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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Por que em Levìticos 11.19 o morcego é classificado como ave?

Hoje em dia sabemos que aves são apenas os animais que têm duas patas, bico e penas. Mas em quase todas as traduções bíblicas o texto situado em Levítico 11.13-19, e também em Deuteronômio 14.18, encontramos instruções do profeta Moisés sobre alimentação, lemos que o morcego é classificado como uma ave.

A definição que encontramos em Levíticos e Deuteronômio não é pré-científica, a narrativa é coloquial, porque o progresso do conhecimento da Ciência não estava disponível quando os textos foram escritos

A terminologia bíblica

Consultei o dicionário bíblico sobre as terminologias das palavras ave e morcego:

Em nosso idioma, onde encontramos ave / pássaro, o termo hebraico é "owph" que vem de uma raiz que significa cobrir e voar. A palavra define criaturas aladas, que tanto poderia ser o pássaro como insetos com asas.

E para Levítico 11.19, para a palavra morcego encontramos o termo hebraico atalleph. O verbete explica que a definição é incerta. Isto é, os tradutores não possuem certeza absoluta que a criatura voadora mencionada por Moisés seria especificamente o morcego. Assim sendo, creio que uma tradução mais acertada seria verter atalleph para "criaturas voadoras".

Do ponto de vista bíblico, toda criatura que batesse asas e voasse era classificada como pássaro, todo bicho que tivesse capacidade de voar era descrito como "ave". As as gerações daquela época não tinham as informações da Ciência moderna, que pesquisou e classificou o morcego como animal mamífero

A contextualização histórica

A tradução King James, em Levítico 11.13 usa a palavra "fowls" para ave . E em Deuteronômio 14.18 utiliza "clean bird" (ave limpa). "Fowl", significa ave doméstica ou comestível. A palavra "bird", significa pássaro ou ave de uma forma geral.

O leitor contemporâneo precisa olhar os textos pelas perspectivas dos israelitas da época de Moisés, são inegáveis as semelhanças de morcegos com aves, ao observarmos a capacidade de voar que os morcegos têm. Eles não entenderiam se o animal fosse catalogado naquela época como está catalogado na esquematização de hoje, mamíferos e ovíparos.

Os hebreus não definiam um animal como ave por ser um vertebrado que botasse ovos, coberto de penas e escamas córneas, de respiração pulmonar, com maxilares sem dentes, revestido de bico, com membros anteriores que geralmente é adaptado para voos. E não descreviam os mamíferos por serem vertebrados tetrápodes, cobertos de pêlos e com mamas.

Precisamos levar em conta que nos séculos 20 e 21 os critérios são diferentes para fazer classificação do mundo animal, não são os mesmos dos tempos em que o profeta Moisés escreveu o Pentateuco. Hoje nós sabemos que não basta uma criatura ser voadora para ser descrita como pássaro.

Os tradutores da Bíblia

É possível entender os tradutores da King James, e João Ferrreira de Almeida. Foram especialistas em hebraico, escolheram traduzir "owph" como "pássaro". Mas eles não eram  especialistas em Biologia para deliberar sobre essa temática.

Os tradutores bíblicos modernos, em face de toda a informação sobre o assunto, parecem entender que não existe necessidade de trocar os termos que hoje são encontrados nas passagens bíblicas de Levíticos e Deuteronômio, pois o contexto histórico explica a razão da existência delas.

Assim como na questão do morcego, o mesmo ocorre com relação as terminologias de alguns animais aquáticos, classificados por Moisés como simplesmente “peixes”. Levítico indica como próprios para consumo humano (não-imundos) os peixes que têm escamas e barbatanas, não se enquadrando nessa descrição. Exemplos: o camarão e o polvo, apesar de modernamente não serem considerados peixes. Outro exemplo é a palavra “réptil”, também usada de forma bem genérica na Bíblia.

Conclusão


Enfim,  os biólogos classificaram os animais por diferentes meios e de acordo com a função e a forma. Mesmo assim, com certeza, toda pessoa que não teve a oportunidade de ir à escola ao observar os morcegos deve pensar que o morcego possa ser uma espécie de pássaro noturno. Aliás, há quem diga que ele é a única espécie de ave mamífera.

Quando a Bíblia Sagrada descreve o morcego como ave, tal descrição não deve ser considerada um erro crasso, não é motivo para escarnecer da Palavra de Deus, dizendo que existe nela uma catalogação errada.

A Biologia moderna classifica o morcego como mamífero tomando como referencial suas características similares, a de animais da classe. Porém, nomenclaturas e classificações da Ciência moderna não devem ser necessariamente aplicadas a um texto cuja distância no tempo chega a vários séculos.

E.A.G.

Fontes: Tecton - Education and Apologetics Ministry, Léxico Strong Online, Criacionismo Perguntas e Respostas

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Bíblia de Estudo de Genebra: análise

Não existe Bíblia de Estudo Bíblico completa e perfeita.

Cada qual tem sua utilidade em temas devocionais e / ou teológicos específicos. Cabe ao usuário ser analítico, não fechar os olhos e jamais (repito: jamais) considerar notas de rodapé como se fossem as próprias Escrituras Sagradas.

Sobre a Bíblia de Estudo de Genebra, minha intenção não é desanimar ninguém a comprar, apenas informo.

A Bíblia de Estudo de Genebra é publicada no Brasil pela Editora Cultura Cristã, vinculada à Igreja Presbiteriana.

Aos cristãos que creem na doutrina de Jacob Armínio, diante dela resta-lhes apenas o uso como fonte de análises. Ela foi escrita como defesa à doutrina calvinista, está inteiramente voltada aos cristãos que acatam o pensamento de João Calvino.

Portanto, para quem é cristão pentecostal, e todo aquele que segue a linha da doutrina arminiana, saiba que não existe a menor possibilidade de usá-la à contento se a ideia for pesquisar subsídios teológicos dentro do tema Eleição / Predestinação. Neste caso, com certeza, o conteúdo oferecido o desagradará profundamente.

E.A.G.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Clamor pelas nações - Quem se importa?


Você não vê, você não vê
As pessoas se afundarem
Quem se importa? 
Quem se importa se elas se afogarem?
Por que tanta indiferença com um mundo perdido?
Não feche os teus olhos fingindo ser um cristão

"Oh, me abençoe, oh me abençoe"
É tudo o que sempre ouço
Não há lágrimas, não há dor, nem mesmo um clamor
Mas Ele chora, Ele sangra, Ele clama por ti
E você só se importa em participar de um mover

Você não vê? É pecado!

Ele traz pessoas a sua porta, mas você não se importa
Dá um sorriso e diz: "Vá em paz, Deus te abençoe"
E os Céus então choram, pois Jesus veio a ti e você O abandonou

Se renda, se entregue, não resista ao chamado
Olhe a miséria, ouça o clamor
Por que não obedecer?
Deus te chama, e é você, mas como Jonas você foge
Ele te ordenou a pregar mas guarda só para você

Você não vê que é pecado?

O mundo dome nas trevas 
A igreja não luta pois dorme na luz
Como pode ser tão morto depois de receber tanto?
Jesus se levantou dos mortos,  levante-se da sua cama
Jesus ressuscitou dos mortos, vamos, levante-se da sua cama.

***
Como podes ser tão morno e não se importar com os perdidos?
Não feche os seus olhos fingindo ser um cristão
Não feche os seus olhos fingindo ser um cristão 
Não feche os seus olhos fingindo ser um cristão 

Vem comigo, vem comigo, se levante minha Noiva
Te usarei entre as nações, te usarei para a minha glória
Te santifique, se sapare, é tempo de santidade, oh, se levante

Oh, Deus, oh Deus, leva-nos a arrependermos pelo nosso egoísmo
Oh, Senhor, leva-nos para todas as nações, Pai
Oh, Deus, perdoa-nos porque temos sido tão egoístas, Senhor
Vem nos guardar menos para nós e dar mais para as nações, Senhor.

___________

Observação: As estrofes após os três asteriscos são improvisações dos vocalistas durante apresentação ao vivo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Fruto do Espírito: o caráter de Deus

Aline Pereira

O "fruto " do Espírito Santo se refere aos atributos divinos daqueles que "andam no Espírito" (Gálatas 5:16).

A verdadeira manifestação do Espírito Santo operando nas vidas dos crentes faz com que eles se tornem cada vez mais semelhante a Cristo em seu caráter e atitudes. O fruto do Espírito deveria caracterizar a vida de cada crente, não apenas daqueles que são espiritualmente maduros.

O fruto espiritual afeta o relacionamento do crente com Deus, com os semelhantes e consigo mesmo. À medida que os cristãos crescem em seu relacionamento com o Senhor, eles desenvolvem amor desinteressado, alegria verdadeira e paz duradoura. Construindo seus relacionamentos com os outros, eles são desafiados a refletir a paciência, a bondade e a generosidade. À medida que amadurecem espiritualmente, os cristãos descobrem uma força interior que resulta em fidelidade, mansidão e dominio próprio.

Embora o fruto do Espírito Santo não seja necessário para a salvação, essas virtudes divinas são evidências da salvação e da obra genuína do Espírito Santo (Mateus 7.17).

A vida de Cristo é manisfestada pelo fruto do Espírito; o ministério de Cristo é cumprido pelos dons do Espírito. os seguidores de Cristo não apenas recebem a bênção de Deus, mas também refletem o caráter dEle diante de todas as pessoas do seu convívio

Somos imagem e semelhança do Senhor, e quem O busca deve andar como Ele andou. Assim como um filho tem as características de seu pai, assim nós temos que ter as características do nosso Pai Celestial

Fonte: Deus é fiel

sábado, 6 de agosto de 2011

Sadako Sasaki: a menina vítima da bomba de Hiroshima


Por Kokeshi Susomad


Sadako Sasaki nasceu em Hiroshima em 1943, foi uma das diversas crianças que viveram a Segunda Guerra Mundial. No Japão a Segunda Guerra Mundial é conhecida como a Guerra do Pacífico.

O pai de Sadako era dono de uma barbearia e Sadako era a filha mais velha família. Logo após Sadako nascer seu pai foi convocado para servir ao exército japonês e sua mãe foi deixada para gerenciar a barbearia sozinha.

Em 6 de Agosto de 1945, Sadako tinha dois anos quando sem aviso uma bomba atômica foi lançada sobre Hiroshima. Ela estava em casa com sua mãe, apenas há dois quilômetros de distância do centro da explosão. A explosão inicial  jogou Sadako para fora da residência, mas escapou com vida, sem nenhum ferimento aparente. Chamas elevavam-se na área ao redor de sua casa. E sua mãe fugiu dali evando Sadako. Quando as duas se aproximaram de uma área chamada Misasa Ponte então foram envolvidas na "chuva negra", as conseqüências da bomba atômica..

Ao passar dos anos Sadako não se lembrou do dia em que a bomba atômica foi lançada, mas ela cresceu sabendo que muitas pessoas foram mortas, incluinda sua avó.

A família Sasaki retornou à Hiroshima para reconstruir a casa depois da guerra. O pai de Sadako inaugurou nova barbearia 1947. Eles trabalharam duro para reconstruir suas vidas e pouco a pouco as coisas pareciam voltar ao normal.

A Escola Primária Nobori - cho 



Sadako cresceu saudável e feliz. Ela começou seus estudos Em 1949 na Escola Nobori-cho. Era uma aluna popular, tinha muitos amigos e gostava da vida ao máximo. No momento em que Sadako tinha onze anos, foi a corredora mais rápida em seu ano. Ela sonhava ser uma atleta e também professora de atletismo.

Sadako fez parte da equipe vencedora na corrida de revezamento no Dia de Campo. Mas sua alegria e de sua turma escolar durou pouco, pois logo em seguida apareceram sinais de que algo estava errado com Sadaku. Ela pegou um resfriado, sentiu  rigidez no pescoço. Quando o frio foi embora, a rigidez ficou, e ela começou a desenvolver caroços e inchaços. 
No início de 1955, no rosto de Sadako podia-se observar muitos inchados, e ela muitas vezes se sentia tonturas. 

Leucemia - Doença da bomba atômica

Ela foi levada ao hospital, onde foi submetida a vários testes. Os médicos disseram que ela tinha o que era conhecido como "o cancro", uma doença da bomba, a Leucemia, doença no sangue causada pela radiação da bomba Os médicos disseram aos pais que isso significava que ela teria um ano de vida no máximo.
                                                                      
Sadako deveria ficar internada no hospital. Não podia mais treinar, ou correr. Estava incapacitada de ir à escola e de participar de qualquer uma das atividades  esportivas que sempre gostou.

Mas Sadako começou a se sentir melhor. Recebeu permissão para voltar para sua casa, para estar  ao lado de sua família e amigos, pôde participar da cerimônia de formatura de sua escola e  da festa de despedida de sua classe. Seu pai e mãe compraram o tradicional quimono para ela, era  bonito e decorado com figuras da  flor de cereja e ela foi autorizada a usar e peça de roupa nas celebrações.

No entanto Sadako não estava forte, logo a doença se manifestou com tonturas e cansaço. Ela foi obrigada voltar ao hospital. Mesmo sentindo muita dor tentou se mostrar alegre e otimista. Nessa fase de sua vida, Sadako estava matriculada no ensino secundário elevado, tal como o resto de seus colegas, mas nunca foi possível participar de uma só aula. 
                                                                 
Origami - mil grous de papel - origami



Origami é o nome da antiga arte japonesa de dobradura de papel. No Japão, as dobraduras de papel são conhecidas como "aves de felicidade". Há também uma antiga lenda japonesa: "Se uma pessoa é capaz de dobrar mil papéis poderá ter seu maior desejo transformado em realidade." A lenda diz que é possível receber a vida eterna. Sadako queria muito viver, então começou a dobrar papéis em forma de grous - uma ave pernauta.
 
"Um grou de papel ... Eu desejo ficar melhor.  Dois grous de papel ... Eu desejo que eu ia ficar melhor."

Amigos de Sadako conversaram sobre o que poderiam fazer para mantê-la alegre. Eles decidiram fazer revezamento de visitas no hospital. Sabendo que Sadako fazia origamis, levaram como presentes papéis colorido, reluzentes. Não era fácil entregar o papel, mas trouxeram e entregaram, levaram a ela disfaçados como se fossem apenas embrulhos - todo papel que era possível dobrar ela dobrava e o origami era montado. Com tais papéis ela fez muitos grous.

Sadako nunca falou sobre sua dor ou sofrimento. Ela parecia simplesmente depositar os sentimentos e pensamentos no papel de origamis, mesmo assim a doença progrediu. Ela começou a se sentir mais doente e viveu alguns dias terríveis com dores de cabeça que a impediam de dormi. E continuou a construir origamis em formato de videiras.

"Quatrocentos e noventa e grous de papel ... Eu desejo que ficar melhor."

Para fazer um grou de papel não era tarefa fácil, para fazer mais de mil  é preciso muita determinação e habilidade. A leucemia evoluiu em Sadako cresceu e ela ficou mais fraca, tornou-se cada vez mais difícil para ela dobrar papéis em formato de grous. 

"Mil, 300 ... ... ... ..."

No dia 25 de outubro de 1955 Sadako caiu em um sono profundo e tranquilo. Pouco tempo depois, com sua família ao lado da cama, Sadako Sasaki morreu. Ela estava com apenas 12 anos de idade. Era exatamente a data que completava um ano em que havia vencido a corrida de revezamentos no Dia do Campo. 

O direito de viver de Sadako foi roubado dela por uma arma nuclear, a decisão para detonar sobre Hiroshima uma bomba atômica ('Little Boy')  foi decidida milhares de quilômetros de distância para  ao longo de Hiroshima, com a teoria que a explosão deflagaria fim à Segunda Guerra Mundial.

O corpo de Sadako foi colocado delicadamente em um caixão com muitos dos grous de papel que ela se esforçava tanto para fazer e com uma boneca kokeshi alittle - boneca de madeira, tradicionalíssima no Japão..

A mãe de
Sadako ofereceu aos colegas de escola da filha os papéis que a filha ajuntou para construir seus grous, que agora eram alunos do primeiro ano na Escola Secundária Nobori - cho, com a intenção que a memória de sua filha sempre seja relembrada.

Fonte: Kokeshi Susomad 2011