Pesquise sua procura

Arquivo | 14 anos de postagens

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Por que alguém negaria a existência de Deus?


Por que algumas pessoas negam que Deus existe? Sabemos que conhecer o Deus invisível é um grande desafio para a mente humana. Porém, seria muito mais racional acreditar que não houve ninguém por trás da criação desta página, que você lê neste momento, do que acreditar que Deus não exista. Em sã consciência, quem acreditaria que as palavras reunidas nesta postagem vieram do nada, vieram a existir por obra do acaso, não foram pensadas por alguém e que não houve o processo da digitação e publicação neste blog? O fato de existir um computador plugado à internet e alguém a digitar o texto são circunstâncias evidentes. Pela mesma obviedade, a Bíblia não discute a existência de Deus.

A Bíblia não reconhece nenhum ser humano como "ateu"; as Escrituras declaram o indivíduo que nega a existência de Deus como uma pessoa tola. Ninguém quer ser visto como um idiota. Ninguém quer ser um tolo pois o sujeito imbecil é alguém que dificulta a sua própria pessoa com opiniões e raciocínios falhos, posicionamentos e atitudes irrefletidas; aquele ou aquela que se machuca incontáveis números de vezes, sem jamais aceitar quem o ajude a mudar tal estilo de vida sofrida.

Você conhece alguém que se tornou ateu por causa de uma grande decepção? Como um bobalhão começa a ser um bobalhão? Negando a Deus. O Autor da sabedoria é Deus, mas o tolo insiste em discutir com o Criador e diz: "Eu sou autossuficiente; sou inteligente e tenho capacidade para cuidar da minha própria vida".

O tolo se mostra orgulhoso, porque parece que tudo que faz dá certo sem a ajuda de Deus. Até chegar o momento em que perceberá que sua situação espiritual sem Deus é trágica, e que não é possível escapar da condenação eterna, que existem o dia e o lugar em que terá que ajustar as contas com o Criador.

O ateísta é gente triste, porque é uma criatura que opta em permanecer longe do seu Criador. Como não considera relacionar-se com Deus de maneira devocional, pelo fato de viver como se Deus não existisse, nem se quer sabe como orar. Gente assim é extremamente infeliz, mesmo que não demonstre. Não se engane com o sorriso de ateus, não há neles a contínua alegria de real satisfação em viver, são tais quais os coloridos letreiros luminosos, ao amanhecer suas luzes são desligadas porque o sol ofusca completamente sua luminosidade, por mais belos que eles sejam. São assim porque deixaram Deus fora de suas vidas.

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a descrença nem sempre surge de uma pesquisa profunda sobre o mundo e sobre Deus. Em muitos casos, não é verdade que um ateu se tornou convicto de suas posições irreligiosas através de uma observação cuidadosa da fé. A maior parte passa a ser ateísta impulsionada por um coração revoltado contra Deus. Negam a existência de Deus porque estão possuídos por um sentimento de revolta insensata e na crença que nunca terão que prestar contas de suas atitudes ao Criador. Muitos não desejam conhecer a Deus porque sabem que terão que mudar sua vida. Qualquer pessoa que diga que aceitar a existência de Deus não faz sentido está tornando as coisas fáceis demais para si mesmo.

Pessoas com capacidade intelectual privilegiada às vezes conseguem cometer muitas tolices. O Antigo Testamento usa vários termos com o sentido de "tolo" e nenhum deles está ligado a inteligência.

Crer em Deus tem uma importância moral. Não faz o crente ser uma pessoa mais inteligente que o descrente, no que se refere à área cerebral, mas provoca algo importante, que é a enorme diferença no estilo de vida. A palavra "insensato" (tolo), usada em Salmos 14.1 e 53.1, na versão Almeida Revista a Atualizada, refere-se às pessoas que cometem pecados de consequência terríveis. As ações dessas pessoas atestam que elas não acreditam que Deus existe. Se cressem em Deus e soubessem que um dia Deus levará todos os atos a julgamento, elas agiriam de maneira melhor.

Certa vez, Dwight Eisenhower disse: "Não é necessário ter um cérebro para ser ateu. Qualquer pessoa sonsa pode negar a existência de um poder sobrenatural, já que os sentidos humanos não conseguem percebê-lo. Mas a influência da consciência não pode ser negada, ou seja, o respeito que sentimos pela Lei moral, pelo mistério da primeira vida que veio a existir... ou pela ordem maravilhosa na qual funciona tanto este planeta   quanto o universo no qual  ele está inserido. Tudo isso testemunha a obra-prima  de uma grande e bondosa  divindade... que é o Deus da Bíblia e Jesus Cristo".

Pense bem: o mundo seria muito mais caótico do que é se todas as pessoas se convencessem de que de Deus não existe e nunca cobrará nada de ninguém.

E.A.G.

Compilações
Bíblia das Descobertas para Adolescentes, página 688, edição 2012, Barueri- SP (Sociedade Bíblica do Brasil).
Bíblia de Estudo Esperança, página 514, 2ª edição com notas revisadas 2012, São Paulo- SP (Edições Vida Nova).  
Bíblia Jovem, página 830, edição 2001, São Paulo- SP (Editora Vida).
Bíblia NVI Evangelismo em Ação: compilada por Ray Comfort, edição 2005, página 508, São Paulo (Editora Vida).

sábado, 16 de junho de 2018

Diferença entre o Fruto e os Dons do Espírito Santo


Por Abiezer Apolinário

O apóstolo Paulo, quando ensinou a igreja da Corinto e a da Galácia, ministrou verdades divinas que devem ser constantemente estudadas, para que não caiamos na situação da ignorância, como ele próprio disse: "Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes." (1 Coríntios 12.1). Às igrejas da Galácia, ele ministrou acerca do fruto do Espírito, outra grande bênção que não pode ser jamais esquecida pelo verdadeiro cristão (Gálatas 5.22). Entendo, porém, que está no capítulo 12 da primeira Carta aos Coríntios o mais completo estudo sobre a diferença  entre o fruto e os dons do Espírito, sendo este o texto bíblico em foco.

Não pode ser jamais esquecida a singularidade do assunto, pois Paulo não fala acerca dos "frutos", mas do "fruto", no singular. Assim é e deve ser dito sempre, no singular. Isso porque, diferentemente dos dons, o fruto é um conjunto de qualidades que o Espírito produz na vida do cristão, para que sua vida sirva de glorificação a Jesus. Por isso que Ele trabalha na vida do cristão para que seja produzido o "fruto", que não é constituído apenas de qualidades morais, mas, principalmente, espirituais. Um exemplo é a distinção espiritual entre calma e mansidão. A calma é uma atitude humana, resultante de esforço pessoal, de traços da personalidade ou de formação familiar. Enquanto a mansidão é uma ação do Espírito na vida do crente, cuja ação Paulo chamou de fruto.

O "fruto" é uma obra divina na vida do cristão, sendo ele gerado pelo Espírito em nós. Neste aspecto reside, talvez, a maior diferença entre o "fruto" e os "dons" do Espírito. Enquanto o "fruto" é gerado em nós, os "dons" são concedidos pelo Espírito.

A frutificação espiritual do cristão não se inicia com o batismo no Espírito Santo, mas tem seu início no momento da regeneração, da conversão do crente, a partir da qual ela é demonstrada através de três procedimentos:
1. na relação do cristão com Deus, através do amor, alegria, e paz;
2. na relação do cristão com seu irmão, através da longanimidade, benignidade e bondade;
3. e na relação do cristão consigo mesmo, através da fé, mansidão e temperança.
A prova bíblica maior, como base do acima exposto, é encontrada em 1 Coríntios 13.1-3: "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria".

Atentemos para os detalhes do texto destacado, especialmente o versículo 2. Posso profetizar, conhecer todos os mistérios e ciências e operar maravilhas como, por exemplo, pela fé, transportar montes (dons), mas se não tiver amor (fruto), nada seria. Ou seja, como cristão, pode não me ter sido concedido nenhum dom, mas não posso deixar de frutificar no Espírito; posso até não ser batizado no Espírito Santo, mas não posso deixar de frutificar no Espírito.

Outro ensino importantíssimo ministrado por Paulo no texto em apreço é o que prova que frutificar no Espírito não é um ato espiritual isolado, mas é um processo de crescimento, pois assim está registrado no versículo 11: "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino". Por sermos humanos e limitados, precisamos frutificar no Espírito para superarmos todas as limitações humanos que nos impedem de chagarmos à plenitude espiritual, já que, como está dito nos 9 e 10 "Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado".

Por este ensino, podemos aprender que devemos estar frutificando no Espírito, em autêntico processo de crescimento que somente terminará quando chegarmos "à estatura de varão perfeito", pois continua ensinando Paulo:"Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido" (versículo 12, de 1 Coríntios 13).

O autor deste artigo é pastor, líder da Comissão Jurídica da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) e vice-líder da Assembleia de Deus em Salvador - BA. 
Fonte: Mensageiro da Paz, página 6, coluna Em Tempo, dezembro de 2016, Bangu, Rio de Janeiro -RJ (CPAD). 

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Quem foi J.C. Ryle - biografia resumida

John Charles Ryle nasceu 10 de maio de 1816 e faleceu em 10 de junho de 1900. Foi o primeiro Bispo de Liverpool, da Igreja da Inglaterra.

Ryle nasceu em Macclesfield, recebeu  educado em Eton e em Christ Church, Oxford.

Atleta refinado, remava e jogava Cricket pela Oxford. Nesta instituição, alcançou um nível de primeira classe em História e Filosofia Greco-Romana tanto antiga quanto moderna, recebeu uma comunhão universitária (posição de ensino) mas declinou do convite. Filho de um rico banqueiro, atendeu ao chamado para o ministério ordenado, deixando a carreira em política, para a qual era destinado.

Seu despertamento espiritual aconteceu em 1838 enquanto ouvia a leitura de Efésios 2 na igreja, e recebeu o ministério cristão quando ordenado pelo Bispo Sumner em Winchester em 1842.

Depois de sustentar um pastorado em Exbury, Hampshire, J.C. Rylee tornou-se Reitor (Pastor Presidente) da Igreja de São Thomas, Winchester (1843), Reitor da Igreja de Helmingham, Suffolk (1844), Vigário da Igreja de Stradbroke (1861), Cânon Honorário da Igreja de Norwich (1872), e Deão da Igreja de Salisbury (1880). Contudo, antes de ocupar o último ofício, dedicou-se à  para a nova sé de Liverpool, onde ele permaneceu até sua resignação, que tomou lugar três meses antes de sua morte em Lowestoft.

Sua nomeação para Liverpool teve recomendação do primeiro-ministro, que estava deixando a chefia de governo, Benjamin Disraeli. Em 1880, com 64 anos de idade, tornou-se o primeiro bispo de Liverpool.

Em sua diocese, exerceu um ministério de pregação vigoroso e franco, e agiu como fiel pastor em seu clericato, exercendo cuidado particular sobre retiradas de ordenação. Ele formou um fundo de pensão para o clericato de sua diocese e construiu mais de quarenta igrejas. A despeito da crítica, aumentou as côngruas do clericato antes de construir uma catedral para sua nova diocese.

Ryle combinou sua presença entre comandante e defesa vigorosa de seus princípios com graciosidade e calor em suas relações pessoais. Muitos trabalhadores e trabalhadoras compareceram às suas reuniões de pregações especiais, e muitos tornaram-se cristãos.

Atuou como um forte sustentador da escola evangélica e um crítico do ritualismo, tornou-se um dos mais marcantes líderes da ala evangélica na Igreja da Inglaterra e conquistou notoriedade por seus ensaios doutrinários e seus escritos polêmicos.

Inteiramente evangélico em sua doutrina e intransigente em seus princípios, mostrou-se como um escritor prolífico, um vigoroso pregador e um pastor fiel. Entre suas obras mais longas são Christian Leaders of the Eighteenth Century (1869), Expository Thoughts on the Gospels (7 vols, 1856-69), Principles for Churchmen (1884), e Santidade.

Retirou-se em 1900, aos 83 anos, e morreu depois no mesmo ano. Está enterrado na Igreja de Todos os Santos, em Childwall, Liverpool. Seu segundo filho, Herbert Edward Ryle também foi um bispo anglicano posteriormente.

Fonte:  http://www.projetoryle.com.br/quem-foi-o-bispo-ryle/

terça-feira, 12 de junho de 2018

Ética Cristã e Política

Por Eliseu Antonio Gomes

I - UMA PERSPECTIVA BÍBLICA DA POLÍTICA

A política faz parte da vida em sociedade. Exerce influência em todas as áreas da vida, atinge a comunidade cristã. Como o cristão não vive isolado, é importante assimilar corretamente o conceito de política, pois ela produz implicações no dia-a-dia de todos. Não faz sentido o crente dizer que não quer envolver-se com ela. Ainda que não seja militante nesta área, o crente não pode se esquecer que a Palavra de Deus nos exorta a orarmos por aqueles que estão exercendo cargos políticos e autoridades governamentais, e diante disso estar informado sobre o desempenho de seus governantes, sem esquecer que eles são eleitos para trabalhar em favor da nação.



1. Deus governa todos os aspectos da vida humana, inclusive o político.

As Escrituras registram que Deus é soberano. Ele "remove os reis e estabelece os reis" "porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus" (Daniel 2.21); Romanos 13.1). O Todo Poderoso governa o aspecto político da vida no mundo; foi o Altíssimo quem estabeleceu a liderança política de José, como importante governador do Egito, e de Ester, como a rainha da Pérsia e da Média ((Atos 7.9,10; Ester 5.2).

Como cristãos vivendo em território brasileiro, que nos garante exercer a cidadania, escolher em votação os governantes do país, é preciso estar consciente, politicamente. Para exercer a cidadania de maneira correta, é necessário estar consciente sobre os direitos e deveres que possuímos, e isto demanda uma compreensão do que vem a ser o verdadeiro exercício político.

Independente da situação política que o Brasil se encontra, não é possível viver em sociedade sem a política, pois o desdobramento político afeta beneficiando ou prejudicando o cidadão, tanto individual como coletivamente. Por muitas décadas a política foi considerada coisa diabólica no meio evangélico. Como resultado, houve rejeição e omissão quanto aos rumos do país, e os espaços vagos deixados pelos crentes no Poder Público foram ocupados por ateus, ímpios e gente disposta a confrontar princípios de morais.

A apatia dos cristãos em exercer seu direito político-partidário deixa o Brasil nas mãos de governos contrários ã cultura judaico-cristã. O cristão deve cumprir seus deveres civis (Mateus 22.17-21). Apenas com o amadurecimento da igreja, com a conscientização e atitude proativa do crente é que esse quadro ruim será mudado para melhor.

2. Deus levanta homens que o glorifiquem na política.

Deus usou José, Ester e Daniel na esfera política (Gênesis 41.37-57; Ester 2.12-20; Daniel 2.46-49). “Quando os justos triunfam, há grande alegria; mas, quando os ímpios sobem, os homens escondem-se” (Provérbios 28.12). Quando as pessoas se colocam à disposição do Senhor, por intermédio delas o Senhor abençoa o seu povo (Gênesis 42.46-49; Ester 7.1-10; Daniel 2.1-45).

O desempenho do Presidente da República Federativa do Brasil tem a ver com a saúde da população, com a educação de nossos filhos, o valor do salário do trabalhador e o valor do benefício dos aposentados brasileiros. Todos os brasileiros têm sua responsabilidade sobre a presença e gestão de quem exerce o cargo presidencial, pois é pelo meio do voto eleitoral que o politico tem a possibilidade de assentar-no na cadeira presidencial e decidir o futuro do povo.

A política procura definir a conduta ideal do Estado. Infelizmente, no meio cristão, há aqueles que dizem ser completamente desnecessário o envolvimento com as questões públicas. Exerçamos a nossa cidadania e sem dúvida Deus não se omitirá em fazer o que é da competência dEle na conjuntura política do Brasil. 

É dever do cristão ter consciência política, agir como sal e luz neste mundo (Romanos 13.7). Precisa estar em plena condição de conduzir-se de modo digno diante de Deus, da pátria, de sua consciência e das pessoas que o cercam, reconhecendo as autoridades constituídas (1 Pedro 2.17). Compreender que a participação política é uma necessidade vital de todos os indivíduos, inclusive cristãos.

3. O Estado e a Política.

A natureza e o objetivo do Estado perpassa o magistrado civil, sua vocação tem origem no Criador, que é o Ser Supremo sobre todos e tudo. Visando a sua glória e o bem público, Deus constituiu sobre o povo magistrados civis que lhe são sujeitos, e a este fim, os armou com espada para a defesa dos bons e castigo dos malfeitores (Salmos 82.1-6; Provérbios 8.15-16; Daniel 2.20-21; e 4.25; João 19.10-11; Romanos 13.1-2; 1 Pedro 2.13-14).

Mas, o que é política? O vocábulo política significa "a arte de governar". A palavra grega da qual política é derivada é polis, que significa ‘cidade’. Política no sentido clássico envolve a arte de fazer uma cidade funcionar bem., o termo pode apontar tanto ao modo como os governantes administram e escolhem as melhores opções para a nação, assim como o processo pelo qual o povo elege os seus representantes para o exercício do poder. Logo, a política é parte essencial da vida humana.

 À luz das Escrituras. a política é tratada com diretrizes para o relacionamento apropriado do cristão com as autoridades seculares, segundo princípios que estruturam e orientam o sistema bíblico de governo civil.

4. O Estado e a Bíblia.

"Somos pó da terra, amamos o lugar que nascemos. É como expressa o salmista exilado: "Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha?' (...) 'Se me não lembrar de ti, apegue-se-me a língua ao meu paladar; se não preferir Jerusalém à minha maior alegria" (Salmos 137.4, 6). Temos responsabilidades como cidadãos dos céus e cidadãos deste mundo. Somos brasileiros e possuímos deveres civis. À luz da Bíblia, conhecemos o dever quanto ao envolvimento político, entre outros mais.

Teologicamente, a função do Estado é dupla: primeiro, o Estado é um instrumento de coerção para garantir a ordem social. Os governos têm um direito no uso legal da força, pois Deus designou o governo como ‘ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal’ (Romanos 13.4). Devemos estar inclinados a nos submeter a ele. Segundo, o Estado existe para estabelecer a justiça e promover o bem-estar geral.

Num primeiro pensamento, sujeitar-se às autoridades não é problema para os cristãos, porque a passagem em Romanos 13 declara que os governantes têm o direito de usar a espada para levar a cabo seus deveres formais. O problema surge em saber onde fixar a linha entre o uso formal e o uso impróprio de poder governativo. Em algum ponto, existe o risco de governos cruzarem a linha e saírem de debaixo do manto da autoridade dada por Deus. Ao pôr em execução suas grandes responsabilidades e exercer seu poder indo além de sua autoridade dada por Deus, partindo ao totalitarismo, com iniciativas antibíblicas, posicionamentos anárquicos, imorais e antiéticos ao crente cabe se posicionar de acordo com sua fé, pois "mais importa obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5.29).



II - A SEPARAÇÃO DO ESTADO DA IGREJA: UMA HERANÇA PROTESTANTE

A resistência da Igreja é necessária quando o Estado se opõe à fé cristã, deve se atrever a bradar contra a injustiça, e deve socorrer os oprimidos (Tiago 5.1-8). E rejeitar o sincretismo, que é a aliança da religião com o poder político e dinheiro de origem secular. Este foi o motivo do reformador Martinho Lutero levantar-se contra a Igreja de Roma e o papado.

1. A união entre a Igreja e o Estado.

Há três teorias distintas quanto à relação Igreja-Estado: identificação, domínio e separação.
• Identificação: Alega-se que há separação institucional, ou seja, a Igreja e o Estado se envolvem em relações muito aproximadas e de difícil separação, de modo que não há diferenciação entre o religioso e o secular. Exemplo: Israel no Antigo Testamento.
• Domínio: Expressa-se de duas formas: Há o domínio da Igreja pelo Estado, como é o caso de Cuba, e há o domínio do Estado pela Igreja, conforme a situação do Vaticano.
• Separação: A Igreja existe independentemente do Estado e vice-versa. A Igreja é separada do Estado. Nenhum indivíduo civil pode administrar rituais da cerimônia religiosa, de modo algum interferir em matéria da liturgia de culto. Segundo a Bíblia, o cristão deve orar pelas autoridades, honrar as suas pessoas, pagar tributos e impostos, obedecer às ordens legais e sujeitar-se à sua autoridade (1 Timóteo 2.1-3; 2 Pedro 2.17; Romanos 13.2-7; Tito 3.1; 1 Pedro 2.13-16). Pagar impostos é um ato de submissão, atitude pela qual Jesus Cristo nos deixou seu exemplo (Mateus 22.21).
Segundo a Bíblia, a igreja deve manter a sua integridade neste mundo hostil; o cristão deve orar pelas autoridades, honrar as suas pessoas, pagar tributos e impostos, obedecer às ordens legais e sujeitar-se à sua autoridade (Isaías 5.20; 1 Timóteo 2.1-3; 2 Pedro 2.17; Mateus 22.21; Romanos 13.2-7; Tito 3.1; 1 Pedro 2.13-16).

2. A separação entre a Igreja e o Estado.

A melhor atuação política da igreja deve restringir-se à conscientização e orientação dos seus membros, para que votem com ética e discernimento. Ensinando, sobre:
a. Dever cívico. Votar é o nosso principal dever cívico. Aquele que não vota está abandonando a obrigação bíblica de ser um cidadão responsável;
b. Voto consciente e livre. Isto implica em exercer o direito ao voto de modo refletido e com senso de responsabilidade, na busca pelo atendimento do interesse público, à luz dos valores morais e espirituais extraídos das Escrituras (Filipenses 2.4 e 4.8). 
3. O Modelo de Estado Laico Brasileiro.

A Constituição do Brasil, em seu artigo 5º, outorga ao cidadão plena liberdade de crença. O conceito de Estado Laico é compreendido como a separação entre o Estado e a Igreja. Significa que um não pode interferir nas atividades do outro e vice-versa. No artigo 19 está definida a separação entre o Estado e a igreja, mas ressalva na forma da lei, a colaboração de interesse público. Assim, embora o Estado brasileiro seja laico, ele não é ateu. Desde os primórdios, o ser humano tem a necessidade de cultuar a Deus, portanto, o Estado não pode negar a natureza religiosa do indivíduo.



Ill - COMO O CRISTÃO DEVE LIDAR COM A POLÍTICA

O cristão deve lidar com a política com sabedoria e discernimento. Se como indivíduo o cristão pode ter o seu próprio compromisso político, a Igreja deve concentrar-se nas questões essenciais da ética, da justiça e da paz. Se existe uma ideia política de que os cristãos, como membro do Corpo de Cristo, tem a obrigação de  defender, é a separação entre Igreja e Estado. Os cristãos devem manter a separação de domínios. e manter a disposição de lutar pela liberdade de culto. 

1. O perigo da politicagem.

Entre os cidadãos brasileiros, quando o tema "política" tratado, afloram dois tipos de pensamentos: aqueles que não querem ouvir nada a respeito porque não gostam do assunto e os que são muito bem informados quanto à vida política e social do nosso país. As palavras política e político estão carregadas de forte conotação pejorativa, em consequência da corrupção generalizada, escândalos nos governos e má administração do dinheiro público.  Então, não é incomum ouvir cidadãos afirmarem que estão cansados da política, quando na realidade o cansaço provém dos efeitos ruins da "politicagem".

É importante ressaltar, a "politicagem", é totalmente contrária à política, é a prática distorcida e corrupta da atividade política. A essência da política é a luta por poder e influência de maneira honesta e com o objetivo do bem coletivo. Todos os grupos e instituições sociais precisam de métodos para tomar decisões para seus membros. A política nos ajuda a fazer isso de modo justo.

Como cristãos, precisamos fazer a diferença em nossa sociedade. Para isso acontecer, precisamos estar bem informados a respeito daqueles que estão exercendo um cargo político e que muitas vezes receberam o nosso voto é preciso saber o que estão fazendo. Nós, seguidores de Cristo, não podemos dar apoio e nem votar em candidatos contrários às convicções cristãs. A igreja é advertida a não se prender em jugo desigual com os incrédulos, pois a justiça não tem ajuste com a injustiça, nem a luz ocupa o mesmo espaço com as trevas (2 Coríntios 6.14, 15).

2. Como delimitar a atuação da igreja.

De que modo a igreja deve atuar em relação à política? A atuação política da igreja deve restringir-se à conscientização e orientação de seus membros, para que exerçam seu papel de cidadão de maneira ordeira. Ensinar a votar com ética e discernimento, a jamais negociar seu voto, porque é uma atitude antiética para um cidadão do céu, revela um profundo subdesenvolvimento cultural. 

Lembrar que como cidadãos do céu, os cristãos já têm seu representante legítimo, que é o Espírito Santo de Deus e como cidadãos da terra, precisa influir nos destinos da nação.

O cristão possui dupla cidadania. Ao mesmo tempo que as Escrituras afirmam que a nossa cidade está nos céus, asseguram, também, que somos peregrinos neste mundo (João 17.11; Filipenses 3.20; 1 Pedro 2.11). Não há contradição nessas verdades bíblicas, pois elas simplesmente enfatizam o desafio do servo de Deus em viver sem se esquecer que seu destino é o Céu. Temos duas cidadanias: celestial e terrena. A cidadania terrena é conquistada por herança na região de nascimento,nesta condição os crentes não podem estar alienados da sociedade e das questões sociais, políticas e econômicas. Como cidadãos deste planeta e embasados em uma visão de mundo eminentemente bíblica, precisamos influir  nos destinos da nação, participar das discussões do cenário político, introduzindo luz e sal nos temas da sociedade e do governo.

3. Ajustando o foco da igreja.

Quando Paulo escreve, "saí do meio deles, e apartai-vos" (2 Coríntios 6.17) ele não quis dizer aos cristãos que eles devem desistir de suas vocações seculares, deixar de ser advogado, médico, comerciante, bancário, lojista, vendedor, vereador, prefeito, deputado federal, senador, governador etc. Não há uma só orientação no Novo Testamento para justificar um comportamento como este. Lucas era médico, Zenas foi advogado. Desistir de qualquer atividade da vida que não seja algo necessariamente pecaminoso, é uma conduta equivocada.

O procedimento correto é usar nossa fé em paralelo as nossas atividades, e não desistir delas sobre um pretexto infundado de que isso interfere em nosso relacionamento com Deus. É através da atividade secular que temos a oportunidade de realizar o bem, apresentar o Salvador aos pecadores e assim livrá-los da perdição eterna.

Aquele que deseja “sair do mundo, e ser separado”, deve firme e constantemente decidir não ser deformado pelos moldes do mundo. Um cristão autêntico insistirá para cumprir o seu trabalho em qualquer atividade que exerça, desempenhando bem sua função.  Seja como funcionário público, ou comerciante, ou banqueiro, ou advogado, ou médico.  Assim como Daniel ele empreenderá todo esforço possível para manter sua comunhão com o Altíssimo, prezará por momentos diários de relacionamento com Deus. E fará o seu trabalho secular de maneira que ninguém encontre falha nele. Não corromperá sua alma por milhões em dinheiro, nem por uma carreira famosa ou toneladas de ouro.  Não permitirá que sua atividade profissional fique entre ele e Cristo. Se achar que sua atividade prejudica  seus domingos, sua leitura da Bíblia, seu momento de oração, e enfraquece sua espiritualidade, então rejeitará este estilo de vida.



CONCLUSÃO

Ao interceder pelos seus discípulos, Jesus pediu ao Pai: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”, porque os cristãos são a Igreja no mundo (João 17.15).

Cada um de nós deve fazer a parte que nos compete, somos sal e luz (Mateus 5.13-16). Não é preciso esperar que outro comece, usemos o talento que Deus nos deu e nos lancemos à obra.

Através da propagação da Palavra de Deus, a Igreja presta o serviço de reagente contra a decomposição e escuridão espirituais que assolam este século. Através da convicção de fé que existe no cristão,  por meio da fala e de atitudes centradas na vontade de Cristo, ao compartilhar as ideias sobre a ética na política, sobre família e justiça social pela ótica da Mensagem da Cruz, a deterioração  deste mundo sem Deus é combatida e a luz do Evangelho mostra a localização e as cores de tudo que está coberto pelas densas sombras do pecado.

E.A.G.

Compilações:

Inteligência Moral - 13 Estudos sobre ética Cristã para os nossos dias; Arival Dias Casimiro; volume 5, páginas 22 e 23; maio de 2008 (Socep Editora Ltda).
Lições Bíblicas Professor - Valores Cristãos: Enfrentando as questões morais de nosso tempo, Douglas Baptista, 2º trimestre de 2018, Lição 12: Ética Cristã e Política, Bangu. Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
Lições Bíblicas Adulto, Ética Cristã - Confrontando as questões morais. Elinaldo Renovato de Lima. 3º trimestre de 2002. Lição 13: O cristão e a Política, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).

Separação, J.C. Ryle, páginas 13, 21,22,, conteúdo em PDF, (Projeto Ryle) www.projetoryle.com.br 

Os Dez Mandamentos de Lenin, um dos pais da fé comunista

Vladimir Ilyich Ulyanov
(Lenin)
A lista abaixo é compartilhada em redes sociais, atribuída a Lenin, conhecido como o pai do falido sistema político comunista.

Não há comprovação de que realmente foi Lenin, quem a escreveu, em 1913, como é dito por alguns. Contudo, o fato a ser ponderado é que tais diretrizes são praticadas por militantes marxistas, gente da ala esquerda da política, na tentativa de alcançar o poder. Não é difícil ver que adotam literalmente tais diretrizes; percebemos que consideram ao pé da letra o conteúdo da lista como fundamento ao modo de fazer política.

Ao publicar tal conteúdo, minha intenção é provocar uma reflexão positiva e sincera na pessoa que crê em Cristo como seu Senhor e Salvador, fazer com que perceba que não é possível ser cristão e ao mesmo tempo simpatizante das ideias políticas comunistas; não é possível ser praticante da Palavra de Deus e ao mesmo tempo apoiar grandes defensores da ideologia marxista, não existe conexão plausível entre o ideal de ateus, agnósticos e crentes em Deus.

Não faz sentido algum o cristão votar em políticos que, supostamente, falam em nome dos Direitos Humanos, mas sem piedade alguma, atacam o nascituro, são promotores de aborto, querem que os impostos de cidadãos brasileiros financiem clínicas para as mulheres abortarem. Não existe na Bíblia discurso favorável de Jesus Cristo falando em retirada de feto do corpo de uma gestante para descartá-lo em lata de lixo ou triturá-lo em moedor de carne.

Qual é a lógica em dizer que é seguidor de Cristo e dar o voto para apoiadores da liberação do consumo de drogas? Aquele que realmente segue a Cristo não deseja este mal ao próximo. Ao contrário, quer  o fim da promiscuidade social, combate todas as espécies de generalizações da desordem social.

Ninguém pense que Deus abençoa governos injustos. Não existe coerência em dizer "sou cristão" e votar em pessoas que buscam o afrouxamento da penalização aos criminosos. Qual é o motivo em um político honesto ser contra enviar políticos corruptos para a cadeia? É necessário votar com seriedade, jamais em seguidores de Lenin.

Não há racionalidade em se apresentar como cristão e ao mesmo tempo eleitor de Lula ou qualquer outro membro do Partido dos Trabalhadores (PT), pois estes são propagadores da ideologia feminista, cujas convicções exacerbadas afrontam os princípios bíblicos da concepção da estrutura familiar.

O alegado Dez Mandamentos de Lenin, são estes:
1. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;
2. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação de massa;
3. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;
4. Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo;
5. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público;
6. Coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação;
7. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País;
8. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam;
9. Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes. Nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa socialista;
10. Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa.
Caso não seja Lenin o autor desta lista, é fato que os comunistas, discípulos de Lenin, implantam essas situações em todo território que buscam e exercem domínio. Mesmo sem comprovação de autoria, sabemos que tais ideias fazem parte do leninismo. Toda pessoa que apóia partidos de esquerda é corresponsável com os políticos pela implementação de leis e iniciativas favoráveis ao aborto,  liberação das drogas, também é culpado pela desestruturação da família aos moldes bíblicos. E Deus o punirá em tempo oportuno se não mudar de comportamento movido por um arrependimento real.

E.A.G.