 3.8-10 é um texto com contexto abrangente, porque não encontramos os textos neotestamentários interpretando-os (como recomenda a boa hermenêutica)?

Observação: É sabido que para firmar uma doutrina cristã é necessário apresentações de pelo menos três textos bíblicos, cobertos de extrema clareza, corroborando uns com os outros. Peço a gentileza aos que afirmam que o cristão rouba a Deus, quando não entrega o dízimo, a apresentação de tais conteúdos hermenêuticos sempre que disser tamanha loucura. Entenda-se: apresentação de textos bíblicos com contextos diretos, claros como é o sol ao meio-dia, e não textos interpretados de maneira "mágica". Sempre que as "mágicas" aparecem, elas confundem mais do que esclarecem. Esclarecimentos, por favor.

- Sabemos que Cristo possuía, em seu grupo de 12 homens, um que exercia a função de tesoureiro, Porém, sabemos que não existe relato neotestamentário nos informando que Jesus recebia dízimos, para sustento de seu ministério terreno! Por quê?

- Nos quatro Evangelhos, existe algum sermão, dirigido por Cristo aos discípulos (repito: dis-cí-pu-los) no qual Jesus ensina aos seus seguidores que eles devem ser dizimistas? Qual o motivo de não existir esse registro? Jesus pretendia fazer segredo sobre isso? Será que Cristo agiu relaxadamente sobre este ensinamento? Houve falha de memória, Ele só se deu conta de que nada havia dito depois de ressuscitar e voltar ao céu?

Sabemos que Jesus não disse que é dever do cristão entregar dízimos. Sabemos que quando Jesus falou sobre o dízimo, dirigiu-se apenas aos judeus, porque estes estavam atados à Lei de Moisés.

- Paulo escreveu um terço do Novo Testamento. No entanto sequer escreveu a palavra “dízimo” em todo o seu conteúdo escrito. Por quê? Paulo foi omisso sobre a questão de o cristão ser obrigado a entregar dízimos? Ou também havia um manto sigiloso sobre a questão? E qual o motivo de Pedro, em suas cartas, não tocar na questão da obrigatoriedade em ser dizimista? E qual o motivo de João não escrever sobre isso em suas três epístolas ou livro do Apocalipse? Também foi uma falha de memória?

Quando Paulo ensinou os crentes de Corinto a contribuir, falou sobre voluntariedade (2 Coríntios 9.6-11) Este é o parâmetro de quem é autêntico pregador do Evangelho de Cristo.

Não me ponho contra ensinar cristãos a serem dizimistas, mas entendo ser incorreto ensinar que este ato é obrigatório aos cristãos. Ninguém que tenha Cristo no coração pode ficar sem realizar auxílio financeiro na instituição religiosa que serve a Deus.

Muitas pessoas se colocam contra o ato de entregar dízimos. Precisamos citar o Livro de Hebreus para estes. No capítulo 7, versículos 1 ao 10, o autor aborda o dízimo para apresentar as figuras do sacerdote Melquisedeque e de Cristo, de Abraão e da linhagem levítica. Afirma que Jesus é um sacerdote incomparavelmente superior a Melquisedeque (versículos 14 ao 17 e 21 ao 24 e 27). Analisando o texto sem pensamento preconcebido a respeito: se Melquisedeque era um sacerdote em importância inferior a Cristo, e recebeu dízimos de Abraão em caráter voluntário, porque Jesus, sendo maior que Melquisedeque não pode receber dízimos de cristãos, voluntariamente? 

Todos precisamos ler a Bíblia Sagrada, especificamente sobre este tema. Pensar e orar a respeito deste assunto da obrigatoriedade em entregar dízimos. É coisa séria alguém usar o microfone de uma igreja sem respaldo das Escrituras Sagradas e defender tal situação de obrigatoriedade. Assim como é um equívoco quem se levante contra cristãos contribuírem entregando dízimos. 

E.A.G.