Oswaldo Gonçalves Cruz nasceu no dia 5 de agosto de 1872 em São Luiz do Paraitinga, cidade interiorana do estado de São Paulo. A data do seu nascimento foi nomeada como o Dia Nacional da Saúde, lei 5.352, de 1967, com a finalidade de conscientizar a população sobre a importância de cuidar da saúde. Médico extraordinário e sanitarista competente, pioneiro da medicina experimental no território nacional, sua biografia está marcada pelo combate eficaz de epidemias.
No estado fluminense, seu pai trabalhou no serviço público, o imperador D. Pedro II nomeou-o como membro da Junta Central de Higiene. De ajudante do chefe da Inspetoria de Higiene, chegou a inspetor geral. Numa infeliz coincidência, veio a falecer de nefrite, aos 47 anos, no mesmo dia em que Oswaldo Cruz se formou em medicina.
Estudou no Colégio Laure, no Colégio São Pedro de Alcântara e no Externato Dom Pedro II. Com apenas 15 anos, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, como estudante teve dois artigos sobre microbiologia publicados na revista Brasil Médico. Doutorou-se em 1892 apresentando a tese 'A veiculação microbiana pelas aguas'.
Clinicou no Rio de Janeiro até os primeiros meses de 1896, ano em que foi estagiar no Instituto Pasteur em Paris sob a direção de Émile Roux. Lá, trabalhou num laboratório de toxicologia e no serviço de vias urinárias de Félix Guyon; especializou-se em microbiologia, soroterapia e imunologia. Quando retornou da França, em 1899, foi designado para organizar o plano de combate ao surto de peste bubônica, que, rapidamente, se propagava a partir do porto de Santos [SP] para outras cidades portuárias.
Com o objetivo de controlar epidemias, era preciso produzir vacinas e soros adequados. Então, criou-se o Instituto Soroterápico Federal, sediado na Fazenda Manguinhos [RJ], cuja direção assumiu em 1902. Na mesma época, também foi construído o laboratório do Instituto Serumtherápico, na fazenda Butantan, em São Paulo, cujo diretor era o médico Vital Brasil. Oswaldo Cruz empenhou-se, juntamente com outros cientistas, para o desenvolvimento de um soro visando combater as pestes. As entidades produziram o soro antipestoso em larga escala.
Em 1903, passou a exercer o cargo de diretor geral da Saúde Pública, com a incumbência de erradicar a malária no Rio de Janeiro, pôs nas ruas as famosas brigadas de "mata-mosquitos", enfrentou a antipatia da população e erradicou o mal em 1907. O episódio entrou para a história como A Revolta das Vacinas, pelo fato de a população ser obrigada a se vacinar, após o controle da crise a obrigatoriedade foi revogada. Também coube ao epidemiologista a erradicação da febre amarela em Belém [PA], e o controle da malária na zona da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, na Amazônia.
Ainda na área de Saúde Pública, reformou o Código Sanitário e os serviços de saúde e higiene brasileiros. Participou do projeto de fundação da Academia Brasileira de Ciências. Um ano depois, assumiu a chefia a Diretoria Geral de Saúde Pública.
Deixou a direção da Saúde Publica em 1909. Em 18 de agosto de 1916 assumiu o cargo de prefeito de Petrópolis [RJ], quando então elaborou um amplo plano de urbanização no município. Na cidade, havia a residência particular da família da Princesa Isabel. Enfermo, acometido de insuficiência renal, transmitiu a liderança da prefeitura para Bulhões de Carvalho e faleceu em 11 de fevereiro de 1917. Ele estava com 44 anos.
Homenagens.
Por volta de 1907, após a erradicação da febre amarela, o Instituto Serumtherápico recebeu o nome Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos e um ano depois Instituto Oswaldo Cruz e permanece com este nome até os dias atuais.
Em 11 de maio de 1912, Oswaldo Cruz é eleito como ocupante da cadeira número 5 da Academia Brasileira de Letras. É recebido em 26 de junho de 1913 pelo acadêmico Afrânio Peixoto, professor, crítico literário, ensaísta, romancista, historiador, e que como ele também era médico.
Em 6 de junho de 1941 foi fundado o município paulista Califórnia, que em 1 de janeiro de 1945 recebeu o nome Oswaldo Cruz com o objetivo de homenagear o proeminente cientista brasileiro. Com 245 km², o município é conhecido por possuir diversas indústrias alimentícias e de mobiliário.
Em 1950, a Confederação Brasileira de Desportos instituiu a taça Oswaldo Cruz para disputa, em competição bienal e em melhor de dois jogos, entre as seleções do Brasil e do Paraguai.
Em 1967, como manifesto de honraria ao cientista, foi instituído um prêmio com o seu nome, que se consiste de uma medalha de ouro, diploma e uma soma em dinheiro ao premiado. O objetivo da premiação é estimular e recompensar trabalhos no campo da medicina experimental e da biologia. Os eventos são realizados na Fundação Oswaldo Cruz.
Em celebração ao centenário de Oswaldo Cruz, em 1972, a empresa estatal Correios lançou o selo, código RHM C0767, contendo desenho de José Carlos de Brito Cunha, caricaturista, ilustrador e designer gráfico, reconhecido nacionalmente na época por trabalhos nas revistas mais populares do país, como Vida Moderna, O Tico Tico, Tagarela etc. A charge apareceu originalmente na revista Tagarela, de viés humorístico, em página inteira com o título 'O mais extraordinário caçador de mosquitos'. Aquele selo foi o primeiro a conter uma charge.
Nas décadas de 1980 e 90, a Casa da Moeda do Brasil distribuiu aos brasileiros a cédula de 5 mil cruzeiros. No anverso, havia o retrato de Oswaldo Cruz e no reverso a vista do edifício principal do instituto do homenageado. A nota circulou no período de 1 de novembro de 1984 a 15 de março de 1990. Posteriormente, com a implementação do Plano Cruzado, a moeda brasileira passou de cruzeiro para cruzado e a efígie do cientista permaneceu circulando na nota de 50 reais.
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