Pesquise sua procura

Arquivo | 14 anos de postagens

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O PASTOR SILAS MALAFAIA E O CENÁRIO DO PENTECOSTALISMO BRASILEIRO - CONCLUSÃO

Fazem alguns anos que eu percebo a necessidade de haver uma abordagem mais profunda sobre o assunto prosperidade nas publicações da CPAD. Quase todas as ocasiões em que o tema é ventilado existe uma enorme timidez e o que dizem quase sempre não é dito com a desenvoltura que o assunto precisa ser tratado. Não entendo qual é a razão disso.


Na sexta-feira passada, 9 de abril, assisti ao programa do Pr. Adilson Rossi. Ele é pastor filiado a CGADB e ligado ao ministério do Belenzinho – SP, seu templo está situado na Baixada do Glicério, centro da Capital paulista. O programa dele é produzido no templo que pastoreia e é transmitido pela Rede Gospel, canal do casal Estevan e Sônia Hernandes, fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo. Ao final do programa, Adilson Rossi estava sentado atrás de uma mesa, lembrando muito o Malafaia. Ele também pedia ofertas para ajudar no custeio do seu programa, informou números de agências bancárias e de contas correntes, clamava aos telespectadores para que bancassem financeiramente sua produção evangelística. O que eu acho plenamente justo e corretíssimo.

Pr. Adilson Rossi: “Sei que vão me criticar por pedir, não me sinto bem fazendo assim, mas é necessário pedir patrocínio”. E arrematou com um comentário que eu julguei infeliz e desnecessário: “Aqui não é como em outros programas que você vê por aí, não pedimos quantias determinadas, tudo é pedido para ser feito com amor”. E orou em favor de quem se dispusesse a ser mais um de seus patrocinadores, pediu a Deus bênçãos especiais aos que colocassem as mãos no bolso atendendo-o.

Ora, as quantias determinadas em 900 e 1 mil reais, no programa do Silas, também foram solicitadas em caráter voluntário e para que o contribuinte agisse com amor a Deus. Tanto a oferta com valor indefinido quanto de valores definidos são solicitações bíblicas. Como já disse antes, entendo que o segundo tipo de solicitação seja oferta do tipo oferta alçada, mencionada em Malaquias 3.8-10.

Que Deus abençoe os pastores Silas Malafaia e Adilson Rossi. Ambos são bons televangelistas e profundos conhecedores da Palavra. Que Deus os abençoe e nunca desampare a todos nós.

Nem todos os críticos do Pr. Silas Malafaia tem emitido bons conselhos. E eu não penso que o Pr. Silas Malafaia seja um pessoa incriticável, ele é homem falho tanto quanto eu e você. E nem ele nega isso!

E.A.G.

O artigo está liberado para cópias, desde que citados nome do autor e o link (URL) deste blog.

O PASTOR SILAS MALAFAIA E O CENÁRIO DO PENTECOSTALISMO BRASILEIRO - PARTE 2

Sejamos sempre sóbrios. Eu não penso que o Pr. Silas Malafaia é pessoa incriticável, ele também é homem falho tanto quanto eu e você. Ele não nega sua condição humana, não promove culto a sua pessoa.

Mostro-mo neutro, como servo de Deus e não servo de homens. Sei que a minha posição neutra irrita muita gente, mas é assim que a minha consciência encontra paz com o Senhor. Penso que eu preciso ler mais a Palavra e buscar as argumentos bíblicas sobre tudo e todos, para depois me manifestar.

O objetivo da oferta

Os 1 mil reais pedido por Murdock tem destino definido. São para pagar o satélite que transmitirá o programa Vitória em Cristo para mais de 100 países. É um sucesso evangelístico do Pr. Silas Malafaia. Sucesso?! Então, brasileiros e brasileiras, é um dever nacional lançar pedras no evangelista, porque assim como nós, ele é nascido no Brasil!

O que eu digo sobre Murdock e Cerullo? Não os conheço bem. Como falar de desconhecidos? Estaria agindo com preconceito. Poderia cometer injustiças, e os injustos não herdarão o céu. Mas, ainda me pronunciarei... Não tenho muita pressa.

Eu conheço quem tenha ofertado e afirme haver recebido "bênçãos sem medidas", oriundas das "janelas do céu abertas por Deus". Então... Sou demorado para opinar, porque estou meditando na Palavra sobre este cenário novo do pentecostalismo brasileiro.

Sobre o Silas ter ou não o avião, entendo que depende da proporção ministerial de cada pastor ou evangelista. Consideremos se se trata de um líder com meia dúzia de ovelhas ou de alguém responsável por um rebanho com 20 ou 30 mil membros. Analisemos: O pastor está cuidando de um templo só, ou está cuidando de vários, em mais de um estado ou país? Não façamos análises simplórias, não pensemos apenas no veículo, pensemos em qual será o uso.
O objetivo da critica

Quase toda crítica contra o Pr. Silas Malafaia reside na questão de comportamento dele quanto a não seguir os costumes da Assembleia de Deus, no que tange aos pedidos de ofertas na televisão, e ele aproximar-se de líderes evangélicos que não fazem parte da denominação, e, também, apresentarem estratégias de arrecadação que a AD não costuma usar.

Bem, diante deste cenário, lembro que como cristãos nossa regra de conduta precisa ser a Bíblia Sagrada, e não apenas cartilhas denominacionais assembleianas ou de qualquer outra denominação evangélica.

Quase todos os críticos sérios do Pr. Silas Malafaia, são dignos de respeito (faço a ressalva porque alguns não são sérios e não inspiram merecimento de nenhum respeito da nossa parte), usam o mesmo viés ao criticar. Baseiam-se na questão do bom costume assembleiano.

E eu fico pensando: Bom costume para quem? Nos guiamos pelo gosto pessoal? Jeremias 17.5-9 não alerta ao cuidado de se deixar guiar pelos sentimentos do coração?

Nós sabemos, nem todos os críticos do Pr. Silas Malafaia têm emitido bons conselhos.

Algumas pessoas que estão envolvidas nas críticas fazem parte da política interna da Convenção Geral das Assembleias de Deus, elas possuem alguma espécie de interesse na centralização de poder na denominação.

O Pr. Silas Malafaia faz parte da Mesa Diretora da CGADB. Então, não podemos desprezar isso, temos a questão da política eclesiástica. Ele é atualmente o 1º Vice-Presidente, cargo conquistado por votos, a maioria de seus pares votou e o colocou no posto, democraticamente. Então, não é a minoria dos pastores assembleianos que estão descontentes com a pessoa e ministério dele.

Deus não é assembleiano!

Lamentavelmente, temos visto que nem todos os líderes cristãos fazem assim. Em determinados momentos e circunstâncias, no calor das decisões referentes à política eclesiástica, trocam a Bíblia por Regulamentos Internos, adotam estratégias do mundo, sem cogitar em examinar se o comportamento ou coisa é importante ou não para o soprar do Espírito na Igreja do Senhor.

Sim, muitas convenções impedem o trabalhar de Deus. Não foi à toa que Paulo alertou a nós: "não extingais o Espírito" - 1ª Tessalonicences 5.19.

E.A.G

O artigo está liberado para cópias, desde que citados o nome do autor e o link (URL) deste blog.

O PASTOR SILAS MALAFAIA E O CENÁRIO DO PENTECOSTALISMO BRASILEIRO - PARTE 1

Introdução

Após o falecimento do Pr. José Santos, Silas Malafaia assumiu o posto de Pastor Presidente do campo AD Penha, que hoje já conta com mais de 20 mil membros.

Esta informação serve para nos situar no caso das críticas que Malafaia recebe. Ele não está em condição igual a outros líderes da Assembleia de Deus, gentes que possuem o título "pastor" antes do nome e no entanto não possuem a mesma responsabilidade pelo pastoreio de almas. O Malafaia não é um pastor sem a responsabilidade de dirigir igreja, como muitos outros que se assentam duas ou três vezes por semana nos púlpitos das ADs , participam de cultos e depois voltam para suas casas. Não faço um desdém aos outros, apenas pontuo a diferença.

Também é necessário descrever a estrutura das Assembleias de Deus. Elas são divididas (divisão no sentido organizacional) por campos e setores. E cada um deles têm o seu Pastor Presidente. E estes Pastores Presidentes são independentes uns dos outros. É por causa disso que algumas ADs são mais rígidas ou menos rígidas quanto aos usos e costumes, umas louvam a Deus batendo palmas, outras não... Até o brasão, o logotipo, muda de desenho de lugar a lugar.


Vale ressaltar que neste organograma assembleiano,
todos os Pastores Presidentes são independentes da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, nem o Pastor Presidente da CGADB, atualmente com gestão do Pr. José Wellington Bezerra da Costa, tem autoridade para determinar algo nos campos e setores espalhados pelo país.

A
filosofia de puxar o tapete

Acho engraçado, mas talvez devesse chorar ao invés de rir.

Sou brasileiro, vivo no Brasil e vejo com tristeza parte da nossa cultura. Aqui, quando um compatriota faz sucesso, o costume é puxar o tapete dele. É proibido ser felizardo, é proibido progredir. Basta o cidadão crescer um pouco e aparecem compatriotas avidamente procurando um jeito de derrubá-lo. Cresceu, rasteira nele!

Não pergunta-se se a pessoa progride ocupada em tarefa honesta, se possue postura respeitável.... Pode ser em qualquer área de atuação. Infelizmente, o brasileiro tem entranhado dentro do coração esta cultura destruidora. E, também, infelizmente, esta cultura entra na Igreja Evangélica, alguns cristãos não a abandonam ao converter-se ao Senhor.

A ironia do brasileiro é agir diferente com os gringos

Talvez conheçam o caso de Ronald Biggs, o ladrão inglês. Ele assaltou um trem postal escocês, de Glasgow, no sul da Inglaterra, em 1963, e após operação plástica e perseguições da Scotland Yard veio a residir no Brasil, amparado pelo acordo internacional de extradições. Aqui, ele não vivia às escondidas. Esteve por três décadas convivendo nas altas rodas da sociedade carioca, era nota de colunas sociais chiques do Rio de Janeiro e do restante do Brasil, dava entrevistas à televisão, quase todos prestavam-lhe reverência, como se assassinar e roubar fosse a mais importante das virtudes. Em 1991 ele voltou para a Inglaterra velho e empobrecido. Foi para lá por conta própria. Ao pisar em solo inglês foi imediatamente preso, na prisão esteve cuidando da saúde às custas do governo inglês. Em agosto de 2001 a Inglaterra o soltou, estava com a saúde muito precária após sofrer vários derrames. Hoje está impossilitado até de conversar.

Por que será que para alguns brasileiros, estrangeiro é mais facilmente aceitável, tido como bom, mesmo que seja gringo reprovável?

O sujo falando do mal lavado?

Estando no fórum de outros blogs evangélicos, um anônimo criticava o Pr. Silas por causa das solicitações das ofertas de 900 e mil reais, feitas por Cerullo e Murdock. no Programa Vitória em Cristo. Não costumo pensar que tudo que seja estranho é heresia. Primeiro investigo.

Segundo o anônimo, fazer solicitações de ofertas alçadas são atitudes estranhas, são atitudes de tentativas de barganhar com Deus. Este anônimo cobrou de mim uma posição, insinuando que o pastor fosse um herege pelo fato das ofertas solicitadas.

Nem tudo o que é estranho podemos afirmar que é heresia. Logo pensei na cultura brasileira do puxar o tapete de quem sobe. Também pensei na lição bíblica do cisco e do argueiro. Anônimos são fora da lei. Tal forma se expressão, sem identidade, é ilegal em nosso Brasil. Então, internautas anônimos, falhando, cobram a perfeição de outros.

Existe a cobrança para que Silas Malafaia mantenha conduta assembleiana. Postura assembleiana? Acho que precisamos nos preocupar se temos posturas cristãs. A religiosidade denominacional deve sempre ficar abaixo do nosso serviço como cristãos. Muitos problemas seriam evitados se todos se propusessem a ser servos com esta perspectiva.

O jeitão de pedir ofertas é um mero costume tradicional e informal. Não existe uma regra quanto a passar salvas ou não passar salvas, ou ter gazofilácio ou não nos templos. Então, ter uma postura diferente quanto a arrecadação de dinheiro, seja no recinto da igreja ou nos programas de televisão, não significa bular regras, porque não existem regras estabelecidas, apenas o hábito.

No sudeste do Brasil, onde cresci, nas décadas de 1970, 80 e parte de 90, eu fui testemunha de muitas atrocidades de pastores contra as ovelhas de Cristo. Todas as intervenções dos líderes vinham com a argumentação “defesa do bom costume assembleiano”. Foi triste ver pastores afastando ovelhas de Cristo da comunidade cristã, sem usarem apoio da Bíblia Sagrada para fazer isso. Eles usavam a cartilha da religiosidade. Ou seja, eles foram mais assembleianos do que cristãos.


E.A.G.

Revisado em 14 de abril de 2010

O artigo está liberado para cópias, deste citados nome do autor e link (URL) deste blog.

domingo, 11 de abril de 2010

A PROFECIA DE JEREMIAS CONTRA O DESVIO DOUTRINÁRIO DOS JUDEUS E A FALSA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA QUANTO AO TEMPLO

Toda profecia não é, necessariamente, uma predição de eventos futuros, pois 1ª Corintios 14.3, define profetizar como falar aos homens “para edificação, exortação e consolação”. Não é toda profecia que contém o elemento da predição de algum modo definido. Geralmente, no entanto, os sermões dos profetas veterotestamentários tinham este elemento, revelando ao povo os juízos e bênçãos de Deus para o futuro, de acordo com a obediência ou desobediência à vontade de Deus.

Aos israelitas da época de Jeremias, a presença do templo era ilusoriamente interpretada como certeza necessária para a proteção de Deus. Jeremias discordava, pregava que era necessário uma completa transformação moral.
Os habitantes de Judá enganavam-se ao crer que um santuário fosse mais importante ao Criador do que o comportamento moral de quem O adora. O miraculoso livramento de Jerusalém dos exércitos de Senaqueribe, quase um século antes, levava-os à ilusão, fazia os israelitas crerem que por Judá ser a sede do templo, Jerusalém era imbatível. (2º Reis 18.13 -19.37).
Eles estavam certos de que nenhuma invasão poderia derrotá-los enquanto existisse o templo, cogitavam que sendo o templo tão importante para Deus e estando o SENHOR presente de forma especial, então nunca seria permitido a sua destruição, e nem da cidade em que se localizava. Afinal de contas, pensavam eles, Deus não iria permitir que a sua casa fosse destruída.
Mas o Senhor, por meio do profeta, disse que o templo fora transformado num caverna de salteadores, e então estava fadado a ser demolido. Esta profecia se cumpriu durante a vida de Jeremias.

Séculos depois, após o templo ser reedificado, Jesus citou a referência, Jeremias 7.11, aos expulsar os cambistas do templo (Marcos 11.17; Lucas 19.46).


E.A.G.
__________

Terceira parte do subisídio preparado com a finalidade de aproveitamente nas escolas dominicais, lição 3, da revista Lições Bíblicas: Jeremias - Esperança em Tempos de Crise (CPAD).

O artigo está liberado para cópias, desde que citados nome do autor e link (URL) deste blog.

A LIÇÃO DE SILÓ QUASE LEVA O PROFETA JEREMIAS À MORTE

“Assim diz o Senhor: Põe-te no átrio da casa do Senhor e dize a todas as cidades de Judá que vêm adorar na casa do Senhor, todas as palavras que te mando que lhes fales; não omitas uma só palavra” - Jeremias 26.2.

O capítulo 26 do livro de Jeremias possui a narrativa das circunstâncias em que o discurso do capítulo 7 foi pronunciado pelo profeta, mostra as reações que o conteúdo da mensagem provocou em seus ouvintes.
Jeremias, objetivando fazer os judeus abrirem os olhos para a falsa segurança que depositavam no Templo, fez uma comparação com a religiosidade judaica do passado, quando a arca da Aliança se encontrava no santuário em Siló. Ele declarou que o que havia ocorrido no passado, também aconteceria com a presente geração.
O que havia acontecido?
Siló distava há 38 quilômetros ao norte de Jerusalém e se encontrava no território de Efraim. Havia sido o lugar do tabernáculo, depois da conquista de Canaã, sob o comando de Josué. O antigo santuário de Siló atendia a família sacerdotal de Eli. Durante o período em que a arca da Aliança esteve ali, o lugar se converteu em um importante centro de peregrinação, e transformou-se em centro religioso de Israel por mais de um século (1º Samuel 1.3).
Mas, devido a rebelião dos israelitas contra Deus, a contaminação do povo com o pecado da idolatria, aproximadamente no ano 1050 a.C., os inimigos filisteus infringiram uma dura derrota aos israelitas e levaram a arca da Aliança para depositá-la como troféu no templo do falso deus Dagom, em Asdode. Nesta ocasião, a cidade e o santuário foram saqueados e devastados, cerca de 30 mil soldados da infantaria de Israel foram mortos (Josué 18; 1º Samuel 4.1-11; 5.1-5).

A comparação de Jeremias entre os israelitas do passado, adoradores no tabernáculo em Siló, e a geração para qual ele dirigia à Palavra de Deus, adoradores no Templo em Jerusalém, enfureceu o povo. Dizer que a mesma desolação do passado se repetiria no presente, foi motivo suficiente para que a multidão tentasse contra a vida do profeta, que por pouco escapou daquela situação com vida.

Aicão evitou o martírio do profeta. Ele era homem influente naquela sociedade, tinha laços estreitos com o rei Josias, era o pai de Gedalias, que por conseguinte era amigo do profeta e, talvez, devido a relação entre eles, deve ter se sentido compelido a evitar a morte do profeta e foi feliz na proteção concedida (2º Reis 22; Jeremias 26.24).

E.A.G.
__________
Subisídio preparado com a finalidade de aproveitamente nas escolas dominicais, cujas aulas usem a revista Lições Bíblicas: Jeremias - Esperanças em Tempo de Crise; comentarista Claudionor de Andrade (CPAD). Artigo dirigido à lição 3 - Anunciando Ousadamente a Palavra de Deus.