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domingo, 28 de fevereiro de 2021

Quando o tambor de 200 litros é o púlpito da igreja

Por Eliseu Antonio Gomes

A palavra púlpito contém dois significados entre os religiosos. É compreendida como o lugar mais elevado que o palestrante utiliza para se dirigir ao público-alvo de sua mensagem. A segunda definição é um pequeno móvel posto neste ponto mais alto da igreja. Neste artigo usaremos o segundo significado.

O sacerdote Esdras, quando leu o livro da Lei de Moisés para a congregação, composta por homens e mulheres que estavam reunidos em uma praça, fez uso de um púlpito (Neemias 8.4). Na atualidade da Igreja, esta estrutura é constantemente usada pelo orador ao discursar. O orador acomoda a Bíblia sobre o púlpito, usa-o para ter perto de si o copo d’água, que é ingerida para hidratar as cordas vocais. Sobre o púlpito, geralmente está instalado um microfone fixo.

Por muitos anos os púlpitos de madeira foram unanimidade nas igrejas. Tábuas levadas à arte de um bom marceneiro, torneadas, coladas ou parafusadas, e envernizadas, serviram de mobília central de cultos em diversas regiões do Brasil. O fator resistência ao desgaste fez com que a matéria-prima mais aproveitada fosse o mogno, o cedro, o pinho, o pau-ferro, a peroba e a jacarandá.

Ao passar dos anos, a escolha da madeira nobre passou por mudanças à confecção de púlpitos. Apareceram os púlpitos fabricados com placas MDF (fibras de madeira misturas com resinas sintéticas e aditivos) e os púlpitos montados com chapas de acrílico (plástico transparente). Mais baratos que a madeira nobre, porém, igualmente bonitos.

E, recentemente, nesta era da pós-modernidade, encontramos o púlpito feito com tonel de óleo, o tambor metálico de 200 litros. A peça é customizada, passa pelas mãos de serralheiros, ganha novas curvas anatômicas, tem gavetas ou pequenas plataformas como as estantes. Depois vem a cobertura em pintura clássica, e também a obra de um grafiteiro. Alguns olham a novidade em silêncio e com uma sensação de estranheza, outros criticam a opção e categorizam como modismo inaceitável.

Opiniões contra e favorável à parte quanto ao uso de tambor, que haja análise tendo como base nosso contexto atual. Os púlpitos tradicionais são confeccionados usando a madeira, o que significa estar na ponta final de um processo de desmatamento. O impacto causa dano incalculável ao ecossistema, gera conseqüências ruins que não precisamos citar aqui. Por outro lado, a customização do barril, além de diminuir o derrubamento de árvores também freia a escalada de poluição do solo, pois aumenta a vida útil do recipiente metálico. É dito que o ferro leva mais de 100 anos para se decompor no solo.

Oseias (6.3) profetizou que a vinda do Senhor é tão certa como o amanhecer de cada dia. Não esqueçamos que o apóstolo Pedro, no capítulo 3 e versículo 7, predisse que chegará o dia em que Deus destruirá este mundo que agora conhecemos. Ele escreveu: “os céus e a terra que agora existem têm sido guardados para o fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e da destruição dos ímpios”. Este juízo está por vir, não sabemos quando ocorrerá. Poderá acontecer em nossa geração ou em outra época em que já estaremos dormindo no Senhor.

O fato a ser considerado é que o Criador fará um novo Céu e uma nova Terra. Qual o motivo? Porque a humanidade, desde que Adão e Eva foram colocados para fora do Éden, tem estragado a natureza que Deus fez. A superfície do nosso planeta tem sido devastada de muitas formas. A destruição acontece por meio da subtração de árvores sem haver replantio. A degradação acontece no espaço através do envio de satélites fotográficos e de comunicação, tais maquinários orbitam por algum tempo na atividade proposta de sua missão e quando envelhecidos se transformam em lixo espacial.

Se é possível ser agente de bênção e contribuir para a preservação do meio-ambiente, por que não fazê-lo? Não penso em apresentar a sugestão do uso do latão como púlpito nas igrejas, apenas que você encontre algo positivo que faça com que no seu círculo social a natureza seja menos agredida.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

A Igreja e a Política - o Brasil é laico ou laicista?

Por Eliseu Antonio Gomes

Este tema é bastante lembrado de tempos em tempos, é grande o número de gente no meio cristão que já abordou essa questão e muitos já pesquisaram e leram sobre o assunto. Mas, fica aqui o meu pitaco.

Existe uma frase tácita, usada por duas correntes ideológicas opostas, ao fazer abordagem sobre a questão do relacionamento do Estado com a religião. É: “o Brasil é laico!”. Sim, é, mas o que isto significa? 

O termo refere-se à questão do governo brasileiro não ser teocrático, não submeter-se ao controle de uma determinada religião para impor normas sobre a sociedade. Também, significa que o Estado não produz sistema antirreligioso e ao mesmo tempo concede liberdade para a prática religiosa de seus cidadãos. Há quem confunda o termo laico com laicismo e laicidade, que significam um enérgico posicionamento ateísta, com objetivo de banir práticas religiosas da nação.

Embora tenha sido o Filho de Deus e o próprio Deus encarnado, Jesus, quando esteve como ser humano na Terra, para exercer seu ministério entre os homens, voluntariamente desapegou-se de sua condição divina e esteve em dependência de pessoas sujeitas ao pecado, gente como eu e você. 

O Novo Testamento relata que, na questão financeira, para que fosse possível manter seu ministério em atividade, Ele recebeu ofertas em dinheiro (fazenda, na tradução Almeida Revista e Corrigida - ARC), e aceitou usar um jumento emprestado para ser aclamado como Rei, cumprindo assim uma profecia de Zacarias 9.9. Conferir em Lucas 8.8 e 19.29-31.

Quando Jesus entrou em óbito, precisou da intervenção influenciadora de um político, para que seu corpo fosse sepultado entre os ricos, conforme havia profetizado Isaías (53.9) a respeito de sua morte. Tal homem era o rico José de Arimateia, membro do sinédrio e senador (Marcos 15.43; Mateus 27.56). Usando seu prestígio como parlamentar, José de Arimateia foi até Pilatos, pediu o corpo de Jesus. E depois com suas próprias mãos e ajuda de Nicodemos, retirou o corpo da cruz e o sepultou em seu sepulcro. Confira sobre sua intervenção em Mateus 27.57,58; Marcos 15.43; Lucas 23.52; João 19.38. 

Expus tais fatos bíblicos apenas para dizer que o Senhor nos ensinou coisa importantíssima sobre o que é a santidade. Ser santo não tem a ver com reclusão e alienação social. Jesus disse que não somos desse mundo, mas vivemos nele (João 15.18-19); e por isto temos que agir como influenciadores aqui na Terra. Tal qual o efeito do sal como tempero culinário e a propagação da incidência de luz no ambiente escuro em que surge (Mateus 15.13-14). 

Somos a Igreja do Senhor, enquanto reunidos no templo, ou em outro lugar, com o propósito de prestação de culto a Deus. A conclusão disso vem do termo grego em que se traduz a palavra igreja (ekclesia): assembleia, congregação, chamados para fora.

Sabemos que Deus não mora em nenhuma construção feita por mãos humanas, o templo do Senhor é o coração do cristão reverente (Isaías 66.1; 1 Coríntios 3.16). Estamos cientes que o púlpito da igreja não é um altar espiritual, é um ponto construído em posição mais alta para facilitar a comunicação entre a liderança e os membros. De acordo com a doutrina bíblica apresentada no Novo Testamento, em sentido figurado, a nossa vida é o altar de Deus. A natureza carnal precisa ser sacrificada diuturnamente para que possamos viver em Cristo e para Cristo de modo pleno (Colossenses 3.5). 

Neste sentido, qual seria o motivo para não receber a figura política na igreja e oferecer a esta figura um assento no púlpito? E qual seria a razão de se cogitar que um cristão não possa se inscrever aos cargos eletivos?

Penso que a atitude de negar assento é por falta de reflexão sobre a significância dos termos santidade, igreja, altar, púlpito, segundo o viés das Escrituras Sagradas. Quando o pastor oferece ao político uma cadeira no púlpito, faz isso considerando que não existe autoridade que “não proceda de Deus” e que “toda autoridade é ministro de Deus” (Romanos 13.1 e 4). Penso que o pastor reflete sobre o fator da eminência existente na pessoa que venceu eleições civis e neste caso é preciso prestar honra a quem a tem (Romanos 13.7). Tal honraria é dada ao político e seus eleitores, pois pressupõe-se que os representa.

O cristão, e qualquer outro cidadão praticante de outra religião, tem o direito constitucional para candidatar-se e exercer o seu trabalho em nível federal, estadual e municipal, nas esferas do executivo e legislativo, desde que vença o pleito eleitoral. No Brasil, que é laico e democrático, o que não cabe ao religioso é usar o seu mandado para impor as doutrinas de sua crença ao povo brasileiro. 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

A Bíblia, a Ciência, os crentes e os ateus


Por Eliseu Antonio Gomes

Quem ainda não teve a oportunidade de apreciar os momentos de esplendor do nascente no horizonte ou admirar a beleza de cores que ele produz durante o poente? Quem já observou a magnitude de um céu azul-claro, a sofisticação no traçado do arco-íris, a intensidade que há no brilho das estrelas? Quem já se alegrou ao ver os primeiros passos equilibrados de uma criança, já riu com as brincadeiras de um animal de estimação? Precisamos refletir de onde vem todas essas coisas. A primeira informação que encontramos na Bíblia Sagrada é que Deus é o Criador de tudo. Ele é a fonte de toda magnificência que existe no mundo.

Deus criou eu e você. Os seres humanos foram criados à imagem de Deus. Ele colocou algo de sua própria natureza dentro de nós. Temos uma natureza espiritual eterna, uma personalidade única, intelecto ou raciocínio. Cada pessoa, não importa sua raça ou cor, a sua idade, seja ela sadia ou enferma, tem valor aos olhos de Deus. O Criador nos fez para refletir sua natureza e caráter divinos, mas uma grande parcela da humanidade está afetada pelas descobertas científicas, não consegue enxergar a importância divina em sua vida, as realidades espirituais e a eternidade (Eclesiastes 9.10).

Não há como negar que sem a Ciência o mundo seria muito diferente. A Ciência facilitou muita coisa. A nanotecnologia revoluciona a Medicina; a televisão e a internet são meios de comunicação capazes de levar mensagens de um continente a outro em poucos segundos; a cafeteira ferve a água, côa, só não serve seu café. O formato anatômico da escova de dente, o solado do seu par de tênis, a frauda descartável, essas coisas tem um toque especial da Ciência, que nem sempre levamos em consideração.

Quando se fala em Ciência, o materialismo vem em primeiro lugar na mente de muitos, pois ateístas interpretam diversos ramos da Ciência, excluindo Deus do processo criativo de todas as coisas existentes, sem considerar que muitos pontos científicos permanecem em investigação e são questionáveis por faltar provas.

A Bíblia, Palavra do Criador dada aos seres humanos em forma escrita, dá inúmeras evidências de sua confiabilidade. A Ciência descreve o Universo em cinco termos: tempo, espaço, matéria, energia e movimento. O livro de Gênesis revelou tais verdades antes, em 1450 a.C.: “No princípio (tempo) Deus criou (energia) os céus (espaço) e terra (matéria). Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia (movimento) sobre a face das águas” (Gênesis 1.1-2). 

Veja mais algumas afirmações que constam na Bíblia muito antes de cientistas abordarem o tema:

1 – A Terra é um globo (Isaías 40.22) e flutua no espaço (Jó 26.7);
2 – As estrelas são incontáveis (Jeremias 33.22), emitem ondas de rádio captáveis na Terra (Jó 38.7), são singulares (1 Coríntios 15.41); 
3 – O Universo foi feito de elementos invisíveis (Hebreus 11.3); 
4 – A luz se move (Jó 38.25) e o ar tem peso (Jó 38.25); 
5 – O oceano tem nascentes (Jó 38.16), vales e nascentes (Jonas 2.6); 
6 – Assepsia auxilia o controle de doenças (Levítico 15.13); 
7 – O sangue é a fonte de vida e da saúde (Levítico 17.11).

Ora, se a Bíblia mostrou tais fatos antes da Ciência dizer que os descobriu, ela deveria ser mais respeitada. Até mesmo porque a investigação científica está limitada ao tempo-espaço, e a Bíblia não. Enfim, Blaise Pascal, inventor da calculadora, afirmou que “o vazio infinito que há no homem só pode ser preenchido por algo também infinito, ou seja, a criatura humana só pode ser preenchida por seu Criador.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Quando os namorados pensam em se casar


"Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; por causa do teu nome, tu me conduzirás e me guiarás" - Salmo 31.3 (NAA).

Quando o engenheiro civil faz um projeto, ele dá bastante atenção ao alicerce porque de nada adianta o construtor erguer um edifício bonito com o risco de desmoronamento. Quem sonha em se casar precisa ter o mesmo cuidado. Você sabia que Jesus mostrou quais devem ser os alicerces usados na construção de uma família cristã?

Em Mateus 7.24-25, Jesus mostra duas espécies de construções. Uma casa construída na areia e outra erguida sobre a rocha. Durante a tempestade, cheias e ventos fortes, a casa levantada na areia não suporta a adversidade e desaba. Mas a casa erguida encima da rocha permanece inabalável.

A reverência a Deus sustenta a felicidade do casal, a obediência ao Senhor produz bênçãos em família. Para ter um lar feliz, com capacidade de vencer crises, é necessário que os noivos construam sua relação sobre a Rocha, que é Cristo (Atos 4.10-12). Quando existe postura de fidelidade a Deus, os nubentes podem declarar como Josué: “eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24.15).

Medite mais, leia os seis versículos do Salmo 128.