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sexta-feira, 25 de junho de 2021

A ocasião em que Silvio Santos foi à igreja presenciar a consagração do neto Senor



"A coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são seus pais" - Provérbios 17.6.

Era um domingo, 12 de janeiro de 2020, quando o casal Fábio Faria e Patrícia Abravanel, filha e genro de Silvio Santos, o dono do Sistema Brasileiro de Televisão. mais conhecido como SBT, levaram o filho Senor para ser apresentado a Deus na Igreja Lagoinha, situada em Orlando - Flórida, Estados Unidos. 

O pequeno Senor é o caçula da bela família, sendo seus irmãos mais velhos Pedro e Jane. O nome dado ao  garotinho é uma homenagem ao avô Silvio, cujo nome real é Senor Abravanel. Na ocasião, estavam presentes os avós do pequenino, Silvio e Iris Abravanel, e os outros filhos de Fábio e Patrícia, cujos nomes são Pedro e Jane. 

O ato de apresentação, que se consiste de oração, foi realizado pelo pastor, e também cantor, André Valadão, amigo da família Abravanel. A consagração das crianças a Deus é uma resposta pública dos pais diante do compromisso cristão de repassar a fé aos filhos, onde os pais expressam a compreensão quanto a responsabilidade como educadores, e o desejo de ensiná-los a viverem de acordo com a doutrina de Cristo, amando a Deus e ao próximo. 1 Samuel 1.27-28; Lucas 2.22-24.

Na cerimônia, Silvio Santos obteve a oportunidade de se pronunciar, quando demonstrou sabedoria e bom humor dizendo: "Nesses primeiros dias do mês de janeiro, eu espero que todos vocês consigam os objetivos que desejam e que todos vocês estejam por aqui por muitos anos, com muita saúde, e que todos vocês consigam chegar na minha idade, que já estou com 89 anos."


Hospedagem original do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=DSZSCMGqueE

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Nise Yamaguchi avisa em carta aberta que processará senadores Omar Assiz e Otto Alencar

No domingo de 20 de junho, Nise Yamaguchi,  a experiente médica doutorada em oncologia, surpreendeu muita gente ao divulgar sua decisão em mover ação judicial por danos morais  contra os senadores Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, e Otto Alencar (PSD-BA) visando “restaurar a integridade” dela e dos colegas de profissão. Yamaguchi quer indenização de R$ 160 mil de cada parlamentar, pretende repassarar a soma do dinheiro para entidades que atendem pacientes com câncer.

Veja a íntegra da missiva pública logo abaixo:

Carta aberta à Imprensa
(Dra. Nise Yamaguchi) 

São notórios e de conhecimento nacional o desrespeito e a humilhação por mim sofridos durante o depoimento prestado à CPI da pandemia no Senado Federal no dia 1º de junho de 2021.

Médica há mais de quatro décadas, nunca imaginei passar por situação parecida. É triste perceber que, na Casa do Povo Brasileiro, mesmo após décadas de evolução, ainda se perpetuem comportamentos misóginos.

Por diversas vezes, tive minhas falas e raciocínios interrompidos. Ignoraram meus argumentos e atribuíram a mim palavras que não pronunciei. Não foi por falta de conhecimento que deixei de reagir, mas, sim, por educação. Não iria alterar a minha essência para atender a nítidos interesses políticos.

A partir daquele momento, passei a ser extremamente vilipendiada nas redes sociais com agressões em tons ameaçadores, o que é muito preocupante para um estado democrático.

Não faço parte de nenhum partido político. Atuei nos últimos cinco governos como colaboradora eventual, pelo bem da saúde do Brasil e do mundo, sendo que entre 2007 e 2011, participei oficialmente do gabinete do Ministério da Saúde. Meus principais trabalhos foram em ações de controle do tabaco, tratamento personalizado e de precisão do câncer, dentre outros afazeres de compliance e governança.

Agradeço o apoio do Conselho Federal de Medicina, do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal e às inúmeras manifestações de apoio de entidades de classe e de apoio à mulher e ao idoso. Atendo os meus queridos pacientes em Brasília e em São Paulo e deles, de suas famílias e dos colegas, tenho recebido um reconfortante apoio.

Na qualidade de mulher e de idosa, optei por entrar com uma ação judicial contra os senadores Omar Aziz e Otto Alencar, como uma medida para restaurar minha integridade e a de diversos outros médicos brasileiros, os quais também foram afetados com os discursos proferidos pelos parlamentares naquele dia.

Todos os valores ganhos com a causa serão revertidos a hospitais que tratem de crianças com câncer.

Albert Einsten - sobre o mundo e o amor


E.A.G.

terça-feira, 22 de junho de 2021

A Ascensão de Salomão e a Construção do Templo

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Os livros 1 e 2 Reis foram escritos logo depois do ano 561 a.C., tem sua autoria atribuída ao profeta Jeremias, sobrevivente aos eventos da queda de Jerusalém. Embora o autor seja Jeremias, o livro termina mencionando o reinado de Evil-Merodaque, sucessor do rei Nabucodonossor, que reinou entre 561-559 a.C. (2 Reis 25.27), posterior à época de Jeremias, isto aponta que houve o trabalho de um revisor. Porém, a revisão não retirou a inspiração espiritual dos livros, pois são citados no Novo Testamento por Jesus Cristo (1 Reis 17.9; 18.1; 2 Reis 5.14; Lucas 4.25-27).

Os livros traçam a ascensão da nação de Israel e a sua degradação após a divisão do reino. O critério que o autor de Reis utiliza para legitimar o sucesso ou tecer censuras do reinado dos reis descritos por ele, que começam de Salomão e terminam com os exílios assírio e babilônico, é o quanto cada um deles reconhece o Templo de Jerusalém como único santuário legítimo, de não adorar outros deuses e da conservação ou não do hábito de oferecer sacrifícios nos lugares altos.

Reis traz uma teologia narrativa, onde as histórias se entrelaçam com os conceitos teológicos e éticos, conta uma história de culpa, com juízos fortes e sem versões neutras, relata o relacionamento tenso entre profetas e reis, trocas de governos pacíficas e violentas, decisões justas e, por vezes, sábias, de momentos de cultos e de guerras. 

I - A SABEDORIA DE SALOMÃO

1. A virtude da sabedoria.

Como porta-voz de Deus, o profeta Natã levou a Davi uma mensagem repleta de promessas (1 Crônicas 17.1-15). Davi teria descendentes que seriam reis de Israel para sempre (versículos 11,12 e 14; Salmos 18.50; 89.3-4, 26-27, 36-37; e 132; Isaías 9.5-6; 11.1-10; 16.5; Miquéias 5.2). Isto se cumpriu de modo parcial, mas irá se cumprir em definitivo no reino vindouro do Messias. No Novo Testamento, essas promessas são interpretadas como profecias a respeito de Jesus, descendente de Davi por parte de José (João 7.42; Atos 2.30). E por este motivo Jesus, o Messias, é chamado de Filho de Davi.

Salomão foi o terceiro rei do reino unido de Israel, reinou de 970 a 931 a.C. Em sua juventude, não se deixou levar pelo desejo das riquezas ou de outras coisas que parecem agradáveis aos homens. Ele preferiu pedir sabedoria. A solicitação não estava voltada para a ambição egoísta, mas para a necessidade de governar bem o povo de Deus (1 Reis 3.11-14). Com certeza, este desejo residia no fato de sentir-se desafiado pelo exemplo de seu pai, Davi, a tornar-se um homem sábio.

Davi expressou-se dessa maneira: "Quanto amo a tua lei! É a minha meditação todo o dia! O teu mandamento me torna mais sábio do que os meus inimigos, porque eu o tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais entendido do que os idosos, porque guardo os teus preceitos. De todo mau caminho desvio os meus pés, para observar a tua palavra" - Salmos 119.97-101 (NAA).

A virtude da sabedoria diz respeito a como aplicar os mandamentos de Deus na vida prática. A virtude da sabedoria deve ser uma marca do cristão autêntico. É expressada a partir de uma vida virtuosa, através da manifestação de reverência a Deus. Os crentes em Cristo são abençoados em tudo o que fazem quando com sinceridade de coração atendem à vontade do Senhor.

2. O sábio pede sabedoria.

Quando o rei Davi morreu, seu filho Salomão assumiu o trono. Sua busca fiel leva-o para uma aparição noturna de Deus em seu sonho (1 Reis 3.5), quando o Senhor o convida a pedir em oração qualquer coisa que desejasse. Ele ainda era jovem, e a enorme responsabilidade pesou sobre ele, humildemente admitiu que precisava de ajuda e pediu sabedoria para governar com justiça e saber discernir entre o bem e o mal. 

Deus ficou tão satisfeito com o pedido de Salomão, após lhe conceder uma sabedoria extraordinária, como ninguém havia portado, prometeu-lhe acrescentar riquezas, bens, honras e vitórias sobre os inimigos, que ele não pediu (3.12,13). Nesta ocasião, Salomão fez uma das orações mas conhecidas na Bíblia. Em sua petição, expôs a Deus várias coisas:
a. Reconheceu a sabedoria de Deus e a forma como agiu no passado. Ainda que Davi, seu pai, estivesse longe da perfeição como ser humano, possuía retidão de coração. Lembrou-se da benevolência que Deus usou para com Davi, reconhecendo que ele mesmo, Salomão, é fruto dessa bondade divina ao ser um escolhido de Deus (1 Reis 3.6);
b. Reconheceu a sua fraqueza e mostrou-se uma pessoa humilde no pedido de sabedoria (1 Reis 3.7b).

c. Reconheceu que a nação que iria governar não era dele, nem a coroa que estava sobre sua cabeça, mas que Deus estava acima de tudo e havia elegido um povo numeroso e complexo do qual seria o rei, dessa forma pediu um coração compreensivo, capaz de ouvir e entender, apto a discernir entre o bem e o mal (1 Reis 3.8).
Em sua sabedoria, Salomão foi o mais sábio de todos os reis, ganhou fama por ser mais sábio do que todos os indivíduos famosos por causa da sabedoria que possuíram, sobressaiu a todos os homens do Oriente e todos os homens do Egito (1 Reis 4.30-31; Mateus 2.1-12). Fez observações cuidadosas do mundo natural e de como ele funciona, desde o mais alto cedro, árvore do Líbano, à pequena planta hissopo.

Além da sua sabedoria na condução do reino, Salomão escreveu provérbios e cânticos aos milhares (1 Reis 4.32). Boa parte deles integra os livros de Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Dois Salmos também são atribuídos a ele: os Salmos 72 e o 127.

3. A sabedoria na prática da vida.

Uma conceituação bíblica de sabedoria seria a correta compreensão da realidade e a base de uma vida ética e moral elevadas (Jó 11.6; Provérbios 2.6). Surge de atitudes de coração e mente e expressa-se através da reverência ao Senhor, em prudência, cuidados e acolhimento nas relações humanas e institucionais (Jó 28.28). Aplica-se na boa administração e liderança (1 Reis 10.4,24; Salmos 105.16-22; Atos 7.10) e em técnicas de perícia (Êxodo 25.3; 4.28).

Será que a sabedoria foi um dom concedido apenas a Salomão naquela época, e nunca mais nenhum ser humano teve a oportunidade de ser sábio? Nosso Deus é muito generoso e deseja que todos nós sejamos sábios. É preciso aceitar a sabedoria que o Senhor oferece, muitos a rejeitam considerando que a sabedoria desse mundo é melhor (Provérbios 1.7,15).  

O pedido de sabedoria feito por Salomão a Deus aponta para a maturidade espiritual que Deus deseja para seus filhos. Na sabedoria do alto há força motriz à pacificação, à gentileza, à misericórdia e aos bons frutos. Existe virtude, pureza, sinceridade, jamais se comporta com ambiguidade (duplo sentido). Portanto, quem se vê necessitado de sabedoria espiritual deve pedi-la ao Senhor o quanto antes, sem duvidar, depositando sua convicção no Todo-Poderoso (Tiago 1.5-8). 

É necessário considerar que Deus dá sabedoria liberalmente e não lança em rosto nenhuma solicitação. A pessoa que recebe a sabedoria divina conquista um relacionamento íntimo com Deus, demonstra bom senso em seus posicionamentos, é capaz de corresponder à ética de Deus, destacando-se em seu círculo social através do bom trato e da mansidão. ao rejeitar a inveja e o sentimento faccioso, permanecendo distante de conflitos físicos, perturbações e ações perversas.

II - A CONSOLIDAÇÃO DO PODER

1. A glória do reino de Salomão.

A paz e a prosperidade de Israel se basearam na influência dominante que Salomão exerceu sobre todos os reinos desde o Eufrates até a terra dos filisteus e até a fronteira do Egito. A extensão chegava à Tifsa, cidade importante no Eufrates, a 121 Km ao sul na rota comercial entre Síria e a Mesopotâmia, até Gaza, na costa ocidental da Palestina, no extremo sul da Filístia. O domínio de Israel de então, correspondia à extensão territorial que Deus prometeu a Abraão (Gênesis 15.18).

O governo realizado por pessoa justa, sob a bênção de Deus, quando seu líder prospera, o povo se alegra (Provérbios 29.2). Durante o início do reinado de Salomão, Judá e Israel comiam, bebiam, viviam satisfeitos, pois a sabedoria que o rei havia recebido produziu um sistema econômico que não oprimia a população, tão numerosa como a areia que está no mar (Gênesis 22.17; 1 Reis 4.20). Todos habitavam seguros, sob a bênção de Deus, possuindo um grau ideal de independência econômica, algo comparável com a profecia de Miquéias sobre "os últimos dias" quando as espadas se converterão em relhas de arado e todos os homens terão participação na terra (Miquéias 4.1-4).

2. O orgulho precede a ruína.

O início do reinado de Salomão é marcado pelo uso da virtude da sabedoria, mas o final de sua vida foi um fracasso. Por quê? Salomão desprezou a sabedoria dada por Deus e passou a se guiar pela sabedoria deste mundo. Ele não demonstrava arrependimento algum, talvez porque permitiu que a luxúria, as glórias e as muitas riquezas provocassem cegueira espiritual. O coração de Salomão era muito diferente do coração de Davi, que ao pecar se arrependia e consertava o erro cometido. 

O apóstolo Tiago escreveu que existe um tipo de sabedoria que se limita em buscar vantagem em tudo, que planeja habilidosamente o mal, que é maliciosamente calculista visando enganar os outros em benefício próprio. Essa sabedoria é terrena, animal e diabólica (Tiago 3.15,16). 

Enquanto ainda dependente de Deus, Salomão escreveu: "Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as sua veredas" (Provérbios 3.5,6). Infelizmente, ele deixou de confiar em Deus, passou a atribuir seu sucesso às habilidades que possuía, e isso trouxe sérias consequências: perdeu boa parte daquilo que havia adquirido e organizado; a glória que construiu ao reino transformou-se em ruína  quando seus filhos assumiram o trono (1 Reis 11.9-13).

Moisés, na condição de profeta, previu que quando os israelitas entrassem na terra da promessa iriam desejar um rei para os governar, como as nações vizinhas (Deuteronômio 17.14-20; 1 Samuel 8.5, 19, 20; 10.19; 12.12). E estabeleceu parâmetros aos monarcas. 
a. "Não deve multiplicar para si cavalos" (Deuteronômio 17.16a).

Os animais eram usados pelos reinos da época para guerrear. Segundo o número indicado em 1 Reis 4.26, Salomão tinha quatro mil cavalos em estribaria, sendo que alguns manuscritos hebraicos assinala para quarenta mil estrebarias. O número é incerto por conta de equívoco de copistas. Seja um ou outro, ambos os números são exagerados e violam a proibição mosaica. 

Pesquisas arqueológicas encontraram edifícios tripartidos com colunas em sítios da Idade do Ferro, em Megido, Hazor, Bete-Semes e outras localidades, cada unidade tem um salão central ladeado por dois corredores paralelos, separados por fileiras de colunas. Esses edifícios foram identificados por numerosos estudiosos como estrebarias ou estábulos, sendo que muitos reconhecidos como do tempo do reinado de Salomão.

b. "Não deve tomar para si muitas mulheres, para que o seu coração não se desvie" (Deuteronômio 17.17a).

Salomão não prestou atenção a essa orientação, fez alianças políticas com vários reinos antigos em troca de casamentos com princesas desses reinos e outros benefícios econômicos. Com isso, trouxe sérios comprometimentos ao seu reino, construiu castelos imponentes para elas, como no caso da filha de Faraó (1 Reis 3.1; 7.8), e edificou lugares sagrados pagãos para agradar as suas mulheres.

c. "Nem deve acumular muita prata e muito ouro" (Deuteronômio 17.17c).

Os homens que possuem grande soma de dinheiro, inclusive nações, inclinam-se a confiar mais em seu dinheiro e menos em Deus. Infelizmente, Salomão também desprezou essa orientação, organizou os tributos e contribuições do reino de tal forma que, a cada mês, uma das doze tribos era encarregada de manter o palácio real. A prática se mostrou pesada para os súditos, que reclamaram a Reboão, futuro sucessor ao trono, um alívio dessa carga tributária  (1 Reis 4.7; 12.4). Além de tudo isso, Salomão recrutou 30 mil israelitas para serem seus escravos. Essas obrigações foram difíceis de aguentar e resultaram na divisão do reino do Sul e do Norte.
Até mesmo as pessoas mais sábias estão sujeitas à queda quando desprezam a Palavra do Senhor e seguem por caminhos tortuosos. É importante observar que os valores deteriorados não estavam presentes  no início do reinado de Salomão, tomaram espaço na medida que ele permitiu certos desvios fizessem parte de sua vida (1 Reis 11.1,2,4-10).

2.1 O poder e a ambição na vida de Salomão. Poder, prestígio, reputação nos foram dados graciosamente por Deus. O desenvolvimento do reinado de Salomão levou-o a ter muito prestígio e poder. Ele usou positivamente sua influência para estabelecer a paz no seu reino e ser bem sucedido em todos os seus empreendimentos. Mas ao passar o tempo, a arrogância e a ambição egoísta tomaram conta do seu coração de tal maneira que ele se deixou seduzir pelas vantagens do estado de eminência, pela abrangência e inumeráveis possibilidades originadas da monarquia e por todo o predomínio que lhe trouxe a capacidade de impor sua vontade.

O poder é um problema quando assume um lugar de controle excessivo e de anseio egoísta por sempre querer mais poder e autoridade. A situação que inspira preocupação aos líderes cristãos é estabelecer relações de autoridade sobre as pessoas sem criar dificuldades à liberdade individual de seus liderados. O poder e a liderança, quando exercidos sem amor, ferem e matam. 

Jesus usou sua autoridade durante seu ministério terreno para abençoar as pessoas e não para ser servido por elas (Mateus 20.28). Podemos perder qualquer coisa nesta vida, menos a comunhão com o Pai. Ao escolher ser servido, perdemos a comunhão de filhos de Deus. A opulência e a ganância por títulos, cargos e posições sociais causam opressão quando usadas para manipular as pessoas. Jesus nos deu o grande exemplo de sempre respeitar a dignidade e fragilidade de todos os indivíduos. 

2.2 Sobre sexo e luxúria na vida de Salomão: Salomão tinha mil mulheres à sua disposição. As muitas mulheres perverteram o seu coração e o fizeram desviar do propósito inicial do seu reinado (1 Reis 11.3). Ao querer satisfazer os desejos delas, construiu lugares de adoração pagãos. Uma das divindades as quais se inclinou era Astarote, a deusa da guerra e da fertilidade, e uma das formas de adoração era a prostituição sagrada.

Quando a sexualidade tem sua finalidade deformada pelo pecado da lascívia, os resultados geralmente são danosos. Causa destruições da autoestima, da dignidade e da reputação. Exclui a essência da afeição natural, reduz as pessoas envolvidas a um objeto sexual. Limita o relacionamento apenas aos encontros em busca do prazer físico momentâneo, que se segue de uma enorme tristeza da alma quando a conjunção carnal termina.

2.3 Sobre o poder e riqueza de Salomão. Extremamente rico, como o foram poucos de sua época, soube administrar os recursos que havia recebido de Deus, conseguiu negociar e aumentou muito a riqueza ano após ano. Ele fez negócios com várias nações vizinhas sempre com grande perspectiva de lucro. Além disso, sua fama atraía celebridades reais que sempre lhe traziam mais dinheiro e riqueza (1 Reis 4.27,34).  

O problema de Salomão não estava na riqueza acumulada, mas na maneira como ele passou a encará-la. A orientação bíblica não é que se deva ter aversão ao dinheiro ou às riquezas. O que se deve fazer é sempre lidar com o dinheiro de forma altruísta e benevolente (Lucas 8.1-3), fazendo com que ele seja nosso servo para trazer-nos conforto e, ainda, reparti-lo com aquele que não tem e, acima de tudo, fazendo com que sejamos gratos a Deus por tudo o que Ele nos tem dado. Talvez se Salomão tivesse lidado dessa forma com as riquezas, não teria entrado nos caminhos tortuosos que entrou.

III. A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

1. O nobre propósito de Salomão.

Havia pureza no coração de Salomão quando ele era ainda um jovem, foi neste período de sua vida que ele manifestou o nobre propósito de erguer o Templo. Quando havia estabilidade no reinado, ele fez com que se cumprisse a promessa que Deus havia proferido por meio de Natã a seu pai (1 Crônicas 17.23; 2 Crônicas 6.17). Ao construí-lo, esclareceu havia aprovação divina e que não havia idealizado um projeto extravagante, apenas cumpria a promessa que o Senhor havia feito a Davi (2 Crônicas 6.10; 2 Samuel 7.4-11).

Ele disse: "Mas agora o Senhor me deu paz em todas as fronteiras. Eu não tenho inimigos, e não há perigo de ataques. Deus prometeu o seguinte a Davi, o meu pai: 'O seu filho, que eu vou pôr como rei depois de você, construirá um templo para mim.' Portanto, eu resolvi construir um templo para a adoração do meu Deus, o Senhor" (1 Reis 5.4-5 - NTLH). 

2. O templo do Espírito Santo.

O apóstolo Paulo,  emite importante alerta ao escrever aos crentes da Igreja em Corinto. Exorta-os esclarecendo que o cristão, tanto coletivamente, como Igreja (1 Coríntios 3.16; Efésios 2.21-22), quanto individualmente (6.19) é um santuário do Espírito Santo. Nestas duas situações, o cristão não pertence a ele mesmo, pois o Espírito vive dentro de cada pessoa convertida a Cristo, fazendo com que o corpo de cada crente seja o seu templo.

A Igreja toma o lugar do Templo de Jerusalém, pois o Espírito Santo vive nela, Paulo acentua, em 1 Coríntios 3.17 (considerar o contexto de 3.1-23), que a Igreja como um todo tem o compromisso de continuar a ser o que é, ou seja, Templo do Senhor. Nesta condição, nenhum cristão deve se considerar mais importante que o outro, ninguém deve se comportar como se pertencesse a esse mundo, mas viver como pessoas guiadas pelo Espírito Santo.

Ao ler 1 Coríntios 6.12-20, descobrimos que havia cristãos em Corinto afirmando que nada que a pessoa faz com o corpo afeta o espírito. Portanto, o cristão teria liberdade de fazer o que quisesse com o seu corpo, até mesmo ter relações sexuais ilícitas, pois isso nada teria a ver com seu espírito. Porém, existe uma união espiritual entre o cristão e Cristo.

É preciso zelar por nosso corpo, pois Paulo declara  que o corpo do cristão será ressuscitado (versículo 14), faz parte do corpo de Cristo (versículo 15), é templo do Espírito Santo, foi dado por Deus, não pertencemos a nós mesmos, pertencemos a Deus (19). Nós fomos comprados por Cristo durante o sacrifício na cruz por bom preço, e assim sendo, o corpo do crente deve ser usado para a glória de Deus (20). Então, não cabe aos crentes a prática da imoralidade sexual, pois se consiste em pecado contra o corpo e ataca diretamente a união sagrada do crente com Cristo.

3. A glória do Senhor.

A glória do Senhor se manifestou no Templo construído por Salomão duas vezes, depois de pronto. A primeira vez foi quando os sacerdotes levaram a Arca para o lugar Santíssimo (1 Reis 8.11; 2 Crônicas 5.17). A segunda ocasião foi quando Deus respondeu a Salomão na inauguração do Templo (2 Crônicas 7.1-3).

Durante a inauguração do templo, uma nuvem encheu o local, os sacerdote não conseguiram ficar para ministrar por causa da nuvem, caíram de joelhos, algo semelhante ao que aconteceu quando a Tenda da Presença de Deus foi consagrada (2 Crônicas 5.13; Êxodo 40.34-35). A nuvem representava a manifestação visível da glória de Deus e da sua santidade (Números 14.10; Ezequiel 1.28), sendo que a suprema revelação da glória do Senhor  foi feita em Jesus Cristo (Lucas 9.32; João 1.14).

É importante conhecer tudo a respeito da glória de Deus. A presença de Deus é o segredo do poder da Igreja, sem a glória do Senhor na Igreja ela não passa de uma instituição humana, com a glória presente ela é um organismo vivo, espiritual, diferente de qualquer outra coisa na face da Terra.

CONCLUSÃO

Não houve na época de Salomão um homem com tanta sabedoria quanto ele, e que tivesse condições de empregá-la com justiça e correção. Seu reinado é descrito como a era de ouro de Israel. A sabedoria que Deus lhe deu serviu de bênção a ele e aos israelitas de seu tempo. Ajudou-o construir o grande templo para o Senhor, a proteger Israel, estabelecer alianças comerciais lucrativas, construir um grande palácio e edifícios suntuosos, levantar fortalezas, estruturar um reino forte e seguro e descansar em prosperidade. Mas esse quadro maravilhoso tornou-se obscuro quando ele deixou de honrar o nome do Senhor. Foi quando o povo passou a ser oprimido e sobrecarregado com sua política de impostos onerosos e trabalhos forçados, enquanto em sua corte havia tempo para o lazer cultural e para o gozo da beleza feminina. Tudo isso, mais a introdução de culto idólatra para agradar suas esposas estrangeiras, levaram à divisão do reino após sua morte (1 Reis 11.1-13).

Tudo o que fizermos, que seja feito com pureza de coração.


Compilações
Bíblia da Família - coletânea de textos de Jaime e Judith Kemp. Edição 2008.  Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil - SBB.
Bíblia de Estudo do Expositor. Edição 2017. Baton Rouge, LA, Estados Unidos. Ministério de Jimmy Swaggart.  
Bíblia de Estudo Holman. Edição 2018. Bangu. Rio de Janeiro - RJ - Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD.
Bíblia de Estudo NAA. Edição 2020. Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil - SBB.,
Bíblia de Estudo NTLH. Edição 2015. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil - SBB.
Enciclopédia da Bíblia - John Drane. Edição 2009. Edições Loyola / Paulinas. São Paulo -SP.
O Plano de Deus para Israel em meio à infidelidade da Nação. As correções e Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel. Claiton Ivan Pommering. 1ª Edição 2021. Bangu. Rio de Janeiro - RJ. Casa Publicadora das Assembleias de Deus..

segunda-feira, 21 de junho de 2021

A Igreja e o Evangelho Verdadeiro

Por Edson Rebustini

Jesus estava há cerca de seis meses da sua morte. Ele ensina em Jerusalém e uma multidão ia ouvi-lo, causando grande inveja e raiva nos fariseus e sacerdotes.

Os sacerdotes trazem a Jesus uma mulher que acabara de cometer adultério. Eles queriam condená-la e ao mesmo tempo tentar persuadir Jesus a tomar uma atitude contrárias as Escrituras Sagradas.

Jesus poderia responder sobre o que deveriam fazer com ela de acordo com a Lei de Moisés e, dessa forma, aqueles homens iam matá-la apedrejada. Se Jesus mandasse não apedrejá-la, estaria descumprindo a Lei que Ele mesmo disse que tinha vindo para cumprir. 

Jesus fala com a mulher de forma carinhosa e misericordiosa. Ele não a condenou: "Se algum de vocês não têm pecado, que atire a primeira pedra" (João 8.11).

A consciência pesada dos homens e o claro entendimento do que Jesus havia dito, fez com que eles deixassem de lado as pedras e pouco a pouco se retirassem dali. 

O fato de Jesus perdoar o adultério não quer dizer que Ele ignora o pecado cometido. Jesus não aprovou o adultério, mas Ele agiu com misericórdia. Deus nos conhece e nos alerta. Quando Ele fala para não fazermos algo é porque Ele sabe que aquilo pode destruir s nossa vida e essa não é a sua vontade.

A postura que aqueles religiosos tiveram ainda continua presente nas igrejas. As pessoas gostam de julgar e enfatizar o erro de outros, porque dessa forma, elas conseguem lidar melhor com seus próprios erros. Essa é uma postura contrária aos ensinamentos do mestre. 

A igreja é para ser diferente. Lugar de amor, de reconciliação, de oração e de ajuda. A intenção dos fariseus era condenar, destruir, matar, envergonhar. Mas Jesus queria curar, levantar, ajudar. 

Todos nós precisamos de perdão e misericórdia. E todos nós precisamos enxergar o erro dos outros da mesma forma que Deus enxerga. O Evangelho verdadeiro se comunica com o perdão e a restauração.


Edson Rebustini é pastor e fundador da Igreja Bíblica da Paz.
Fonte: Revista Proclamai. Ano 6, número 6, edição abril - maio de 2017, página 4.