Vivemos em um tempo que a graça de Deus está banalizada, a vulgarização da fé acontece em razão de muitos viverem insensíveis à voz do Espirito Santo [2 Pedro 1.3-11]. Neste contexto social, é importante buscar o conhecimento bíblico, pois através da informação correta do que são e representam a graça, a justificação, o pecado e a fé em Cristo, é que o crente poderá anunciar ao mundo perdido que existe o plano divino da salvação aos pecadores.
A GRAÇA
A "graça" tem como palavras sinônimas os termos "bondade, "favor" e "generosidade". Estes três termos têm como conteúdo fundamental a benevolência de Deus para com o seu povo e para com a humanidade. A benevolência divina pode significar uma atitude eventual ou uma disposição e uma relação estável, que implica em um compromisso mútuo.
A graça de Deus é é eficaz para quem crer e é oferecida a todos [Marcos 16.16; João 6.47; 1 Timóteo 2.5,6]. Recebê-la significa cumprir a aliança com Deus e viver em boa harmonia ou boas relações com o Senhor [Salmos 89.28,29].
No Antigo Testamento, o vocábulo "hen", significa "graça". Esta palavra descreve o favor imerecido, concedido de um superior ao seu subalterno. No relacionamento de Deus para com o ser humano, a graça é expressada por bênçãos espirituais, temporais e livramentos. No Novo Testamento, "graça" é "charis", este termo grego indica a consideração favorável em relação a uma pessoa, principalmente o fato de Jesus em seu sacrifício vicário dar a condição de o ser humano viver em novidade de vida [Colossenses 4.6; 2 Tessalonicenses 2.16; 2 Timóteo 2.1; 1 Coríntios 5.17].
Deus achou por bem salvar o ser humano [1 Coríntios 1.21]. O Senhor demonstrou seu imenso amor pela humanidade, sendo ela desesperadamente pecadora e Deus plenamente santo. Em Jesus, Deus faz por nós o que nós jamais conseguiríamos fazer por nós mesmos.
A FÉ
Em João 3.16-21, encontra-se o texto que é o resumo da mensagem da Bíblia: Deus amou o mundo; e todo aquele que crer que Cristo é o caminho para chegar ao Pai celeste, crer Ele é o único que dá vida eterna, não perecerá [Romanos 8.32; 1 João 4.9-10].
João ressalta fortemente o valor de crer em Jesus Cristo. Crer é a resposta do homem, com a mente, o corpo e o espírito, à ação salvadora de Deus por meio de Jesus. Crer em Cristo significa confiar que Ele nos mostra quem é Deus [João 1.18]. Quando uma pessoa crê, recebe a vida eterna [João 3.14-16; 6.40; 11.25-26; 20.31].
A fé vem por ouvir a Palavra de Deus [Romanos 10.17]. Sobre a fé, Jesus declarou dizendo que ela pode ser pequenina como um grão de mostarda, apesar de seu tamanho, com ela o crente é capaz de realizar o impossível [Mateus 17.20].
A JUSTIFICAÇÃO
"Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo" [Romanos 5.1].
Não há um só justo diante de Deus [Romanos 3.20]. É através da fé em Jesus que recebemos a nossa justificação [Gálatas 2.16]. É na condição de justificados que resolvemos o problema da condenação. A fé se expressa pelo fruto do Espírito em nós, é pela fé que manifestamos o nosso amor a Deus.
Justificação não quer dizer que nos tornamos justos, mas, sim, que nossos pecados foram apagados e que fomos declarados inocentes, livres da culpa ou da reprovação. Por quê? Porque Deus nos ama e cremos na obra redentora de Jesus na cruz.
O ser humano não é justificado por obras, e sim mediante a fé em Jesus Cristo [Gálatas 2.15-21]. A justificação é um conceito legal que significa "ser declarado justo", e não ser feito justo. Ninguém pode obter justificação por meio da obediência aos requisitos da Lei mosaica. A Lei nunca teve o propósito de ser um meio de salvação. Seu principal propósito era revelar o pecado em toda a sua extensão, apontando assim para a necessidade que o homem tem do dom da justiça.
A justiça divina se revela no Evangelho, traz os crentes para um relacionamento amigável com Deus. O Senhor age favoravelmente beneficiando o ser humano, não porque o ser humano merece, mas pelo fato de Cristo ter aceitado morrer na cruz em expiação do pecado de toda a humanidade.
Com o advento do sacrifício no Calvário, ao ter enviado seu Filho único para morrer em nosso lugar, a graça da justificação nos alcança e nos envolve por meio de Cristo muito mais do que o pecado e a morte nos envolveram no episódio da Queda de Adão [Romanos 5.9-11].
O PECADO
O mundo era um lugar perfeito antes de o pecado entrar em cena na história da humanidade. O Criador fez tudo com cuidado e ficou satisfeito com o resultado [Gênesis 1.31]. Deus não queria que as pessoas fossem forçadas a segui-lo e deu ao ser humano o livre-arbítrio, isto é, a capacidade de escolher o que fazer. Deus colocou uma árvore no jardim do Éden, identificada como árvore do conhecimento do bem e do mal, e disse para Adão e Eva que eles poderiam comer do fruto de todas as árvores, exceto aquela. E deixou ao casal a decisão de escolher obedecê-lo ou não. E infelizmente o primeiro homem e a primeira mulher escolheram a desobediência [Gênesis 2.16-17; 3.1-6]. Aquela decisão trouxe o pecado ao mundo inteiro [Romanos 5.12-14]. O pecado é qualquer coisa que digamos ou façamos, ou não dizemos e deixamos de fazer, que vai contra o que Deus deseja para nós.
O relacionamento íntimo entre Deus e o ser humano é rompido quando o ser humano peca, porque o Senhor é santo e não tolera o pecado. A transgressão dos seres humanos torna a terra, que é a nossa habitação e da qual retiramos o sustento, antes abençoada em maldita. O trabalho não é um castigo, no entanto, por causa da Queda de Adão, em fadigas buscamos o nosso sustento pois tal atividade foi afetada pelo pecado [Gênesis 2.15].
Deus não criou o pecado. Adão e Eva trouxeram o pecado ao mundo por meio de sua desobediência. O apóstolo Paulo, em 2 Timóteo 2.6, revela que Jesus é o único Mediador entre Deus e os pecadores. O mediador é alguém que pacifica duas às pessoas em conflito, aquele que faz dois grupos ou duas pessoas entrarem em acordo. Jesus é o Mediador que restabelece a comunhão entre o Criador e o ser humano, apenas Ele pode exercer este papel, "pois deu a si mesmo em resgate por todos" [2 Coríntios 5.18-20; Hebreus 9.15; 12.24].
Deus criou uma maneira de as pessoas serem perdoadas de seus pecados por meio de seu Filho [Romanos 5.15-17]. Deus nos tem constituído a Jesus como único advogado, intercessor e mediador entre Deus e os homens [1 Timóteo 2.5]. Cristo é a fonte de poder espiritual, da fé e do amor, e Aquele que veio ao mundo para salvar os pecadores doando-se a si mesmo em resgate de todos e para ser o Salvador de todos os seres humanos.
De braços abertos, misericordiosamente Cristo nos chama: "Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" [Mateus 11.28].
• Deus sempre buscou um relacionamento mais próximo com a humanidade [Êxodo 19.3b, 8; Jeremias 31.31-34; Isaías 54.1-10; 1 Pedro 1.1-10; 1 João 3.1-10];
• Deus pessoalmente fez contato conosco ao enviar seu Filho Jesus Cristo [João 3.1-21; Colossenses 1.15-23; Efésios 2.1-10];
• O perdão através de Jesus está ao alcance de todos: Salmos 32.1-11; 51.1-17; Romanos 3.21-26; 8.31-39; 10.5-15.
Temos que ter a consciência que após justificados os pecados reaparecem em nossas atitudes, por causa da natureza do pecado. Quando pecamos, devemos o mais rápido possível orar e pedir perdão ao Senhor [1 João 1.9].
CONCLUSÃO
Deus demonstra o quanto nos ama ao oferecer seu Filho em sacrifício por nós, quando ainda éramos pessoas ingratas e más para com Ele. É isso que nos revela Romanos 5.8. Agora, estamos salvos, sem merecer a salvação, e é necessário expressar a nossa gratidão por este imenso amor.
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