Por Eliseu Antonio Gomes
"Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" - Lucas 23.43.
O que será depois da morte? Os salvos que estiverem nos túmulos, na vinda de Jesus, ressuscitarão em corpo glorioso (Filipenses 3.21), e irão ao encontro do Senhor, juntamente com os salvos transformados (1 Tessalonicenses 4.16, 17).
Há uma dificuldade em lidar com a morte e a finitude da vida. Inconscientemente, o ser humano tem a "consciência" da eternidade.
Após a morte e antes da ressurreição, os salvos não irão direto para os céus, a habitação de Deus, eles irão para um "lugar intermediário", onde aguardarão a primeira ressurreição (Apocalipse 20.6).
O Estado Intermediário
A Bíblia revela a realidade da eternidade em poucas referências, mas nos permite vislumbrar o que está reservado aos salvos e aos perdidos após a morte física (João 5.28, 29; Daniel 12.2, Apocalipse 22.12-14).
As Escrituras mostram com clareza que o Estado Intermediário, também nomeado como Estado Eterno, é o estado entre a morte física e a ressurreição, tanto dos salvos como dos ímpios. A morte não acaba com a existência humana; inicia outra fase dela. Portanto, ouçamos a pergunta de Jesus, na parábola do rico insensato, e meditemos:
"Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" - Lucas 12.20.
As duas ressurreições
"Não vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo" - João 5.28-29.
a. A primeira ressurreição.
É a ressurreição dos salvos, na primeira fase da vinda de Jesus. Apocalipse 20.6 nos mostra que é "Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos".
b. A segunda ressurreição.
O livro de Apocalipse, no capítulo 20 e versículo 6, esclarece que haverá uma segunda ressurreição, que será para aqueles que passarão pela "segunda morte", ou seja, os perdidos, os ímpios. O salvo só morre uma vez (se não participar do arrebatamento da Igreja). O ímpio morre duas vezes: a morte física e a morte espiritual. Ressurgirão na "ressurreição da condenação".
O Lugar dos Mortos
Baseados no texto capitulado em Lucas 6, que se refere a Lázaro e o rico, os judeus criam que o Lugar do Mortos está dividido em duas partes: o rico, no Hades, "ergueu os olhos", e viu Lázaro ao longe (em cima), no "Seio de Abraão".
Não se trata de um lugar físico, mas de estado ou situação dos mortos. Provérbios 15.24 define este "lugar" com dois "compartimentos": Um chamado Paraíso, que está nas regiões celestiais "para cima"; outro, chamado Hades, "para baixo".
Lázaro, no "Seio de Abraão" corresponde ao Paraíso, que é o lugar de espera, dos justos, antes da primeira ressurreição; o Hades, corresponde ao lugar intermediário e provisório dos ímpios, que aguardam o julgamento final e a condenação definitiva ao sofrimento no inferno.
Paraíso
"Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita:
"Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo" - Mateus 25.34.
A palavra "paraíso" é de origem persa, significa um parque ou jardim de prazer. Foi usada pelos tradutores da Septuaginta para descrever o jardim do Éden (Gênesis 2.8). Aparece três vezes no Novo Testamento (Lucas 23.43; 2 Corintios 12.4; Apocalipse 2.7).
O paraíso está reservado para aqueles que pela fé foram alcançados pela graça de Deus, deram lugar a uma nova natureza, passaram a agir com amor no coração, vivendo com o objetivo de fazer o bem para o outro. Serve de "lugar de espera" para os justos, que aguardam a primeira ressurreição, quando irão ao encontro de Jesus para viverem eternamente com o Senhor.
A Palavra de Deus diz que quando nos encontrarmos com Cristo estaremos imediatamente com Ele num estado de descanso (Apocalipse 14.13), de serviço (Apocalipse 7.15) e de santidade (Apocalipse 7.14).
O Sheol (inferno)
"Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai- vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos" - Mateus 25.41.
Sheol é um termo hebraico que às vezes significa tumba, ou lugar ou estado dos mortos, e outras vezes, um lugar ou estado dos mortos em que existe o elemento de miséria e castigo, mas nunca um lugar de felicidade ou bem-aventurança depois da morte. (Salmos 9.17; 49.15).
No Novo Testamento, o termo Sheol, é traduzido por Hades, significa "o mundo dos espíritos idos", descrito como um lugar destinado aos ímpios. É o destino de perversos em natureza, sem amor no coração, que vivem a vida com o objetivo de fazer o mal e a perversidade para o outro. Ali eles aguardam a "segunda ressurreição", quando irão para o juízo do trono branco, o Juízo Final. E receberão o castigo por suas obras e serão lançados definitivamente no inferno (Salmos 9.17; Apocalipse 20.15; 21.8; 22.15).
Ideias equivocadas acerca do Estado Intermediário
A vida após a morte dá margem para muitas especulações. As teorias do estado intermediário, ou situação após a morte, não significa um estado de purificação, retorno eterno, ou de uma inconsciência sem fim. Para se ter uma ideia das especulações que proliferam ao longo da história da humanidade, veja: