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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Televisão aberta versus Televisão por Assinatura


Anos atrás, a programação de canais por assinatura era produzida com a ideia de um diferencial dos canais em sinal VHF e UHF, porque a maioria dos telespectadores só assistiam o que era em sinal aberto. Hoje em dia, os canais assinados se expandiram para além das classes socioecomicas A e B.

A modalidade de TV paga se popularizou a ponto de até se ver publicidade na grade de programação, interrompendo o programa do telespectador pagante; existe troca de horário do programa sem aviso prévio; há o desconforto de encontrar descontinuidade cronológica em episódios de séries e as enfadonhas reprises exageradas. Neste caso, uso o termo "popular" no sentido mais negativo que ele tem, não me refiro à condição financeira.

Parece ter diminuído no Brasil a intenção dos programadores da TV por Assinatura em oferecer Grade de Programação de qualidade, um "algo à mais". Minha queixa sobre falta de qualidade não se dirige ao conteúdo exibido, porque o tipo de conteúdo tem a ver com o gosto do telespectador. Da minha parte, qualquer exibição com apelo sexual é de péssimo nível, mas não estou falando disso agora. Reclamo da falta de qualidade no trato com o telespectador, que não é respeitado, mesmo pagando pacotes caros.

Quase tudo passou a ser feito de maneira a atender o novo público que vem conquistando, gente que trocou o costume de assistir televisão aberta pela fechada. Não jogam mais isca "com bons petiscos", porque o "lambari" já está pescado e jogado na panela!

No futuro talvez a situação se inverta, porque os canais abertos terão que melhorar, para competir a audiência de seus telespectadores com os canais assinados, e assim as melhores produções e programações talvez serão encontradas na TV convencional, que tratará o telespectador com toda a dignidade que ele merece, ao oferecer uma agenda de atrações que cumpra datas e horários, que não se repita exaustivamente.

Dentro das ofertas de sinal por assinatura há a Nossa TV Brasileira. Quem ainda não conhece deveria conhecer, pelo menos porque o custo da assinatura é um dos mais acessíveis no mercado do Brasil.

E.A.G.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O homem vestido de linho

Por Eliseu Antonio Gomes

Ocasião, tempo, maneira, lugar e duração

O capítulo 10 do Livro de Daniel se inicia com a última visão que o profeta teve.

Daniel já era um homem idoso, estava com aproximadamente 90 anos de idade, quando Deus levantou o véu e mostrou-lhe partes da realidade do mundo invisível - os conflitos entre inteligências super-humanas, boas e más, num esforço por controlar os movimentos das nações, algumas das quais agindo para proteger o povo de Deus.

Homem de oração, recebeu a revelação (registrada em 10.1-6, 9-10, 14) após o decreto de Ciro, que autorizou 40 mil exilados judeus voltarem à Palestina (536 a.C.). Naquela época, já havia se passado dois anos que os judeus podiam retornar da Babilônia e da Pérsia à sua terra para reconstruir a cidade e o templo. Não temos a informação do motivo de Daniel não ter retornado com seu povo, mas supomos que permaneceu naquela região por vontade divina para manter-se em condições de receber visões sobre os tempos finais.

O fato do profeta receber a visão às margens do rio Hidéquel (rio Tigre) é significativo, porque nesta região vivem os grandes inimigos de Israel: o Irã e o Iraque (Pérsia e Babilônia), países islâmicos que representam um grande perigo para Israel.

Em 10.4, Daniel escreve "e no dia vinte e quatro do primeiro mês Nisan ..." (março/abril). É uma data significativa para o profeta, pois era o tempo da celebração da Páscoa em Israel, a festa em que era lembrado como Deus havia livrado os judeus da escravidão egípcia.

O profeta estava muito triste, provavelmente, por estar exilado e sentir o peso do impacto da revelação acerca das últimas coisas. Não sabemos o motivo real que trouxe tamanha tristeza e dor ao coração do profeta, porém, sabemos que ele não se deixou abater por sua melancolia e continuou dedicado a orar e jejuar buscando o socorro divino. E desfaleceu. Diante do desfalecimento, Deus enviou um anjo para confortá-lo e reerguê-lo, com o recado de que o amava muito (10.12).

Deus e a consagração de seus servos

Os capítulos de 10 a 12 formam um conjunto, eles esclarecem que:

• atrás da história humana existem inteligências sobrenaturais boas e más, em conflito;
• a oração do crente cumpre positivamente um papel importante no conflito;
• Deus está interessado na terra e os anjos trabalham em favor dos homens;
• Deus revela o futuro, para que o seu povo não fique amedrontado e confuso.

O homem vestido de linho

A narrativa enfatiza por toda a sua extensão a figura de uma pessoa,  enfoca a humanidade do mensageiro, que é angelical,  magnífica, singular, literal, e destaca a humanidade do mensageiro. A descrição é diferente de todas as figuras de linguagem que ilustra o próprio Deus (10. 16, 18; 12. 6-7). Suas vestes eram de linho, o tecido que se confeccionava as vestes sacerdotais. Seu corpo estava acima de todas as descrições e sua voz era tal qual o som de uma multidão.

A visão de Daniel acerca do homem vestido de linho é semelhante a que o profeta Ezequiel teve (Ezequiel 1.26)  e o apóstolo João na ilha de Patmos (Apocalipse 1.12-20). A revelação, através do encontro direto com a deidade, pode ter sido uma teofania, a manifestação ou aparição do Senhor. Acredita-se que, de forma teofânica, assim como Ezequiel e João, Daniel tenha visto a segunda Pessoa da Trindade, o Senhor Jesus Cristo pré-encarnado. O texto fortalece a ideia de que era Jesus pelas características esplendorosas do personagem.

Teofania e angelofanias

Uma teofania significa Deus manifestando-se, tomando formas distintas para falar com o homem. Na Bíblia, temos teofanias, manifestações de Deus, e temos angelofanias, manifestações angelicais. Geralmente, essas manifestações são com formas humanas.

A natureza dos anjos

Os anjos não são simples figuras de retóricas, não são coisas e nem invencionices de teólogos.

• São criaturas, foram criados por Deus.  Antes da criação da humanidade eles existiam. Eles ministram por ordem divina, estiveram envolvidos com o futuro de Israel no Antigo Testamento e estão envolvidos com o futuro da Igreja no Novo Testamento. Sendo criados por Deus, rejeitam adoração, e em hipótese alguma devemos adorá-los (Apocalipse 19.10; 22.8, 9). Infelizmente muitos têm propagado uma falsa crendice acerca dos anjos, tirando o foco da glória que devemos dar exclusivamente ao Criador.
• Eles são seres espirituais ajudadores. Por isso não são limitados ao tempo e espaço que conhecemos e vivemos. Têm o poder de assumir forma humana a fim de comunicarem-se ao sentido dos homens (Gênesis 19.1-3).
• São seres pessoais, distintos da raça humana, não têm sexo, são diferenciados na finalidade da criação, sem a capacidade procriativa que Deus deu apenas aos seres humanos (Lucas 20.30, 35-36; Hebreus 1.4; Salmos 148.5).
• São imortais. Jesus Cristo explica em Lucas 20. 34-36 que os ressuscitados no último dia serão iguais aos anjos, nunca mais morrerão.
• São numerosos e presentes nas narrativas da Bíblia. As Escrituras nos informam que o número de anjos é grande: milhares serviam a Deus (Daniel 7.10); um exército celestial com mais de doze legiões (Lucas 2.13; Mateus 26.53).

Os anjos rebelados

Deus separou os santos anjos daqueles que pecaram seguindo a Lúcifer em sua rebelião, usou como base o amor e lealdade que se deve prestar a Ele (Mateus 25.31; Marcos 8.38; 2 Pedro 2.4; Judas 6; Isaías 14.12-17; Ezequiel 28.12-19).

Os anjos malignos, também chamados de demônios, dos quais Satanás é o príncipe (João 12.31; 14.30; Efésios 2.2; 6.12), se opõem aos bons (Daniel 10.13), perturbam o bem-estar do homem, às vezes adquirindo o controle que Deus tem sobre as forças da natureza (Jó 1.12-19) e as doenças (Jó 2.4-7; Atos 10.38). Eles tentam o homem para pecar (Gênesis 3.1-7; Mateus 4.3; João 13.27; 1 Pedro 5.8) e espalham falsas doutrinas (1 Reis 22.21-23; 2 Corintios 11.13-14; 2 Tessalonicenses 2.2; 1 Timóteo 4.1).

A liberdade que os demônios têm para tentar e testar o homem está sujeita a vontade permissiva de Deus (Jó 1.12; 2.6). Serão lançados à terra por Miguel e seus anjos antes da Grande Tribulação (Apocalipse 12.7-9) e depois lançados  no lago de fogo e enxofre para lá permanecerem para sempre(Mateus 25.41).

Conclusão

Aprendemos uma grande lição com a experiência de Daniel. No mundo temos uma guerra espiritual acontecendo sobre as nossas cabeças. Trata-se de uma guerra invisível. Mas podemos permanecer tranquilos porque temos na Palavra de Deus uma promessa de vitória.

Deus tem uma aliança com Israel e a cumprirá, porque Ele é imutável e cumpre suas promessas. Quanto à Igreja de Cristo, os mesmos espíritos do mal operam e hostilizam a igreja e aos crentes em particular. Quando oramos, entramos em batalha contra as potestades do mal (Efésios 6.12). Israel tem o seu ajudador especial da parte de Deus. A igreja, também, é protegida pelos anjos dos ataques satânicos.

E.A.G.

Compilações:
As profecias de Daniel - Perspectivas de futuro, Norbert Lieth, páginas 189-192, edição 2014, porto Alegre (Actual Edições). 
Daniel - Introdução e Comentário, Joyce G. Baldwin, páginas 190, 191, 1ª edição 1983, reimpressão 2008, São Paulo (Vida Nova) .  
Integridade Moral e Espiritual - O legado do livro de Daniel para a Igreja Hoje, Elienai Cabral, páginas 137-148, 1ª edição, 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2014, páginas 76-78, Rio de Janeiro (CPAD).
Manual Bíblico - Henry H. Halley,  página 97, impressão de 1988 (Edições Vida Nova).

Crise da abstinência de rede social

"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma" - 1 Coríntios 6.12.