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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Um libertador para Israel

O traço mais marcante da personalidade de Moisés está descrito em Números 12.3: "E era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra". O termo mansidão no original hebraico significa "sofredor".

Durante toda sua vida, Moisés foi preparado por Deus para que se tornasse o líder do seu povo e o levasse à Terra Prometida durante uma peregrinação de quatro décadas pelo deserto. Na infância, esteve em um lar humilde e temente a Deus sendo preparado para viver no palácio de Faraó como um príncipe. Entre a realeza, recebeu instrução em toda a primorosa ciência da época (Atos 7.22). E ele usou todo seu cabedal de conhecimento para servir ao Senhor como profeta, escritor, legislador de Israel.

Deus chama pessoas para o seu trabalho. Não escolhe aquelas que estão sentadas, de braços cruzados, desocupadas. O chamado divino é reservado aos trabalhadores. Foi o que aconteceu com Moisés quando o Todo-Poderoso revelou-se a ele como em uma labareda de fogo envolvendo uma sarça sem que a queimasse, quando lhe convocou para retornar ao Egito e retirar os israelitas do jugo da escravidão egípcia e o levasse para a Terra Prometida {Êxodo 3.2)..

Muito antes de Moisés, Abrão e seu pai Tera saíram de suas terras rumo à Canaã. O pai do patriarca faleceu em Harã, o Senhor encorajou Abrão a prosseguir e ele seguiu adiante convicto em sua jornada de adoração à divindade que não era material (Gênesis 11.31-32; 12.1-9; Josué 24.2). Abrão peregrinou pretendendo viver algo diferente do que havia em Ur, romper com o ciclo do fanatismo, fazer a diferença naquela imobilidade mórbida da geração em que estava inserido. Não sabia o destino que deveria ir, mas foi. Por esta disposição o apóstolo Paulo escreveu que todos que creem em Deus como o patriarca cria, são filhos de Abraão (Gênesis 3.7-9).

Moisés tinha um ofício tranquilo para sustentar sua casa, zelava de um lar sem muita dificuldade, estava cuidando do rebanho seu sogro e tudo se encontrava na mais perfeita paz quando Deus o chamou (Êxodo 2.11-21; Atos 7.29). No retiro de sua vida pacata, poderia ter achado que a melhor ideia era deixar tudo como estava, poderia ter dito para Deus que era ocupado demais para servi-lo, continuar apascentando os animais no campos verdejantes de Midiã. Mas não foi isso que ele fez. Moisés deixou suas tarefas de pastor de ovelhas e seguiu, acompanhado da esposa e seus dois filhos, para sua missão de libertador de Israel. No Egito, reencontrou-se com seu irmão Arão, que o auxiliou como orador perante Faraó (Êxodo 4.18-31) e passou a peregrinar com o povo pelas areias quentes e calor escaldante do deserto por quarenta anos. Daí, podemos entender a descrição manso/sofredor.

Acreditando nas promessas que o Senhor proferiu aos patriarcas, o contingente populoso de israelitas, escravizados no Egito, aceitaram a liderança de Moisés e o seguiu (Gênesis 50.24-25; Êxodo 13.19; Hebreus 11.22).

O Senhor sempre está a vocacionar e chamar líderes para sua obra. Para ser um instrumento nas mãos de Deus, quem é chamado necessita fazer a sua parte, dispor-se à tarefa de preparação e dispor-se a cumprir a chamada, é preciso ter disposição para deixar muitas coisas para trás, como fizeram Abrãao e Moisés, e seguir as orientações do Senhor confiantemente.

Assim como o Senhor disse a Moisés, diz aos que o obedecessem "Eu serei contigo" (Êxodo 3.12)! O crente deve estar animado a andar com Deus, uma caminhada de fé e não guiada pela visão (2 Coríntios 5.7). A chamada do Senhor ao cristão não é um convite ao trânsito geográfico. A grande lição encontrada na vida e missão de Moisés refere ao fato de desapegar-se das coisas desse mundo e fazer a ética do Reino de Deus prevalecer em nosso comportamento (Mateus 5-7). Valores que podem e devem ser vividos, exemplificados através de nossa existência. O Reino de Deus não é comida e nem bebida, mas justiça, e paz e alegria no Espírito Santo (Romanos 14.17).

Jesus é o Rei dos reis, o Libertador de todo aquele que tem a alma escravizada pelo pecado e aflições inerentes deste mundo, todo cristão deve segui-lo como os israelitas se dispuseram a seguir Moisés e romperam com a escravidão egípcia. Cristo nos chama: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" - Mateus 11.28-30.

E.A.G.

Consultas:
Dicionário Bíblico Universal A. R. Buckland & Luckin Williams, página 406, edição 2007, São Paulo (Editora Vida).
Ensinador Cristão, ano 15, nº 57, páginas 14, 15, 37, janeiro/fevereiro/março 2013, Rio de Janeiro (CPAD).

Confira outras postagens neste blog, paralelas ao tema: Deus no desertoO erro de Moisés


Ângulo feminino agridoce - charge

As velhinhas são simpáticas, mas nem tudo deve ser generalizado e visto pelo ponto negativo. Não é?


A vida secreta de Walter Mitty e a produção brasileira


O longa metragem é uma história bonitinha Trata-se de uma comédia romântica misturada com uma pitada pequenina de drama, tem belas paisagens, movimentos e ângulos de câmera que poderá surpreender você, um pouco de ação com efeitos especiais bem realizados, alguma fantasia e uns clichês aqui e ali, afinal, nem sempre é possível ao pessoal de Hollywood ser absolutamente original. Aliás, trata-se de uma refilmagem, mas com adaptações na história para situar a ação nos tempos atuais.

Ben Stiler interpreta o personagem principal do filme, ele também dirigiu e produziu. A veterana Shirley MacLaine faz o papel de sua mãe e Sean Pen o de um fotógrafo bem conceituado em seu ramo. 

O importante é que você pode assistir ao filme com sua família reunida. O roteiro é sem palavrões e sem piadinhas sujas - coisa corriqueira para gente de cinema tupiniquim que pensa que vocabulário chulo é sinônimo de ser descolado e moderrno

"Moderrno" com dois érres, mesmo. É a minha "homenagem" aos artistas brasileiros que acreditam no poder sobrenatural da grafia errada, que repetir síladas no nome espanta o azar. Se espantasse eles fariam sucesso de bilheteria de verdade, não precisariam sobreviver na profissão produzindo às custas de dinheiro público, via Lei Rouanet. 

E.A.G.

Ensina a criança - charge da gravidez precoce

Ensina a criança - charge da gravidez precoce


"Ensine a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele". Provérbios 22.6 (Nova Almeida Atualizada (NAA / SBB).


E.A.G.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A Sulamita

O livro Cantares de Salomão registra a bela história de amor entre o rei Salomão e a Sulamita. E muitos se perguntam o que isso tem a ver conosco, os cristãos, qual seria o motivo deste livro fazer parte da Bíblia Sagrada.

O livro, em composição poética, no começo identifica a jovem como a "morena",  "formosa minha", ao longo de oito etapas do romance apresenta, figurativamente, oito etapas da evolução espiritual, da salvação até a maturidade espiritual.

No começo de Cantares de Salomão o último titulo dado à moça do campo descrita ali é Sulamita. Seria o feminino do nome Salomão em hebraico? Ela pôde ser chamada a assim por causa da sua identificação com seu amado. Após passar por vários estágios em sua experiência de ser atraída por ele e buscá-lo, por fim ela tornou-se a sua cópia. Não era exagero chamá-la assim, vê-la era o mesmo que ver Salomão.

No início do relacionamento, ela buscava apenas a sua a sua própria satisfação. Amadurecida, agora ela tornou-se também a cooperadora de seu marido na obra que ele tinha de realizar. Antes, seu amado precisava chamá-loa várias vezes para sair a trabalhar com ele; depois ela mesma tomou a iniciativa de chamá-lo a fim de ir ao campo (Cantares 5.2; 7.2).

No começo, extremamente egoísta, ela só se preocupava consigo mesma. No final, amadurecida, sua preocupação era com a irmãzinha (Cantares 1.6; 8.8).

Esta mudança representa o estágio mais maduro da experiência cristã; é o estágio em que o cristão está plenamente conformado à imagem de Jesus Cristo. Nesta fase, não preocupa-se apenas com seu próprio progresso, mas também com o bem-estar coletivo (Romanos 8.29).

O apóstolo Paulo escreveu sobre Jesus Cristo e a cristandade sobre este assunto:

"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente" - Efésios 4:11-14.

E.A.G.