Você conhece alguma criança que abre a boca a chorar bem alto porque quer ir à igreja? Conhece alguma criança que pede para conduzir uma roda de oração? Já presenciou criança orando, ajoelhada na beirada da cama, por iniciativa própria? Sabe sobre alguma menina ou menino que sente prazer em ler a Bíblia Sagrada? Crianças assim existem. Elas deveriam ser parte da regra e nunca da exceção.
Muitos se perguntam porque tais situações não acontecem com seus filhos. A resposta que eu tenho não é uma fórmula que resolverá o problema. Não tenho a pretensão de pensar que a tenho. Mas creio que este artigo possui três indicadores que levam à solução.
1 - Evite as inversões de valores
a - A importância da oração
A oração é uma bênção! Ter acesso ao Pai e ser ouvido por é um privilégio que os crentes conquistaram através do sacrifício de Jesus na cruz. Isto precisa ser incutido na mente das crianças.
Certa vez ouvi uma mãe dizer ao seu filho, ele havia feito uma bagunça, que o colocaria de castigo. Como? Obrigando-o a orar por meia hora, como se orar fosse algo muito ruim e comparável com castigo. Com certeza essa mãe não possuía intimidade com Deus, então, não tinha a estrutura ideal para educar espiritualmente suas crianças da maneira correta.
b - A importância da brincadeira
Qualquer criança, mesmo dando lugar ao Espírito em sua vida, jamais abandonará seu lado infantil. Brincar faz parte da infância, do desenvolvimento natural de todos os seres humanos. Os pequeninos, mesmo que estejam bem espiritualmente, continuarão precisando se divertir, o garotinho com seus carrinhos e a menina com as suas bonecas. E, isto não pode ser censurado pelos adultos.
Para alguns a diversão é o inverso da espiritualidade. Nunca foi e jamais será. O único prazer que Deus condena são os prazeres carnais (Gálatas 5 19-21). O Criador fez o mundo em seis dias e no sétimo descansou, não estava cansado, fez a parada com o objetivo de demonstrar que é necessário o descanso em nossas vidas.
Dormir é a forma de descansar o corpo; dar vazão ao lúdico é uma maneira de descansar a mente acordado.
2 - A importância do acompanhamento na vida das crianças
a - Retórica e prática
Timóteo chegou convertido ao ministério do apóstolo Paulo, vindo a ser um pastor bem jovem. Embora novo na idade biológica, ele não era novo na caminhada de fé. O pastorado precoce de Timóteo com certeza ocorreu porque havia sido ganho para Cristo em sua infância, dentro da sua própria casa, por causa do bom empenho da sua mãe e da sua avó (Atos 16.1; 2 Timóteo 1.5).
É uma falha deixar o discipulado dos filhos para ser efetuado apenas na igreja. É necessário haver ensino no lar. Pelo exemplo e por palavras.
b - Respeitando as faixas etárias
O apóstolo Paulo ensinou a Timóteo uma grande lição para uso em seu pastorado. A autoridade de um pastor não está acima do respeito que se deve conferir socialmente a todos. Timóteo deveria tratar os idosos como se eles fossem seus pais e os mais novos como se fossem seus irmãos (1 Timóteo 5.1).
Ou seja, as crianças precisam ser sempre tratadas como crianças, no que concerne ao ensinamento bíblico. Jamais deve-se cobrar delas responsabilidades de um adulto. O pequeninos devem aprender as coisas espirituais, no entanto, o aprendizado deve ser feito de uma maneira alegre, que crie no coração delas o entusiasmo infantil pelas coisas de Deus.
A boneca e o carrinho não podem ser objetos de barganha. “Se você não orar ou não ler a Bíblia não poderá brincar”, ou algo neste gênero.
3 - Chatice não é santidade
a- O que significa ser santo?
Santidade não significa separação física, é o conhecimento associado à prática da Palavra de Deus. Na oração sacerdotal Jesus Cristo orou assim: Pai, santifica-os na verdade, a tua Palavra é a verdade (João 17.17).
Quando ensinamos a Palavra de Deus aos filhos estamos lhes proporcionando chance deles próprios desenvolverem o discernimento necessário entre a vontade divina e as coisas desse mundo.
A programação da televisão precisa ser acompanhada pelos pais, pois por meio do televisor a criança se depara com o mundo. Os pais precisam saber o que os filhos assistem e passar-lhes a noção do que é certo e errado através do que está sendo assistido. Os pais não devem proibir nada sem antes dar as devidas explicações com argumentos bíblicos, fazê-las receber a verdade com prazer.
b - Autoridade e abuso de autoridade
Dizer simplesmente “não” é fácil. A consequência da negativa gera conseqüências desastrosas no futuro. A proibição sem explicações é exercício de tirania e não de autoridade. O autoritarismo provoca revolta, enquanto que a autoridade gera respeito.
Pais autoritários dificilmente conseguem ganhar seus filhos para Cristo. Se um dia eles vierem a se converter, será por intermédio de outras pessoas fora do círculo familiar. Os filhos sufocados por pais autoritários tendem a rebelar-se; filhos que convivem debaixo da autoridade paterna tendem a admirar seus pais. A admiração gera imitação. A grande satisfação dos pais é ver seus filhos seguindo seus passos de fé por conta própria e não por força. O plano de Deus ao criar a família é que os pais biológicos sejam também os pais espirituais da sua prole. Então, ore por seus filhos e se dedique bastante para praticar uma educação cristã exemplar.
Conclusão
Deus é o Criador de todas as coisas, inclusive das famílias. Portanto, ter a Bíblia Sagrada como o manual de fé e prática, apresentado--a à criançada é o melhor método de educação. Usemos, tendo como foco principal o Novo Testamento.
E.A.G.