Por Eliseu Antonio Gomes
Ocasião, tempo, maneira, lugar e duração
Ocasião, tempo, maneira, lugar e duração
O capítulo 10 do Livro de Daniel se inicia com a última visão que o profeta teve.
Daniel já era um homem idoso, estava com aproximadamente 90 anos de idade, quando Deus levantou o véu e mostrou-lhe partes da realidade do mundo invisível - os conflitos entre inteligências super-humanas, boas e más, num esforço por controlar os movimentos das nações, algumas das quais agindo para proteger o povo de Deus.
Homem de oração, recebeu a revelação (registrada em 10.1-6, 9-10, 14) após o decreto de Ciro, que autorizou 40 mil exilados judeus voltarem à Palestina (536 a.C.). Naquela época, já havia se passado dois anos que os judeus podiam retornar da Babilônia e da Pérsia à sua terra para reconstruir a cidade e o templo. Não temos a informação do motivo de Daniel não ter retornado com seu povo, mas supomos que permaneceu naquela região por vontade divina para manter-se em condições de receber visões sobre os tempos finais.
O fato do profeta receber a visão às margens do rio Hidéquel (rio Tigre) é significativo, porque nesta região vivem os grandes inimigos de Israel: o Irã e o Iraque (Pérsia e Babilônia), países islâmicos que representam um grande perigo para Israel.
Em 10.4, Daniel escreve "e no dia vinte e quatro do primeiro mês Nisan ..." (março/abril). É uma data significativa para o profeta, pois era o tempo da celebração da Páscoa em Israel, a festa em que era lembrado como Deus havia livrado os judeus da escravidão egípcia.
O profeta estava muito triste, provavelmente, por estar exilado e sentir o peso do impacto da revelação acerca das últimas coisas. Não sabemos o motivo real que trouxe tamanha tristeza e dor ao coração do profeta, porém, sabemos que ele não se deixou abater por sua melancolia e continuou dedicado a orar e jejuar buscando o socorro divino. E desfaleceu. Diante do desfalecimento, Deus enviou um anjo para confortá-lo e reerguê-lo, com o recado de que o amava muito (10.12).
Deus e a consagração de seus servos
Os capítulos de 10 a 12 formam um conjunto, eles esclarecem que:
O homem vestido de linho
A narrativa enfatiza por toda a sua extensão a figura de uma pessoa, enfoca a humanidade do mensageiro, que é angelical, magnífica, singular, literal, e destaca a humanidade do mensageiro. A descrição é diferente de todas as figuras de linguagem que ilustra o próprio Deus (10. 16, 18; 12. 6-7). Suas vestes eram de linho, o tecido que se confeccionava as vestes sacerdotais. Seu corpo estava acima de todas as descrições e sua voz era tal qual o som de uma multidão.
A visão de Daniel acerca do homem vestido de linho é semelhante a que o profeta Ezequiel teve (Ezequiel 1.26) e o apóstolo João na ilha de Patmos (Apocalipse 1.12-20). A revelação, através do encontro direto com a deidade, pode ter sido uma teofania, a manifestação ou aparição do Senhor. Acredita-se que, de forma teofânica, assim como Ezequiel e João, Daniel tenha visto a segunda Pessoa da Trindade, o Senhor Jesus Cristo pré-encarnado. O texto fortalece a ideia de que era Jesus pelas características esplendorosas do personagem.
Teofania e angelofanias
Uma teofania significa Deus manifestando-se, tomando formas distintas para falar com o homem. Na Bíblia, temos teofanias, manifestações de Deus, e temos angelofanias, manifestações angelicais. Geralmente, essas manifestações são com formas humanas.
A natureza dos anjos
Os anjos não são simples figuras de retóricas, não são coisas e nem invencionices de teólogos.
Os anjos rebelados
Deus separou os santos anjos daqueles que pecaram seguindo a Lúcifer em sua rebelião, usou como base o amor e lealdade que se deve prestar a Ele (Mateus 25.31; Marcos 8.38; 2 Pedro 2.4; Judas 6; Isaías 14.12-17; Ezequiel 28.12-19).
Os anjos malignos, também chamados de demônios, dos quais Satanás é o príncipe (João 12.31; 14.30; Efésios 2.2; 6.12), se opõem aos bons (Daniel 10.13), perturbam o bem-estar do homem, às vezes adquirindo o controle que Deus tem sobre as forças da natureza (Jó 1.12-19) e as doenças (Jó 2.4-7; Atos 10.38). Eles tentam o homem para pecar (Gênesis 3.1-7; Mateus 4.3; João 13.27; 1 Pedro 5.8) e espalham falsas doutrinas (1 Reis 22.21-23; 2 Corintios 11.13-14; 2 Tessalonicenses 2.2; 1 Timóteo 4.1).
A liberdade que os demônios têm para tentar e testar o homem está sujeita a vontade permissiva de Deus (Jó 1.12; 2.6). Serão lançados à terra por Miguel e seus anjos antes da Grande Tribulação (Apocalipse 12.7-9) e depois lançados no lago de fogo e enxofre para lá permanecerem para sempre(Mateus 25.41).
Conclusão
Aprendemos uma grande lição com a experiência de Daniel. No mundo temos uma guerra espiritual acontecendo sobre as nossas cabeças. Trata-se de uma guerra invisível. Mas podemos permanecer tranquilos porque temos na Palavra de Deus uma promessa de vitória.
Deus tem uma aliança com Israel e a cumprirá, porque Ele é imutável e cumpre suas promessas. Quanto à Igreja de Cristo, os mesmos espíritos do mal operam e hostilizam a igreja e aos crentes em particular. Quando oramos, entramos em batalha contra as potestades do mal (Efésios 6.12). Israel tem o seu ajudador especial da parte de Deus. A igreja, também, é protegida pelos anjos dos ataques satânicos.
E.A.G.
Compilações:
As profecias de Daniel - Perspectivas de futuro, Norbert Lieth, páginas 189-192, edição 2014, porto Alegre (Actual Edições).
Daniel - Introdução e Comentário, Joyce G. Baldwin, páginas 190, 191, 1ª edição 1983, reimpressão 2008, São Paulo (Vida Nova) .
Integridade Moral e Espiritual - O legado do livro de Daniel para a Igreja Hoje, Elienai Cabral, páginas 137-148, 1ª edição, 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2014, páginas 76-78, Rio de Janeiro (CPAD).
Manual Bíblico - Henry H. Halley, página 97, impressão de 1988 (Edições Vida Nova).
Daniel já era um homem idoso, estava com aproximadamente 90 anos de idade, quando Deus levantou o véu e mostrou-lhe partes da realidade do mundo invisível - os conflitos entre inteligências super-humanas, boas e más, num esforço por controlar os movimentos das nações, algumas das quais agindo para proteger o povo de Deus.
Homem de oração, recebeu a revelação (registrada em 10.1-6, 9-10, 14) após o decreto de Ciro, que autorizou 40 mil exilados judeus voltarem à Palestina (536 a.C.). Naquela época, já havia se passado dois anos que os judeus podiam retornar da Babilônia e da Pérsia à sua terra para reconstruir a cidade e o templo. Não temos a informação do motivo de Daniel não ter retornado com seu povo, mas supomos que permaneceu naquela região por vontade divina para manter-se em condições de receber visões sobre os tempos finais.
O fato do profeta receber a visão às margens do rio Hidéquel (rio Tigre) é significativo, porque nesta região vivem os grandes inimigos de Israel: o Irã e o Iraque (Pérsia e Babilônia), países islâmicos que representam um grande perigo para Israel.
Em 10.4, Daniel escreve "e no dia vinte e quatro do primeiro mês Nisan ..." (março/abril). É uma data significativa para o profeta, pois era o tempo da celebração da Páscoa em Israel, a festa em que era lembrado como Deus havia livrado os judeus da escravidão egípcia.
O profeta estava muito triste, provavelmente, por estar exilado e sentir o peso do impacto da revelação acerca das últimas coisas. Não sabemos o motivo real que trouxe tamanha tristeza e dor ao coração do profeta, porém, sabemos que ele não se deixou abater por sua melancolia e continuou dedicado a orar e jejuar buscando o socorro divino. E desfaleceu. Diante do desfalecimento, Deus enviou um anjo para confortá-lo e reerguê-lo, com o recado de que o amava muito (10.12).
Deus e a consagração de seus servos
Os capítulos de 10 a 12 formam um conjunto, eles esclarecem que:
• atrás da história humana existem inteligências sobrenaturais boas e más, em conflito;
• a oração do crente cumpre positivamente um papel importante no conflito;
• Deus está interessado na terra e os anjos trabalham em favor dos homens;
• Deus revela o futuro, para que o seu povo não fique amedrontado e confuso.
O homem vestido de linho
A narrativa enfatiza por toda a sua extensão a figura de uma pessoa, enfoca a humanidade do mensageiro, que é angelical, magnífica, singular, literal, e destaca a humanidade do mensageiro. A descrição é diferente de todas as figuras de linguagem que ilustra o próprio Deus (10. 16, 18; 12. 6-7). Suas vestes eram de linho, o tecido que se confeccionava as vestes sacerdotais. Seu corpo estava acima de todas as descrições e sua voz era tal qual o som de uma multidão.
A visão de Daniel acerca do homem vestido de linho é semelhante a que o profeta Ezequiel teve (Ezequiel 1.26) e o apóstolo João na ilha de Patmos (Apocalipse 1.12-20). A revelação, através do encontro direto com a deidade, pode ter sido uma teofania, a manifestação ou aparição do Senhor. Acredita-se que, de forma teofânica, assim como Ezequiel e João, Daniel tenha visto a segunda Pessoa da Trindade, o Senhor Jesus Cristo pré-encarnado. O texto fortalece a ideia de que era Jesus pelas características esplendorosas do personagem.
Teofania e angelofanias
Uma teofania significa Deus manifestando-se, tomando formas distintas para falar com o homem. Na Bíblia, temos teofanias, manifestações de Deus, e temos angelofanias, manifestações angelicais. Geralmente, essas manifestações são com formas humanas.
A natureza dos anjos
Os anjos não são simples figuras de retóricas, não são coisas e nem invencionices de teólogos.
• São criaturas, foram criados por Deus. Antes da criação da humanidade eles existiam. Eles ministram por ordem divina, estiveram envolvidos com o futuro de Israel no Antigo Testamento e estão envolvidos com o futuro da Igreja no Novo Testamento. Sendo criados por Deus, rejeitam adoração, e em hipótese alguma devemos adorá-los (Apocalipse 19.10; 22.8, 9). Infelizmente muitos têm propagado uma falsa crendice acerca dos anjos, tirando o foco da glória que devemos dar exclusivamente ao Criador.
• Eles são seres espirituais ajudadores. Por isso não são limitados ao tempo e espaço que conhecemos e vivemos. Têm o poder de assumir forma humana a fim de comunicarem-se ao sentido dos homens (Gênesis 19.1-3).
• São seres pessoais, distintos da raça humana, não têm sexo, são diferenciados na finalidade da criação, sem a capacidade procriativa que Deus deu apenas aos seres humanos (Lucas 20.30, 35-36; Hebreus 1.4; Salmos 148.5).
• São imortais. Jesus Cristo explica em Lucas 20. 34-36 que os ressuscitados no último dia serão iguais aos anjos, nunca mais morrerão.
• São numerosos e presentes nas narrativas da Bíblia. As Escrituras nos informam que o número de anjos é grande: milhares serviam a Deus (Daniel 7.10); um exército celestial com mais de doze legiões (Lucas 2.13; Mateus 26.53).
Os anjos rebelados
Deus separou os santos anjos daqueles que pecaram seguindo a Lúcifer em sua rebelião, usou como base o amor e lealdade que se deve prestar a Ele (Mateus 25.31; Marcos 8.38; 2 Pedro 2.4; Judas 6; Isaías 14.12-17; Ezequiel 28.12-19).
Os anjos malignos, também chamados de demônios, dos quais Satanás é o príncipe (João 12.31; 14.30; Efésios 2.2; 6.12), se opõem aos bons (Daniel 10.13), perturbam o bem-estar do homem, às vezes adquirindo o controle que Deus tem sobre as forças da natureza (Jó 1.12-19) e as doenças (Jó 2.4-7; Atos 10.38). Eles tentam o homem para pecar (Gênesis 3.1-7; Mateus 4.3; João 13.27; 1 Pedro 5.8) e espalham falsas doutrinas (1 Reis 22.21-23; 2 Corintios 11.13-14; 2 Tessalonicenses 2.2; 1 Timóteo 4.1).
A liberdade que os demônios têm para tentar e testar o homem está sujeita a vontade permissiva de Deus (Jó 1.12; 2.6). Serão lançados à terra por Miguel e seus anjos antes da Grande Tribulação (Apocalipse 12.7-9) e depois lançados no lago de fogo e enxofre para lá permanecerem para sempre(Mateus 25.41).
Conclusão
Aprendemos uma grande lição com a experiência de Daniel. No mundo temos uma guerra espiritual acontecendo sobre as nossas cabeças. Trata-se de uma guerra invisível. Mas podemos permanecer tranquilos porque temos na Palavra de Deus uma promessa de vitória.
Deus tem uma aliança com Israel e a cumprirá, porque Ele é imutável e cumpre suas promessas. Quanto à Igreja de Cristo, os mesmos espíritos do mal operam e hostilizam a igreja e aos crentes em particular. Quando oramos, entramos em batalha contra as potestades do mal (Efésios 6.12). Israel tem o seu ajudador especial da parte de Deus. A igreja, também, é protegida pelos anjos dos ataques satânicos.
E.A.G.
Compilações:
As profecias de Daniel - Perspectivas de futuro, Norbert Lieth, páginas 189-192, edição 2014, porto Alegre (Actual Edições).
Daniel - Introdução e Comentário, Joyce G. Baldwin, páginas 190, 191, 1ª edição 1983, reimpressão 2008, São Paulo (Vida Nova) .
Integridade Moral e Espiritual - O legado do livro de Daniel para a Igreja Hoje, Elienai Cabral, páginas 137-148, 1ª edição, 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2014, páginas 76-78, Rio de Janeiro (CPAD).
Manual Bíblico - Henry H. Halley, página 97, impressão de 1988 (Edições Vida Nova).
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