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terça-feira, 11 de maio de 2021

O Ministério de Profeta

P
or Eliseu Antonio Gomes.

INTRODUÇÃO

O registro bíblico sobre o desenvolvimento do ministério de profeta na igreja encontra-se em Atos 11.27; 13.1; 1 Coríntios 12.28; 14.29; Efésios 4.11. Profeta é todo cristão que recebeu de Deus a função de ser um porta-voz do Senhor. A profecia é a proclamação da mensagem divina a um grupo específico de ouvintes.

TRÊS LISTAS DE DONS E QUEM SÃO OS DOADORES

O Deus Triuno opera de forma coigual, coeterna e coexistente no que concerne à concessão de dons aos cristãos. Portanto, é digno de consideração fazer um esforço pessoal para não obscurecer a concessão diferenciada que a Trindade faz ao enviar graciosamente esses dons. O Pai é o executivo, o Filho é o arquiteto e o Espírito é o mestre-de obras. 

A primeira lista é referente aos presentes dados pelo Pai, a segunda são as benesses distribuídas pelo Filho ressurreto, e a terceira refere-se aos regalos oferecidos pelo Espírito. Nesta oportunidade, enfatizamos o dom de profecia nas três listas.

1. Dons que Deus dá. "Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um de vocês que não pense de si mesmo além do que convém. Pelo contrário, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função" - Romanos 12.3-4.

Encontramos a repartição dos dons que Deus dá nos versículos 6 ao 8. É de suma importância que haja humildade, fidelidade e consagração ao Senhor para que haja o uso correto de todos os dons. A característica da profecia nesta lista, permite ao seu portador enxergar toda a vida com discernimento profético, ininterruptamente e independente da manifestação ser necessária à publicação. O objetivo dessa modalidade de profecia é expressar algo que Deus trouxe ao seu portador, dando-lhe direção ministerial em favor da coletividade cristã.

2. Dons que Cristo dá. "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo" - Efésios 4.11-13.

A obra do ministério é produzida pelos membros do corpo de Cristo, não é atribuição exclusiva de líderes selecionados. Cristo concede o dom e cabe ao líder eclesiástico reconhecê-lo em cada portador e cultivar os ministérios individuais daqueles que ele lidera. Quando o líder age assim, promove a estabilidade e integridade espiritual da comunidade cristã, favorece à maturidade de todos os crentes sob sua liderança. A consequência natural é a igreja expandir-se fisicamente e crescer na graça e conhecimento da vontade do Senhor.

3. Dons que o Espírito Santo dá. "Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer" - 1 Coríntios 12.7-11.

Provavelmente, os versículos 8 ao 10 são os dons mais conhecidos e comentados do Novo Testamento. A vontade que há no cristão em operar os dons catalogados nesta lista não pode resultar em desprezar a disponibilidade dos dons oferecidos pelo Pai e pelo Filho. Nesta lista, o dom de profecia refere-se a uma revelação súbita e edificante em nome do Espírito, que gera conforto e exortação à Igreja.

A profecia, como dom espiritual, é a capacitação sobrenatural para edificação da Igreja. O portador deste dom anuncia mensagens novas ao povo de Deus, sem que estas representem acréscimos ou contradições ao conteúdo das Escrituras Sagradas. A mensagem tem a proposta de trazer ânimo ao serviço cristão eficiente (1 Coríntios 14.1-5).

JESUS - O PROFETA PROMETIDO

"Porque Moisés disse: “O Senhor Deus fará com que, do meio dos irmãos de vocês, se levante um profeta semelhante a mim; a esse vocês ouvirão em tudo o que ele lhes disser" - Atos 3.22. 

Deus havia predito aos hebreus a restauração por meio dos profetas. E os cristãos da igreja primitiva aguardavam a segunda vinda de Jesus e a restauração de tudo que acompanha o estabelecimento de seu reino terreno. Neste cenário, em seu discurso no templo de Jerusalém, Pedro apela para Deuteronômio 18.15-19, onde está escrito que Deus levantaria um profeta semelhante a Moisés. O próprio Jesus ensinou os discípulos a reconhecer essa similaridade (Lucas 24.27).

O propósito da mensagem do Evangelho é a restauração do ser humano para Deus. Ao criar Adão, Deus quis que o homem ficasse próximo dEle e quer essa comunhão de volta. Embora não haja possibilidade de o homem conquistar a reaproximação por esforço próprio, pode colaborar para a restauração espiritual ao arrepender-se de seus pecados e passar a viver em santidade (Atos 3.19).  

PROFETAS NA IGREJA PRIMITIVA

"Naqueles dias, alguns profetas foram de Jerusalém para Antioquia" - Atos 11.27.

O versículo 26 de Atos 11, esclarece que foi em Antioquia que os discípulos de Cristo foram identificados como "cristãos" pela primeira vez. Embora seja provável que o rótulo pretendia ser uma ofensa, tornou-se uma honraria visto que a palavra surgiu fora do território de Israel, indicando que o movimento dos discípulos de Jesus estava sendo reconhecido entre os gentios como algo distinto do judaísmo e não como outra seita judaica.

Provavelmente, o termo "cristão" veio de cidadãos romanos que rotularam seguidores de Jesus de "pequenos Cristos". Do substantivo grego "christianos" (Cristo ou Messias) procede a palavra que significa cristão, isto é, pertencente a Cristo. 

Nesta ocasião, levantou-se o profeta Ágabo (Atos 11.28-29). Ele profetizou que haveria uma fome em todo o mundo. O período de escassez veio a acontecer durante o reinado de Claudio César, cujo império se deu de 41 a 54 depois de Cristo. Houve grande necessidade em diversas partes do Império Romano. É possível que essa falta de alimentos, predita por Ágabo, tenha acontecido entre os anos 46 e 47 d.C. Durante este período os crentes de Antioquia resolveram prover assistência aos crentes da Judéia.

PROFETAS ENVIADOS POR DEUS

"Por isso, também disse a sabedoria de Deus: 'Mandarei para eles profetas e apóstolos, e a alguns deles matarão e a outros perseguirão para que desta geração se peçam contas do sangue dos profetas, derramado desde a fundação do mundo, desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e o santuário. Sim, eu afirmo a vocês que se pedirão contas a esta geração" - Lucas 11.49-51.

Abel foi a vítima do primeiro assassinato nas Escrituras, ao passo que o assassinato de Zacarias está registrado em 2 Crônicas 24.20-25. Visto que 2 Crônicas era o último livro da Bíblia hebraica, isso fazia do assassinato de Zacarias o último martírio na Bíblia dos dias de Jesus.

Jesus é bem maior que todos os apóstolos e profetas. Em razão de sua presença em Israel, aquela geração de fariseus e escribas, apegados apenas aos rituais religiosos e não a Deus, era culpada do assassinato de todos os mártires. Há sentença semelhante em Apocalipse 18.20. 

Não basta ser religioso, é necessário ser praticante da Palavra de Deus. A religiosidade que Deus aprova se consiste em viver em santidade e ao mesmo tempo consciente da responsabilidade social, tem tanto a ver com o que fazemos com o que evitamos fazer. Como cristão, quando for possível, é preciso socorrer os necessitados durante os períodos de necessidade e ao mesmo tempo evitar as ações más associadas às coisas impuras (Mateus 25.37-49; Tiago 2.27). 

O MINISTÉRIO DE PROFETA

"Mas o que profetiza fala para as pessoas, edificando, exortando e consolando. O que fala em línguas a si mesmo edifica, mas o que profetiza edifica a igreja. Eu quero que vocês todos falem em línguas, mas muito mais que profetizem. Pois quem profetiza é superior ao que fala em línguas, a não ser que as interprete, para que a igreja receba edificação" - 1 Coríntios 14.3-5.

Em sua redação, Paulo ensina que o dom de línguas sem a interpretação serve para as pessoas ajudarem a si mesmas espiritualmente. É uma inutilidade à igreja, reunida para adoração a Deus, usar o tempo de culto em línguas estranhas. Paulo enfatiza que o uso da mensagem profética em lugar das línguas em reuniões públicas traz renovação de ânimo, encorajamento e consolo aos cristãos; enfatiza que dons espirituais de expressão oral devem ser exercidos unicamente para a edificação e exortação e consolação de outros.

NÃO APAGUEM O ESPÍRITO. NÃO DESPREZEM AS PROFECIAS

1 Tessalonicenses 5.19, 20.

Nas Escrituras Sagradas, o fogo é usado como símbolo que revela muitos aspectos do Espírito Santo, a sua chama ilustra de forma permanente o trabalho contínuo do Espírito Santo na vida do cristão. Em Apocalipse 4.5, a operação do Espírito é simbolizada por sete tochas de fogo que ardem em volta do trono de Deus, assim sendo nós entendemos que o fogo espiritual deve arder continuamente em nosso coração.

Os cristãos de Tessalônica foram culpados de atrapalhar a ação do Espírito Santo e desprezar as profecias. Algo parecido ocorre nas igrejas atuais quando os cristãos não permitem que o poder do Espírito e os milagres fluam. O dom de profecia é uma ferramenta fundamental para o bom andamento da igreja, deve ser usado com sabedoria e sensibilidade. 

O apagar do Espírito pode ocorrer quando há descrença ou excesso de zelo com vista a evitar abusos na manifestação dos dons espirituais. É importante considerar que sem o poder do Espírito, a igreja e o crente, individualmente, tornam-se incapazes de cumprir com eficácia a missão que Cristo designou aos seus servos.

O ESPÍRITO FALA ÀS IGREJAS

"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas" - Apocalipse 3.22.

A sentença "quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas", foi dirigida aos cristãos da igreja de Laodiceia, pois a sua riqueza os havia cegado. Por não priorizar a Cristo, foi descrita como uma comunidade espiritualmente morna e que tinha abandonado a verdade bíblica em muitas áreas.   

Laodiceia era uma cidade que distava 64 quilômetros de Filadelfia e ficava 160 quilômetros de Éfeso. estava situada no cruzamento das duas principais rotas comerciais: a primeira de Éfeso até a Síria e a segunda de Pérgamo e Sardo em direção à costa do Sul. Era famosa por sua situação economicamente abastada, possuir um centro bancário suntuoso, ostentar uma escola de medicina, e possuir fontes de águas quentes.

Ficava em uma região suscetível aos terremotos, sendo que um abalo devastador ocorreu no ano 64 depois de Cristo, nove anos antes da elaboração do Livro de Apocalipse. Sendo rica, encontrou condições de reerguer-se sem o socorro imperial. Hoje está completamente destruída, mas continua atraindo turistas por conta de suas fontes de águas quentes.

A combinação de comércio, manufaturas produção de uma fina e lustrosa lã preta e  a produção de bálsamo para os olhos, garantia aos laodicenses a vida financeiramente próspera. Os cristãos dessa cidade não perceberam que sua fé havia se tornado morna, pelo fato de não priorizarem a Deus e sua justiça, então foram advertidos que a riqueza os havia cegado, espiritualmente. 

Jesus promete aos crentes que não amarem o mundo, não darem lugar ao desejos da carne, e nem aos desejos dos olhos e a soberba da vida, a oportunidade de assentar-se com Ele em seu trono (Apocalipse 3.21). Por maior que seja a fortuna que uma pessoa possa acumular neste mundo, esta pessoa não conquista o direito de reivindicar a licença ao trono celestial. Somente aqueles que venceram, como Jesus venceu, se assentarão neste trono (João 14.4-6; Atos 9.2, 1 João 2..15-16; Apocalipse 2.7).

CONCLUSÃO

É dever dos cristãos cultivarem os dons que recebeu da parte do Senhor (Mateus 25.20; 1 Timóteo 4.7, 14; 2 Timóteo 1.6). Recebemos diferentes dons, de acordo com a graça que apraz a Deus conceber. Cada qual não deve se vangloriar do seu dom, pois a ação sobrenatural que realiza não provém de si mesmo, mas da capacitação que Jesus Cristo e o Espírito Santo querem que a Igreja possua (1 Coríntios 4.7). O crente que tem o dom de profetizar, deve usá-lo de acordo com a proporção da sua fé (Romanos 12.6). 

E.A.G.

Compilação:

Bíblia de Estudo Holmann. 1ª edição 2018. Impressão abril de 2019. Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Rio de Janeiro - RJ.

Bíblia de Estudo Plenitude. Edição 2001. Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Barueri - São Paulo. Sociedade Bíblica do Brasil - SP.

Bíblia de Estudo Plenitude para Jovens. Impressão 2018. Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Barueri - São Paulo. Sociedade Bíblica do Brasil - SP.

Bíblia do Pregador Pentecostal. Erivaldo de Jesus Pinheiro. Edição 2016. Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Barueri - São Paulo. Sociedade Bíblica do Brasil - SP.

Comentário Bíblico Pentecostal - Novo Testamento. Fench L. Arrington e Roger Strondstad. 4ª edição 2016. Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).

Filipenses 4.4 - Alegrem-se no Senhor


Por que a tendência é nos comparamos com os mais abastados e não com os mais necessitados? A minha dor é sempre a mais intensa? O meu problema é maior que o problema dos outros? Considero minha necessidade a mais urgente de todas? 

Temos alimento em nossa despensa, água nas torneiras, vestes nos armários e muitos outros benefícios mas sempre queremos mais. Estes raciocínios, e outros pensamentos que possam nos ocorrer, mostram o egoísmo que controla alguns corações, ao ponto de não nos incomodarmos com aqueles a nossa volta que clamam por uma migalha de nossas mesas.

Fazemos parte de uma pequena porcentagem de pessoas que temos o que temos, é motivo para parar e pensar. Há razão suficiente para levantar as mãos para o Céu e agradecer a Deus pelas bênçãos que estão em nossa volta. 


Texto adaptado. Paulo César Ribeiro, pastor em Igreja Cristã Semente da Vida - Brasília. www . facebook . com/ igrejacristasementedevida

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Mateus 7.15 - Doze características do perfil de um falso profeta


"Cuidado com os falsos profetas, que se apresentam a vocês disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos vocês os conhecerão. Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de ervas daninhas?" - Mateus 7.15-16 (NAA).

Os falsos profetas são dissimulados. Inevitavelmente, se comportam como ovelhas, com o objetivo de tirar proveito da bondade do povo de Deus. pois na sua essência são lobos devoradores. Deus dá ao crente sincero a condição de discernir entre o falso e o verdadeiro profeta, para não ser enganado por eles (1 João 4.1). As boas obras confirmam quem são os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo (Mateus 7.21-23). 

1. O falso profeta se promove como ovelha do rebanho de Cristo, mas seu coração é de um lobo devorador (Mateus 7.15).

2. O falso profeta distorce o Evangelho da graça de Cristo e da salvação unicamente pela fé no seu sacrifício, por um evangelho falsificado, que não é divino, legalista e personalista. (Gálatas 1.8).

3. O falso profeta é carnal, tem instinto lascivo, o mesmo usa a graça de Cristo como uma falsa licença para uma vida pecaminosa, e influencia multidões a uma vida de licenciosidade, de impureza, de relações sexuais ilícitas (Efésios 5.6-7, Apocalipse 2,14-15).

4. O falso profeta é arrogante, egocêntrico e interesseiro, geralmente o mesmo usa o cristianismo para se promover e enriquecer (1 Timóteo 6.5).

5. O falso profeta prega a encarnação de Cristo, porém, através de suas ações nega-a (1 João 1.3).

6. O falso profeta prega a ressurreição literal de Cristo, mas demonstra não acreditar nela através do seu estilo de vida reprovável (1 Coríntios 15).

7. O falso profeta tem uma vida cristã dupla, é hipócrita, muitas vezes por meio de suas mãos são feitos milagres, expulsões de demônios, todavia tudo isso não confirma sua conversão, pois o mesmo não nasceu de novo (Mateus 7.22).

8. O falso profeta não crê na inspiração e na inerrância das Escrituras (Salmo 119.140; 2 Timóteo 3.16).

9. As mensagens do falso profeta são de paz e prosperidade, mesmo em meio ao pecado e rebelião do povo ou da igreja contra Deus (Jeremias 6.14).

10. O falso profeta profetiza coisas que nunca acontecerão, tenta enganar o povo fazendo predições vagas, e perverte incautos com afirmações de difícil comprovação (Deuteronômio 18.22).

11. Os falsos profetas sofrerão condenação eterna (Gálatas 5.10).

12- O falso profeta nega o sacrifício salvador de Cristo (2 Pedro 2.1).