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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Santificarás o sábado

Por Eliseu Antonio Gomes

"E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" - Marcos 2.27.

O quarto mandamento envolve os aspectos espiritual e social, diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e ao mesmo tempo com o próximo.

Segundo o Pastor Esequias Soares, no artigo Os Dez Mandamentos e a Fé Cristã, página 15 da revista Ensinador Cristão nº 61 e ano 16, é a primeira vez que, em cem anos de história da denominação Assembleia de Deus no Brasil, o tema "santificação do sábado" é abordado na Escola Bíblica Dominical. Ele entende que tal abordagem não é recebida com entusiasmo por muitos, por causa da doutrina sabatista dos Adventistas do Sétimo Dia e outros grupos que defendem a guarda do sábado.

A perspectiva bíblica e evangélica

Por razões culturais, religiosas e teológicas as três principais religiões monoteístas do mundo guardam um dia da semana. Os judeus observam o sábado; os árabes a sexta-feira e os cristãos o domingo. Mais importante do que estabelecer qual o dia da semana descansar, é acatar a finalidade da guarda, que é reservar tempo para prestar reverência e adoração ao Criador dos céus e da terra.

Ao tratar do assunto, o cristão precisa ir além das perguntas descartáveis sobre qual é o dia da semana que devemos considerar o Dia do Senhor. Este dia não deve ser encarado como mero dia de ativismo religioso, quando a pessoa se envolve e se cansa mais do que em atividades seculares.

Duas refutações aos ensinos de sabatistas

1. O sinal perpétuo

Os Adventistas do Sétimo Dia afirmam que a referência de Êxodo 31.17-18 comprova que a guarda do sábado é obrigatória ao cristão por causa da expressão "para sempre" contida neste texto bíblico. Porém, existe na Bíblia outros textos que falam em "preceitos perpétuos" ou "para sempre", mas não são considerados pelos sabatistas como obrigações permanentes. Por que só vêem no sábado um preceito eterno? Segundo a Bíblia, são preceitos perpétuos: a circuncisão (Gênesis 17.7, 13); a celebração da Páscoa (Êxodo 2.14); a unção dos sacerdotes (Êxodo 40. 15).

2. Obrigação

Também, os sabatistas defendem a ideia da obrigatoriedade de se descansar no sábado citando Êxodo 20.8, "Lembra-te do dia do sábado para o santificar". Usando esta referência, eles argumentam que o mandamento que ordena guardar o sábado está no conjunto de ordenações que mandam não ter outro deus diante de Deus; não tomar o nome do Senhor em vão; não esculpir e adorar imagens; honrar os pais; não matar; não cometer adultério; não mentir; não cobiçar a mulher, animais e coisas do próximo. Dizem que se o cristão segue tais ordenanças, que compõem os Dez Mandamentos, também deveriam seguir a ordem de guardar o sábado.

Porém, os sabatistas parecem ignorar o comentário de Cristo, que como Senhor do sábado, detendor de plena autoridade para determinar o grau de culpabilidade de quem não observa o descanso no sábado, declarou: "Não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?" - Mateus 12.5.

A tentativa de reconciliação com Deus por meio de obras implica a nulidade da obra de Cristo e a obrigatoriedade de se guardar toda a lei (Gálatas 5.2, 3). Aqueles que consideram ser importante guardar o sábado devem julgar se estão da maneira que a lei do Antigo Testamento prescrevia: não ferver e nem assar comida; não sair de casa; não acender fogo; não fazer viagens; não carregar peso; não fazer transações comerciais (Êxodo 16.23, 29; 35.3; Neemias 10.31; Jeremias 17.21; Amós 8.5). Os defensores da guarda não cumprem essas determinações.

Deus descansou no sétimo dia da criação.

O verbo hebraico encontrado em Gênesis 2.2 significa "descansou" (hebraico shabbat) não indica fadiga, quer dizer apenas "cessou", está conectada com a finalização da obra da criação. O pensamento de que o Deus bíblico, um Ser espiritual que é onipotente, está sujeito ao cansaço é um pensamento pueril. Jesus atestou que o Criador,  é incansável, está isento às fragilidades carnais e humanas: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" -João 5.17.

O sábado é um presente de Deus para o povo de Israel.

A palavra "sábado" é um termo de origem hebraica e significa "sétimo".

Deus ordenou aos judeus, libertos do regime do trabalho escravo no Egito, que descansassem no sétimo dia da criação. Diferente de Faraó, que não tratava os judeus com dignidade, Deus tratou-os dignamente como seres humanos que eles eram.

Ao descansar no sétimo dia, o povo israelita recebeu por 40 anos o alimento celestial chamado maná, cujo sabor é comparado ao gosto do mel e do azeite, até chegarem aos termos da terra de Canaã (Êxodo 16.29-30, 35; Números 11.8).

O sábado foi dado a Israel para descanso.

Tanto os israelitas quanto a terra e os animais usados no campos deveriam descansar no dia de sábado  (Êxodo 23.12).

A fé cristã é isenta de toda forma de legalismo e incentiva a usar tolerância com os fracos na fé (Romanos 14.5-6).

Quando Paulo proibiu o juízo, no capítulo 14 da carta aos crentes romanos, referia-se a costumes de judeus, como as regulamentações a respeito à observância do sábado, de festas e da alimentação, O apóstolo concluiu que estas são questões individuais e não morais, e cada crente deve decidir sobre elas, pois cada um deverá prestar contas a Deus e não aos outros cristãos. O crente maduro jamais deve ostentar suas preferências pessoais de maneira que possam prejudicar outros cristãos (10.15, 20, 21, 1 Coríntios 8).

A lei, juntamente com o sábado legal, foi encravada na cruz.

Não podemos deixar de citar a redenção do cativeiro egípcio, um fato histórico, que se consistia em sombra no passado dos judeus que entraram na Terra Prometida, como também é um fato histórico o sacrifício de Jesus para redimir toda a humanidade do cativeiro da morte espiritual (1 Corintios 5.7).

O cristão não está debaixo do antigo concerto (Hebreus 8.6-13). O sábado e todas as instituições de culto do Antigo Testamento foram sombras ou símbolos prepatórios de bênçãos da salvação presente e futura em Cristo.

O sábado institucional se cumpre na vida da igreja.

O Adventismo do Sétimo Dia usa o texto de Hebreus 4.8, 9 para tentar convencer a todos sobre a necessidade de observância do sábado como dia de descanso. Porém, tal doutrinamento ignora que este texto bíblico não trata do sétimo dia literal. Antes, refere-se ao repouso de uma vida de fé em Deus. A ideia central reside no fato que Deus descansou depois de haver criado o mundo. E, também, no fato de que os profetas falaram, de antemão, de outro dia (Salmos 118.24; 95.7) e não no sétimo dia semanal. O dia mencionado pelos profetas está relacionado a um repouso maior, que se seguiria a uma obra maior, cujo objetivo não era apenas descansar fisicamente, mas também repousar a alma e o espírito.

Oseias 2.11 fala da abolição do sábado.

"E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas festividades." Esta profecia se cumpriu com o ministério de Cristo.

Divinamente inspirado, o apóstolo Paulo explica a relação entre o ministério de Cristo e a abolição do sábado no Novo Testamento, esclarece que os cristãos estão livres da observância do sábado. Ao morrer sem pecado e ressuscitar, Jesus expôs principados e postestades e os derrotou e triunfou sobre si mesmo, abrindo as portas celestiais ao repouso eterno no céu de toda alma que aceitá-lo como Salvador e reconhecê-lo como Senhor (Colossenses 2.16, 17).

O que os cristãos estão fazendo com o Dia do Senhor?

É um equívoco afirmar que o imperador romano Constantino determinou que o domingo fosse considerado pela Igreja de Cristo como o Dia do Senhor. O que Constantino fez foi apenas legitimar e oficializar a prática preservada por mais de três séculos pela comunidade cristã primitiva.

O cristão considera o domingo como Dia do Senhor porque foi neste dia que Jesus de Nazaré ressuscitou, a Igreja Primitiva se reunia para comer o pão e confraternizar-se com alegria e singeleza de coração. Assim sendo, desde o primeiro século os cristãos que confessam a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, reservam o domingo para adorar a Deus. Sem pressão legalista, os adeptos do cristianismo aproveitam que o domingo é o dia oficial de descanso no mundo ocidental, para dedicar-se ao convívio em família, à meditação espiritual, adoração ao Senhor em comunidade e visita aos enfermos.

E.A.G.

Compilações:
Bíblia Apologética de Estudo, páginas 80, 83, 87, 97, 98, 1203, 1237, 2ª edição ano 2000, Jundiaí/SP (ICP - Instituto Cristão de Pesquisas).
Bíblia de Estudo Defesa da Fé: questões reais, respostas precisas, fé solidificada; páginas 8, 1804, 1899, edição 2010, Rio de Janeiro (CPAD).
Ensinador Cristão, ano 16, nº 61, página 39, jan/fev/mar 2015, Rio de Janeiro (CPAD).

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Neopentecostal vende lotes de terreno no céu?



Este artigo aborda uma postagem de vídeo cujo título é Mercenários e está postado na página oficial do Ministério Efraim Melo. [1] 

Para começar, quem é Efraim Melo? Ele tem um site [2] com a seguinte apresentação:

"Presbítero da Assembleia de Deus (ADEFS), Efraim Inácio Silva Mello, nasceu em Ipirá-BA, no dia 12 de dezembro de 1988, em lar cristão, mas rendeu-se a Cristo aos 19 anos, e foi quando o seu coração foi marcado pela plena convicção do seu chamado, para a área especifica que é apregoar o evangelho puro e genuíno. Cursando Bacharel em Teologia pelo Centro Educacional Teológico da Assembleia de Deus (CETAD). “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina”. (2 Timóteo 4:2.)"

Além da declaração acima, o nome Efraim Mello tem uma segunda, que colide com a primeira. Está em seu blog [3] em que se apresenta como membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

"Sou um Jovem Adventista, estudante do UNASP. Tenho como meta alcançar os objetivos que planejei para minha vida. Desejo ser Pastor atuante na àrea da música profissionalmente."

São duas pessoas, será um caso de homônimos? Pouco provável, mas a probabilidade existe.

Quero declarar que eu concordo com quem diga que a proposta de oferecer a tal escritura, citada no vídeo em questão, é algo repugnante que deve ser questionada veementemente, pois não é uma prática que podemos dizer ser genuinamente cristã.

Quero crer na idoneidade do Ministério Efraim Melo, que apresenta o vídeo na data de 1º de fevereiro de 2015. O post mais antigo deste vídeo que eu encontrei está no YouTube, canal de Luis Vergano [4], cujo upload tem data no dia anterior, 31 de janeiro de 2015, de onde provavelmente deve ter sido extraído pelo Ministério Efraim Melo. 

Neste vídeo, um jovem com entonação de voz muito parecida com a de Edir Macedo, oferece aos fiéis uma pseudo escritura, porém, não é possível saber do que realmente trata porque o conteúdo de sua fala não está completo. O vídeo faz parte de uma produção religiosa de linha neopentecostal. Para bem da verdade, é digno de nota esclarecer que os caracteres "Compre agora o seu terreno no céu!! Faça sua sociedade/contrato de compra com Deus, e receba agora sua escritura autenticada" não foram digitados pela produção do programa religioso. 

A frase sobreposta à imagem é de autoria de quem copiou o vídeo e o postou na Internet. Ela parece ser invenção de uma turminha que ridiculariza tanto os pentecostais quanto os neopentecostais. A turminha "aumenta" para dar um enfoque de polêmica. A confusão inventada é repassada por muitos crentes sérios e as "mentes criativas" se divertem muito com a onda que inventaram.

Enfatizo: não quero endossar a proposta que o rapaz apresenta neste vídeo. Por que emito esse alerta? Porque heresias devem ser combatidas, porém, apenas com o uso da verdade dos fatos. Como cristãos, jamais podemos nos esquecer a quem Jesus chamou de pai da mentira. O exagero da frase "venda de terreno no céu" induz pessoas à confusão, pode levar muitas pessoas a crerem que a oferta realmente é feita. Mas não é.

A legenda não corresponde ao conteúdo apresentado. Lembra o jornal sensacionalista Notícias Populares, que circulou em São Paulo entre as décadas de 1960 e 90, a manchete era enorme e quase sempre não estava coesa ao assunto da matéria. Após ler o jornal, quem o comprava se sentia lesado. Não é à toa que esse jornal parou de circular por falta de assinantes e compradores de banca. Perdeu o crédito. 

Certa vez, constatei o resultado desse tipo de "criatividade". Não posso generalizar, mas sou testemunha de uma ocorrência parecida com essa, a consequência não foi edificante para ninguém. Existem pessoas olhando o desvirtuamento da descrição do fato e consideram os neopentecostais como as vítimas, e quem divulga o "exagero do fato" como sendo os vilões.

Acredito que esse tipo de estreatégia de combate em favor do Evangelho genuíno rouba a credibilidade da apologia ensinada na Bíblia. Heresias devem ser combatidas sempre, entretanto, apenas usando o recurso da verdade dos fatos e a Palavra de Deus.

E.A.G.

1 - https://www.facebook.com/video.php?v=725904787530362&pnref=story
2 - http://www.efraimmelo.com/
3 - http://efraimmello.blogspot.com.br/
4 - https://www.youtube.com/watch?v=a554hIQShoY

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Assumindo a natureza de influenciador

Jesus afirmou que o crente é luz. Ele declarou que o crente é o sal. Então, se você crê em Deus e em Cristo como seu Senhor e seu único e suficiente Salvador, tome posse da sua condição e esteja disposto a fazer com que sua natureza espiritual influencie o ambiente em que estiver. Ilumine e tempere este mundo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O catálogo bíblico de erros cometidos por quem despreza a Deus



As obras da carne são atitudes da natureza humana. Quase todas às vezes são ações de pecado, outras, iniciativas que não se consistem de pecado mas não têm a bênção de Deus porque Ele não é consultado através da Bíblia antes que a ação é realizada.

Exemplos:
• Aquele que teme a Deus e segue seus caminhos é bem-aventurado com a instituição de uma família feliz (Salmo 128);
• O filho que honra aos pais é bem-aventurado com vida longa, prosperidade e sucesso (Efésios 6.1-3). 

Na figura exposta, temos o catálogo de pecados. Trata-se da passagem de Gálatas 5.16-21, que é uma lista dos principais erros de conduta de quem despreza a direção do Espírito Santo.

E.A.G.