Postagem reproduzida, em ipsis letteris, a partir de contatos de contato no Facebook. A reprodução não marca posicionamento nesta situação, apenas atende a solicitação de passar o relato adiante.
E.A.G.
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Por André Montilha
Ontem eu fui uma vitima da ação truculenta da PM em reação aos protestos do movimento passe livre.
Antes de dar inicio ao meu relato, quero deixar claro que não sou integrante ou simpatizante do movimento. Sou ciclista, tenho carro proprio, e meu dia a dia nao foi afetado pelo aumento das tarifas de maneira alguma, assim como tambem nao teria sido afetado nessa terça feira pelos manifestantes pacificos que cruzei na Avenida Paulista.
Antes de dar inicio ao meu relato, quero deixar claro que não sou integrante ou simpatizante do movimento. Sou ciclista, tenho carro proprio, e meu dia a dia nao foi afetado pelo aumento das tarifas de maneira alguma, assim como tambem nao teria sido afetado nessa terça feira pelos manifestantes pacificos que cruzei na Avenida Paulista.
Por volta das 21:00, cheguei desavisado na faculdade Casper Libero acompanhado de um amigo meu, aluno da faculdade que tinha uma apresentação agendada e me pediu para esperar com a bicicleta na escadaria do predio da Gazeta para sairmos depois da aula.
Foi nesse momento, que a passeata cruzou o meu caminho e me chamou a atenção pelo seu tamanho e pela vivacidade dos manifestantes que cantavam, e tocavam tambores em um clima feliz, alguns dançando com faixas bem humoradas, alguns acompanhados da familia (vi crianças junto com parte dos integrantes), mas nenhum, ate entao, cometendo qualquer tipo de ato condenavel que justificasse o chamado da tropa de choque. Fiquei curioso, dei algumas pedaladas e logo estava no Trianon aonde fui advertido por um integrante do movimento de que o choque ja estaria chegando para acoa-los no vao do MASP
Subi na bicicleta e fugi do foco da passeata sem notar que estava, na verdade indo de encontro com soldados da Rocan, que se preparavam para partir (pelas costas) para cima da multidao.
O primeiro impulso que tive foi o de registrar em camera aquela situação que ja estava começando a ficar tensa. Comecei a filmar com o celular, soziho, longe de qualquer manifestante, os policiais que estavam com suas granadas de efeito moral empunhadas. Foi ai que a coisa ficou feia.
Tentei guardar o celular, mas nao deu tempo, pois quando vi eu ja estava no chao. Havia levado uma porrada no braço, e desequilibrei da bicicleta. Ja no chao, fui violentamente agredido por tres policiais, levei diversos golpes de cacetetena cabeça, nas costas (estava deitado, rendido no chao, por isso nao há nenhum machucado na parte da frente do meu corpo)e nas maos. Atordoado, tentei pedir ajuda, mas fui recebido com uma bomba de gas lacriogeneo que estourou no meu colo. Arrastei a bicicleta para longe da manifestação e cheguei ainda tonto e cambaleante ao hospital Oswaldo Cruz , aonde ainda estou internado aguardando a cirurgia, com diagnosticos de politraumatismos, com o tendao do polegar direito destruido pelo golpe do PM, e diversas escoriações pelo corpo (nas costas. De novo, estava completamente rendido com a barriga no chao sem que os golpes paravassem em nenhum momento). E nao surpreendentemente, sem a minha camera que foi tomada pelos Rocans nao identificados (sem identificação de patente ou nome na lapela), com capacetes e armados com cacetetes e outras armas “nao letais”.
Enfim, estou providenciando o Boletim de Ocorrencia, e o exame de corpo de delito, mas queria deixar registrado o que aconteceu. E grifar novamente que esse tipo de ação da Policia Militar NÃO SE LIMITA AOS MANIFESTANTES! EU NÃO SOU DEFENSOR DO MOVIMENTO PASSE LIVRE.
Por isso peço que compartilhem a minha história, para que nenhum outro paulistano, honesto, pagador de impostos e cidadão comum, esteja na hora errada e no lugar errado que nem eu, Pois a policia Militar do Estado de Sao Paulo não faz distinção na hora de descer o sarrafo.
Fonte: https://www.facebook.com/andre.montilha , 12/06/13; 15h52
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