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domingo, 20 de novembro de 2016

O milagre está em sua casa


Por Eliseu Antonio Gomes

"O Senhor é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos" - Efésios 3.20.

A importância do profeta Eliseu começa pelo significado do seu nome, significa "Deus é salvação" no idioma hebraico. A vida dele indica que tinha uma família abastada, porque arava uma terra acompanhado de vários empregados. Era um homem rude, sem formação acadêmica alguma, tinha calos nas mãos pelo serviço que exigia força bruta e saúde para ser realizado.

O profeta viveu durante os reinados de pelo menos quatro reis de Israel: Jotão, Jeú, Jeocaz e Joás; além de outros reis (2 Reis, capítulos 5 ao 13), inclusive estrangeiros, como o rei da Síria, Ben Hadade, Hazael e até o rei de Judá, Josafá (2 Reis 3.11-19).

Eliseu se tornou o canal de milagres em várias ocasiões diferentes. A começar pela casa de uma viúva, mãe de dois filhos. A narrativa, exposta em 2 Reis 4.1-7, não identifica o nome desta mulher e nem dos filhos dela, que era esposa de um profeta que havia falecido e deixado uma dívida impagável. A multiplicação do azeite na casa desta viúva é um dos milagres, ocorrido no ministério de Eliseu, cujo relato está entre os mais surpreendentes entre todas as narrativas que encontramos nas páginas da Bíblia Sagrada.

A viuvez nos tempos bíblicos

Um detalhe interessante a ser notado é que as passagens tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, que tratam da questão da viuvez, não falam do cuidado dos viúvos, mas, sim, em relação às viúvas, uma vez que, no modelo de organização familiar daqueles tempos, a morte da esposa não mudava a posição social e econômica do marido, mas o contrário, sim.

É importante observar que nos tempos antigos, no período bíblico e durante muitos séculos depois, não havia pensão alimentícia e nem seguro social, e as mulheres não tinham tantas alternativas de emprego como existem em nossos dias. Já para o homem, que normalmente sustentava a família sozinho, havia muitas opções, além de ser privilegiado na questão das heranças. 

No período bíblico, perder o marido significava para a mulher perder de forma dramática a sua posição social e econômica. As viúvas passavam geralmente grandes necessidades. A gravidade da situação era aumentada se ela não tivesse filhos. No caso de não ter gerado filhos, a viúva voltava para a casa dos pais (Gênesis 28.1) e ficava sujeita á lei do levirato, que já era praticada antes de Moisés, mas foi estabelecida como lei, de fato, somente com ele (Deuteronômio 25.5, 6). Naquela época a viúva poderia encontrar algum parente que se tornasse o seu remidor e se casasse com ela. No caso daquela viúva com dois filhos, não houve ninguém que a remisse.

O regime de escravatura.

A situação daquela viúva era alarmante, depois do falecimento do marido, estava sozinha com dois filhos órfãos, que não tinha condições de sustentar. Ela vivia em estado de extrema penúria, faltavam alimentos básicos, não havia nenhum recurso financeiro e tinha uma dívida sem condições de honrá-la. Corria o risco de ver seus filhos serem levados por credores, se ela não pagasse as dívidas deixadas pelo marido falecido.

O problema da dívida daquela família precisava ser resolvido. Nos tempos do Antigo Testamento, uma família de uma pessoa podia ser tomada e vendida para a escravidão temporária para pagar uma dívida contraída pelo pai (Êxodo 21.1-11; Levíticos 25.29-31; Deuteronômio 15.1-11).. 

A reação de Eliseu ao saber daquela triste situação foi manifestar o cuidado de Deus em favor da viúva e pelos dois órfãos; ambos simbolizavam os afligidos pela pobreza e pela fraqueza.

"Que é que tens em casa?" (2 Reis 4.2).

O profeta não pensou em buscar empréstimo para saldar aquela pendência financeira. Ele perguntou o que a mulher tinha em casa. Ela respondeu que possuía apenas uma botija de azeite. Curiosa essa pergunta, dirigida para a viúva, pois se a mulher veio até o profeta pedir ajuda para não ter os filhos levados como escravos por causa da dívida, é plausível entender que ela não tinha bens de valor material em casa que fossem suficientes para a quitação do débito.

A instrução do profeta à mulher, ao saber que possuía apenas um vaso, foi que ela conseguisse muitos vasos emprestados, vazios, e fechasse a porta de sua casa, e derramasse o pouco de azeite que tinha naqueles vasos. Obedecendo à palavra do profeta, aquela viúva viu o milagre que Deus realizou multiplicando o pouco que ela possuía. Não havendo mais recipientes onde estocar o azeite, cessou o milagre.

O óleo de oliva refinado era usado em cozimento, como cosmético e queimado como combustível na iluminação e era sempre mantido em combustão, mesmo na casa mais pobre dos hebreus. Observando a narrativa bíblica, é possível entender que o azeite era um produto de pouco valor agregado, de baixo custo, mas essencial à vida de todos. Podia ser facilmente vendido pela viúva, para pagar a dívida e, assim, as necessidades da família serem atendidas. 

O pouco que aquela mulher tinha foi foi feito em muito, mas ela precisava ser sábia no tocante ao que fazer com aquele muito que o Senhor lhe dera. Aquela mulher tinha então uma grande quantidade de azeite em casa, mas parece que não sabia o que fazer com ele. Indo pela segunda vez ao profeta, contou-lhe o ocorrido. A ordem era clara, aquele milagre não aconteceu para que ela gastasse o dinheiro com coisas desnecessárias, ela ouviu do profeta a orientação para que vendesse o azeite e usasse o dinheiro para pagar a dívida adquirida por seu falecido esposo, dívida que estava destruindo sua família que já estava desfalcada, e vivesse do restante.

A pergunta do profeta ("o que é que tens em casa?", dirigida para a viúva, é uma pergunta que, colocada no contexto das famílias na sociedade atual, se choca com a realidade da pobreza, da mendicância nas cidades, da busca de alimentos nos lixões das grandes metrópoles, dos maus serviços de saúde. A Igreja de Cristo na terra não pode fugir ao seu papel social, e sim seguir o exemplo da Igreja que saiu do Pentecostes (Atos 4.32-35).

Administrando o que Deus nos dá

Ter recursos em abundância não é o suficiente para que solucionemos problemas de escassez. É necessário que saibamos usar o que Deus nos deu com responsabilidade. No momento em que  a despensa está vazia, não adianta ter muitos recursos se você não sabe como aproveitá-los em favor de sua subsistência e de sua família.

Deus espera que ajamos com sabedoria em todos os momentos de nossa existência, sobretudo nas adversidades. É preciso saber trabalhar com o que se tem em mãos. Como servos de Deus, precisamos entender que Deus dá o necessário e não para as vaidades.

As lições que podemos extrair da experiência da viúva:
• Deus usa pessoas. Este é um fato fartamente demonstrado na Bíblia;
• O milagre corrido na casa da viúva aconteceu como resposta a uma carência humana e como resultado da compaixão divina;
• Deus dá a provisão na medida certa, nunca dá demais ou de menos, sempre na medida da nossa capacidade de gerir aquilo que Ele dá;
• Deus pode nos abençoar financeiramente;
• Para Deus não existem impossíveis;
• O pouco com Deus torna-se muito e a escassez pode tornar-se em abundância;
• Deus nos dá tanto quanto precisamos e dá abundantemente. 
Conclusão.

Vivemos um momento de grandes dificuldades econômicas no Brasil, quando muitas famílias estão em total pobreza material. Famílias inteiras vivem em favelas das grandes cidades, sem educação, sem segurança sem alimentação. A pobreza gera desespero e violência. Os governos tentam fazer alguma coisa, mas muito pouco é feito para mudar essa situação caótica.

Não importa a crise que o nosso Brasil esteja atravessando, o Senhor pode realizar - e realiza - milagres. Também, não importa como acontecem as intervenções divinas, o que vale é saber que Deus é poderoso para mudar situações adversas em favoráveis.

A bondade de Deus foi demonstrada na vida daquela família, que acreditou na orientação do profeta e foi agraciada com um grande milagre. A viúva endividada, no momento da crise foi até a pessoa certa, um profeta e homem de Deus. É preciso ter cuidado, pois muitos estão buscando o milagre divino no lugar errado e com a pessoa errada. Em tempos de crise não faltam falsos profetas que prometem "soluções milagrosas", lucrando financeiramente com com a dor e miséria alheia.

A lição que aprendemos é que o Pai celeste realiza milagres não porque merecemos. Não somos merecedores de nada. Os milagres em nossa vida são decorrentes da bondade divina. Do pouco que temos, podemos exercer nossa fé para obtermos a bênção de Deus em todos os aspectos de nossa vida: material, emocional e espiritual.

O apóstolo Paulo escreveu que Deus dá da sua graça na medida da nossa fé, ou "conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um (Romanos 12.3).  .
E.A.G.

Compilações:
Lições Bíblicas - Mestre - Elias e Eliseu, um ministério de poder para toda a Igreja; 1º trimestre de 2013; Lição nº 10: Há um milagre em sua casa; páginas 69-73, José Gonçalves; Rio de Janeiro (CPAD) ;
Lições Bíblicas - Professor - O Deus de toda Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2016, páginas 63 a 68, Rio de Janeiro (CPAD). 
O Deus de Toda Provisão - Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises; Elienai Cabral; páginas 109, 111, ; 1ª edição 2016; Rio de Janeiro (CPAD).

sábado, 19 de novembro de 2016

Fé e gratidão



"Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais! Bem mais valeis do que muitos pardais" - Lucas 12.7.

Foi Jesus quem disse a frase acima, revelando que nenhum detalhe em nós, por menor que seja, passa despercebido aos olhos de Deus. Portanto, em todas as circunstâncias, ore. Deus sabe tudo sobre você, mas Ele quer te ouvir o que tem a dizer (Mateus 21.22).

Frustrações? O futuro nos reserva novas oportunidades, todo dia é um novo dia. Certas coisas acontecem para que aprendamos a depender somente de Deus. A confiança nEle como o Pai que nos quer bem e a manifestação de gratidão mudam tudo. Esperar no Senhor é dar espaço para a satisfação tomar o lugar do desapontamento.

Aproveite bem todos os momentos que o Senhor concede a você. Abra seu coração, veja as ótimas oportunidades que existem neste dia. Na maioria das vezes, para evitar que a ocasião favorável se dissipe, precisamos apenas confiar no amor que o Pai celestial tem por nós, levantar a cabeça e ir adiante deixando as lembranças que causam dor para trás.

Há um tempo determinado para todas as coisas. Na vida do crente não existe sorte ao acaso, existe a operação da fé, que traz à existência as coisas que ainda não são. Na vida do crente, aquilo que parece ser uma coincidência é o plano de Deus em ação. Não há atraso nas respostas de oração, há a resposta no tempo certo. A vida de crente é uma vida abençoada.

Não existe problema que Deus não possa resolver. 

Obrigado, Senhor!

E.A.G.

O Natal de Jesus Cristo contado para as crianças


O Natal de Jesus Cristo contado para as criançasJesus Cristo, o Filho de Deus, nasceu em uma estrebaria. 

A estrebaria também é conhecida como curral, estábulo e cocheira. É de se esperar que seja um lugar sujo, que não tenha cheiro bom mesmo que sejam realizadas constantes ações de limpeza, porque ali são guardados muitos animais.

Ao nascer, em vez de o pequenino Emanuel ser colocado em um berço bonito, sobre um colchão macio revestido com lençol branco, foi posto em uma manjedoura. 

O que é a manjedoura? É uma peça conhecida também como cocho. O cocho é usado para colocar comida aos animais. 

Esta situação vergonhosa que Jesus Cristo experimentou em seus primeiros momentos como gente, quando se transformou em uma pessoa igual a mim e a você, aconteceu porque Deus olhou, com olhar repleto de imenso amor, para toda a Humanidade e percebeu que todos nós estávamos perdidos e precisávamos de um Salvador capaz de mostrar o caminho que nos leva ao Céu.

E.A.G.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Resposta para uma pessoa antidizimista e que é contra o salário de pastor


Iniciando este texto, quero deixar claro que não sou pastor, não tenho nenhuma espécie de vínculo com dinheiro de igrejas, a não ser na posição de quem entrega o dinheiro para sustentar o ministério.

1. Pastores, missionários e evangelistas.

Para argumentar contra o salário de pastor, críticos citam Mateus 10.9-10 ("digno é o obreiro do seu alimento") fora do contexto do assunto. Nesta passagem, os discípulos foram enviados para um trabalho evangelístico – em pouco tempo percorreram um trajeto fazendo visitas e logo retornaram. Não é o caso do ministério pastoral – o pastor convive com os membros da igreja, cuida de uma comunidade na posição de líder espiritual.

Por que o apóstolo Paulo não aceitou salário? Ora, não poderia fazer isso porque não era pastor, ele era apóstolo/missionário. Ele não lidava com gente convertida, seu contato era com gente se convertendo.

O apóstolo ensinou os convertidos a sustentarem pastores. O texto que trata de pastores/presbíteros com relação ao salário é 1 Timóteo 5.17. Nesta passagem bíblica, Paulo escreveu que aquele que se aplica ao ensino da Palavra deve ser estimado por digno de “duplicada honra”, pelos que são ensinados. No idioma grego, em que foi escrito o Novo Testamento, o termo empregado no qual ao português está vertido o vocábulo “honra”, tem o sentido de “honorário”, “salário”, “sustento como recompensa por bons serviços prestados”. 

Este texto não é de difícil compreensão. 

2. Vivendo pela fé.

Outra argumentação dos críticos do sustento pastoral é afirmar que o pastor deve viver pela fé.

O que é viver pela fé? Viver desempregado, viver sem salário, passar fome? Ora, é assim para aqueles que possuem uma fé limitadora, mas para quem possui uma fé no Deus de toda provisão, é diferente, é o extremo oposto.

Analisemos a galeria da fé, em Hebreus 11. Enquanto uns, pela fé, viveram sem alcançar as promessas de Deus, receberam zombarias, foram presos e torturados, morreram ao fio da espada, morreram queimados, outros, também pela fé, receberam as promessas de Deus, fecharam a boca de leões, apagaram a força do fogo, colocaram em fuga exércitos inimigos, conheceram a vitória, conquistaram reinos (versículos 33 ao 38).

3. O valor do trabalho de pastor evangélico.

As pessoas mundanas, que desprezam o Espírito Santo, alegam que o pastor que não exerce uma profissão na área secular é uma pessoa que não trabalha. Eles dizem isso porque não possuem a sabedoria do alto. O trabalho de um pastor - estudando a Bíblia para pregar e aconselhar os membros; orando pelos membros - é mais importante que qualquer trabalho deste mundo, porque é um trabalho de ordem espiritual; o pastor prepara almas para entrar no céu. 

É válido lembrar que para Deus uma alma vale mais que o mundo inteiro!

4. Defendendo os dizimistas cristãos e a coleta de dízimo nas igrejas evangélicas.

Penso que não devemos subestimar os dizimistas. Alguns descrevem quem entrega o dízimo como “pessoas de baixa instrução". Afirmar isso é agir com preconceito. Não são apenas pessoas com pouca escolaridade entregando dízimos nas igrejas, também existem pessoas cultas que fazem isso. 

O dizimista é dono do seu dinheiro, e nessa condição de dono precisa ser respeitado por todos nós. Ele faz o que quiser com tudo que é dele, não merece ouvir ou ler opinião de quem quer que seja a respeito do que queira fazer, se não solicitou auxílio à administração de seus bens.

.O dízimo nada mais é do que um sistema de ofertas sob a regra de dez por cento do salário do crente. Se a igreja recebe dízimos, pedindo que seja entregue voluntariamente, nada há de errado nisso do ponto de vista bíblico.

Conclusão.

Costumo aconselhar antidizimistas a consultarem o coração. Penso que eles precisam realizar uma autoanálise, para checar a motivação que os faz ficar contra as ofertas de dez por cento. Caso a razão da indisposição em ofertar seja o apego exagerado ao dinheiro, é necessário ter uma boa conversa com Deus e pensar em mudar o quanto antes possível seu posicionamento neste assunto.

E.A.G.

A evangelização das crianças


EBD-cpad-O-Desafio-da-evangelizacao-Obedecendo-ao-ide-do-Senhor-Jesus-de-levar-as-Boas-Novas-a-toda-criatura-Claudionor-de-Andrade-licao-9-a-evangelizacao-das-criancasPor Eliseu Antonio Gomes

O "Ide" de Jesus alcança as crianças.

"E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" - Marcos 16.15.

Deus, nosso Salvador, deseja que todas as pessoas sejam salvas e alcancem o pleno conhecimento da verdade, inclusive quer a salvação das crianças (1 Timóteo 2.3b,4; Mateus 18.12-14).

A grande comissão dada por Jesus também inclui as crianças. Assim sendo, anunciar o Evangelho para elas é uma necessidade urgente, pois precisam ser evangelizadas, discipuladas, e apascentadas com todo respeito e amor, para que tenham um encontro pessoal com Cristo.

A infância é o período em que o coração e a mente estão mais predispostos à influência do Evangelho. Uma criança ganha para Cristo representa uma alma salva e uma vida no serviço do Mestre; é uma vida toda que pode ser dedicada ao Reino dos Céus. Na Palavra de Deus temos o exemplo de Timóteo, que aprendeu as Sagradas Escrituras ainda na infância e quando jovem tornou-se um pastor, obreiro fiel (2 Timóteo 1.5).

Erroneamente, muitos quando leem essa ordenança pensam somente nos adultos. Entretanto, o Ide de Jesus também é para os pequeninos.

A criança como símbolo espiritual exemplar.

Além da atitude bondosa de Jesus para com elas, o que desejava ensinar baseado na comparação que fez entre os verdadeiros súditos do Reino dos Céus e os pequeninos?

A criança antes de ser atingida pelo orgulho, pela maldade e pela ambição pessoal mundana, é dotada de uma alma humilde e de uma fé simples. Então, é símbolo dos humildes e dos crentes fiéis em contraste com as pessoas orgulhosas, violentas e arrogantes.

Quem é o maior no Reino dos Céus? O maior no Reino de Deus é a pessoa que não tem espírito orgulhoso, não possui ambição egoísta. São aqueles cujo espírito é semelhante ao de uma criança; aqueles que têm fé simples e inabalável e se apresentam a Cristo sem medo e ostentação.

Apesar de serem fracas e indefesas, as crianças simbolizam com propriedade o povo simples que usualmente recebe a mensagem do Evangelho sem oferecer resistência, ao contrário de pessoas que tiveram nascimento nobre, são instruídas e sábias aos próprios olhos, que geralmente buscam justificativas para não levar a sério as declarações e advertências do Senhor.

As crianças são pecadoras?

O profeta Isaías, no capítulo 8 e versículos 15 e 16,  fala a respeito da criança desprezar o mal e acolher o bem. Mas qual seria essa fase da vida? Com certeza, ao chegar nesta etapa da consciência. elas podem e devem receber a Cristo como Salvador.

Todos os seres humanos já nascem com uma natureza pecaminosa, estado que é chamado de pecado original (Romanos 3.23). Porém, durante um tempo a criança não possui condições para discernir entre o bem e o mal, período em que não existe condenação para o pecado praticado, pois não há discernimento entre o que é certo e errado.

Não é possível apontar uma idade específica para a necessidade da criança receber a Cristo em seu coração. Tal carência depende do seu desenvolvimento mental. Cada criança é única, é preciso observar seu comportamento para apresentar o plano da salvação no momento correto.

A criança é apta a receber Jesus. 

A evangelização das crianças é uma necessidade urgente.

Jesus amou as crianças e dedicou em seu ministério um tempo para estar com elas, abençoando-as (Mateus 18.2, 3). É impressionante a ternura de Cristo em relação a elas. O Mestre apresentou preciosas lições, tomando-as como exemplo a ser seguido por seus discípulos.

O interesse de Jesus pelas crianças, como pessoas e objetos do amor de Deus, foi transmitido para a Igreja Primitiva, fazendo uma diferença permanente na atitude dos cristãos.

O dever dos pais cristãos.  

Toda criança é observadora. Por este motivo, para que os pais sejam bem-sucedidos na obrigação de "instruir o filho no caminho que ele deve andar" (Provérbios 22.6), implica em os pais andarem pelo mesmo caminho. A criança aprende rapidamente o que é transmitido, porém, mais com as atitudes que vê do que por meio das palavras.

Como podemos constatar através dos Evangelhos, Cristo se interessa profundamente pela salvação das crianças, ainda nos dias atuais o Senhor anseia recebê-las, amá-las e abençoá-las e ver o seu crescimento espiritual (Marcos 10. 13-14). Jesus chama a si os pequeninos, portanto, os pais cristãos devem ensinar seus filhos a respeito de Deus (Deuteronômio 6.6-7; Salmos 78.3-8).

A Bíblia apresenta algumas razões pelas quais devemos evangelizar as crianças;

1. É mandamento bíblico (Deuteronômio 4.9, 10; 6.6, 7; Provérbios 22.6);
2. Jesus deu o exemplo (Mateus 18.2; Marcos 9.36, 37);
3. Todos pecaram, inclusive as crianças. Ações iradas, obstinadas, de inveja, de desobediência e mentira fazem parte da natureza humana desde a infância (Salmos 58.3; Romanos 3.23);
4. Os infanto-juvenis têm alma imortal (Ezequiel 18.4);
5. A Bíblia esclarece que uma criança pode ser salva (Mateus 18.6);
6. Jesus recebeu perfeito louvor da boca dos pequeninos (Mateus 21.16).

O mandato "fazei discípulos" (Mateus 28.19) inclui especificamente o ensino. Temos que notar que o ensino proposto e claramente definido é "guardar (obedecer) todas as coisas" que Jesus ordenou. Em outras palavras, o ensinamento de Cristo está designado para produzir informação e transformação.

Conclusão.

Em que pese às demandas atuais da vida famíliar cristã, o que os pais cristãos têm feito pela educação religiosa dos seus filhos? Educar uma criança não é uma tarefa fácil, todavia, é extremamente recompensadora. Esta grande responsabilidade concedida por Deus aos pais, é dada porque Ele sabe que os pais têm capacidade de cumpri-la plenamente.

Então, que os pais usem o tempo de convivência com seus filhos para toná-los cidadãos civilizados, bem informados e dispostos a receber seus direitos e cumprir seus deveres. Se, em primeiro lugar, a fé cristã for ensinada e vivenciada no lar, certamente, será possível aos filhos peregrinarem pelo caminho da retidão espiritual. Desta forma, fundamentarão seus passos fazendo uso do ensino cristão e construirão o futuro alicerçados solidamente na Palavra de Deus.

E.A.G.

Compilação:
Lições Bíblicas. Família Cristã - Eu e minha casa serviremos ao Senhor; Mestre; Eliezer Lira e Silva. Lição 6: A Criança e a Família, página 39. 2º trimestre 2004; Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
Lições Bíblicas. O Desafio da Evangelização: obedecendo ao ide do Senhor Jesus de levar as Boas-Novas a toda criatura - Professor - Claudionor de Andrade, páginas 63-66; 3º trimestre de 2016, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).