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Arquivo | 14 anos de postagens

domingo, 16 de junho de 2013

Manifestações por catraca livre ou rebeldia sem causa?

Avenida Mutinga, São Paulo (SP).

Sou usuário do transporte público na cidade de São Paulo.

Não preciso de ônibus todos os dias e tenho a regalia de usá-lo em dias e horários que quiser, portanto, uso fora daqueles momentos do rush. E é nessa condição que escrevo. 

Ando por toda São Paulo. É possível sair da zona oeste e descer lá na Praça da Sé, em cerca de 45 minutos, gastando menos de dez reais. Com uma viagem de ônibus, uma de trem da CPTM e uma de metrô. E voltar sem pagar nada mais que isso se a volta acontecer dentro do período de três horas entre a passagem do cartão eletrônico no dispositivo da primeira e da última catraca utilizadas.

Costumo ver pelo lado de fora da condução os trabalhadores voltando para casa depois de seus expedientes: gente assentada nos bancos com a cabeça encostada no vidro da janela ou reclinada à parte de trás do banco, rostos cansados com olhos fitos ao longe ou dormindo. Também, passageiros espremidos uns nos outros em pé, com a mesma fisionomia de esgotamento físico. Não é vida fácil, agradeço a Deus por estar fora dessa rotina.

Críticas superficiais

Manifestantes estiveram na semana passada na Avenida Paulista  e mediações reivindicando melhorias e o uso de transporte público gratuitamente. A passagem de graça já ocorre parcialmente. O Passe Livre solicitado já é uma realidade na cidade de São Paulo para todos os usuários durante os dias de Virada Cultural. Os idosos têm direito de viajar de graça todos os dias, os estudantes pagam a metade do preço durante o meio da semana.

A capital paulista não tem o melhor transporte público do Brasil e nem do mundo. Mas minha impressão é que os críticos que participaram de protestos (e muita gente na política, críticos de plantão em redações de jornalismo) desconhecem aquilo que criticam. O sistema de transporte público paulistano ainda precisa melhorar bastante, mas não está tão ruim como dizem estar.

Na semana passada, o discurso desse pessoal foi confuso e sem foco definido. Parecia reivindicação sindicalista ao reclamar dos salários de motoristas e cobradores, politiqueiro ao lembrar a corrupção de governo em Brasília, e sem noção ao referir-se aos administradores do transporte público paulistano - como se o maior sistema da América Latina, composto por cerca de 15 mil veículos,  não fosse gerenciado por grupos empresarias privados e sim pela já inoperante CMTC.

Sobre assédio sexual contra mulheres e as questões de gestantes, idosos. 

Ontem, li uma pessoa fazendo a velha associação do ônibus com a lata de sardinha, ao comentar sobre a condição de usuários com idade avançada, passageiros deficientes, mulheres grávidas, mulheres vítimas de "mãos bobas".

Idosos e deficientes não pagam passagem e têm garantidos por lei vagas reservadas para viajarem sentados. Os velhinhos foram há muito tempo favorecidos na gestão de Jânio Quadros - o então prefeito baixou decreto e a Câmara Municipal aprovou o uso gratuito por eles.

O comportamento do assédio existe nas viagens. E é algo que tem a ver com a educação dos passageiros que usam o coletivo. É possível perceber a diferença comportamental de linha para linha. Ao casar, mudei de bairro e tive esse impacto da mudança de mentalidade dos passageiros. Usava carros em que o percurso recebia pessoas mais humildes e menos cordiais, depois entrei noutro em que as viagens sempre foram mais agradáveis. Antes, bancos rasgados e riscados, palavreado chulo em conversas e escritas por todo lado, depois a manutenção do equipamento e ambiente tranquilo.

Salários

O Blog Ponto de Ônibus, dedicado aos trabalhadores da área, afirma que em uma greve de 2011 os motoristas que trabalham no município paulistano chegaram ao salário de R$ 1.815,00 por mês e os cobradores a R$ 1.072, 00, com direito a vale-refeição de R$ 13,00. Hoje, esses valores devem ser um pouco maiores. Podemos dizer que esses profissionais têm salários bem próximo do que ganha a classe de professores municipais. Todos eles, professores e motoristas e cobradores, poderiam ter mais aumentos!

Qualidade do sistema de transporte paulistano

Pode parecer que eu defenda as gestões na prefeitura de São Paulo da Luíza Erundina, Marta Suplicy e Fernando Haddad ao falar das frotas de ônibus.  Não estou defendendo. A Erundina começou o processo de melhora dos carros, a Marta aperfeiçoou e o Haddad recebeu a situação como temos agora.

As melhorias mais significantes ocorridas no sistema de ônibus ocorreram em gestões de prefeitos do PT. Não sou petista, mas reconheço o que foi feito de positivo pelo partido no transporte público da capital paulista. Quais melhorias? 1. Portas mais largas para todos os passageiros, contendo degraus rebaixados e corrimão, favorecendo a subida de idosos; 2. Porta exclusiva com rampa elétrica e espaço específico para afixar cadeira de deficiente; 3. Até 10% de assentos reservados aos deficientes, idosos e mulheres grávidas.

É sabido que as melhorias já existentes não aconteceram por bondade dos governantes municipais, eles foram impulsionados por leis municipais, estaduais e da esfera federal, o crédito disso é de vereadores, deputados estaduais e federais.

É claro que, apesar das melhorias, o sistema de transporte de ônibus ainda possui pontos deficitários, como por exemplo a necessidade de diminuir o tempo entre os carros, fiscalizar a pontualidade e manter a frota que trafega nas regiões periféricas, onde estão a população mais pobre e sofrida, com a mesma qualidade e regularidade que os ônibus que circulam na Vila Madalena, região nobre da cidade.

Polícia Militar versus manifestantes

O protesto contra aumentos de tarifas de transporte é válido e louvável, assim como expressar repúdio contra a corrupção. Porém, a manifestação de cidadania deve ser realizada sem ferir leis e respeitando o direito do concidadão alheio ao evento.

É ilegal fechar vias públicas para protestar, ninguém pode impedir o trânsito dos cidadãos se antes não for solicitada para a prefeitura uma autorização, que reorganiza as rotas do tráfego se autorizar o manifesto.

A  polícia tem o dever de garantir o direito constitucional de todos. E faz valer o direito de ir e vir livremente. Para isso usou bombas de efeito moral contra pedestres manifestantes, que ilegitimamente pretendiam usar o asfalto de vias públicas impedindo veículos de circularem.

Policiais também erraram no exercício da função, excedendo a autoridade ao procurar fazer com que houvesse dispersão do povo. Eu publiquei um relato: aqui. Existe soldado da PM gravemente ferido e também morto em São Paulo, atacados por manifestantes.

A polícia tem o dever de proteger patrimônios públicos. Manifestantes protestaram quebrando vitrines de loja; destruindo lixeiras públicas, semáforos de trânsito, depredando as dependências do metrô... Analise comigo, isto não é manifesto cívico é baderna. Infelizmente não tenho outro termo, mesmo entendendo que no meio dos manifestantes poderia estar gente bem intencionada. A PM não poderia se omitir, cumpriu obrigação de impedir o vandalismo, lançou bombas de gás lacrimogênio e deteve alguns baderneiros.

Em situação de provável conflito, não é possível o pelotão de soldados se relacionar com a multidão, sem liderança presente (no vocabulário da PM esse tipo de aglomeração é uma turba), entregando flores. Os soldados não possuem informação  prévia sobre quem é quem, qual manifestante é amigável e qual carrega armas - alguns foram flagrados portando armas e presos.

Cuidado, não se deixe ser um simplório elemento de massa de manobra!

Alguém, criticando a truculência da PM disse para mim: "Eu estava lá e vi, você não estava, assistiu pelo televisor". Quem estava presente viu e ouviu apenas até onde olhos e ouvidos, humanamente, tiveram capacidade de alcançar. 350 metros de alcance? É preciso analisar as ideologias por trás dos acontecimentos.

O perigo de qualquer tipo de engajamento é se tornar elemento de massa de manobra de indivíduos interessados em extrair proveito da situação em benefício próprio. Parece ser o caso nestas recentes manifestações da Avenida Paulista e adjacências.

Por que a Governo Dilma dá dinheiro para a Alquimidia, a ONG que realiza essas manifestações? O colunista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, escreveu um artigo interessante apontando para quem é responsável pelas aglomerações de protestos e badernas no Rio de Janeiro e São Paulo. Leiam o artigo dele aqui. Existe lógica no conteúdo que ele escreveu, afirmando provável envolvimento, não declarado, do governo federal, pois libera verbas via Ministério da Cultura e da Petrobrás e de incentivo da Lei Rouanet. O objetivo do patrocínio seria conquistar nas próximas eleições os controles dos estados do Rio de Janeiro, que atualmente está em poder do PMDB, e de São Paulo, com o PSDB. Justamente nestes dois estados, importantíssimos, a bagunça foi mais generalizada.

A gestão de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura de São Paulo não fica totalmente comprometida se manifestantes entram em choque com a PM, por este motivo ele lança combustível ao invés de tentar apagar o fogo. O prefeito, no auge dos nervos acirrados dos manifestantes, fez pronunciamento público afirmando que não abaixará a tarifa e criticou a atuação policial. Está claro que a motivação dessa situação de caos tem objetivo eleitoreiro, querem colocar os eleitores contra o mandatário-maior da Polícia Militar, uma instituição cuja autoridade maior é o governador. Neste caso, arranhar as imagens dos governadores Geraldo Alckmin em São Paulo e Sergio Cabral no Rio de Janeiro.

Imagens de agressões entre manifestantes e polícia paulista são materiais preciosos para servir como peças de propagandas petistas às candidaturas de Lula ou José Eduardo Cardozo, para governador do estado de São Paulo.

Espere para ver se haverá a mesma vontade de manifestar-se no dia seguinte às eleições de 2014. Eu acredito que isso jamais acontecerá.

E.A.G.

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Blog Ponto do Ónibus - http://blogpontodeonibus.wordpress.com/2011/05/18/sp-se-livra-de-greve-de-onibus-veja-quanto-vao-ganhar-motoristas-cobradores-e-funileiros/ 

sábado, 15 de junho de 2013

Justiça proíbe Ordem dos Músicos do Brasil fiscalizar templos

Igrejas evangélicas estão livres de pressão da OMB que, em nome de arrecadação de direitos autorais, se intrometia em cultos em busca de dinheiro. Confira artigo do portal UOL, coluna Última Instância, de 10 de junho de 2013, 20h07:

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Interferência proibida: Ordem dos Músicos do Brasil é impedida de fiscalizar atividades musicais em igrejas 

Em sentença publicada no Diário Eletrônico da Justiça no último dia 3 de junho, com validade em todo o território nacional, a Justiça Federal em São Paulo determinou que a OMB (Ordem dos Músicos do Brasil) não pode impedir ou atrapalhar a realização de eventos musicais em templos, igrejas e ambientes de natureza religiosa, por meio da solicitação de que os músicos destas instituições estejam inscritos na Ordem. De acordo com a decisão, a fiscalização da OMB nesses ambientes viola os princípios constitucionais da liberdade religiosa e de culto e, sobretudo, da liberdade de expressão.

Em 2010, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do MPF (Ministério Público Federal/SP) entrou com uma ação pública, com pedido de liminar, para que o Conselho Federal da OMB deixasse de fiscalizar os músicos de apresentações religiosas. No mês de maio do ano passado, a Justiça Federal já havia concedido tal liminar, e a fiscalização da OMB nestes locais já estava vetada. No entanto, a decisão publicada em 3 de junho têm carater definitivo, e fixa a multa de R$10 mil para cada prática irregular promovida pela OMB.

“A música integra o culto (ritual religioso), e nessa condição não pode ser considerada uma atividade profissional sujeita à fiscalização da Ordem dos Músicos. Os músicos nela atuam como parte da celebração religiosa, a qual é vedada a interferência do Estado”, diz um trecho da sentença.

Ainda de acordo com a sentença, “aqueles que participam de atividades musicais em igrejas ou templos não seriam considerados profissionais, visto que para participar de uma atividade religiosa seria prescindível deter conhecimento técnico específico para a execução dessa atividade ou formação acadêmica”. “Portanto, não seria cabível a fiscalização e autuação pela Ordem dos Músicos. No entanto, ainda que, em tese, um músico que participe do culto seja considerado profissional, é vedada a interferência da Ordem dos Músicos quando a atuação se der em instituição de natureza religiosa, havendo impedimento à exigência do credenciamento no conselho profissional como condição para a participação em cultos em igrejas ou templos”.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

A definição da fé

Por Eliseu Antonio Gomes

O que é fé? Qual a melhor definição? Enxergar como Deus enxerga. Apalpar o invisível. Crer no impossível. Costumo usar outras palavras para dizer o mesmo.

Em Hebreus 11.1 temos a descrição teológica do que seja a fé. O termo fé nos escritos originais da Bíblia Sagrada, em grego-koiné, é pistis. E pistis denota o sentido de um documento de posse. (igual uma escritura de imóvel devidamente registrada em cartório).

Ou seja, a fé é igual o documento legal que comprova que sou a pessoa certa, a única dona daquilo que creio que a Bíblia Sagrada promete ser meu: a salvação, a cura, a solução daquele problemão (Hebreus 11.6; Marcos 5.34; Mateus 17.20).

Experimente trocar o termo fé por escritura nas suas leituras bíblicas, orações e momento devocional. Quem tem uma escritura de imóvel, não tem dúvidas que é o dono daquilo que está lavrado e muito bem documentado em seu nome.

Fé é colocar em primeiro plano as orientações do Senhor, contidas nas Escrituras Sagradas, e em segundo plano os cinco sentidos naturais: paladar; tato; visão, olfato, audição.

E por que digo isso?

• Paladar:

Por intermédio do profeta Isaías, Deus convidou o ser humano a alimentar o Espírito.

“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura” - Isaías 55.2.

Jesus se apresentou como o Pão da Vida:

“Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre” - João 6.57-58.

• Tato e visão:

Jesus repreendeu Tomé porque ele queria ver para depois crer:

“Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram. João 20.27-29.

• Olfato

O apóstolo Paulo ensina, fazendo uso de simbolismo, que o cristão ao divulgar o que sabe sobre o plano da salvação exala a fragrância de Cristo, afirma que quem evangeliza é considerado por Deus o bom perfume de Cristo, é alguém que tem cheiro de vida (2 Coríntios 2.14-16).

• Audição

Escutar e ouvir são ações diferentes. Diariamente escutamos muitos sons e não damos atenção para eles. De fato só ouvimos aquilo que escutamos e damos atenção, quando permitidos que o som seja processado pela mente, só o que é interpretado pelo raciocínio desce ao nosso coração. Ouvir a Palavra de Deus é o mesmo que abrir o coração para a Palavra de Deus entrar em nossas vidas.

O profeta Jeremias chama a atenção para pessoas que não ouvem, dizendo que o motivo é o sentimento de vergonha e falta de amor a Palavra de Deus (Jeremias 6.10).

Jesus alerta que quem tem ouvidos deve usá-lo para ouvir a Palavra de Deus, porque nem todos fazem uso da audição de maneira apropriada. E afirma que aquele que se vergonha dEle e da Palavra de Deus, no Dia do Juízo Final será julgado e condenado a sofrer na perdição eterna ( Lucas 8.8; 9.26 ). A fé surge ao ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10.17).

O escritor do livro Aos Hebreus chama a atenção sobre o fato de existir quem seja negligente para ouvir a Palavra de Deus (Hebreus 5.11; 12.25).

Tiago escreveu alertando para a necessidade de se estar sempre pronto para ouvir o que o Senhor fala (Tiago 1.9).

A mostarda como condimento e símbolo de fé cristã.
Fé como um grão de mostarda (parte 1 de 2).
Fé como um grão de mostarda (parte final).

E.A.G.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Pancadaria na Avenida Paulista

Postagem reproduzida, em ipsis letteris, a partir de contatos de contato no Facebook. A reprodução não marca posicionamento nesta situação, apenas atende a solicitação de passar o relato adiante.

E.A.G.

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Por André Montilha

Ontem eu fui uma vitima da ação truculenta da PM em reação aos protestos do movimento passe livre.

Antes de dar inicio ao meu relato, quero deixar claro que não sou integrante ou simpatizante do movimento. Sou ciclista, tenho carro proprio, e meu dia a dia nao foi afetado pelo aumento das tarifas de maneira alguma, assim como tambem nao teria sido afetado nessa terça feira pelos manifestantes pacificos que cruzei na Avenida Paulista.

Por volta das 21:00, cheguei desavisado na faculdade Casper Libero acompanhado de um amigo meu, aluno da faculdade que tinha uma apresentação agendada e me pediu para esperar com a bicicleta na escadaria do predio da Gazeta para sairmos depois da aula.

Foi nesse momento, que a passeata cruzou o meu caminho e me chamou a atenção pelo seu tamanho e pela vivacidade dos manifestantes que cantavam, e tocavam tambores em um clima feliz, alguns dançando com faixas bem humoradas, alguns acompanhados da familia (vi crianças junto com parte dos integrantes), mas nenhum, ate entao, cometendo qualquer tipo de ato condenavel que justificasse o chamado da tropa de choque. Fiquei curioso, dei algumas pedaladas e logo estava no Trianon aonde fui advertido por um integrante do movimento de que o choque ja estaria chegando para acoa-los no vao do MASP

Subi na bicicleta e fugi do foco da passeata sem notar que estava, na verdade indo de encontro com soldados da Rocan, que se preparavam para partir (pelas costas) para cima da multidao.

O primeiro impulso que tive foi o de registrar em camera aquela situação que ja estava começando a ficar tensa. Comecei a filmar com o celular, soziho, longe de qualquer manifestante, os policiais que estavam com suas granadas de efeito moral empunhadas. Foi ai que a coisa ficou feia.

Tentei guardar o celular, mas nao deu tempo, pois quando vi eu ja estava no chao. Havia levado uma porrada no braço, e desequilibrei da bicicleta. Ja no chao, fui violentamente agredido por tres policiais, levei diversos golpes de cacetetena cabeça, nas costas (estava deitado, rendido no chao, por isso nao há nenhum machucado na parte da frente do meu corpo)e nas maos. Atordoado, tentei pedir ajuda, mas fui recebido com uma bomba de gas lacriogeneo que estourou no meu colo. Arrastei a bicicleta para longe da manifestação e cheguei ainda tonto e cambaleante ao hospital Oswaldo Cruz , aonde ainda estou internado aguardando a cirurgia, com diagnosticos de politraumatismos, com o tendao do polegar direito destruido pelo golpe do PM, e diversas escoriações pelo corpo (nas costas. De novo, estava completamente rendido com a barriga no chao sem que os golpes paravassem em nenhum momento). E nao surpreendentemente, sem a minha camera que foi tomada pelos Rocans nao identificados (sem identificação de patente ou nome na lapela), com capacetes e armados com cacetetes e outras armas “nao letais”.

Enfim, estou providenciando o Boletim de Ocorrencia, e o exame de corpo de delito, mas queria deixar registrado o que aconteceu. E grifar novamente que esse tipo de ação da Policia Militar NÃO SE LIMITA AOS MANIFESTANTES! EU NÃO SOU DEFENSOR DO MOVIMENTO PASSE LIVRE.

Por isso peço que compartilhem a minha história, para que nenhum outro paulistano, honesto, pagador de impostos e cidadão comum, esteja na hora errada e no lugar errado que nem eu, Pois a policia Militar do Estado de Sao Paulo não faz distinção na hora de descer o sarrafo.

Fonte: https://www.facebook.com/andre.montilha , 12/06/13; 15h52