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Arquivo | 14 anos de postagens

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A canção como adoração a Deus

Por F. W. Krummacher

Conforme o costume judaico da Festa da Páscoa, Jesus entoou um hino, acompanhado de seus discípulos, a canção de louvor que consistia dos Salmos 115 a 118. Neste episódio, encontramos nosso Senhor cantando. No texto original em grego, não existe margem para dúvidas quanto a isso.

Por meio desse cântico, Cristo consagrou para sempre a música vocal na liturgia de cultos da Igreja.

A ação de cantar é um valioso dom do céu à terra: envolve a linguagem de sentimentos, exala o estado elevado da mente, é a expressão de uma alma extasiada.

A analogia entre as almas e um violão quebrado
O músico também é um crente

Executado no serviço da reuniões de culto nas igrejas, quão benéfica e abençoadora é a boa influência da mensagem cantada! Quem ainda não experimentou o seu poder maravilhoso de elevação espiritual, de pôr o ser humano acima do ambiente sombrio da rotina neste mundo? Quando o crente entoa hinos, a sua alma é dilatada, o seu coração é comovido, os correntes da inquietação são desbaratadas e o peso da tristeza são repelidos.

A melodia litúrgica é capaz de promover situações melhores que essas. Através do louvor sincero, o Espírito Santo combina a ação do crente ao usar a voz melodiosamente, em veneração ao Senhor, com seu sopro divino. E assim, inumeráveis vezes o Consolador tem trazido tranquilidade aos aflitos, expulso Satanás e seus projetos destruidores do meio do povo de Deus. 

À semelhança de uma perfumada brisa da primavera, o costume de cantar para adorar ao Senhor tem feito com que corações duros se derretam como ceras, tornando-os frutíferos, plenamente prontos para receber as sementes das Escrituras Sagradas e entrar à eternidade na companhia do Altíssimo.

O rei Davi recebeu uma honra indescritível ao ter suas composições sendo cantadas pelos lábios graciosos do Senhor Jesus Cristo - a inspiração suprema de suas obras de louvor. Se ao escrever os Salmos ele soubesse que isso ocorreria, talvez não conseguisse empunhar a pena e escrever uma só palavra. Não há registro bíblico que outro autor tenha recebido tamanha honraria do próprio Criador de todas as coisas.


Fonte: The Suffering Savior via revista  Fé para Hoje, ano 2004, número 24,  página 19, São José dos Campos/SP (Editora Fiel). Texto adaptado ao blog Belverede.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Os cinco pontos do arminianismo (parte 2 de 5 postagens)


Que aqueles que são enxertados em Cristo por uma verdadeira fé, e que assim foram feitos participantes de seu vivificante Espírito, são abundantemente dotados de poder para lutar contra Satã, o pecado, o mundo e sua própria carne, e de ganhar a vitória; sempre - bem entendido - com o auxílio da graça do Espírito Santo, com a assistência de Jesus Cristo em todas as suas tentações, através de seu Espírito; o qual estende para eles suas mãos e (tão somente sob a condição de que eles estejam preparados para a luta, que peçam seu auxílio e não deixar de ajudar-se a si mesmos) os impele e sustenta, de modo que, por nenhum engano ou violência de Satã, seja, transviados ou tirados das mãos de Cristo (João 10.28). Mas quanto à questão se eles não são capazes de, por preguiça e negligência, esquecer o início de sua vida em Cristo e de novamente abraçar o presente mundo, de modo a se afastarem da santa doutrina que uma vez lhes foi entregue, de perder a sua boa consciência e de negligenciar a graça - isto deve ser assunto de uma pesquisa mais acurada nas Santas Escrituras antes que possamos ensiná-lo com inteira segurança.

III - O caráter de Deus revelado nas Escrituras e as implicações com a doutrina da salvação 

Antes de discorrer sobre o arminianismo, ou sobre a remonstrância, desejamos resumir sobre a revelação das Escrituras quanto ao caráter de Deus e seus atributos divinos, chamados de atributos morais. Ter em mente esses atributos de Deus é fundamental para a análise crítica sobre quaisquer formulações teológicas sobre a salvação do homem.

1) A Santidade de Deus. Deus é absolutamente Santo. Bancrof [5] diz que "a santidade de Deus é seu atributo mais exaltado e destacado, pois expressa a majestade de sua natureza e caráter morais". No aspecto negativo, a santidade de Deus significa que Ele é separado de tudo o que é pecaminoso. No sentido positivo, entende-se "a absoluta perfeição, a pureza e integridade de sua natureza e seu caráter" (ibidem, p. 66) [...] "Esta santidade ética de Deus pode ser definida como a perfeição de Deus, em virtude da qual Ele eternamente quer manter e mantém a sua excelência moral, aborrece o pecado, e exige pureza moral em suas criaturas".

Desse modo, a santidade de Deus não permite que ele cometa pecado ou seja injusto, pois Ele é o modelo, o padrão e o exemplo perfeito para suas criaturas. Por causa de sua santidade, Deus não pode mentir (conferir Tito 1.2). Deus disse a Jeremias: "O SENHOR me disse: 'Você viu bem, porque eu estou vigiando para que a minha palavra se cumpra'" (Jeremias 1.12). Jesus disse: "Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mateus 24.35). Deus não pode dizer algo em sua palavra e mudar em sua aplicação no relacionamento com o homem. Ele se limita em si mesmo para que não se contradiga perante ninguém, sendo o fiador da sua Palavra.

2. O amor de Deus. Deus é Deus de amor. Ele próprio é amor: "E nós conhecemos o amor e cremos neste amor que Deus tem por nós. Deus é amor' [o amor na prática], 'e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele" (1 João 4.16).

Chaffer [6] afirma que "Deus não obteve o amor, nel Ele por qualquer esforço mantém o amor; o amor é a estrutura do seu ser. Deus é a fonte inesgotável do amor [...] Como nenhuma outra virtude, o amor é a motivação primária  em Deus, e para satisfazer o seu amor, toda a criação foi formada". Diz ainda: "que o amor divino não começou a existir somente quando suas criaturas foram criadas, mas que Ele já previra em si o seu amor para com elas. Porém, quando o mal sobreveio à criação de Deus, houve um conflito "dentro dos atributos de Deus". "A santidade condena o pecado enquanto o amor de Deus procura salvar o pecador" (ibidem, p. 230). Deus nos ressuscitou porque estávamos mortos espiritualmente. "Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossas transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça vocês são salvos" (Efésios 2.4,5). Por causa do seu Amor, Deus não pode agir de modo injusto e contra a sua bondade.

3. A bondade de Deus. Segundo Strong, "bondade é o princípio eterno da natureza de Deus, que o leva a comunicar sua própria vida e bênção aos que são semelhantes a ele no caráter moral. Bondade, portanto, é quase idêntica ao amor da complacência; misericórdia ao amor da benevolência". [7]

Deus é bom, no sentido absoluto. Diz a Bíblia: "De fato, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo" (Salmos 73.1); "Saindo dali, Jesus foi para o território da Judeia e para além do Jordão. E outra vez as multidões se reuniram junto a ele, e, de novo, ele as ensinava, segundo o seu costume" (Marcos 10.1). Sua bondade anda lado a lado com o seu amor e a  sua justiça. Admitir a predestinação, desde o ventre, não condiz com seu amor e sua justiça.

4. A justiça e retidão de Deus. Há teólogos como Bancroft [8] que consideram a justiça e a retidão como aspectos da santidade de Deus. Aqui, preferimos tratá-las como atributos distintos, embora intimamente ligados à santidade, como a outros atributos. "A retidão de Deus é a imposição de leis e exigências retas; podemos chamá-las de santidade legislativa. Nesse atributo, vemos revelado o empenho de Deus pela santidade que sempre o impele a fazer e a exigir o que é reto" (ibdem, p. 69). Segundo Joyner, "a retidão de Deus é tanto o seu caráter quanto o modo que ele opta por agir. Deus é ético no seu caráter ético e moral e, portanto, serve como padrão para determinar qual a nossa posição em relação a Ele" [9].

Por ser justo, não pode agir contra seu amor e sua bondade. Não se pode sequer imaginar Deus contrariando o seu caráter divino, como revelado nas Escrituras, fazer acepção de pessoas, a tal ponto de Ele dizer que não tem prazer na morte do ímpio, e, ao mesmo tempo, decretar, a priori, sua condenação inexorável ao inferno seria uma contradição jamais justificável diante do caráter do Deus bom e justo.
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5. E.H. BANCROFT, Teologia Elementar, p. 63-64;
6. Lewis Sperry CHAFFER, Teologia Sistemática, p. 229-30;
7. Augustus H. STRONG, Teologia Sistemática, p.432;
8. E.H. BANCROFT, Teologia Sistemática, p. 69;
9. RUSSEL, E. Joyner. Apud Horson, Stanley M. Teologia Sistemática, p. 140.

Fonte: revista Obreiro Aprovado, ano 38, número 75, 4º trimestre 2016, páginas 68, 69, 70, 77, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).

[ Em breve este artigo continuará em outra postagem. Agradecemos por sua opção de leitura neste blog: http://belverede.blogspot.com.br

A Supremacia de Cristo - Fé, Esperança e ânimo na Carta aos Hebreus


Lições Bíblicas

Lições do 1º trimestre de 2018 - Comentarista: José Gonçalves.

Sumário

Tema: A Supremacia de Cristo. Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus.

Lição 1

Lição 2

Lição 3

Lição 4

Lição 5
Cristo é Superior a Arão e à Ordem Levítica

Lição 6
Perseverança e fé em tempos de apostasia

Lição 7
Jesus - Sumo Sacerdote de uma Ordem Superior

Lição 8
Uma aliança superior

Lição 9
Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança

Lição 10
Dádiva, privilégios e responsabilidades na Nova Aliança

Lição 11
Os Gigantes da Fé e o seu legado para a Igreja

Lição 12
Exortações finais na Grande Maratona da Fé

José Gonçalves, comentarista das doze lições apresentadas ao 1º trimestre de 2018, é comentarista das Lições Bíblicas Adultos da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Também é escritor, conferencista, membro da Comissão de Apologética da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) e líder da Assembleia de Deus em Água Branca - PI. Estudou Filosofia e Ética na Universidade Federal do Piaui (UFPI).