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sexta-feira, 29 de maio de 2015

As limitações dos discípulos

Minisserie A Bíblia (History) . O ator Diogo Morgado interpretou Jesus.

No decorrer de seu ministério, Jesus Cristo foi seguido por pessoas sem expressão social, cheias de problemas e limitadas, mas jamais os descartou por estas características.

Muitos crentes têm uma ideia errada sobre os apóstolos do Senhor, pessoas que foram inspiradas pelo Espírito para escreverem textos sagrados que hoje conhecemos como o Novo Testamento, norteiam a nossa vida e são tidos como única regra de fé e conduta. Assim como nós, os discípulos eram pessoas falíveis.

Os discípulos e a necessidade do perdão. "E os que estavam à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este, que até perdoa pecados? E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz" - Lucas 7.49,50.

Os cristãos precisam manter a disposição de perdoar uns aos outros quando necessário, porque Deus não perdoa e nem age misericordiosamente com quem não perdoa e nem é misericordioso com o próximo. conferir: Mateus 6.15; Tiago 2.13.

A narrativa da mulher pecadora, que ungiu os pés de Jesus, na casa de um israelita chamado Simão, na cidade de Naim, nos mostra as seguintes características do pecador arrependido:

a. O reconhecimento de culpa;
b. O exercício de fé e a necessidade de alívio para a consciência;
c. A certeza do perdão e a consciência que as lágrimas não lavam pecado, mas o amor e intercessão de Cristo;
d. A experiência da purificação, que acompanha o perdão;
e. A gratidão.
f. O serviço. A mulher usou seu precioso unguento para lavar os pés do Senhor;
g. Paz. Jesus disse para mulher: "vá em paz", e foi assim que desde então ela viveu.

A falta de fé dos discípulos mesmo depois de verem milagres. "E aconteceu, no dia seguinte, que, descendo eles do monte, lhes saiu ao encontro uma grande multidão; E eis que um homem da multidão clamou, dizendo: Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que eu tenho" - Lucas 9.37,38.

A narrativa de Lucas contando o episódio em que o pai de um menino pede o socorro de Jesus em favor de seu filho, que sofria a possessão de um espírito maligno que o atirava ao chão, e o mantinha em convulsão e espumando pela boca, nos revela que muitas vezes os demônios atacam, de maneira visível, as pessoas. Porém, não necessariamente, todos os casos de convulsões tenham a mesma origem, sintomas parecidos podem ocorrer devido às causas físicas.

Diz o texto que os discípulos não tiveram autoridade de expelir o espírito, e Cristo ao saber do fracasso deles declarou que a causa de fracassarem era a perversidade (frisando: perversidade) e a incredulidade daquela geração. Então, pediu que lhe trouxessem o garoto e fez valer o seu poder e expulsou o demônio, deixando a todos que viram o exorcismo maravilhados com a sua presença e com a majestade de Deus.

O conhecimento da Palavra de Deus, aliado à oração, é a melhor maneira de encher-se de fé (Romanos 10.17).

Jesus não aceita a disputa dos discípulos. "E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, vendo o pensamento de seus corações, tomou um menino, pô-lo junto a si"  - Lucas 9:46,47.

Jesus responde à pergunta de quem é maior entre os discípulos, o episódio também está registrado em Mateus 18.1-5 e Marcos 9.33-40. Usa a figura de uma criança para ensinar que o maior no reino de Deus muitas vezes é considerado o mais insignificante pelos homens.

Jesus nos conclama à humildade. As pessoas muitas vezes desprezam os não-influentes e bajulam os que têm influência, aproximam-se dos grandes a fim de alimentar o ego e nutrir o status diante dos outros. Não precisamos nos importar nem um pouco com os símbolos de posição social neste mundo, porque o verdadeiro caminho para a grandeza é  a humildade, e o sinal de humildade mais aparente é incluir em nosso círculo de amizades as pessoas que o mundo considera os menos importantes.

Jesus repudia o exclusivismo dos discípulos. "E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco. E Jesus lhe disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós" -  Lucas 9.49,50.

O exclusivismo nada tem a ver com o ensinamento de Cristo.

Para João, não era suficiente realizar milagres em nome de Jesus; era necessário "seguir conosco" e Jesus ensina que não há neutralidade na luta contra o mal. Os que não são contra nós, são por nós, é uma prova que devemos aplicar a outros. E no capítulo 11 e versículo 23 de Lucas encontramos outro teste de Jesus, que devemos aplicar a nós mesmos: "quem não é por mim é contra mim".

Jesus é contra a avareza dos discípulos. "E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?" - Lucas 12.13,14.

Possuir coração avarento é um grande perigo, a avareza produz muitas consequências ruins. A parábola do rico louco ensina-nos que Jesus não quis se ocupar demasiadamente com os interesses materiais de seus ouvintes; que a vida de alguém pouco tem a ver com a abundância dos seus bens; que a riqueza pode ser perdida em uma noite mas a verdadeira riqueza é o que temos diante de Deus.

O valor de uma vida não consiste naquilo que alguém tem mas naquilo que esse alguém é (Salmo 15.1-5).

Jesus ensina os discípulos quanto a solicitude da vida. "E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes" - Lucas 12.22,23.

O ensino de Jesus nesta passagem bíblica é mais um convite para descansarmos nos braços de um Pai amoroso do que propriamente um mandamento, se consiste em um princípio libertador ao peso da preocupação excessiva. Sempre que nos concentrarmos em nós mesmos e não em Deus violamos o princípio de Jesus. Como seres humanos, às vezes ultrapassamos os limites e nos afligimos, ao invés de confiarmos nos cuidados eficazes do Senhor, desnecessariamente, carregamos o fardo pesado imposto por este mundo.

É importante lançar sobre Deus as nossas ansiedades, confiantes que Ele tem cuidado de nós (1 Pedro 5.7).

Conclusão

Na prática do cristianismo não há lugar para fingirmos ter valores espirituais melhores que os irmãos com quem convivemos.

A vida cristã é composta de posturas espirituais, porém, também, humanas. Nós corremos o risco de falharmos por fraqueza. Em momentos de fragilidade, a nossa fé deve estar cravada no Evangelho para superarmos todos os erros e culpas e dissiparmos todas os ardis da vida e do inimigo de nossas almas.

Embaraços e atos equivocados não podem ser considerados erros sem perdão. Ao pecar, não podemos encobrir o pecado, mas confiantes na bondade do Senhor confessá-lo com a disposição de não mais cometê-lo, confiantes que Ele perdoa os nossos pecados e nos purifica de todas as injustiças. E assim será (Provérbios 28.13; 1 João 1.9). 

E.A.G.

Compilações em:
A Bíblia Explicada, páginas 357, 358, 361, edição 1997, Rio de Janeiro (CPAD);
Bíblia de Estudo de Genebra, página 1198, edição 1999,  Barueri (SBB);
Bíblia de Estudo Vida, páginas 1605, 1613, edição 1998, São Paulo (Editora Vida).
Lições Bíblicas - Professor, José Gonçalves, 2º trimestre 2015, páginas 63,65, Rio de Janeiro (CPAD). 
Lucas, Introdução e Comentário, Leon L. Morris, página 167, reimpressão 2011, São Paulo, (Vida Nova). 

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Jesus avisou: "no mundo tereis aflições"

Por Eliseu Antonio Gomes

"E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras, e vim a saber que também isto era aflição de espírito. Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor" - Eclesiastes 1.17-18 (ARC).

A Palavra de Deus dá a receita para suavizar as aflições. Basta que tenhamos em nosso dia a dia atitudes positivas, pois o que experimentamos hoje são consequências de atos que praticamos no passado. O apóstolo Paulo alertou, em Gálatas 6, que estamos envolvidos na Lei da Semeadura, a qualidade de tudo que colhemos é resultado da qualidade da semente que plantamos.

O apóstolo Pedro ensinou como plantar corretamente e dessa plantação receber uma vida prazerosa. Confira: "Como dizem as Escrituras Sagradas: 'Quem quiser gozar a vida e ter dias felizes não fale coisas más e não conte mentiras. Afaste-se do mal e faça o bem; procure a paz e faça tudo para alcançá-la. Pois o Senhor olha com atenção as pessoas honestas e ouve os seus pedidos, porém é contra os que fazem o mal' ” - 1 Pedro 3.10-12.

Entenda-se na citação bíblica da carta de Pedro que além de pessoas más intencionadas, existe gente que pratica maldades e diz inverdades por falta de vigilância no falar e agir. Não examinam se os seus passos seguem a direção indicada por Deus e não conferem se a afirmação que receberam de mentirosos são fatos ou invencionices e as transmitem para outros. É preciso vigiar para não cair no pecado por causa da displicência: "Quem pode ver os seus próprios erros? Purifica-me, Senhor, das faltas que cometo sem perceber. Livra-me também dos pecados que cometo por vontade própria; não permitas que eles me dominem. Assim serei uma pessoa direita e ficarei livre do grave pecado da desobediência a ti." - Salmo 19.12.

Provérbios 18.14 declara: "A vontade de viver mantém a vida de um doente, mas, se ele desanima, não existe mais esperança". Todas as pessoas que estão afligidas por quaisquer tipos de problemas devem considerar que o Senhor socorre aqueles que estão dispostos a fazer a sua vontade, praticando o bem e priorizando a justiça.

Enfim, Jesus disse: "Eu digo isso para que, por estarem unidos comigo, vocês tenham paz. No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo. - João 16.33.

"Quando as pessoas honestas chamam o Senhor, ele as ouve e as livra de todas as suas aflições. Ele fica perto dos que estão desanimados e salva os que perderam a esperança." - Salmo 34.17-18.

"Quando estou aflito e preocupado, tu me consolas e me alegras" - Salmos 94.19. 

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Exceto a primeira, todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).

E.A.G.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

As três fases de crescimento físico e espiritual

Por Eliseu Antônio Gomes

"Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino" - 1 Corintios 13.11.

No começo da nossa existência vivemos a infância, período bom da nossa vida em que é possível e temos o direito de passar viver brincando; mas chega a juventude e precisamos dividir os direitos com os deveres, as atividades lúdicas com os estudos, depois vem a fase adulta e é necessário encarar o dever de cumprir os compromissos como cidadãos de bem.

“Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Jovens, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevo, filhos, porque conhecestes o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno. Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” - 1 João 2:13-17.

Tal qual na vida secular, é na vida espiritual.

A infantilidade

Aceitar Jesus como Salvador é um passo de fé que deve ser seguido por outros. Só cresceremos espiritualmente ao tomar a decisão de também aceitar a Jesus como Senhor. Isto é, obedecer aos mandamentos de amar a Deus em primeiro lugar e o próximo como a nós mesmos. E esta obediência é um ato de todas as horas, todos os dias, para todos os lugares e situações.

“Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” - João 3.7.

“Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” - Gálatas 4.19.

A juventude

Na adolescência, período da transição entre ser criança e pessoa adulta, quando a beleza do corpo e a força física atingem o ponto mais alto, precisamos considerar que existimos por causa do Criador e que Ele tem um ótimo propósito para nós. 

"Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo. Afasta, pois, a ira do teu coração, e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade" - Eclesiastes 11.9,10.

“Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza” - 1 Timóteo 4:12.

A maturidade 

Jesus se faz presente entre os crentes quando eles se reúnem em nome dEle, nesta reunião Ele nos favorece através de talentos natos, dons espirituais e dons ministeriais.

“E ele mesmo' (Jesus Cristo) 'deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” - Efésios 4.11-14 (parêntesis meus).

Conclusão

É importante viver, e deixar os outros viverem, as três fases da vida intensamente considerando que para tudo existe o tempo determinado (Eclesiastes 3.1)

O comportamento individual de cada um precisa ser restrito à faixa-etária na qual está vivendo. A criança deve ser tratada como criança, o adolescente como adolescente e o adulto como alguém amadurecido. Quando não existe tal consideração, o ser humano adulto pode se transformar em pessoa problemática.

"Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia" - 1 Coríntios 10.12.Tenhamos muita atenção para viver corretamente a fase adulta,  fazendo o bem para nós mesmos e para o próximo. Assim como quem não se sujeita às leis é obrigado a cumprir a pena aplicada pelas autoridades, no campo espiritual todo aquele que planta o erro não colherá benesses (Romanos 13.1-4; Gálatas 6.7-8).

E.A.G.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Louvado seja o nosso Deus de paz

“Porque Deus não é Deus de confusão...” – 1 Coríntios 14.33 a.

Todos sabem, mas escrevo para nos fazer relembrar o sentido do substantivo feminino "confusão" , porque é sempre bom meditar nas Escrituras Sagradas aprofundadamente.

A palavra “confusão” significa atordoar; atroar.

Atordoar é causar abalo ou perturbação de sentidos; e atroar significa f
azer estremecer por meio de estrondo; afetar a audição, magoar, maltratar.

 “... senão de paz, como em todas as igrejas dos santos” - 1 Coríntios 14.33 b.

Toda revelação que vem da parte de Deus não confunde as pessoas, esclarece; não cria problema, apresenta soluções aos problemas que o ser humano é o responsável. Então, caso encontrar pessoas entregando mensagem que não seja elucidadora e pacificadora em seu círculo social, mensagem que não produza paz em sua vida, descarte essa mensagem porque não provém do Senhor.

Toda espécie de revelação entre os irmãos em Cristo só deve ser aceita como ação do Espírito após passar por análise cuja base é única e exclusivamente a Escritura Sagrada. Apenas quando o conteúdo revelado é comprovadamente de acordo com a Escritura é que poderá ser recebida como proveniente de Deus. A Bíblia Sagrada causa bem ao ser humano, de maneira individual e coletiva. Ela ensina, não confunde; ela responde com argumentos eficazes, não suscita dúvidas; corrige reparando injustiças e jamais cometendo-as. A Palavra de Deus age assim com a finalidade de aperfeiçoar o ser humano, para que o ser humano aprenda a refutar as obras más e ser praticante de boas obras (1 Timóteo 3.16-17). Que o nosso Deus de paz seja louvado em nossas falas e atitudes esclarecedoras e pacificadoras.

E.A.G.